DST’s,
HPV e o vírus da ignorância
O aumento de casos de doenças
sexualmente transmissíveis (DST's), e em particular do Papiloma
Vírus Humano (HPV), tem alarmado os profissionais da Saúde.
Informar, conscientizar e efetuar medidas de prevenção e combate
mostram-se mais do que nunca necessárias.
Raras são as campanhas de
prevenção à gravidez precoce ou às DST’s no país, já que o
sexo permanece um assunto tabu na sociedade brasileira. Embora a
sexualidade seja um fator natural do desenvolvimento humano, os pais
não só se omitem sobre o assunto com os filhos, mas também impedem
que esse seja abordado em sala de aula. A disciplina de Educação
Sexual, por exemplo, inexiste na maior parte das escolas públicas,
visto que, a moral religiosa reprime o que julga “pecado”.
Se o Brasil se define como Estado
laico, como entender que dogmas e valores religiosos determinem
políticas que interferem na saúde de toda uma população?
Conscientizar torna-se, portanto, imprescindível. Dos quarenta tipos
de HPV que atacam as mucosas genitais e anais e comprometem a saúde
(já que geram verrugas e tumores), muitos podem ser prevenidos com a
vacina. Apesar dessa estar disponível na rede pública, ele tem
proliferado entre uma população jovem, já que pais recusam a
imunização, por a considerarem um estímulo à liberação sexual
dos filhos. O HPV, contudo, não distingue credo, grupo social, nem
cor.
Um perigoso movimento
anti-vacinação “viralizou” nas redes e nos grupos de WhatsApp.
Ele difunde factoides sobre a eficiência do tratamento e insinua
complôs de empresas farmacêuticos. Tal ataque dos ignorantes contra
ciências não é novo, a Revolta da Vacina enfrentada pelo
sanitarista Oswaldo Cruz no começo do séc. XX já o comprova. A
saúde da população, entretanto, não pode estar à merce da
desinformação, já que põe vidas em risco.
O combate ao HPV e a outras
doenças deve ser efetuado com objetividade e segurança; ainda que
contrarie obscurantismos religiosos, insensatez e preconceitos.
Vencer a desinformação conscientizando, é ação importante contra
retrocessos. O Ministério da Saúde deve promover, portanto,
campanhas nacionais frequentes (via mídia, escolas e associações),
além de fornecer vacinação gratuita no SUS, a fim de que os jovens
possam exercer sua sexualidade sem ameaça também do “vírus” da
ignorância.
[REDAÇÃO COLETIVA REALIZADA EM SALA DE AULA NO CURSINHO MAXIMIZE MAUÁ EM 2018, sob orientação do Prof. Eduardo (Tema possível para o ENEM)]
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