sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

GABARITO PARA A APOSTILA DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO DO SOS FUVEST


Gabarito:

Resposta da questão 1: Luisinha, na adolescência, era uma menina órfã, sem graça e desengonçada que, não obstante, Leonardo Pataca tenta conquistar. Como era herdeira de grande fortuna, atrai a atenção de José Manuel, com quem ela, ingênua, acaba se casando. Seu marido, contudo, morre; ela, que havia se tornado uma bela mulher, e Leonardo enfim retomam o amor da juventude e se casam.

Virgília foi o grande amor de Brás Cubas, mas no início, quando eram noivos, não existia muita paixão entre eles. Ela, ambiciosa, acabou se casando com Lobo Neves, homem influente. Quando se reencontraram, a paixão que não houve antes surgiu, e os dois tornaram-se amantes. Assim como Luisinha, o tempo lhe trouxe beleza na madureza. No entanto, ela é retratada já sem beleza e velha junto ao cadáver do defunto-autor.

Resposta da questão 2: a) Os termos “simples” e “sofisticada” na expressão “uma traquitana simples, mas extremamente sofisticadaconfiguram uma contradição.

b) O uso da primeira pessoa do plural (“nosso andar”, “somos capazes”, “nossas pernas”), a linguagem coloquial presente no uso do termo “traquitana”, assim como a imprecisão semântica da expressão “espécie de embreagem” diferenciam o texto de Fernando Reinach dos textos científicos em que predomina a função referencial da linguagem, denotativa e objetiva.

Resposta da questão 3: a) Segundo o autor, os diários íntimos surgiam com maior frequência nos países em que a Reforma Protestante se consolidou, pois os adeptos dessa nova corrente religiosa, que não contempla o ato da confissão, não podiam recorrer à autoridade sacerdotal para fazer exame de consciência. Assim, recorriam com frequência à escrita de textos autobiográficos para elaborarem questionamentos autocríticos relacionados com comportamento individual ou conduta social.

b) Os termos “ele” e “interposta pessoa” referem-se a “exame de consciência” e “autoridade sacerdotal”, respectivamente.

Resposta da questão 4: a) Não, as “inverdades” em nada desmerecem a canção. Uma letra de música deve ser vista como material artístico, isto é, não tem necessariamente nenhum compromisso com a realidade, podendo, portanto, tratar de qualquer tema, seja biográfico seja fictício.
b) O bairro do Jaçanã vai rimar com a expressão amanhã de manhã, dessa maneira, contribuindo com a sonoridade dos versos.

Resposta da questão 5: O botânico observa a árvore objetivamente, do ponto de vista científico, limitando-se, assim, ao uso da linguagem denotativa. O poeta apresentaria uma visão mais completa por concebê-la também estética (“Vê-a na sua graça, na sua força, na sua formosura, no seu colorido”) e subjetivamente (“sente tudo quanto ela lembra, tudo quanto ela sugere, tudo quanto ela evoca, desde as impressões mais espontâneas até as mais remotas, mais vagas e mais indefiníveis”), fazendo uso da linguagem conotativa.

Resposta da questão 6: Ao afirmar que a floresta invadiu suas terras, a intenção da personagem da charge é defender a expansão do agronegócio mesmo às custas da destruição da natureza. A personagem coloca-se como vítima e a floresta, como destruidora. Trata-se de uma inversão do que, de fato, acontece, uma lógica absurda; mas que serve aos interesses do grupo ruralista. Tal visão desrespeita a ética da sociedade, pois interesses coletivos, a preservação ambiental, são substituídos por interesses privados, e a expansão do agronegócio.

Resposta da questão 7: Tal perspectiva é atribuída ao poeta, que vê a árvore sob dois pontos de vista: o estético, ou seja, a beleza da árvore (“Vê-a na sua graça, na sua força, na sua formosura, no seu colorido...”) e o antropomórfico, isto é, ele a humaniza, concebe-a sob forma humana ou com atributos humanos.

Resposta da questão 8: a) Sim, pois a pegada de um sapato, usado normalmente por funcionários de empresas comerciais e financeiras, sobre uma área que remete a uma plantação de soja permite inferir que o anúncio destaca a importância da aproximação dessas empresas com a realidade do meio em que o cliente desenvolve as suas atividades.

b) Os ícones e os algarismos informam a posição geográfica exata do campo de soja a que se refere o texto. Assim, através dessa inclusão, associa-se facilmente a precisão do local com a eficiência da empresa baseada no conhecimento rigoroso da realidade do negócio.

Resposta da questão 9: Verifica-se a existência de perguntas retóricas na Tira 2 (terceiro quadro) e na Tira 4 (segundo quadro). Nos dois casos, a mãe de Calvin não espera uma resposta do filho. Na verdade, a pergunta é feita em tom de repreensão. No entanto, Calvin não entende assim, tanto que responde às perguntas da mãe sem demonstrar entender a censura feita.

Resposta da questão 10: a) A conclusão não é correta, pois o advérbio “obviamente” refere-se ao fato de a vulnerabilização acontecer de forma diferente com homens, mulheres e crianças e não ao fato de dispensar comprovação.

b) O comentário é improcedente, pois a expressão “sem vãs ilusões” enfatiza a opinião da autora de que não se deve relativizar o poder da leitura em tempos difíceis, como os que decorrem atualmente, como tragédias ambientais ou manifestações de violência nas suas mais diversas formas:Em tais contextos, crianças, adolescentes e adultos poderiam redescobrir o papel dessa atividade na reconstrução de si mesmos e, além disso, a contribuição única da literatura e da arte para a atividade psíquica.Para a vida, em suma”.

Resposta da questão 11: a) Para maior expressividade a palavra linha traz uma ambiguidade bastante pertinente, mencionando a expressão andar na linha que quer dizer fazer tudo de maneira correta e a ideia de linha de trem, já que a empresa oferece transportes em containers via férrea.
b) Hoje sustentável ganhou um significado a mais, quer dizer de toda forma de trabalho que não prejudica o meio ambiente, o que acontece com os trens, eles não poluem o ar como outros meios de transporte e também são mais baratos.

Resposta da questão 12: a) O uso do verbo roubar, sempre pejorativo, sendo usado de maneira conotativa a chamar a atenção de um acento que não deveria ter saído da língua. A jornalista aponta um problema ortográfico em que se contrasta o verbo parar com a preposição para. Depois da nova reforma ortográfica, ambas aparecem sem nenhuma marca diferencial para evidenciar o uso de palavras homônimas, mas justapostas em duas classes gramaticais distintas.

b) São Paulo, para ver o Corinthians jogar, para.
São Paulo para a fim de ver o Corinthians jogar.

Resposta da questão 13: a) Quando formou o axioma em que a ignorância não tem limite inferior, o deputado Roberto Campos quis dizer que a ignorância sempre nos surpreende devido a sua ilimitada capacidade de aparecer sempre pior e mais profunda. Um sarcasmo de um homem que convivia com políticos de todos os escalões no dia a dia do Congresso. Quanto ao último e mordaz comentário do colega político, esses mundos maravilhosos são o da galhofa e do riso fácil, já que toda essa teatralidade não passava de discurso vazio.
b) O trecho que vai explicar a ironia contida na expressão oratória de alta visibilidade é: com os dois braços agitados tentando encontrar uma ideia (...)

Resposta da questão 14: a) A expressão essas mal traçadas linhas tornou-se um clichê do universo epistolar em extinção já no Canadá. O título, de certa forma, ironiza essa mudança que se aponta e mais uma profissão familiar às pessoas que se vai substituída pela tecnologia.

b) Resignado à marcha da modernidade tecnológica contra a qual não se pode lutar...

Resposta da questão 15: a) O aluno pode escolher entre uma das acepções:
- “Porto” indica duas alternativas: o livro sugere segurança, o qual também pode permitir tanto chegadas quanto partidas a diversos locais;
- “Porta” ilustra a capacidade que a leitura confere ao leitor de ultrapassar limites e alcançar lugares surpreendentes;
- “Cais” retoma parte da metáfora de “porto”: o ato de ler permite chegadas e partidas a diferentes locais;
- “Rota” caracteriza a leitura como o caminho a ser tomado pelo leitor.
É válido ressaltar que todas as metáforas apresentadas estão relacionadas à expansão dos horizontes, tal qual a linha central da narrativa apresentada.

b) Por mudança subjetiva compreende-se uma mudança íntima, particular do narrador; segundo o contexto, tal mudança ocorre a partir da leitura, a qual amplia seu conhecimento de mundo – uma necessidade que ele mesmo indicava no início do trecho.
Essa mudança é explicitada em trechos como (vale ressaltar, a questão solicita apenas dois trechos): “E a palavra se mostrou como caminho poderoso para encurtar distância, para alcançar onde só a fantasia suspeitava, para permitir silêncio e diálogo”, “Com as palavras eu ultrapassava a linha do horizonte”, “E o meu coração de menino se afagava em esperança”, “Ao virar uma página do livro, eu dobrava uma esquina, escalava uma montanha, transpunha uma maré”, “Ao passar uma folha, eu frequentava o fundo dos oceanos, transpirava em desertos para, em seguida, me fazer hóspede de outros corações”, “Pela leitura temperei a minha pátria, chorei sua miséria, provei de minha família, bebi de minha cidade, enquanto, pacientemente, degustei dos meus desejos e limites”, “Pelo livro soube da história e criei os avessos, soube do homem e seus disfarces, soube das várias faces e dos tantos lugares de se olhar”.

Resposta da questão 16: a) As fontes fidedignas empregadas para dar credibilidade às informações são a tese de Rodrigo Mallet Duprat, Realidades e particularidades da formação do profissional circense no Brasil: rumo a uma formação técnica e superior, e a entrevista com tal estudioso.
Em relação aos discursos, há ocorrência do discurso direto, indicado pelo uso de aspas e verbo dicendi ao término do trecho (defende o autor) em “Há, no mercado, profissionais híbridos, oriundos de várias áreas de formação, inclusive no circo familiar. Mas, como falta um curso superior, muitos artistas que começaram nas artes circenses vão para outras áreas do conhecimento como ciências sociais, dança, teatro, educação física, história... É até bom existir essa amplitude só que aquele profissional poderia ter a possibilidade de se formar, fazer um curso superior de artes do circo”, defende o autor da tese; há também ocorrência o discurso indireto, conforme se lê a seguir: ‘Rodrigo entende que atualmente a atividade é exercida por diferentes profissionais como professores de teatro, artes ou educação física’.

b) Nos dias atuais, o profissional do circo tornou-se um “novo sujeito histórico”: tem residência fixa, cria escolas de circo e amplia seus estudos pela falta de um curso superior em tal área. Estes estão relacionados às áreas de Ciências Sociais, História, Educação Física, Artes, Teatro e Dança.

Resposta da questão 17: O dilema de Solomon pode ser resumido pelo seguinte trecho: “Não ousava assassiná-lo, mas não ousava deixá-lo viver”. O escravo, em luta contra um de seus proprietários, passa por uma situação de impasse: assassinar Tibeats era seu desejo, porém seus problemas não se resolveriam. Caso o assassinato se confirmasse, o escravo seria morto como forma de punição; caso Tibests não morresse, este buscaria Solomon para se vingar.

Resposta da questão 18: Para ambos os autores, a concepção de morte para os escravos está relacionada ao término dos sofrimentos a que estiveram subjugados em vida. Luiz Gama escreve, na primeira estrofe do poema, “Dorme o sono feliz da eternidade.”; já Solomon Northup, no primeiro parágrafo do excerto, defende “o vislumbre da morte como o fim de sofrimentos terrenos”.

Resposta da questão 19: O período em que ocorre tal atenuação é “E – mesmo que se não queira admitir que todo o estado de alma é uma paisagem – pode ao menos admitir-se que todo o estado de alma se pode representar por uma paisagem”. O emprego da locução conjuntiva concessiva “mesmo que” indica, gramaticalmente, a atenuação das afirmações anteriores.
Para o escritor, essa atenuação deve ser feita, pois sua primeira afirmação (“Todo o estado de alma é uma paisagem.”) é categórica e leva a questionamentos – daí a necessidade de explicar que tal paisagem pode ser compreendida também em sentido figurado, como representação de um estado de alma.

Resposta da questão 20: No poema “Paisagem holandesa”, o eu lírico menciona “(...) É a saudade de Alguém que anda extasiado, a esmo, / Com a paisagem da Holanda escondida em si mesmo”: há nítida correspondência entre o estado de alma maravilhado, “extasiado”, e a paisagem, a qual lhe está internalizada.
A conclusão a que se chega é que o eu lírico de “Paisagem holandesa” corresponde à teoria de Fernando Pessoa a respeito de que “Todo o estado de alma é uma paisagem” ou, ao menos, pode ser representado por uma delas.

Resposta da questão 21: No segundo quadro, a resposta à personagem (“Calma, povo”) indica, no vocativo, a entidade que fez as solicitações. Trata-se do povo, que exige medidas concretas da oposição face ao agravamento da situação política no país: “Mas precisa decidir, oposição”. No último quadrinho, a palavra “saco” revela a decepção da personagem perante o fato de os políticos estarem mais preocupados com a defesa dos seus interesses do que em legislar em benefício do povo.

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