sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Respondendo um comment sobre Moby Dick

Bem creio que aos doze anos deve ter lido a versão recontada infanto-juvenil, e não as 600 páginas que compõe o original de Melville cheio de tratados, digressões complexas, ensaios teológicos e filosóficos e históricos entremeando a narrativa. Ainda que aos 12 anos lido todo o volume, será necessário reler, pois nesta idade não se tem maturidade para se compreender o largo aspecto desta obra complexa, universal, analisada por grandes pensadores, críticos, escritores e filósofos. Querer definir o que o autor quis dizer ao escreve-la é uma tolice, pois certamente, ao leitor do século xxi a experiencia de mundo é outra e se é incapaz de se "pensar" como um homem do princípio do sec XIX, quando não existia ainda nem luz elétrica. Todo leitor atualiza o que lê, ninguem lê Romeu e Julieta como uma crítica aos erros da paixão juvenil, mas hoje, como uma ode/elogio ao amor. Se ler o original, atenta ao capítulo 99 (O dobrão) em que Melville explica que nada é simples, e uma simples moeda traz toda uma simbologia religiosa, geográfica, histórica, social. Ou seja, alguém que vê tantas camadas numa moeda, nao teria feito uma baleia ser só uma baleia, já que na própria obra o narrador afirma que não há um unico sentido nos atos dos homens. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Interpretação. Linguagem e ambiguidade

  "Confundimos o convidado do podcast." - um enunciado bastante ambíguo.