CELULARES: DESCONECTANDO VIDAS
A popularização dos aparelhos
celulares tem influenciado profundamente o comportamento dos jovens
do séc. XXI. Se para alguns é um mero símbolo de status,
para outros, trata-se um acessório indispensável capaz, contudo, de
induzir usuários à dependência.
Embora a primeira função dos
celulares fosse as chamadas telefônicas, o advento dos “smart
fones” os
aproximaram da multifuncionalidade dos computadores. Inicialmente
caríssimos, hoje são acessíveis às mais variadas classes sociais.
Diferente dos telefones fixos, entretanto, tornaram-se aparelhos
pessoais, íntimos como os antigos diários. A privacidade, contudo,
nunca esteve tão ameaçada por invasões virtuais, furtos de dados
e/ou aparelhos e divulgação de informações e vídeos íntimos por
terceiros.
Os jovens, cada vez mais
dependentes dos dispositivos,” terceirizaram” o conhecimento e a
memória, já que pouco se preocupam em decorar informações ou
números de familiares. Há hoje uma série de aplicativos exclusivos
para celulares, dos quais a maioria dos usuários se utilizam
frequentemente, como WhatsApp, GPS (Waze), Uber e Snapchat. Nunca se
produziu tantas imagens no mundo, já que a mania de “selfies”
(autorretrato) é marca de uma geração narcisista, extremamente
individualista, autocentrada; se não, alienada.
As redes sociais mais que
plataformas de encontros e trocas, tornou-se numa “vitrine de
vaidade” onde a popularidade é medida por números de “likes”
e “amigos” que raramente interagem de fato. Contraditoriamente,
tais perfis escondem não só solidões, carências, infelicidades,
mas também distúrbios. Os viciados em Facebook, Youtube e Instagram
se exibissem ora com faces felizes ora com mensagens de desespero.
Assim, celulares têm se revelado instrumentos de distração para
vidas vazias e, contraditoriamente, desconectadas do mundo real, das
relações reais e dos sentimentos reais.
A influência do celular no
comportamento dos jovens é um fenômeno irreversível. Devemos,
portanto, em vez de demonizar tal tecnologia, desestimular seu uso
compulsivo, a fim de minimizar sua influência. Se a orientação
familiar e debates em escolas são necessários, os ministérios da
Educação e do Esporte devem, igualmente, investir em espaços de
convivência e interação como centros culturais e parques. Promover
– via SUS – tratamento médico aos dependentes/viciados (com
suporte à família) é medida fundamental para que o usuário não
se torne um mero acessório de seu dispositivo.
[REDAÇÃO COLETIVA REALIZADA EM SALA DE AULA NO CURSINHO MAXIMIZE MAUÁ, orientação do Prof. Eduardo (Tema possível para o ENEM). Outubro de 2018.]
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