Blogue de Técnica de Redação elaborado pelo professor Eduardo de Araújo Teixeira com fins fundamentalmente educacionais.
sábado, 29 de agosto de 2015
LINGUAGEM. O uso das conjunções adverbiais (conectivos para dissertação)
Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordinadas Adverbiais
a) Causa
A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do que se declara na oração principal. "É aquilo ou aquele que determina um acontecimento".
Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE |
Outras conjunções e locuções causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto que.
Exemplos:
Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve alternativa a não ser cancelá-lo.
Já que você não vai, eu também não vou.
Por ter muito conhecimento (= Porque/Como tem muito conhecimento), é sempre consultado. (Oração Reduzida de Infinitivo)
b) Consequência
As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem um fato que é consequência, que é efeito do que se declara na oração principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão... que, tanto... que, tamanho... que.
Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE (precedido de tal, tanto, tão, tamanho) |
Exemplos:
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou concretizando-os.
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida de Infinitivo)
Sua fome era tanta que comeu com casca e tudo.
c) Condição
Condição é aquilo que se impõe como necessário para a realização ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se realize ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal.
Principal conjunção subordinativa condicional: SE |
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo).
Exemplos:
Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o contrato.
Caso você se case, convide-me para a festa.
Não saia sem que eu permita.Conhecendo os alunos (= Se conhecesse os alunos), o professor não os teria punido. (Oração Reduzida de Gerúndio)
d) Concessão
As orações subordinadas adverbiais concessivas indicam concessão às ações do verbo da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente ligada aocontraste, à quebra de expectativa.
Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA |
Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que.
Observe este exemplo:
A oração acima expressa uma condição: o fato de "eu" ir só se realizará caso essa condição for satisfeita.
Compare agora com:
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial concessiva.
Observe outros exemplos:
Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da população continua à margem do mercado de consumo.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora não estudasse). (reduzida de infinitivo)
e) Comparação
As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo da oração principal.
Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO |
Por Exemplo:
Utilizam-se com muita frequência as seguintes estruturas que formam o grau comparativo dos adjetivos e dos advérbios: tão... como (quanto), mais (do) que, menos (do) que. Veja os exemplos:
Sua sensibilidade é tão afinada quanto a sua inteligência.
O orador foi mais brilhante do que profundo.
Saiba que:
É comum a omissão do verbo nas orações subordinadas adverbiais comparativas.
Por exemplo:
Oração Subordinada Adverbial Comparativa
No entanto, quando se comparam ações diferentes, isso não ocorre.
|
f) Conformidade
As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, um modelo adotado para a execução do que se declara na oração principal.
Principal conjunção subordinativa conformativa: CONFORME |
Outras conjunções conformativas: como, consoante e segundo (todas com o mesmo valor de conforme).
Exemplos:
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos iguais.
Segundo atesta recente relatório do Banco Mundial, o Brasil é o campeão mundial de má distribuição de renda.
g) Finalidade
As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção, a finalidade daquilo que se declara na oração principal.
Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE |
Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a locução conjuntiva para que.
Por Exemplo:
Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada entrasse.
h) Proporção
As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: À PROPORÇÃO QUE |
Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior... (maior), quanto maior... (menor), quanto menor... (maior), quanto menor... (menor), quanto mais...(mais), quanto mais... (menos), quanto menos... (mais), quanto menos... (menos).
Exemplos:
À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões.
Visito meus amigos à medida que eles me convidam.
Quanto maior for a altura, maior será o tombo.
Lembre-se:
À medida que é uma conjunção que expressa ideia de proporção; portanto, pode ser substituída por "à proporção que".
Na medida em que exprime uma ideia de causa e equivale a "tendo em vista que" e só nesse sentido deve ser usada.
Por Exemplo:
Na medida em que não há provas contra esse homem, ele deve ser solto.
Atenção: não use as formas “à medida em que” ou “na medida que”.
Na medida em que exprime uma ideia de causa e equivale a "tendo em vista que" e só nesse sentido deve ser usada.
Por Exemplo:
Na medida em que não há provas contra esse homem, ele deve ser solto.
Atenção: não use as formas “à medida em que” ou “na medida que”.
i) Tempo
As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou posterioridade.
Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO |
Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
Exemplos:
Sempre que ele vem, ocorrem problemas.
Mal você saiu, ela chegou.
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
REDAÇÃO. TEMA: "A ascensão da classe C"
A
ascensão da classe C é o fenômeno recente que tem modificado
profundamente o Brasil. Além da diminuição da desigualdade, ela é
perceptível por maior acesso ao crédito e consumo, e por isso mesmo
altera o modo como periferia
é vista no país.
Atuais
políticas governamentais voltadas para incluir (quotas) e minimizar
pobrezas extremas (Bolsa Família) contribuíram, ao lado estímulos
à indústria e ao crédito para alavancar mudanças socioeconômicas
dos cidadãos mais pobres. Embora o governo petista tenha sido
acusado de praticar politicas populistas/assistencialistas e ser se
envolvido em esquemas de corrupção (Mensalão), é inegável que
produziu melhorias significativas para a construção de ¨um novo¨
Brasil.
O
apego ao consumo é a principal marca da classe C emergente. Hoje
quase todos podem comprar desenfreadamente graças a financiamentos e
empréstimos facilitados pelas grandes instituições financeiras. O
que pareceria positivo endividou terrivelmente as famílias, já que
os juros brasileiros são os mais altos no mundo. Ainda assim, muitos
aproveitam para investir na educação/formação dos filhos e/ou
assumem posturas empreendedoristas que visam a crescimento
profissional e financeiro.
Novelas,
minisséries, filmes e novos artistas ligados às periferias colocam
no centro a cultura da classe C. Antes excluídos e vitimas de
preconceitos, ela dita moda e com vigor e originalidade apresenta ao
país e ao mundo a diversidade cultural e artística brasileira. Os
megaeventos (Olimpíada, Copa) reforçam essa fase de oportunidades
em que a imagem positiva do Brasil é vendida para o mundo. Carnaval,
futebol, moda praia, música (samba, axé, MPB) e culinária (do pão
de queijo à caipirinha) representam, mais que nunca, divisas de
origem popular.
Há
um otimismo talvez exagerado em torno da ascensão da classe C. A
televisão tem se apropriado ideologicamente de sua imagem para
seduzir e manipular este público; contudo, a maior parte dos
problemas socioeconômicos prepondera. Acreditamos que apenas ao
solucionar a péssima educação, saúde e com recuperação de
garantias trabalhistas teremos realmente uma verdadeira classe média.
Há, portanto, vários problemas a serem resolvidos pois, mais que
consumidores endividados, merecemos ser cidadãos.
[Redação feita em 2013]
IDEIAS. Charge. sobre manipulação da mídia
Sequência de charges sobre a crise na imprensa (ou a "crise" também construída pela imprensa). Em todos ela se mostra manipuladora, deformando a informação conforme sua ideologia e posição partidária.
REDAÇÃO. Tema: "Mobilidade urbana"
Imobilidade
política e movimentação nas ruas
O transporte coletivo jamais foi uma prioridade no Brasil. O carro, fetiche herdado dos estadunidenses, suplantou a política para locomoção das massas nas grandes cidades e, hoje, a democratização dos espaços e das vias gera grande polêmica.
O caos em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, com lentidão, enormes congestionamentos e “rush” estressante é resultado da ausência de planejamento governamental, já que houve um crescimento desordenado das metrópoles. A superlotação de ônibus, trens e metrôs contrasta com carros ocupados somente pelo condutor. A poluição, os acidentes, os crimes e roubos nas vias, nenhum desses problemas, entretanto, é forte o bastante para persuadir o cidadão de adquirir carros.
Embora a maior parte da classe trabalhadora dependa do transporte coletivo, as políticas não atendem às suas necessidades. As manifestações de 2013 contra o reajuste das tarifas explicitaram um enorme descontentamento da população, não apenas referente à mobilidade, mas também com a má gestão do erário. Tais protestos, contudo, não resultaram em mudanças efetivas até o momento.
O atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, enfrenta graves críticas da elite, visto que decidiu investir na ampliação de ciclovias. Há uma reação agressiva da mídia, com ataques constantes às suas políticas para redução de velocidade, implementação de corredores exclusivos para ônibus e pedágios urbanos, posto que refletem os interesses de uma elite conservadora, reacionária e prepotente. Quando pedestres e ciclistas adquirem o direito de transitarem pela cidade, isto parece, de algum modo, agredir aos mais privilegiados.
É impossível pensar o desenvolvimento das cidades brasileiras sem garantir a eficiência da mobilidade urbana. Acreditamos que apenas teremos uma cidade mais democrática, com uma circulação mais eficaz para motoristas, pedestres e ciclistas quando superarmos os jogos de interesses das classes. Devemos, portanto, usar como combustível para essa mudança não apenas o bom senso, mas a noção de que ir e vir é o direito de todos.
O caos em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, com lentidão, enormes congestionamentos e “rush” estressante é resultado da ausência de planejamento governamental, já que houve um crescimento desordenado das metrópoles. A superlotação de ônibus, trens e metrôs contrasta com carros ocupados somente pelo condutor. A poluição, os acidentes, os crimes e roubos nas vias, nenhum desses problemas, entretanto, é forte o bastante para persuadir o cidadão de adquirir carros.
Embora a maior parte da classe trabalhadora dependa do transporte coletivo, as políticas não atendem às suas necessidades. As manifestações de 2013 contra o reajuste das tarifas explicitaram um enorme descontentamento da população, não apenas referente à mobilidade, mas também com a má gestão do erário. Tais protestos, contudo, não resultaram em mudanças efetivas até o momento.
O atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, enfrenta graves críticas da elite, visto que decidiu investir na ampliação de ciclovias. Há uma reação agressiva da mídia, com ataques constantes às suas políticas para redução de velocidade, implementação de corredores exclusivos para ônibus e pedágios urbanos, posto que refletem os interesses de uma elite conservadora, reacionária e prepotente. Quando pedestres e ciclistas adquirem o direito de transitarem pela cidade, isto parece, de algum modo, agredir aos mais privilegiados.
É impossível pensar o desenvolvimento das cidades brasileiras sem garantir a eficiência da mobilidade urbana. Acreditamos que apenas teremos uma cidade mais democrática, com uma circulação mais eficaz para motoristas, pedestres e ciclistas quando superarmos os jogos de interesses das classes. Devemos, portanto, usar como combustível para essa mudança não apenas o bom senso, mas a noção de que ir e vir é o direito de todos.
[Redação elaborada coletivamente em agosto de 2015, pela turma de Maio/Sábado do Cursinho Henfil da Paulista. Enviada por Raúla Yasmin, foi revisada e reeditada pelo professor Eduardo, em 28/8. Tema: "Mobilidade urbana"]
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
IDEIAS. Cartoon.
A posição replicada de mulheres com burca, constrói no conjunto a imagem de uma cerca de arame, indicando serem elas mulheres aprisionadas. Brilhante reflexão.
IDEIAS. Charge.
Ironiza a questão, quando indica que uma "sugestão" para a questão - O que fazer com os menores infratores? - seria dada por Hitler, um notório genocida das minorias.
IDEIAS.
Mensagens anti-capitalistas escritas nas próprias cédulas; no caso indicando a questão de desigualdade socioeconômica. Uma espécie de paradoxo (ou ironia) ou de estratégia sagaz, apropriar-se do instrumento do capital (o dinheiro) para questionar "valor" e "valores".
IDEIAS. Charge, novos (ou velhos) cultos
O dinheiro como religião. Uma espécie de muro das lamentações forrado de dinheiro à qual as principais religiões se sobram.
IDEIAIS. Charge
De um lado as manifestações carnalescas pró-impeachment da presidente Dilma, do outro a chacina de 18 cidadãos negros, pobres e moradores da periferia por esquadrão da morte. No meio, a irrelevância com que a imprensa brasileira julga a morte dos pobres.
REDAÇÃO. Tema: "A propagação do ódio na internet do Brasil"
Da rede às ruas: um Brasil que ama odiar
O mito de um Brasil pacífico, racialmente democrático e desinteressado em política não se sustenta diante da atual explicitação de ódio na rede mundial de computadores.
O Brasil sempre foi um país violento: exterminou índios, escravizou o negro africano, explorou os imigrantes e, com sua desigualdade socioeconômica extrema, segue submetendo os mais pobres a uma vida de carências. A internet, ao garantir um aparente anonimato, liberou uma fúria até então reprimida ou mascarada por um verniz de civilidade jamais exposto em nossa sociedade.
Recentemente, Maju, jornalista da Rede Globo, foi vítima de injúrias raciais no portal on-line da emissora. Embora a xenofobia nunca tenha por alvo os brancos imigrantes (sempre africanos, haitianos e povos latinos de ascendência indígena), o discurso de que somos receptivos e acolhedores permanece. A intolerância à diferença étnica se manifesta, contudo, na "predileção" policial em abordar negros e mulatos, já que estes normalmente pertencem às camadas mais pobres, marginalizadas e periféricas do país e, portanto, mais vulneráveis à repressão do Estado.
A Ditadura Militar instaurada no Brasil entre 1964 e 1985 reprimiu a reflexão crítica sobre política de toda uma geração. Há resquícios deste processo de alienação nos que pedem intervenção das Forças Armadas, destituição de representantes eleitos, separação de estados e nos que acreditam que vivemos atualmente em uma "ditadura comunista". Se as redes sociais permitem propagar ideias (e ideologias!), também favorecem o radicalismo de grupos extremistas, conservadores ou meramente ignorantes.
O ódio explicitado na "web" revela um outro Brasil, mais conflituoso, dividido entre interesses de classes e altamente intolerante. A mídia, como elemento doutrinador das massas e a serviço de banqueiros, empresários, latifundiários e "religiosos", precisa urgentemente de regulamentação. Acreditamos, portanto, que um país mais igualitário, justo e menos vulnerável à manipulação política só será possível com cidadãos mais críticos e bem informados. Investir num ensino público de qualidade é o que fará de fato, do Brasil, uma pátria educadora, com menos ódio na rede; e na vida.
[Redação elaborada coletivamente em agosto de 2015, pela turma do Fuja do trânsito (noite) do Cursinho Henfil da Paulista. Enviada por Camila Lavorenti, foi revisada e reeditada pelo professor Eduardo, em 20/8. Tema: "A propagação do ódio na internet do Brasil"]
PS.: Uma redação feita em sala de aula - no curso de redação que ministro no Instituto Henfil. O tema surgiu na sala, e a redação foi feita em dois momentos com uma turma grande (uns cem alunos). A partir de uma estrutura X, da indicação de alguns conectivos e palavras que não podem faltar numa boa redação, construímos esse texto em lousa. Os alunos forneceram o vocabulário, foram concatenando as ideias na formação das frases, uma experiência deliciosa, pois a turma "manda" e ao professor cabe tão somente "orquestrar". Como é corrido, deixo para depois fazer uma "revisão e publicar num blog que fiz para ensinar redação". Escorregadas na concordância e pontuação sempre ocorrem. Segue abaixo a versão revisada (Deus queira que não tenha produzido novos erros).
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
REDAÇÃO. Tema: "A influência dos celulares/smartfones no comportamento"
Celulares:
desconectando os usuários?
O aperfeiçoamento da
tecnologia de informação produziu dispositivos móveis que
influenciam profundamente a sociedade contemporânea. Hoje,
conectados, nossas relações afetivas, profissionais e acesso ao
entretenimento e à cultura passam, inevitavelmente, pelos nossos
celulares.
Facebook, Twitter, Instagram e
outras redes sociais projetam a nossa imagem para o mundo como nunca
antes. Isto não só dinamiza nossas relações interpessoais como
nos tornou mais expostos. Aplicativos de mensagens instantâneas
impõem a todo momento a “presença” de parentes, amigos e
amores. Embora distantes, nunca estivemos tão próximos, a ponto de
muitas vezes nos sentirmos violados em nossa liberdade.
O excesso de confiança nos
aparatos nos torna dependentes deles para as atividades mais banais,
como memorizar números telefônicos. Hoje, nem mesmo as atividades
profissionais terminam quando saímos do nosso expediente. Não é
raro sermos solicitados, após o horário, em nossos celulares, por
chefes, a fim de resolvermos pendências e atividades.
O
formato compacto, a atrativa tela de toque brilhante e colorida
popularizaram ainda mais os celulares. Jogar, fotografar, ouvir
música e navegar na rede superaram sua função de receber chamadas.
Hoje, nós os levamos não só onde vamos, mas para ambientes menos
apropriados como escola, cinema e teatro, já que “precisamos”
estar sempre atualizados das coisas mais supérfluas. Há uma
crescente carência de contato humano nesta sociedade, entretanto,
seguimos orgulhosos dos “likes” conquistados no ambiente virtual.
A influência dos celulares e
tábletes não pode ser facilmente medida, visto que estamos vivendo a
revolução digital. É inegável, todavia, que eles alteraram a
percepção e concentração do usuário comprometendo sua linguagem,
mais desconexa e fragmentada. Acreditamos que o uso mais consciente e
moderado permitirá que a tecnologia ocupe o seu devido lugar em
nossas vidas: o de mero acessório.
[Redação elaborada coletivamente em agosto de 2015, pela turma do Fuja do trânsito, do Cursinho Henfil de Mauá. Enviada por Amanda Cristina Souza, foi revista e reeditada pelo professor Eduardo, em 14/8. Tema: “Televisão: o quarto poder?”]
REDAÇÃO. Tema: "A importância dos cursinhos pré-vestibulares."
Curso pré-vestibular: um mal necessário
Os cursos pré-vestibulares são um mal necessário,
já que servem para sanar deficiências de informação, revisar a
matéria e proporcionar um ambiente motivador de estudo.
A escola pública brasileira, apesar da
implementação de várias políticas na última década, continua
bastante precária. A baixa qualidade do ensino impede muitos alunos
de ingressarem na universidade sem recorrerem previamente a cursos
preparatórios. Aulas mais dinâmicas, material específico e
professores especialistas (além de monitorias) dos cursinhos
auxiliam na tarefa de aperfeiçoar e aprofundar o conteúdo mal
aplicado durante a vida escolar.
A revisão de matéria é fundamental àqueles que
concluíram há tempos o ensino médio; assim como dos que estão no
último ano escolar. A grade curricular obsoleta e demasiadamente
conteudista, contudo, obriga a horas de dedicação de estudantes,
muitas vezes, já fadigados por longas jornadas de trabalho. Se hoje
políticas de cotas são aplicadas para inclusão destes, além da
assimetria econômica, a grande competitividade continua o maior
obstáculo para o ingresso no nível superior.
O ensino superior no Brasil (USP, UNICAMP, UNESP,
UFABC e etc.) é aparentemente acessível a todos, contudo a exclusão
social brasileira também atua sobre essa questão. Cursinhos
comunitários promovem encontros de estudantes com iguais
dificuldades, que se fortalecem em grupo, já que visam o mesmo
objetivo. Se antes eram imaturos, hoje entendem a universidade como
um meio de ascensão socioeconômica, via a inserção no mercado de
trabalho.
Embora
sejam paliativos, os cursinhos populares cumprem uma importante
função: a de possibilitar, pela dedicação e empenho, o ingresso
dos candidatos menos favorecidos à universidade. Acreditamos,
entretanto, que só uma ampla reforma na base do ensino, com
investimentos que garantam sua excelência, além de outro sistema
de avaliação, possibilitarão ao cidadão brasileiro um acesso mais
justo ao ensino superior; o que tornaria, portanto, desnecessário
todo e qualquer cursinho.
Renato Tácio Redação turma de maio (fuja/noite) - Mauá
[Redação elaborada coletivamente em agosto de 2015, pela turma do extensivo noite do Cursinho Henfil de Mauá (turma Fuja do trânsito, noite). Enviada por Renato Tácio, foi revista e reeditada pelo professor Eduardo, em 14/8. Tema: "A importância dos cursinhos pré-vestibulares."]
Possibilidade/variação do último parágrafo (conclusão).
(01) Embora sejam paliativos, os cursinhos populares
cumprem uma importante função: a de possibilitar, pela dedicação
e empenho, o ingresso dos candidatos menos favorecidos à
universidade. O ideal, entretanto, seria uma ampla reforma na base do
ensino, com investimentos que garantam sua excelência, além de
outro sistema para ingresso à universidade. Acreditamos, portanto,
que só essas ações possibilitarão ao cidadão brasileiro o direito de
progredir profissional e intelectualmente.
quarta-feira, 12 de agosto de 2015
REDAÇÃO. Tema: “O uso dos celulares e sua influência no comportamento dos usuários”]
Conectados
e desconexos via celular
O
aperfeiçoamento da tecnologia de informação produziu dispositivos
móveis que influenciam profundamente a sociedade contemporânea.
Hoje, hiper-conectados, nossas relações afetivas, profissionais e
acesso ao entretenimento e à cultura passam, inevitavelmente, pelos
nossos aparelhos celulares.
Facebook,
Twitter, Instagram e outras redes sociais, presentes nas telas de
nossos celulares, projetam a nossa imagem para o mundo como nunca
antes. Isto não só dinamizou nossas relações interpessoais como
nos tornou mais expostos dentro e fora da rede. Tanto é assim, que
aplicativos de mensagens instantâneas nos impõem, a todo momento, a
“presença” de parentes, amigos e amores. Embora distantes, nunca
estivemos tão próximos, a ponto de muitas vezes nos sentirmos
violados em nossa liberdade, até mesmo por aqueles que amamos.
O
excesso de confiança nos aparatos nos tornou dependentes deles para
as atividades mais banais, como lembrar números telefônicos. Mesmo
o expediente de trabalho não termina para muitos quando deixam o
trabalho, já que não é raro serem solicitados por chefes, a fim de
resolvem pendências e atividades por mensagens ou “whattsapp”.
Os celulares são, hoje, como extensões do corpo e intelecto de
muitos usuários.
O
formato compacto, a atrativa tela de toque brilhante e colorida
popularizaram ainda mais os celulares. Jogar, fotografar, ouvir
música e navegar na rede superaram sua função de receber chamadas.
Hoje, nós os levamos não só onde vamos, mas para ambientes menos
apropriados como escola, cinema e teatro, já que “precisamos”
estar sempre atualizados das coisas mais supérfluas. Há uma
crescente carência de contato humano nesta sociedade, entretanto,
seguimos orgulhosos dos “likes” conquistados no ambiente virtual.
A
influência dos celulares e tábletes não pode ser facilmente medida,
visto que estamos vivendo a revolução digital agora. É inegável,
todavia, que eles já alteraram a percepção e a concentração do
usuário e alteraram sua linguagem, mais desconexa e fragmentada a
cada dia. Acreditamos que o uso mais moderado e consciente permitirá
que a tecnologia ocupe o devido lugar na vida do homem: o de mero
acessório.
[Redação
feita coletivamente, em agosto de 2015, pela turma do Fuja do
trânsito do Cursinho Henfil Mauá. Enviada por Amanda Cristina
Souza, foi reeditada em revisada pelo professor Eduardo, em 12/8.
Tema: “Uso dos celulares e influência no comportamento dos
usuários”]
REDAÇÃO. Tema: "Televisão: o túmulo do pensamento crítico"
Tele/Visão: vendo a tv para
além do tela
A televisão brasileira tem uma
função importante em nossa sociedade. Para além de entreter,
informar e proporcionar o acesso à educação e à cultura, ela
deveria estimular o pensamento crítico do cidadão, mas não o faz.
Em termos de qualidade técnica,
a teledramaturgia brasileira é, reconhecidamente, uma das mais
sofisticadas do mundo. Embora eficiente para comover, tramas
repetitivas, padronizadas e maniqueístas reforçam preconceitos e
esteriótipos. O melodrama, forma narrativa popularesca e emotiva,
hoje, segue como nunca, a seduzir e enternecer "corações",
em detrimento da razão.
Noticiários, telejornais e
documentários informam diariamente a população sobre os fatos
importantes do país, entretanto, nem mesmo estes estão isentos de
interesses. Ainda que as emissoras sejam concessões públicas, a
avidez pelo lucro e pelo poder faz com que elas sejam usadas como
instrumento de manipulação para fins diversos. A narrativização
da notícia e a espetacularização da violência alienam o
espectador, já que impedem sua visão crítica sobre a realidade.
As emissoras educativas no
país, como TV Cultura, Canal Brasil e Futura, embora de grande
qualidade, têm os índices de audiência mais baixos, se comparadas
aos canais abertos. Atualmente, grandes compositores, músicos e
artistas perderam lugar nas programações para celebridades do axé
music, sertanejo universitário, forró e funk light. Os "reality
shows", em declínio no mundo, continuam populares no Brasil e
tiraram o espaço dos bons programas musicais e das minisséries
adaptadas de livros, já que a cultura se tornou, conforme seus
produtores, um artigo de luxo de baixa rentabilidade.
A televisão deveria desempenhar
uma nobre função social, porém está hoje a serviço de interesses
econômicos, políticos e ideológicos; já que controlada por uma
elite que visa, não apenas a alienar o telespectador, mas a obtenção
de poder. Sua regulamentação se faz, portanto, urgente; e deve ser
definida, democraticamente, por diversos representantes da sociedade.
Acreditamos que só assim teremos uma mídia comprometida com
interesses e necessidades dos cidadãos, um antídoto para os abusos
atuais que impedem o público realmente de ver a televisão como ela
é.
[Redação
elaborada coletivamente em 4/08/2015, pela turma do extensivo noite
do Cursinho Henfil de Mauá. Enviada por Camila Martins, foi
revista e reeditada pelo professor Eduardo, em 12/8. Tema:
“Televisão: o quarto poder?”]
Possibilidades/variações do
último parágrafo (conclusão).
(01)
A nobre função que a tevê
deveria desempenhar serve hoje a interesses econômicos, políticos e
ideológicos; já que é controlada por uma elite que a usa, não
apenas para alienar o telespectador, mas para obter poder. Sua
regulamentação se faz, portanto, urgente; e deve ser definida,
democraticamente, por diversos representantes da sociedade.
Acreditamos que só assim teremos uma mídia comprometida com
interesses e necessidades dos cidadãos, um antídoto para os abusos
atuais que impedem o público realmente de ver a televisão como ela
é.
(02)
A nobre função que a tevê
deveria desempenhar está hoje a serviço de interesses econômicos,
políticos e ideológicos; já que controlada por uma elite que visa,
não apenas a alienar o telespectador, mas a obtenção de poder. Sua
regulamentação se faz, portanto, urgente; e deve ser definida,
democraticamente, por diversos representantes da sociedade.
Acreditamos que só assim teremos uma mídia comprometida com
interesses e necessidades dos cidadãos, um antídoto para os abusos
atuais que impedem o público realmente de ver a televisão como ela
é.
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
IDEIAS. Charges metaforizando o sentido da leitura, sua apreensão e acesso
Sobre o esforço maior para adquirir o conhecimento pela leitura em relação à imagem da tela do computador.
O conhecimento ofertado pelos livros, metaforizado de estante à torre. Livro aberto indicando um conteúdo possível de ser difundido, disseminado para grandes massas distantes.
IDEIAS. Charge de Angeli, sobre o Partido dos Trabalhadores
Brilhante charge que "denuncia criticamente" a descaractarização ideológica do PT (Partido dos trabalhadores), um partido vendido. Ironicamente, reduzido a uma banca de venda de camisetas "piratas", ou seja, não mais "originais". Interessante observar o vendedor trajando as cores do Brasil em sua camiseta.
REDAÇÃO. Tema: "Televisão: o quarto poder?”
De
olhos abertos para tevê
A
mídia, principalmente a televisiva, exerce uma enorme influência
sobre as massas. Comportamento, gosto artístico/cultural e
posicionamento político, tudo o que ela transmite influencia a
percepção do telespectador.
A
chegada da televisão no Brasil alterou não apenas a área
centralizadora da casa, já que a sala de jantar cedeu espaço à
sala de estar, mas também a nossa capacidade de concentração.
Nunca fomos tão dispersos, fascinados por estímulos visuais e
narrativas fragmentadas. Novelas, minisséries, telefilmes e seriados
aparentam ser mero entretenimento, entretanto, influenciam o modo
como falamos, vestimos e estabelecemos relações interpessoais.
A
veiculação diária da música pop sertaneja fez de seus
representantes astros milionários. Não só o estilo dos artistas é
emulado por muitos jovens, como seu comportamento é admirado e sua
vida, invejada. Futilidades, exibicionismos e grosseria pautam a
programação. A arte e a cultura são medidas hoje pelo sucesso
comercial, “vendidas” como produto, “consumidas” como
divertimento gratuito, portanto, alienante.
A
televisão é um eletrodoméstico, contudo, seu poder de manipulação
das massas supera qualquer batedeira. Usada ideologicamente, ela
propaga, muitas vezes, mentiras já que visa ao controle social e
político. Embora concessões públicas, as redes de emissora elegem
e depõem autoridades políticas, destroem reputações, deformam
fatos em seus noticiários sempre em prol dos interesses de seus
donos e investidores.
Há
uma crença dentre cidadãos mais ingênuos de que caberia à
televisão muito mais que entreter, informar, dar acesso à educação
e cultura. Ela equivaleria a um quarto poder político. Como poderia
sê-lo, todavia, sem o voto popular? Acreditamos que a regulamentação
da mídia seja um instrumento capaz de controlar arbitrariedades e o
poder de manipulação das massas desta midia. Sua democratização
lembraria aos poderosos que ela deve servir ao cidadão brasileiro.
[Redação
feita coletivamente, em 9/08/2015, pela turma do extensivo sábado do
Cursinho Henfil. Enviada por Jamily Soufia Caprino, foi revista e reeditada pelo professor Eduardo, em 10/8. Tema: “Televisão: o
quarto poder?”]
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