De
olhos abertos para tevê
A
mídia, principalmente a televisiva, exerce uma enorme influência
sobre as massas. Comportamento, gosto artístico/cultural e
posicionamento político, tudo o que ela transmite influencia a
percepção do telespectador.
A
chegada da televisão no Brasil alterou não apenas a área
centralizadora da casa, já que a sala de jantar cedeu espaço à
sala de estar, mas também a nossa capacidade de concentração.
Nunca fomos tão dispersos, fascinados por estímulos visuais e
narrativas fragmentadas. Novelas, minisséries, telefilmes e seriados
aparentam ser mero entretenimento, entretanto, influenciam o modo
como falamos, vestimos e estabelecemos relações interpessoais.
A
veiculação diária da música pop sertaneja fez de seus
representantes astros milionários. Não só o estilo dos artistas é
emulado por muitos jovens, como seu comportamento é admirado e sua
vida, invejada. Futilidades, exibicionismos e grosseria pautam a
programação. A arte e a cultura são medidas hoje pelo sucesso
comercial, “vendidas” como produto, “consumidas” como
divertimento gratuito, portanto, alienante.
A
televisão é um eletrodoméstico, contudo, seu poder de manipulação
das massas supera qualquer batedeira. Usada ideologicamente, ela
propaga, muitas vezes, mentiras já que visa ao controle social e
político. Embora concessões públicas, as redes de emissora elegem
e depõem autoridades políticas, destroem reputações, deformam
fatos em seus noticiários sempre em prol dos interesses de seus
donos e investidores.
Há
uma crença dentre cidadãos mais ingênuos de que caberia à
televisão muito mais que entreter, informar, dar acesso à educação
e cultura. Ela equivaleria a um quarto poder político. Como poderia
sê-lo, todavia, sem o voto popular? Acreditamos que a regulamentação
da mídia seja um instrumento capaz de controlar arbitrariedades e o
poder de manipulação das massas desta midia. Sua democratização
lembraria aos poderosos que ela deve servir ao cidadão brasileiro.
[Redação
feita coletivamente, em 9/08/2015, pela turma do extensivo sábado do
Cursinho Henfil. Enviada por Jamily Soufia Caprino, foi revista e reeditada pelo professor Eduardo, em 10/8. Tema: “Televisão: o
quarto poder?”]
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