No filme "O diabo veste prada", uma jovem jornalista terminar por empregar-se em uma grande revista comandada por uma chefe tirânica. Constantemente humillhada, no desfecho, ela abre mão do emprego para manter-se fiel aos seus valores e convicções. O assédio moral retratado no longa é bastante frequente nos dias atuais, já que muitos, por necessidade, precisam se submeter a ofícios degradantes, ordens e normas injustas, tantas vezes sem ter a percepção de tais abusos.
De acordo com o Data News, o índice de desemprego no Brasil em 2021 está em torno de 14%. Isso faz com que a concorrência aumente e concomitantemente o temor de ser dispensado. Dessa forma, é comum diversos empregadores tornarem-se mais exigentes, controladores e autoritários, em um nível que beira o ditatorial. Horas-extras não remuneradas, atividades extracargo e estagnação salarial são exemplos de práticas abusivas adotadas por empregadores e que minam a confiança e a saúde dos funcionários.
Embora exigências e metas visem à maior produtividade, quando se torna assédio, desencadeia problemas nas relações interpessoais. Ameaçados e acuados, os funcionários passam a render menos. Se a agressão e o constrangimento são instrumentos utilizados por chefes maquiavélicos para exercer maior controle, terminam por comprometer a saúde mental dos funcionários. Estresse, bloqueio criativo, desânimo, angústia, pânico e transtornos como "Burn out" (esgotamento nervoso) são as consequências de tais práticas.
O assédio moral, tão frequente em sociedades capitalistas, por seu poder de degradação das relações de trabalho, precisa ser entendido, portanto, como um problema social. Cabe ao Ministério do Trabalho garantir a aplicação da lei n°4742, do Código Penal (contra o assédio), por meio de fiscalização e implantação de um programa de denúncias anônimas, a fim de proteger as vítimas de sanções e represálias. A normatização de diretrizes comportamentais internas é fundamental para um ambiente profissional saudável, logo, precisam ser bem definidas nas empresas e difundidas por meio de palestras, panfletos, com espaços para denúncias, investigações e punições àqueles que infrigirem as normas de civilidade e respeito no trabalho.
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