O suicídio como doença social
O suicídio entre jovens é um fenômeno crescente na sociedade contemporânea. Problemas psicológicos/emocionais, fatores externos (como fracasso e “bullying”) e desarranjos bioquímicos, podem influenciar no desejo de por fim à própria vida.
A sociedade capitalista é caracterizada por mudanças frenéticas, competitividade excessiva e individualismo exacerbado. Relações mais superficiais e efêmeras isolam o indivíduo e favorecem o surgimento de distúrbios/transtornos como estresse, ansiedade, depressão, bipolaridade e comportamentos psicóticos. Embora o suicídio de jovens entre 15 e 29 anos seja a segunda causa de morte no Brasil, as campanhas para prevenir este mal não são suficientemente divulgadas.
Desigualdade social e crises econômicas colaboram para o aumento dos casos, já que o desemprego e a falta de perspectivas afetam a autoestima das vítimas. As pressões sociais ocorrem, contudo, bem mais cedo. Nas escolas, o poder aquisitivo espelhado nos tipos de bens pertencentes aos estudantes acirram as diferenças geradoras de conflitos. Além disso, a prática do “bullying” – também por diferenças culturais, raciais, físicas e/ou estéticas, – é recorrente.
Doenças psicossomáticas e outros desajustes bioquímicos, como aqueles desencadeados por alguns medicamentos – além da dependência química – são potenciais estopins para o suicídio. Falhas no sistema público de saúde, entretanto, contribuem para o aumento de casos, uma vez que raramente as vítimas são diagnosticadas e assistidas a tempo.
O fenômeno do suicídio na camada mais jovem da população é, portanto, sintoma de uma sociedade individualista e com uma alta crise de valores. Logo, é preciso exigir do Ministério da Saúde campanhas nacionais de prevenção a serem difundidas na mídia, bem como atendimento nos SUS/CAPES aos doentes. Ao MEC, cumpre fornecer diretrizes às escolas para promoção de debates a envolver pais, filhos e comunidade. Tais medidas são, portanto, fundamentais para prevenção e combate ao suicídio. Reforçar princípios como união fraternal, empatia, respeito e igualdade são a melhor estratégia de resgate para esses jovens que se sentem desamparados em tempos sombrios.
´[Revisada e reorganizada conforme modelo ENEM 2019.]
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