A
ascensão da classe C é o fenômeno recente que tem modificado
profundamente o Brasil. Além da diminuição da desigualdade, ela é
perceptível por maior acesso ao crédito e consumo, e por isso mesmo
altera o modo como periferia
é vista no país.
Atuais
políticas governamentais voltadas para incluir (quotas) e minimizar
pobrezas extremas (Bolsa Família) contribuíram, ao lado estímulos
à indústria e ao crédito para alavancar mudanças socioeconômicas
dos cidadãos mais pobres. Embora o governo petista tenha sido
acusado de praticar politicas populistas/assistencialistas e ser se
envolvido em esquemas de corrupção (Mensalão), é inegável que
produziu melhorias significativas para a construção de ¨um novo¨
Brasil.
O
apego ao consumo é a principal marca da classe C emergente. Hoje
quase todos podem comprar desenfreadamente graças a financiamentos e
empréstimos facilitados pelas grandes instituições financeiras. O
que pareceria positivo endividou terrivelmente as famílias, já que
os juros brasileiros são os mais altos no mundo. Ainda assim, muitos
aproveitam para investir na educação/formação dos filhos e/ou
assumem posturas empreendedoristas que visam a crescimento
profissional e financeiro.
Novelas,
minisséries, filmes e novos artistas ligados às periferias colocam
no centro a cultura da classe C. Antes excluídos e vitimas de
preconceitos, ela dita moda e com vigor e originalidade apresenta ao
país e ao mundo a diversidade cultural e artística brasileira. Os
megaeventos (Olimpíada, Copa) reforçam essa fase de oportunidades
em que a imagem positiva do Brasil é vendida para o mundo. Carnaval,
futebol, moda praia, música (samba, axé, MPB) e culinária (do pão
de queijo à caipirinha) representam, mais que nunca, divisas de
origem popular.
Há
um otimismo talvez exagerado em torno da ascensão da classe C. A
televisão tem se apropriado ideologicamente de sua imagem para
seduzir e manipular este público; contudo, a maior parte dos
problemas socioeconômicos prepondera. Acreditamos que apenas ao
solucionar a péssima educação, saúde e com recuperação de
garantias trabalhistas teremos realmente uma verdadeira classe média.
Há, portanto, vários problemas a serem resolvidos pois, mais que
consumidores endividados, merecemos ser cidadãos.
[Redação feita em 2013]
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