A MÍDIA ELEGE SEUS DEMÔNIOS
A contínua e sintemática demonização da Política, efetuada particularmente através da mídia, tem minado (e ameaçado) os ideais democráticos de diversos países. Além de gerar uma repulsa que distancia o cidadão médio do centro das decisões, ela tem garantido o controle das massas e a manutenção do poder de alguns poucos.
A abordagem sensacionalista e/ou emotiva de problemas político-sociais sempre foi uma prática comum nas emissoras/difusoras brasileiras, forma de atingir maior público e anestesiá-lo de qualquer visão crítica da sociedade. "Ameaçadas" de regulamentação por abusos diversos, passaram a "vilanizar" políticos e a destacar continuamente atos de corrupção de representantes públicos e partidos políticos pouco simpáticos a seus interesses. Desconfiança, revolta, desprezo, aversão e ódio passou a ser o olhar do "cidadão de bem" a todo representante e toda agenda política do país.
As mídias televisiva e radiofônica impactam enormemente as mais diversas camadas da população. Elas direcionam hábitos de consumo, determinam gosto cultural, interferem no imaginário e influenciam decisões com base no que noticia. Embora sejam concessões públicas, no Brasil, sua liberdade e autonomia não estão isentas de interesses. Controladas por corporações familiares (oligarquias), grupos religiosos, políticos e empresários, elas seguem subordinadas a interesses particulares e privados.
O controle do pensamento e das decisões do eleitorado foi uma prática recorrente no Nazismo, que soube construir - num processo de polarização radical - um inimigo comum. A propagação da mentira pela mídia, garantiu o fim da representação, posto que, - se nenhum representante era confiável, - fazia-se a necessidade de um líder supremo para tutelar a nação, decidir por todos e exterminar quem se opusesse à sua "divina" vontade. A destruição da democracia permitiu a ascensão de Hitler e seu regime genocida.
Hoje, há uma crescente polarização no país, fruto da demonização político-ideológica que garante a manutenção do poder de uma elite econômica manipuladora. O discurso de que a corrupção é endêmica, estrutural e responsável por todas as mazelas do Brasil, - além de "intrínseca à prática política, independente de partido, - cria não só desprezo, mas o ódio a ela e, consequentemente, à democracia. Assim, a representatividade se perde, já que muitos votam "nulo" ou "branco" por desencanto/desesperança com a política, quando não, - em candidatos risíveis ou desqualificados, - como forma de protesto.
Considerar políticos como inimigos e não como agentes de transformação (quando bem escolhidos) interessa ao poderosos que controlam a mídia. Faz-se necessário, portanto, denunciar tal discurso falacioso e difundir entre nossos pares (e em nossas redes) o real sentido da representação política e dos valores democráticos, a fim de impedir o retorno de ditaduras, regimes e práticas fascistas.
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