A
Geração Cloud
A
Geração Cloud, filhos da internet, do armazenamento em nuvem, crescida
na era técnico-científico-informacional, além de questionar
as estruturas políticas vigentes, realiza hoje uma revolução não
apenas no âmbito comportamental mas também no espaço do trabalho.
O século XXI é um século de mudanças. Modelos tradicionais de família com marido provedor, mãe submissa e filhos dóceis subservientes são cada vez mais raros. Várias religiões minguaram ou tem sido abandonadas pelos jovens. O casamento foi substituído por um contrato de afetos mais efêmeros; e não bastasse isto, não só a sexualidade, mas também a própria noção de gênero tornou-se mais flexível e menos pré-determinado. Mudanças tão radicais do paradigma das instituições, entretanto, geram uma nova forma onda conservadora refletida na propagação de ódio nas redes.
Um
mercado de trabalho altamente seletivo e competitivo assiste à
entrada em seus quadros de jovens imediatistas, hiper-conectados e
ansiosos pelo sucesso. O ganho financeiro, contudo, sobrepõe-se ao
compromisso/fidelidade à empresa; já que há uma ansiedade
crescente nesta geração, cujos pais não educaram para tolerar
frustrações. Trabalhos mais dinâmicos e desfiadores são para eles
mais atrativos, posto que os desafios os estimulam e preservam sua
energia criativa.
Embora
individualistas, voltados para o consumo, os “clouds” estão mais
engajados politicamente. Pacifismo e causas ecológicas os seduzem
menos. Suas pautas são mais imediatistas, mobilizam-se pelas redes
sociais, e com ideias mais radicais e extremistas, exigem maior
participação política. Subversivos, tornaram-se black-bocks
nas manifestações recentes no país. Contraditoriamente, muitos não
querem “derrubar o sistema”: desejam integrá-lo; por isso, não
recusam as benesses do capital, querem menos desigualdade e maior
inclusão socioeconômica.
Os
“clouds” não acreditam no poder representativo dos partidos,
entretanto, em breve estarão no poder. Petulantes, intempestivos,
com uma visão mais fragmentada e superficial do mundo serão,
contraditoriamente, os reformadores do país. Acreditamos, portanto,
que estimulando neles o sentido de coletividade e valores humanistas
como igualdade, respeito e tolerância à diversidade serão
fundamentais para construção de um futuro mais democrático e livre
e que corresponda a seus anseios.
[Redação
realizada em sala de aula (Maximize – Paulista/noturno)
29.11.2016.
(Revista
e alterada pelo Prof. Eduardo)
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