Bem creio que aos doze anos deve ter lido a versão recontada infanto-juvenil, e não as 600 páginas que compõe o original de Melville cheio de tratados, digressões complexas, ensaios teológicos e filosóficos e históricos entremeando a narrativa. Ainda que aos 12 anos lido todo o volume, será necessário reler, pois nesta idade não se tem maturidade para se compreender o largo aspecto desta obra complexa, universal, analisada por grandes pensadores, críticos, escritores e filósofos. Querer definir o que o autor quis dizer ao escreve-la é uma tolice, pois certamente, ao leitor do século xxi a experiencia de mundo é outra e se é incapaz de se "pensar" como um homem do princípio do sec XIX, quando não existia ainda nem luz elétrica. Todo leitor atualiza o que lê, ninguem lê Romeu e Julieta como uma crítica aos erros da paixão juvenil, mas hoje, como uma ode/elogio ao amor. Se ler o original, atenta ao capítulo 99 (O dobrão) em que Melville explica que nada é simples, e uma simples moeda traz toda uma simbologia religiosa, geográfica, histórica, social. Ou seja, alguém que vê tantas camadas numa moeda, nao teria feito uma baleia ser só uma baleia, já que na própria obra o narrador afirma que não há um unico sentido nos atos dos homens.
Blogue de Técnica de Redação elaborado pelo professor Eduardo de Araújo Teixeira com fins fundamentalmente educacionais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Interpretação. Linguagem e ambiguidade
"Confundimos o convidado do podcast." - um enunciado bastante ambíguo.
-
A personagem Mafalda, criação genial do cartunista argentino Quino, expondo sua perspectiva sobre a importância da leitura.
-
Falência da escola pública A escola pública talvez seja uma das instituições mais importantes de uma sociedade. Espaço de convívio soci...
-
Último riso marginal A associação do riso à alegria é universal, entretanto, existem faces do ato de rir ligada ao exercício de poder. O pro...
Nenhum comentário:
Postar um comentário