quinta-feira, 22 de outubro de 2015

REDAÇÃO. TEMA: Crise hídrica em São Paulo

A última gota d’água

A grave crise hídrica paulista não pode ser exclusivamente atribuída a um fenômeno natural. Descaso político, falta de planejamento em infraestrutura, bem como o uso irracional da água são as principais causas.
Os alertas de especialistas sobre constantes estiagens a reduzir drasticamente o volume de represas e rios foram criminosamente negligenciados pela nossa administração pública. Geraldo Alckmin, então candidato à reeleição para governador, omitiu tal informação, já que isto implicaria perda de popularidade/rejeição do eleitorado. Sua irresponsabilidade produziu um colapso do Sistema Cantareira, Alto do Tietê e Guarapiranga.
Embora a SABESP seja uma estatal, ela conta com participação do capital privado. Camada de “Terra da Garoa”, a questão da falta de chuva nunca foi um problema para São Paulo; contudo, duas décadas de gestão catastrófica levaram represas até o volume morto. Politicas equivocadas que privilegiavam grandes consumidores (shopping, indústria e agronegócio), por visar ao lucro de acionistas em detrimento da população, agravaram ainda mais o problema.
Se a administração pública não só incompetente como gananciosa submeteu-se ao mercado, o uso nada racional do usuário doméstico não pode ser minimizado. A hiper-urbanização em áreas de mananciais, o desmatamento generalizado da Mata Atlântica, a poluição com esgoto e o desperdício inconsequente conduziram São Paulo à maior crise já vista no país. Há, entretanto, um aspecto positivo neste cenário: nunca fomos tão conscientes da necessidade de mudança de comportamento diante da questão da água.

A grave escassez de água em São Paulo se deve, logo, mais ao fator humano do que à natureza. É imprescindível, portanto, identificar e punir os responsáveis por prejudicar grande parcela da população, já que assim comprometeram a saúde e a economia do maior estado do Brasil. A preservação dos recursos hídricos deve ser feita estimulando nos consumidores um uso mais consciente da água. Reparos para conter perdas, punição para gastadores e mais transparência na administração impedirá que cheguemos à ultima gota.

[Redação feita coletivamente, em outubro de 2015, pela turma do Cursinho MAXIMIZE Paulista - noturno. Enviada por Pedro Passos, foi reeditada em revisada pelo professor Eduardo, em 22/10/15. Tema: “Redução da maioridade penal”]

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