RAP:
a palavra empenhada
O
rap sempre foi uma expressão artística de denúncia social,
conscientização e reafirmação/empoderamento dos cidadãos marginalizados da
periferia.
A
mídia sempre retratou de forma negativa favelas e demais comunidades carentes. Espaço
de tráfico, criminalidade, miséria e degradação moral; assim as exibiu em programas que espetacularizam a violência. O rap, canto
recitado, desafiava o uníssono das mídias, já que apresentava um “olhar de dentro” ao relatar uma
realidade ocultada pela grande imprensa. Embora tenha sido acusado de fazer
apologia ao crime (mitificando bandidos como se fossem heróis), na
verdade o rap realizou desde sempre uma denúncia social e uma crítica à imensa
desigualdade socioeconômica do Brasil.
A
conscientização dos mais jovens sobre os riscos das drogas, do
ingresso no tráfico e no crime são os temas mais abordados nas
letras. Há nele um discurso pedagógico que alerta a juventude sobre as
consequências de transgredir as leis. Sabotage, um importante rapper
paulista, afirmava que “Rap é compromisso”, portanto, fiel à
realidade e empenhado em transmitir uma experiência, um saber das
“quebradas”.
Todo
“rapper” canta a sua comunidade. Reafirmar seu pertencimento a um
espaço depreciado pelos poderosos é mais que humildade, visto que o
MC aspira à transformação desta realidade. Se sua crítica social
soa violenta, é uma reação ao descaso, desprezo e omissão do
poder público aos mais desfavorecidos.
Expressão artística fundamental nos tempos em que
vivemos, o rap não deve ser, portanto, menosprezado. Atualmente, o
“Slam”, batalha de rimas improvisadas, confirma o poder artístico e pedagógico do rap, já que encanta e exalta a experiência (e resistência) dos marginalizados.
Crônica dos excluídos, ele é importante instrumento de
empoderamento do cidadão (principalmente pobre, negro e periférico). O rap, para além da música, reafirma o valor do cidadão e seu lugar na sociedade brasileira.
muito bom !!!
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