quinta-feira, 2 de julho de 2020

Sobre o Dia da Consciência Negra e Racismo



O youtuber Spartakus, a partir de uma famosa - e polêmica - entrevista do ator americano Morgan Freeman, monta um vídeo em que rebate os argumentos do ator para ser contra o dia da Consciência Negra nos Estados Unidos. Uma aula de contra-argumentação brilhante.

Sobre a derrubada de estátuas e ídolos do passado (Iconoclastia)

Um minidocumentário do Nerdologia História sobre Iconoclastia e um comentário/reflexão de emicida sobre o assunto.



Comentário/Reflexão de Emicida sobre a questão


Sobre Apropriação Cultural

Não é necessário concordar com tudo que ele aponta, mas muito do que diz se mostra pertinente no contexto do Brasil.



A corrida dos privilegiados.


Uma reflexão sobre a falácia da meritocracia.

terça-feira, 23 de junho de 2020

TEMAS POSSÍVEIS PARA ENEM 2021

Solidariedade em tempos de pandemia

O ressentimento dos medíocres: analisando retrocessos impulsionados pelo estridente discurso dos idiotas no sec. XXI

Desigualdade Social x Meritocracia

Enlouquecendo o algoritmo: o impacto das mudanças tecnológicas no cotidiano e no comportamento do homem.

Doença mental / Suicídio 

Ensino a distância: vantagens e desvantagens

Automatização/Robotização do trabalho

Pós-verdade

Ciência x Religião

Redes sociais e mudanças comportamentais

quarta-feira, 17 de junho de 2020

E no Brasil, vidas negras importam? de José Luis Oliveira Lima e Camila Torres Cesar

OPINIÃO

E no Brasil, vidas negras importam?
A diferença, gritante, reside na forma como cada sociedade reage


José Luis Oliveira Lima Camila Torres Cesar


A morte de George Floyd, em Minneapolis (EUA), é uma catástrofe. Não apenas por conta do absurdo da ação policial, de sufocar um homem já imobilizado até a morte, mas também pela realidade que ela escancara: quão enraizado o racismo está na sociedade norte-americana, apesar dos esforços de figuras como Rosa Parks e Martin Luther King Jr., cujas lutas nas décadas de 1950 e 1960 resultaram na promulgação da Lei dos Direitos Civis, que encerrava, ao menos no papel, um vergonhoso histórico segregacionista.

Olhar para o que ocorre hoje nos Estados Unidos nos leva a traçar um paralelo com nossa realidade. Afinal, não faltam evidências de que, tanto lá como cá, o racismo estrutural vitima milhares de vidas por ano. A diferença, gritante, reside na forma como cada sociedade reage.

Há mais de duas semanas acompanhamos, através de veículos de comunicação brasileiros e internacionais, manifestações realizadas em diversas cidades nos EUA e no mundo. Apesar de o crime contra George Floyd ter ocorrido no estado de Minnesota, milhares de pessoas continuam a marchar diariamente na Califórnia, Colorado, Nova York, Illinois, Texas e outros. A indignação é generalizada.

Por aqui, no último dia 18 de maio, João Pedro, menino de 14 anos, negro, morador do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), foi morto em uma operação policial enquanto brincava. A casa onde estava foi alvejada por mais de 70 disparos. Passado quase um mês, sua inaceitável morte é notícia antiga, objeto de uma ou outra matéria sobre o andamento das investigações.

À exclusão de manifestações do movimento negro, de raras entidades e de comunidades cariocas, não há indignação alguma. Não há cobertura midiática minimamente satisfatória de qualquer jornal ou emissora de expressão. Não há nada remotamente parecido com marchas a exigir o fim de uma política ultrajante de ataques sistemáticos, avalizados pelo Estado, contra grupos marginalizados. A verdade é que, além da família e amigos da comunidade de João Pedro, do movimento negro e de raras entidades, o resto do Brasil optou por não se indignar. E não é a primeira vez.

Menino João Pedro, 14, é morto em operação policial no RJ

O fenômeno é curioso. Ao invés de os reiterados assassinatos de jovens negros causarem um sentimento de repulsa generalizada, o que se vê é uma sociedade acostumada, conformada, acomodada. Ágatha Felix, Kauê Ribeiro dos Santos, Kauã Rozário, Kauan Peixoto, Jenifer Cilene Gomes. Cada crime não passa de um acréscimo às estatísticas. E cada vez que ignoramos essas mortes, chancelamos a falência de nosso ideal de sociedade.

As razões para os diferentes posicionamentos entre americanos e brasileiros são múltiplas, perpassam diferentes processos de escravatura e abolição, a segregação legalizada aplicada nos Estados Unidos, o mito da democracia racial que, por muito tempo, invisibilizou o papel central da raça na construção e manutenção das desigualdades brasileiras e outros fatores que não nos compete tratar agora.

Mais importante do que esses comparativos é olhar para nosso próprio quintal. A história brasileira possui ótimos exemplos de resistência negra à violência imposta —Revolta dos Malês, Quilombo dos Palmares, balaiada— e, ainda nos dias atuais, o movimento negro reivindica equidade e justiça, apesar do silêncio da sociedade e da grande mídia.

A morte de Ágatha Félix

A indignação e comoção seletiva nada mais são do que o reflexo de quais corpos, rostos e vozes nossa sociedade escolhe ouvir ou silenciar. Sempre é bom lembrar que a cada 23 minutos um jovem negro é morto no Brasil.

O reconhecimento das estruturas que nos formam e que ainda hoje se refletem em privilégios e diferentes oportunidades, bem como na violência também seletiva e direcionada, deve partir de cada um e de todos nós.

A todos aqueles que reconhecem a humanidade em cada pessoa, é passada a hora de rever posturas e se colocar como responsável pela mudança: se posicione, leia, consuma e incentive profissionais negros.

A resposta à pergunta do título dependerá, para além de palavras, de nossas ações.


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José Luis Oliveira Lima
Advogado criminalista, membro do Instituto dos Advogados de São Paulo e do Conselho do Innocence Project Brasil

Camila Torres Cesar
Advogada, membro da Comissão de Igualdade Racial da OAB-SP e mestranda em direito político e econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie

TENDÊNCIAS / DEBATES
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

[FOLHA DE SÃO PAULO - 15 de junho de 2020 - 14.jun.2020 às 23h15]

IDEIAS. Informações para aprofundar o tema das FAKE NEWS

sábado, 6 de junho de 2020

LEIA MEU TEXTO antes de ver o video de Dicas de redação de Felipe Araújo

ATENÇÃO!!! Leia antes de assistir a esse vídeo. 

Gosto bastante da iniciativa deste rapaz do Recife - FELIPE ARAÚJO, mas reconheço como problemático determinadas "dicas" que ele dá para o estudante tirar nota mil.

Sempre ensino que a redação (Enem e vestibular) se trata de um texto objetivo e técnico. Como texto técnico, um bom resultado é produto de treino e não de um "talento natural" para escrita. A dissertação tem uma natureza esquemática; contudo, o que Felipe propõe é uma armação fechada como uma moldura, ou melhor, mais parecido com aqueles modelos de "letra vazada": mantém tudo o mesmo em volta e as lacunas (ou espaços vazados) devem ser preenchidas com as palavras ou temas pedidos no respectivo ano. Algo absurdo.

Há bons apontamentos dados por ele, que se os alunos souberem se apropriar (e depois de compreendido até descartar), poderão contribuir para construção de um texto aceitável. Mas agora, vamos aos problemas.

Seu modelo resulta em uma gambiarra que não traz no final uma reflexão real sobre o tema, pois todo fundamentado em "clichês", lugares-comuns, frases feitas, observações genéricas, formuláicas.

Um corretor atento logo vai perceber a "falcatrua", já que o modelo final será produto de um estudante incapaz de escrever por si só um texto, elaborar e expressar sua visão crítica de mundo. Pior, se o corretor tiver assistido a esse vídeo, não me espantaria que ele zerasse a redação do candidato não só por plágio, mas por representar uma forma de burlar o processo legítimo de avaliar a capacidade de um estudante de compôr um texto. 

Então por que estou postando esse vídeo? Porque recebi redações feitas neste modelo (com as mesmas palavras e alusões). Ao pedir ao aluno que fizesse uma redação fora desse esquema, simplesmente ele foi incapaz de redigir um texto. É como alguém que sabe desenhar um rosto muito bem, mas só consegue desenhar o mesmo rosto, nenhum outro que se apresentar diante de si ou que vir numa foto ou revista.

Não adiante querer se autoenganar. Você precisa aprender a fazer redação pois durante todo o período na faculdade será obrigado a produzir textos dissertativos, mesmo que seu curso seja Matemática. Seu trabalho de conclusão de curso (TCC) ou tese terão que ser escritos em linguagem, forma e estrutura de texto dissertativo argumentativo. Portanto, acho perigoso um aluno apanhar uma "aula" do Felipe e achar que sabe fazer redação. Não adianta achar que de fato "está sendo esperto" enganando o corretor, quando na verdade neste "jeitinho brasileiro" está se autoiludindo. 

O mais interessante é que Felipe não precisa desse modelo. Ele próprio sabe fazer redações, tem boa leitura (de filosofia e literatura) e é capaz de fazer dezenas de variações deste modelo. Ele comete erros botando uma série de arcaísmos (expressões datadas, como "precipuamente", mister, etc) no texto (por achar "bonito"), mas definitivamente, ele não precisa mais deste modelo. Essa ideia de obrigatoriedade de citação é uma bobagem, por exemplo, pois várias redações tiraram notas mil sem citações ou dados estatísticos. Agora imagine que um corretor pegue várias redações com mesmas referências, palavras e esquemas? Resultado:  redações zeradas ou com notas baixíssimas na certa.

A didática dele é boa, o modo comoexplica as partes da redação podem ser úteis, e há várias coisas que diz são pertinentes e podem ajudar para um estudante que desconhece estrutura dissertativa, mas não vá cair na armadilha do recorta e cola e achar que vai se dar bem.




 

44 redações nota 1000 (Enem 2019) + novidades



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segunda-feira, 1 de junho de 2020

Palavras que não podem faltar numa redação argumentativa


TEMA: Uma proposta de redação do Enem PPL (Pessoas Privadas de Liberdade)


[PROPOSTA DE REDAÇÃO] Combate ao uso indiscriminado dastecnologias digitais de informação por crianças.”

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1 - O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
2 - O Texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
3 - A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.
4 - Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”.
4.2. fugir ao tema ou quando não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.


TEXTO I
     Os impactos negativos do exagero da tecnologia não ficam restritos aos aspectos comportamentais e emocionais. Há também a ameaça do sedentarismo. Uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) avaliou os hábitos de 21 voluntários com idade entre 8 e 12 anos e constatou que 14 deles não praticavam nenhuma atividade física. Na sala de aula a história também desanda. “A luz emitida pelo visor reduz a produção de melatonina, hormônio indutor do sono”, observa uma das pesquisadoras responsáveis. Sem a substância, fica difícil adormecer e há maior risco de despertar na madrugada. “O sono de má qualidade interfere na concretização das memórias e do aprendizado do dia”, aponta uma neuropediatra. [Disponível em: https://saude.abril.com.br - Acesso em: 3 de jun. 2019. (adaptado).


TEXTO II
     Riscos e benefícios das novas tecnologias para crianças 

     Segundo a Academia Americana de Pediatria (AAP), há claras evidências de que as mídias digitais contribuem substancialmente para diferentes problemas de saúde, como a obesidade e comportamentos agressivos e/ou alienados. Por outro lado, a AAP reconhece os benefícios da tecnologia na aprendizagem e nos relacionamentos sociais, a partir da interatividade possibilitada pelos diferentes dispositivos de mídia digital.
     As novas tecnologias de comunicação alteraram a forma de acesso e armazenamento da memória, pois, através de imagens, sons e movimentos apresentados nos dispositivos eletrônicos de comunicação é possível fixar conteúdos, armazenar sentimentos, aprendizagens e lembranças que não necessariamente foram vivenciadas presencialmente pelos espectadores. As mídias digitais propiciam experiências culturais através de interações diversificadas, permitindo às crianças apropriarem-se do conteúdo e da comunicação baseados em suas necessidades, motivações e interesses.
(Disponível em: 
http://blog.smp.org.br - Acesso em: 3 jun. 2019 (adaptado)


PROPOSTA DE REDAÇÃO

     A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Combate ao uso indiscriminado das tecnologias digitais de informação por crianças”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.



REDAÇÃO FEITA COMPLETA CLIQUE AQUI. 





sexta-feira, 1 de maio de 2020

Redação completa: Não é brinquedo não

        O advento da internet, no século XX, alterou profundamente o modo como as sociedades interagem; e já impacta o homem desde a infância. Se por um lado representou um acesso ímpar à informação, – com reflexos nas formas de entretenimento, comunicação e aprendizagem, – por outro, o uso indiscriminado das tecnologias digitais pelas crianças precisa ser combatido pelos malefícios que lhes acarreta.
       As tecnologias digitais de informação se tornaram instrumentos cotidianos. Celulares compactos, com telas “touch”, logo se converteram em objetos do desejo também das crianças. Assim, pais lhes presentearam com um aparelho que também lhes servia para comunicar, monitorar e controlar os filhos a distancia. O uso desenfreado para jogos, vídeos, fotos e diversão, além de acesso às redes sociais, por longas horas e sem qualquer mediação, aumentou. Muitos pais inventaram, posteriormente, novo uso para o aparelho: o de “babás eletrônicas” para distração das “crias elétricas’, ávidas por brincar, correr e interagir, ou seja, serem crianças. Por isso, o aumento da insônia, da desatenção às atividades e interações presenciais – além da miopia – caracterizam a geração “polegarzinha”, aquela de dedos frenéticos no teclado e olhar mesmerizado no visor eletrônico.
     Segundo o filósofo canadense Marshall McLuhan: “Os homens criam as ferramentas. As ferramentas recriam os homens.” Tal efeito se comprova no aumento da obesidade entre crianças, já que o sedentarismo e distúrbios do sono (o brilho da tela interfere no hormônio indutor) são alguns danos resultantes do vício em eletrônicos. Embora conectados, alguns se isolam concretamente dos pais enquanto muito se expõem nas redes. Ademais, não raro, crianças são assediadas na rede por desconhecidos, sofrem e praticam “cyberbullying”, têm acesso livre à pornografia e a discursos de ódio que tornam alguns mais agressivos, indiferentes e alienados. Apesar de tamanhos riscos, poucos pais se atentam a isso, visto que a presença na casa mascara distanciamento e crescente desconexão com os pais. 
      Estudos recentes da Academia Americana de Pediatria (AAP) tratam do impacto positivo das tecnologias digitais na educação. De acordo com a AAP, elas não só “auxiliariam na fixação de conteúdo, lembranças e sentimentos não vivenciadas presencialmente”, como também nas trocas culturais e interações humanas. O rico acervo científico, cultural e artístico da internet, e a possibilidade de aulas “online” (e cursos de Educação a distância) fazem dela uma ferramenta pedagógica única. Entretanto, na mesma proporção que espelha o melhor no mundo, sem mediação de adultos responsáveis, deixa as crianças  tanto expostas quanto vulneráveis a males com os quais não podem, nem devem, lidar.
     Em suma, as mudanças impulsionadas pelas tecnologias digitais são irreversíveis. Embora não seja possível medir todo seu impacto no comportamento humano, não há como discordar de Marshall MacLuhan estava certo: ela recria o homem. Por isso, é imprescindível o combate ao seu uso irrestrito pelas crianças, já que são explícitos, hoje, seus danos físicos, emocionais e cognitivos a elas. Urge, portanto, que o Ministério da Educação promova campanhas nas escolas e na mídia voltadas principalmente aos pais, a fim de alertá-los sobre os malefícios para saúde física e psicológica de crianças hiperconectadas. Uma estratégia é promover palestras com psicopedagogos para conscientizá-los da importância de limitar as horas de “navegação” dos filhos e ficar atentos às suas interações: ao que assistem, com quem falam, como se mostram, a quais riscos se expõem. Cabe, igualmente, ao Ministério das Telecomunicações, fiscalizar e exigir a observância de empresas - como Facebook e Twitter - às normas do Marco Civil da Internet que garante a proteção contra práticas abusivas do comércio, publicidade infantil e crimes virtuais. Mas é de fato das famílias a responsabilidade de manter seguras as crianças de perigos na internet (como “cyberbullying”, sites de propagação de ódio, pornografia, pedofilia e abusadores) e educa-las criticamente para que cresçam sabendo usá-la de modo responsável e cidadão, não como brinquedo. 




[PROPOSTA DE REDAÇÃO. A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Combate ao uso indiscriminado das tecnologias digitais de informação por crianças”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.]



           

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Sobre a Conclusão e a Intervenção na redação do Enem

A conclusão da dissertação do Enem exige intervenção com solução concreta e detalhada para o problema, tudo em conformidade com os direitos humanos. Portanto, ela será obrigatoriamente mais longa e desenvolvida do que as conclusões de textos de outros concursos.



          Em suma, a manipulação comportamental pelo uso de dados é um complexo desafio hodierno e precisa ser combatida. Dessarte, [QUEM] as instituições escolares – responsáveis por estimular o pensamento crítico na população – [O QUE] devem buscar fortalecer a capacidade de julgamento e posicionamento racional nos jovens. [COMO] Isso pode ser feito por meio de palestras, aulas e distribuição de materiais didáticos sobre a filosofia criticista e sociologia, [PARA1] visando aprimorar o raciocínio autônomo livre de influências. Em paralelo, [QUEM2] as grandes redes sociais, interessadas na plenitude de seus usuários, precisam [O QUE2] restringir o uso indevido de dados privilegiados. Tal ação é viável [COMO2] por intermédio da restrição do acesso, [QUEM3] por parte de entidades políticas, [O QUE3] aos algoritmos e informações privadas de preferências pessoais, [PARA2] objetivando proteger a privacidade do indivíduo e o exercício da democracia plena. [QUAL RESULTADO] Desse modo, atenuar-se-á, em médio e longo prazo, o impacto nocivo do controle comportamental moderno, e a sociedade alcançará o estágio da maioridade kantiana.



terça-feira, 31 de março de 2020

Temas de Redação na FUVEST (Sintetizados)


Fuvest 1990 – Ter opinião
Fuvest 1991 – Cesta Básica
Fuvest 1992 – Vestibular justo/injusto
Fuvest 1993 – Regras sociais
Fuvest 1994 – Democratização dos meios de comunicação
Fuvest 1995 – Cultura de massa
Fuvest 1996 – Ciência e mito
Fuvest 1997 – Escrita (as dificuldades da escrita)
Fuvest 1998 – O inferno são os outros
Fuvest 1999 – Julgamento da própria geração
Fuvest 2000 – Estrangeirismo na Língua Portuguesa
Fuvest 2001 – Neonazismo
Fuvest 2002 – Julgamento da geração passada
Fuvest 2003 – Autoestima do brasileiro
Fuvest 2004 – Passado, presente, futuro
Fuvest 2005 – Controles sociais
Fuvest 2006 – Trabalho
Fuvest 2007 – Amizade
Fuvest 2008 – Vigilância epistêmica
Fuvest 2009 – Fronteiras
Fuvest 2010 – Mundo por imagens
Fuvest 2011 – Altruísmo
Fuvest 2012 – Participação política
Fuvest 2013 – Consumismo
Fuvest 2014 – Idosos
Fuvest 2015 – Camarotização
Fuvest 2016 – Utopia
Fuvest 2017 – Menoridade do homem
Fuvest 2018 – Limites para a arte
Fuvest 2019 – Passado/ presente

Uma conclusão para o tema A importância da História.

 Que futuro terá um povo que abdica às referências, tradições, cânones e experiências de gerações passadas? O passado é memória ativa e, portanto, base que sustenta nossas tomadas de decisão e ações sobre o mundo. Urge, assim, valorizar as ciências humanas, cobrando dos nossos governantes maior investimento em universidades, museus, memoriais, arquivos e patrimônios históricos. Difundir a História com exposições e livros entre os jovens são formas de resistência ao utilitarismo vulgar dos poderosos que desejam deturpá-la ou apagá-la em benefício próprio. A História não é descartável, perdê-la é esquecer quem somos. Por isso devemos mantê-la viva, combater revisionismos mentirosos que a deturpam e resgatar do esquecimento relíquias soterradas em escombros, verdades ocultadas de nós: a memória de povos silenciados pelo vitória dos poderosos.

segunda-feira, 30 de março de 2020

12 ÚLTIMOS TEMAS DA FUVEST

Observe que os temas solicitam uma reflexão crítica e não a solução de um problema objetivo. Por conta disso, a conclusão não carece de intervenção prática (como no Enem), deve trazer um posicionamento claro do candidato em relação ao tema. Esse deve apontar saídas para conflitos, impasses e contradições de natureza social, política e/ou ontológica. A sugestão de resolução mais ou menos pragmática visa a  identificar o candidato consciente de si, de sua responsabilidade como indivíduo e ator social diante do mundo contemporâneo em crise.   


2019 – A importância do passado para a compreensão do presente
2018 – Devem existir limites para a arte?
2017 – O homem saiu de sua menoridade?
2016 – As utopias: indispensáveis, inúteis ou nocivas?
2015 – “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia
2014 – Envelhecimento da população
2013 – Consumismo
2012 – Participação política: indispensável ou superada?
2011 – O altruísmo e o pensamento a longo prazo ainda têm lugar no mundo contemporâneo?
2010 – Imagem e realidade
2009 – Fronteiras
2008 – Mundo digital

sábado, 28 de março de 2020

Internet e brincadeira de criança

O advento da internet, no século XX, alterou profundamente o modo como as sociedades interagem; e já impacta o homem desde a infância. Se por um lado representou um acesso ímpar à informação, - com reflexos nas formas de entretenimento, comunicação e aprendizagem, - por outro, o uso indiscriminado das tecnologias digitais pelas crianças precisa ser combatido pelos malefícios que lhes acarreta.
          As tecnologias digitais de informação se tornaram instrumentos cotidianos. Celulares compactos, com telas “touch”, logo se converteram em objetos do desejo também das crianças. Assim, pais lhes presentearam com um aparelho que também lhes servia para comunicar, monitorar e controlar os filhos a distancia. O uso desenfreado para jogos, vídeos, fotos e diversão, além de acesso às redes sociais, por longas horas e sem qualquer mediação, aumentou. Muitos pais inventaram, posteriormente, novo uso para o aparelho: o de “babás eletrônicas” para distração das “crias elétricas’, ávidas por brincar, correr e interagir, ou seja, serem crianças. Por isso, o aumento da insônia, da desatenção às atividades e interações presenciais – além da miopia - caracterizam a geração “polegarzinha”, aquela de dedos frenéticos no teclado e olhar mesmerizado no visor eletrônico.

           Segundo o filósofo canadense Marshall McLuhan: “Os homens criam as ferramentas. As ferramentas recriam os homens.” Tal efeito se comprova no aumento da obesidade entre crianças, já que o sedentarismo e distúrbios do sono (o brilho da tela interfere no hormônio indutor) são alguns danos resultantes do vício em eletrônicos. Embora conectados, alguns se isolam concretamente dos pais enquanto muito se expõem nas redes. Ademais, não raro, crianças são assediadas na rede por desconhecidos, sofrem e praticam “cyberbullying”, têm acesso livre à pornografia e a discursos de ódio que tornam alguns mais agressivos, indiferentes e alienados. Apesar de tamanhos riscos, poucos pais se atentam a isso, visto que a presença na casa mascara distanciamento e crescente desconexão com os pais. 

•Estudos recentes da Academia Americana de Pediatria (AAP) tratam do impacto positivo das tecnologias digitais na educação. De acordo com a AAP, elas não só “auxiliariam na fixação de conteúdo, lembranças e sentimentos não vivenciadas presencialmente”, como também nas trocas culturais e interações humanas. O rico acervo científico, cultural e artístico da internet, e a possibilidade de aulas “online” (e cursos de Educação a distância) fazem dela uma ferramenta pedagógica única. Entretanto, na mesma proporção que espelha o melhor no mundo, sem mediação de adultos responsáveis, deixa tanto expostas quanto vulneráveis as crianças a males com os quais não podem, nem devem, lidar.

       Em suma, as mudanças impulsionadas pelas tecnologias digitais são irreversíveis. Embora não seja possível medir todo seu impacto no comportamento humano, não há como discordar de MacLuhan: ela recria o homem. Por isso, é imprescindível o combate ao seu uso irrestrito pelas crianças, já que são explícitos, hoje, os danos que lhes causa. Urge, portanto, que o Ministério da Educação promova campanhas nas escolas e na mídia voltadas principalmente aos pais, a fim de alertá-los sobre os malefícios para saúde física e psicológica de crianças hiperconectadas. Uma estratégia é promover palestras com psicopedagogos para conscientizá-los da importância de limitar as horas de “navegação” dos filhos e atenção às suas interações: ao que assistem, com quem falam, como se mostram.. Cabe, igualmente, ao Ministério das Telecomunicações, fiscalizar e exigir a observância de empresas - como Facebook e Twitter - às normas do Marco Civil da Internet que garante a proteção contra práticas abusivas do comércio, publicidade infantil e crimes virtuais. Mas é de fato das famílias a responsabilidade de manter seguras as crianças de perigos na internet (como “cyberbullying”, sites de propagação de ódio, pornografia, pedofilia e abusadores) e educa-las criticamente para que cresçam sabendo usa-la de modo responsável e cidadão, não como brinquedo. 

terça-feira, 24 de março de 2020

TEMA: Desigualdade social no Brasil (precisa de revisão)

     A exclusão social é uma das marcas da sociedade brasileira, já que essa é caracterizada pela extrema concentração de renda, baixa mobilidade social e uma predatória exploração dos ricos sobre os mais pobres.

     Desde o modelo de Capitanias Hereditárias e sesmarias concedidas no período da colonização portuguesa, até os grandes latifúndios concedidos pelo Estado atualmente ao agronegócio, o modelo exploratório brasileiro sempre concentrou terras e concentrou, consequentemente, o poder nas mãos de poucos. Embora a escravidão tenha sido abolida, as relações entre senhores e servos se atualizaram no século XXI, visto que a classe trabalhadora, carente de garantias fundamentais, encontra-se cada vez mais submetida à vontade de umas poucas empresas/patrões.

     Há uma reduzida transição entre as classes econômicas no país, posto que o capital se concentra (é conservado) por uma elite dominante que não "abre mão" de seus privilégios. A exorbitante disparidade salarial entre profissões, mesmo com nível superior, é vista como natural. Um médico e uma enfermeira mesmo que atuantes numa mesma áreas (a Saúde), jamais residiriam num mesmo edifício ou bairro, posto que o desnível de renda é prestígio é absoluto.

     A subalternidade e a pobreza não só andam juntas, mas também são complementares já que compõem o círculo de miséria e violação de direitos. Sendo assim, o instinto de sobrevivência faz com que os mais pobres se submetam às condições mais degradantes de vida.  Isso , portanto, leva-os a aceitarem com resignação, a diversas formas de controle e exploração social impostas pelos donos do poder e da propriedade.

     Estigma social brasileiro, a desigualdade e a concentração de renda dos mais ricos são, portanto, responsáveis pelo subdesenvolvimento da nação. É preciso que o Estado crie políticas de combate à pobreza ou que aprimore as existentes (Bolsa Família, Gás para todos etc). A taxação das grandes fortunas e o combate à desvios/corrupção permitiram uma repartição e aplicação mais justa dos recursos. Mas urge uma nova regulamentação do trabalho que recupere direitos e impeça sua "uberização.“ Essas são, portanto. medidas governamentais que garantirão um pais mais democrático e menos desigual para todos.



sábado, 7 de março de 2020

LINGUAGEM. Classificação doa advérbios

Classificação dos Advérbios

De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio pode ser de:
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, , detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, embaixo, externamente, a distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.
Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, dantes, depoisainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamaisagorasempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Modo: bemmalassim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em "-mente": calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente, generosamente.
Afirmação: simcertamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Negação: nãonem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçátalvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, extremamenteintensamentegrandemente, bem (quando aplicado a propriedades graduáveis).
Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente.
Por exemplo: Brando, o vento apenas move a copa das árvores.
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a adolescência.
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente.
Por exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus amigos por comparecerem à festa.
Saiba que:
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se ao advérbio o mais ou o menos.
Por exemplo:
Ficarei o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos tarde possível.
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, em geral sufixamos apenas o último:
Por exemplo:
O aluno respondeu calma e respeitosamente.
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido
Há palavras como muito, bastante, etc. que podem aparecer como advérbio e como pronome indefinido.
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro advérbio e não sofre flexões. Por exemplo:
Eu corri muito.
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e sofre flexões. Por exemplo:
Eu corri muitos quilômetros.

Advérbios Interrogativos

São as palavras: ondeaondedondequandocomopor que? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja:
Interrogação DiretaInterrogação Indireta
Como aprendeu?Perguntei como aprendeu.
Onde mora?Indaguei onde morava.
Por que choras?Não sei por que choras.
Aonde vai?Perguntei aonde ia.
Donde vens?Pergunto donde vens.
Quando voltas?Pergunto quando voltas.

LINGUAGEM. Concordância nominal

Normas Gramaticais

Concordância nominal

A regra geral de concordância nominal estabelece que os determinantes (adjetivo, pronome adjetivo, artigo, numeral) concordam em número e gênero com o determinado (substantivo ou pronome) a que se referem.
A seguir, estão elencados alguns casos especiais. Para explicações completas, consulte gramáticas.

Alerta
  • Quando a palavra alerta é empregada como advérbio (no sentido de em estado de prontidãoatentamente), permanece invariável.
Exemplos:
Os guardas vigiavam alerta o portão principal.
A menina esperava alerta pela chegada dos pais.
As pessoas aguardavam alerta o resultado das eleições.
  • Quando a palavra alerta é empregada como adjetivo (no sentido de atentovigilante), concorda com o termo ao qual se refere.
Exemplos:
Eram guardas alertas.
As pessoas alertas não deixam passar boas oportunidades.

Anexo / Apenso / Leso / Incluso / Mesmo / Obrigado / Próprio / Quite
São palavras adjetivas; concordam, portanto, em gênero e número, com os nomes a que se referem.
Exemplos:
Segue anexo livro.
Seguem anexas as provas dos alunos.

procuração está apensa aos autos.
Os atestados estão apensos ao processo.

Cometeu um crime de lesa-pátria.
Perpetuou atos de lesos-sentimentos.

O novo parágrafo foi incluso no texto.
As provas estão inclusas na pasta.

Ela mesma falou.
Eles mesmos falaram.

Muito obrigada, disse ela.
Muito obrigados, disseram eles.

própria pesquisadora cancelou o experimento.
Eles próprios chegaram atrasados ao evento.

Estou quite com os meus credores.
Eles estão quites com o serviço militar.

Barato / Caro
  • Quando empregadas como advérbios, as palavras barato caro são invariáveis.
Exemplos:
Vendeu barato as duas casas.
As joias custam caro.
  • Quando empregadas como adjetivo, as palavras barato caro concordam, em gênero e número, com o nome a que se referem.
Exemplos:
Comprou roupas baratas.
As joias estão caras.

Bastante / Bastantes
  • Quando é advérbio, ou seja, modifica adjetivo, verbo ou outro advérbio, a palavra bastante é invariável. Nesse caso, tem o sentido de muitosuficientemente.
Exemplos:
Suas opiniões são bastante discutíveis.
Falaram bastante do assunto.
Ele escrevia bastante bem.
  • Quando é adjetivo (tem o sentido de suficiente), a palavra bastante é variável. Nesse caso, concorda em número com o nome a que se refere (pronome ou substantivo).
Exemplos:
Havia provas bastantes (= suficientes) do crime.
Eles eram bastantes (= suficientes) para terminar a empreitada.

É necessário / É preciso / É proibido / É bom / É permitido
Para locuções do tipo é necessário, é precisoé proibidoé bomé permitido, há duas construções possíveis:
  • A expressão se mantém invariável se o sujeito não estiver precedido de artigo ou qualquer outro modificador.
Exemplos:
É necessário organização.
É preciso cautela.
É proibido entrada de estranhos ao serviço.
É bom comida caseira.
É permitido proteína no café da manhã.
  • A expressão varia, concordando com o artigo ou com qualquer outro modificador a que se refira.
Exemplos:
É necessária muita água para regar aquelas plantas.
Eram precisos cinco homens para erguer a escada.
É proibida entrada de cães.
Eram boas aquelas cervejas vendidas no bar da esquina.
Não são permitidas várias conexões a um servidor.

Menos
A palavra menos é sempre invariável. Portanto, jamais será flexionada em gênero ou número.
Exemplos:
Há menos pessoas do que o previsto. (CERTO)
Há menas pessoas do que o previsto. (ERRADO)

Como são pessoas menos educadas, é melhor instruí-las bem. (CERTO)
Como são pessoas menas educadas, é melhor instruí-las bem. (ERRADO)

Milhar, milhão, bilhão, etc.
  • Milhar milhão, assim como bilhãotrilhão e assim por diante, são substantivos masculinos. Portanto, seus modificadores (artigos, pronomes, adjetivos e numerais) devem concordar, em gênero e número, com os substantivos milhãobilhão, etc.
Exemplos:
Uns 3 milhões de produtores esperam as novas medidas do governo.
Os milhares de brasileiras torcem pelos atletas nas competições mundiais.
O país, cujos milhões de pessoas desabrigadas esperam por ajuda, está em crise.
Entre os 15 milhões de crianças brasileiras, apenas 2 milhões receberam educação adequada.
Observação: Números menores do que dois exigem as palavras milhãobilhãotrilhão no singular.
Exemplos:
A presença de 1,1 milhão de pessoas animou os organizadores do evento.
A dívida chegou a de 1,4 bilhão de dólares.
O PIB semestral de 1,9 trilhão de reais revelou o crescimento econômico do país.
Para concordância verbal nesses casos, veja aba Concordância Verbal.
Para uso de numerais, veja aba Numeral.

  • Mil é numeral. Pode, portanto, funcionar como um modificador de um substantivo. Nesse caso, o numeral mil pode ser acompanhado de outros modificadores (por exemplo, outros numerais, artigos e pronomes), que devem concordar em gênero e número com o substantivo que está sendo modificado.
Exemplos:
Dois mil candidatos compareceram às urnas.
Duas mil pessoas estavam no local do acidente.
As mil e uma noites vividas no castelo foram inesquecíveis.
Os mil e cinco dias vividos na prisão foram terríveis.

Possível
A palavra possível, nas expressões o mais possívelo menos possívelo melhor possívelo pior possível, tanto no singular quanto no plural, concorda com o artigo.
Exemplos:
Olhos mais belos possível.
Olhos os mais belos possíveis.

Quanto possível
A expressão quanto possível é invariável.
Exemplo:
Reunirei tantos alunos quanto possível.

Só / Sós
  • Só (no sentido de sozinho) é um adjetivo e concorda, em número, com o nome a que se refere.
Exemplos:
Não deixe seu filho só (= sozinho).
Essas qualidades por si sós justificam a sua contratação.
Sós, os deputados não mudam as leis.
• Só (no sentido de somente) é um advérbio; portanto não varia.
Exemplo:
Só (= somente) eles não concordam.

Adjetivos compostos com hífen

Como regra geral, nos adjetivos compostos, somente o último elemento varia, tanto em gênero quanto em número.
Exemplos:
Ontem, se apresentaram cantores norte-americanos.
As questões econômico-financeiras foram abordadas pelo palestrante.
A publicação abordou os fatores histórico-culturais.
Ao fim do evento, foram assinados acordos luso-franco-brasileiros.
Visitei clínicas médico-cirúrgicas.
O governo está tentando fechar acordos político-econômicos.
Observação: Flexionam-se os dois componentes de surdo-mudo.
Exemplos:
Os meninos surdos-mudos foram recebidos pela professora.
A situação das crianças surdas-mudas é preocupante.

Adjetivos compostos designativos de cor
  • Flexiona-se o segundo elemento quando os dois termos são adjetivos.
Exemplos:
Ela tem cabelos castanho-escuros.
Comprei dois vestidos azul-claros.
Os torcedores usavam blusas verde-amarelas.
A casca do fruto tem tonalidade vermelho-roxa.
Navegamos nas águas verde-azuladas do rio.
O entardecer pintou o céu de tons amarelo-alaranjados.
  • Mantém-se invariável o composto quando um dos elementos é uma cor derivada de um substantivo (por exemplo: laranja, cinza, rosa, violeta, chumbo, gelo, oliva, areia, ouro, musgo, creme, vinho, etc.).
Exemplos:
As camisas verde-musgo combinam com aquele casaco.
Ela cria canários amarelo-ouro.
Os ternos cinza-chumbo dos meninos chamaram a atenção na cerimônia.
As clientes preferem blusas violeta-escuro.
Os tons rosa-claro da decoração chamaram a atenção do público.
Foram confeccionados uniformes verde-oliva.
Os campeões de venda são sapatos marrom-café.
cor cinza-escuro é sóbria.
Observação 1: As cores azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis.
Exemplos:
Os ternos azul-marinho foram vendidos rapidamente.
A capa do livro tinha tons azul-celeste.
Observação 2: Ficam invariáveis as locuções adjetivas formadas por cor + de + substantivo.
Exemplos:
Os vestidos cor-de-rosa estão em liquidação.
Ela tem olhos cor de safira.
Comprei sapatos cor de café.
Observação 3: O plural de infravermelho é infravermelhos. Já ultravioleta é invariável.
Exemplo:
Os raios ultravioleta infravermelhos são necessários à vida.
Observação 4: Quando os adjetivos (simples ou compostos) designativos de cor são empregados como substantivos, assumem o gênero masculino e seguem a regra de plural dos substantivos compostos.
Exemplos:
O azul-turquesa é minha cor favorita.
Não me agrada o vermelho-claro.
Os verdes-escuros e os azuis mesclavam-se com tons mais claros.
Os amarelos-canários (ou amarelos-canário) de todos os vestidos se sobrepunham às demais tonalidades ali presentes.
Observação 5: Quando há uma sequência de adjetivo composto + adjetivo simples, o adjetivo composto varia ou não (de acordo com as regras já descritas anteriormente), e o adjetivo simples sempre concorda (em gênero e em número) com o substantivo ao qual se refere.
Exemplos:
Devemos separar as garrafas azul-claras transparentes.
As mais belas são as garrafas rosa-escuro transparentes.
Prefiro móveis castanho-escuros foscos.
Coloque na vitrine os móveis marrom-café foscos.
As amostras foram armazenadas nas latas verde-claras metálicas.
As blusas laranja-claro metálicas estão na moda.
Para uso de hífen em adjetivos compostos de cor, ver aba Hífen.

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