Laços de família e
alguns nós
As novas configurações
familiares têm gerado complexas discussões no país devido ao fato
de envolver questões religiosas, morais e de direito.
O Brasil é um pais laico
em teoria, já que a religiosidade, principalmente a cristã, norteia
grande parte das relações e comportamentos. Atualmente, políticos
mais conservadores apregoam a necessidade de preservação da família
tradicional brasileira, como se ela não se fundamentasse na união
de afetos. Para muitos hipócritas, questões como união
homoafetivas, defesa de gênero e militância pró-aborto a ameaçam,
como se o respeito à diversidade e direitos legais das minorias
atacasse, de algum modo, a instituição familiar.
O moralismo burguês e
retrógrado, pilar de uma sociedade patriarcal, machista e
excludente, insiste em valorizar velhos estereótipos de família. O
marido provedor, no controle racional da casa; a mãe amorosa,
abnegada e grande cozinheira, ambos rodeados de filhos dóceis e
submissos, provavelmente só existam, hoje, em comerciais de
margarina. Muitos, contudo, não abdicaram ao matrimônio, embora o
divórcio tenha implodido uniões tidas como ideais.
O casamento é uma
instituição legal e, portanto, um contrato sujeito a normas,
direito e deveres. Garantias jurídicas como divórcio, divisão de
bens, pensões e herança não podem ser restritas a uniões
heteronormativas. Hoje, casais gays, por meio da união estável
(recentemente legalizada no Brasil), gozam, em teoria, dos mesmos
direitos dos demais; enfrentaram, contudo, na prática, enormes
dificuldades em casos de adoção de crianças.
As discussões em torno
dos novos modelos de família têm resultado em medidas mais
democráticas, proteção e garantias legais às minorias e respeito
à diversidade sexual, já que fundamentadas na liberdade individual.
Acreditamos que uma sociedade mais justa só se fará, portanto, a
partir da superação de preconceitos, justificativas
psedorreligiosas ou moralistas; afinal, apesar de embaraços e nós,
são os laços de amor que mantém vivas todas as famílias.
[Redação feita coletivamente, em setembro de 2015, pela turma do Extensivo, MAXIMIZE/Noturno. Enviada por Larissa Miranda. Ela foi reeditada e revisada pelo professor Eduardo, em setembro de 2015 e revisto em 22/10/2015. Tema: “Novas configurações familiares”]
Professor, ali no trecho: "...ambos rodeados de filhos dóceis e submissos, provavelmente só existam, hoje.." não seria existem, ao invés de existiam?
ResponderExcluire em: " O casamento é uma instituição legal e, portanto, um contrato sujeito a normas...", esse a não é craseado? Pois depende das normas
ResponderExcluirAline, mas posso usar "depende de normas" também, creio eu...
ResponderExcluirVeja lá, escrevi "existam", "existem seria erro", e não tem crase porque o A esta no singular e "Normas" esta no plural. Para usar crase ambas precisam de acordo.
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