Olhos abertos às telenovelas
No Brasil, a tevê é a
principal fonte de entretenimento da população, e a telenovela, seu
“carro-chefe”. Os diferentes temas abordados em suas narrativas
frequentemente conduzem os personagens para uma generalização e
estereotipação de classes, para fins comerciais.
O cidadão brasileiro,
trabalhador das classes “B e C”, dificilmente dispõe de recursos
e principalmente de tempo para seu lazer. Desta maneira, utiliza-se
demasiadamente da televisão, fonte de entretenimento passivo,
acessível dentro de seu lar. Embora apresente-se como um passatempo
inofensivo, ela veicula o que lhe convém, minimizando a formação
crítica e pensamento individual. Há, portanto, a transmissão de
informações seletivas, que atendem aos interesses da mídia e não
dos espectadores.
A mensagem veiculada pelas
popularmente conhecidas “novelas”, por vezes, define perfis
preconceituosos para potencializar sua audiência. Percebe-se a
criação de um abismo entre o real (contextualizado) e a ficção
dogmatizadora. Perpetua-se pensamentos como: “todo pobre é
ladrão', “para ser feliz é necessário ter bens materiais
específicos”, “o bem sempre vence no final”, dentre outros.
O ser humano tende a aprender
através da contemplação. Explora-se o consumismo dos
telespectadores em prol dos patrocinadores e seus produtos. Até que
ponto é válido travestir o real, para validar o que nos é
apresentado? Somos conduzidos à alienação, cujo objetivo é
alimentar determinado nicho econômico, tornando-nos passivos em
nossos poderes de escolha.
As telenovelas sempre seguirão
o caminho do lucro, visto que são ferramentas da mídia para seu
sustento e automanutenção. Cabe a nós, espectadores críticos,
cobrar por entretenimentos que promovam o pensamento ativo,
reflexivo, diminuindo a mercantilização excessiva dos programas
televisionados. Poderemos, assim, usufruir de entretenimentos mais
proveitosos, com narrativas mais contextualizadas e dispostas a
apresentar discussões saudáveis para os diferentes temas que
permeiam a sociedade brasileira.
Vinícius S. Panuci
[Redação feita em outubro de 2015, pelo vestibulando Vinícius S. Panuci, turma do Cursinho MAXIMIZE Paulista (semi de Agosto/vespertino). Enviada por ele, foi reeditada (fiz pequenos ajustes, como o título - o original era "Telenovelas" - e outras pequenas mudanças. 22/10/15. Tema: “A obsessão do Brasil por telenovelas”]
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