quinta-feira, 1 de novembro de 2018

REDAÇÃO. Tema: O aumento de casos de DST's e HPV entre jovens e a demonização das vacinas

DST’s, HPV e o vírus da ignorância

O aumento de casos de doenças sexualmente transmissíveis (DST's), e em particular do Papiloma Vírus Humano (HPV), tem alarmado os profissionais da Saúde. Informar, conscientizar e efetuar medidas de prevenção e combate mostram-se mais do que nunca necessárias.
Raras são as campanhas de prevenção à gravidez precoce ou às DST’s no país, já que o sexo permanece um assunto tabu na sociedade brasileira. Embora a sexualidade seja um fator natural do desenvolvimento humano, os pais não só se omitem sobre o assunto com os filhos, mas também impedem que esse seja abordado em sala de aula. A disciplina de Educação Sexual, por exemplo, inexiste na maior parte das escolas públicas, visto que, a moral religiosa reprime o que julga “pecado”.
Se o Brasil se define como Estado laico, como entender que dogmas e valores religiosos determinem políticas que interferem na saúde de toda uma população? Conscientizar torna-se, portanto, imprescindível. Dos quarenta tipos de HPV que atacam as mucosas genitais e anais e comprometem a saúde (já que geram verrugas e tumores), muitos podem ser prevenidos com a vacina. Apesar dessa estar disponível na rede pública, ele tem proliferado entre uma população jovem, já que pais recusam a imunização, por a considerarem um estímulo à liberação sexual dos filhos. O HPV, contudo, não distingue credo, grupo social, nem cor.
Um perigoso movimento anti-vacinação “viralizou” nas redes e nos grupos de WhatsApp. Ele difunde factoides sobre a eficiência do tratamento e insinua complôs de empresas farmacêuticos. Tal ataque dos ignorantes contra ciências não é novo, a Revolta da Vacina enfrentada pelo sanitarista Oswaldo Cruz no começo do séc. XX já o comprova. A saúde da população, entretanto, não pode estar à merce da desinformação, já que põe vidas em risco.
O combate ao HPV e a outras doenças deve ser efetuado com objetividade e segurança; ainda que contrarie obscurantismos religiosos, insensatez e preconceitos. Vencer a desinformação conscientizando, é ação importante contra retrocessos. O Ministério da Saúde deve promover, portanto, campanhas nacionais frequentes (via mídia, escolas e associações), além de fornecer vacinação gratuita no SUS, a fim de que os jovens possam exercer sua sexualidade sem ameaça também do “vírus” da ignorância.

[REDAÇÃO COLETIVA REALIZADA EM SALA DE AULA NO CURSINHO MAXIMIZE MAUÁ EM 2018, sob orientação do Prof. Eduardo (Tema possível para o ENEM)]

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INTERPRETAÇÃO. O sentido literal