Exame de um sistema educacional que não aprende
A falência do
ensino público decorre de diversos fatores. Dentre os principais, podemos destacar: o baixo investimento governamental na
Educação, alunos e corpo docente desmotivados e uma grade curricular obsoleta.
Os salários baixos e planos de carreiras inexistentes para educadores e dirigentes foram responsáveis pelo abandono dos profissionais mais capacitados para atuar no Ensino Público. Além disso, a omissão política
em relação aos investimentos em escolas públicas é responsável também por prédios com
estrutura precárias e/ou manutenção deficiente. Seu modelo arquitetônico
prisional acarreta tanto desestímulo aos estudos quanto leva a sua depredação.
A escola é a
primeira experiência de convívio mais complexo para a maioria das pessoas. Ela é um espaço de interação social coletivo onde deveriam ser
estimulados valores como tolerância, respeito à diversidade, bem como valorização da capacidade e talento individual dos alunos. Sua estrutura autoritária, contudo, cerceia a
liberdade e mata o que há de criativo e espontâneo nos jovens. Convertida em
espaço de confinamento, não são raras às vezes em que a energia nela represada termina por resultar em "bullying", desrespeito ao professor e em vandalismo ao patrimônio.
O mundo mudou radicalmente nas últimas décadas por conta do avanço tecnológico, contudo, a escola não
acompanhou tal evolução com igual velocidade. Embora a Internet tenha
propiciado maior dinâmica na aquisição, acesso e troca de conhecimento; na maior parte das escolas impera ainda a pedagogia do giz e do apagador; subordinada à uma grade curricular rígida
e anacrônica. Muitas escolas visam ao concurso vestibular e não à formação plena do
cidadão, já que se mostram mais apegadas ao conteúdo dos testes do que ao saber aplicável à
vida e ao trabalho.
A crise na
Educação é um problema que só será solucionado com uma ação mais efetiva que
envolva toda a sociedade. Cidadãos que exijam investimentos maiores; pais
participantes da rotina escolar; educadores e dirigentes mais comprometidos;
estudantes estimulados (numa instituição mais democrática) é, portanto, o que
necessitamos para construir um país mais justo. Isto só se fará com cidadãos críticos e capacitados
não só para universidade e mercado de trabalho, mas para uma vida mais
plena e aberta à possibilidades diversas.
[Redação realizada coletivamente em julho de 2013, no Henfil
Liberdade, turma do noturno. Enviada por Karina e revisada pelo Prof. Eduardo]
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