sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

REDAÇÃO. Tema: bolhas e muros no século XXI

Estourando bolhas, derrubando muros e construindo pontes

Os muros concretos ou simbólicos são uma das marcas das sociedades do séc. XXI. Embora a globalização “prometesse” a união entre os diversos povos, a Internet (como plataforma também de acesso), ela não se realizou de fato e se restringe, hoje, cada vez mais, a bolhas de segregação.

Se uma sociedade capitalista é marcada por mudanças aceleradas, hipercompetitividade e individualismo exacerbado, momentos de crise  radicalizam o instinto de defesa das nações resultando em xenofobia. Protecionismo econômico, controle migratório, aumento do conservadorismo/nacionalismo e crescente intolerância às minorias e aos estrangeiros são “produtos” de uma política global que só se limitou a trocas comerciais, difusão de marcas e franquias, não de integração real.

A revolução tecnológica popularizou os aparatos de comunicação, entretanto, a segregação e o afastamento sobrepuseram-se à inclusão. Assim, “bolhas” surgiram nas redes sociais com os algoritmos que relacionam, segmentam e restringem o usuário a um grupo de pensamento único; já que mercantilizam as relações humanas como um nicho de mercado. O “curtir” e o “compartilhar” não só superficializam as interações, mas também afunilam a nossa visão de mundo. 

Há um distanciamento progressivo entre as classes sociais. Apesar dos avanços político-sociais nas últimas décadas no Brasil, com inclusão dos mais pobres a espaços antes exclusivos às elites, assistimos hoje a um retrocesso desses ganhos. O geógrafo Milton Santos já alertava para a falácia da “aldeia global”, onde “as sociedades com acesso às ferramentas tecnológicas se integrariam cada vez mais, e os menos favorecidos seriam marginalizados e/ou excluídos de suas benesses.”

Característica dos nossos tempos, os muros sociais se contrapõem às liberdades individuais, visto que muitos grupos terminam rotulados e tratados como cidadãos de segunda classe. Precisamos, portanto, rever o conceito de Globalização, a fim de expandi-lo para o sentido de intercâmbio de saberes entre culturas, com respeito à diversidade, única forma de se derrubar muros e se construir pontes de valores humanistas e democráticas.


[Redigido coletivamente no Maximize Paulista, tuma do SOS/Tarde, em 26.12.2018]

Um comentário:

  1. Muito Interessante!
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INTERPRETAÇÃO. O sentido literal