terça-feira, 12 de abril de 2022

REDAÇÃO. TEMA: Gravidez na adolescência

 PELO EXERCÍCIO PLENO DA SEXUALIDADE


Muitas adolescentes engravidam todos os anos no Brasil. Isso ocorre não só por ausência de diálogo na família, mas também por falta de informação e imaturidade de muitos jovens. 

O sexo é um assunto tabu na sociedade brasileira; visto que envolve questões morais, éticas e religiosas. Embora faça parte do desenvolvimento natural do indivíduo, raramente pais e filhos têm um diálogo franco sobre o assunto. Isso faz com que vários jovens descubram/aprendam sobre sexualidade através da pornografia (via Internet), quando não, com pessoas tão ou mais inexperientes do que eles. 

A escola é um espaço privilegiado para aquisição de conhecimento; entretanto, poucas são aquelas que apresentam a disciplina de Educação Sexual, já que muitos pais a consideram forma de corromper a inocência infantil e estímulo precoce à sexualidade. Desse modo, o sexo é frequentemente abordado num prisma biológico e/ou quase sempre nocivo (propagador de IST's), nunca na perspectiva dos afetos. Se houve maior investimento em educação nas últimas décadas, isso não resultou – pelo menos nas políticas públicas – em campanhas preventivas amplas e eficientes para além do carnaval e outras datas comemorativas. 

Os adolescentes são por natureza mais ousados e impulsivos. A libido não é a única causadora da imprudência, já que muitas vezes a iniciação sexual precoce se faz por pressão do grupo social. Por imaturidade, jovens dispensam o preservativo, engravidam para “prender” o parceiro num relacionamento ou para se emanciparem do controle dos pais. A falta de oportunidades de trabalho e/ou estudo também leva a ações inconsequentes. Não podemos esquecer que, provenientes de famílias desestruturadas, para muitas jovens, engravidar é uma estratégia de sobrevivência para carências extremas. 

A gravidez na adolescência não é, portanto, uma questão individual, mas um problema social no Brasil. Assim, ela precisa ser combatida com ações efetivas por meio de medidas político-sociais, Estimular o diálogo familiar com campanhas nacionais preventivas que visem a atrair e envolver os pais nos debates escolares é uma medida estratégica para sanar o problema. Fornecer em postos assistência e métodos contraceptivos é fundamental. Por fim, cabe ao Estado expandir as perspectivas de vida dos jovens (com lazer, educação e trabalho), a fim de que, com maturidade, estejam aptos – no tempo certo e com segurança, seja qual for sua crença – a exercerem plenamente sua sexualidade. 


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