sexta-feira, 25 de novembro de 2022

REDAÇÃO. Redação nota máxima na Unesp. (28 pontos de 100 total da prova)

 



Alguém dirigindo um carro 

                                                                               
Ao imaginarmos alguém fumando um cigarro, muito provavelmente uma imagem negativa iria preencher nossa mente. Essa experiência imaginativa seria interessante se pudesse ser realizada, hoje, com pessoas que viveram há algumas décadas; afinal, agora a consciência acerca dos males do fumo são inquestionáveis; no entanto, o hábito de fumar já foi bastante encorajado. Mas, e se fôssemos além? Alguns vícios contemporâneos poderão nos causar, no futuro  sensações semelhantes àquelas causadas pelo cigarro hoje. Sob esse raciocínio, voltemos à época das Vanguardas Europeias, mais precisamente para o Futurismo: velocidade, movimento, máquinas. O carro reúne essa dinâmica valorizada por esse movimento artístico do século XX e tem sido até agora, um importante objeto de desejo. Apesar disso, a Postura do Poder Público e da sociedade progride no caminho contrário: mais cedo ou mais tarde o carro será o novo cigarro -- antes tão valorizado, agora cada vez mais recusado e substituído.

Nesse contexto o Poder Público é um grande interessado em dar aos carros o "status" do cigarro. Oe cigarro. O trânsito ocasionado pelo excesso desse meio de transporte e a quantidade preocupante de gases estufa que ele libera são fatores determinantes para que os automóveis sejam vistos de uma forma negativa. Dessa maneira, medidas como a extensão de ciclovias e faixas de ônibus foram implementadas como tentativa de melhorar a mobilidade urbana e reduzir os impactos causados pelo uso do carro. Desse modo, é possível observar o esforço das autoridades para conter o uso desses veículos por meio de ações públicas que podem ser comparadas àquelas realizadas para redução do consumo de cigarro, como por exemplo a proibição do fumo em locais fechados. Assim, do ponto de vista das autoridades governamentais, o uso do carro se reduzirá bem como o do cigarro.

Além disso, a sociedade também tem tomado posições de modo a diminuir a utilização dos automóveis. Essa situação ficou  evidente, por exemplo, na compra de  apartamentos  em diversas localidades da cidade de São Paulo. Os apartamentos que não possuíam vagas de garagem foram os primeiros a serem vendidos e os compradores foram categóricos: as despesas geradas pelos veículos, o tempo perdido no trânsito e os fatores ambientais fazem dos carros um mal desnecessário. Tal raciocínio comprova que, assim como no caso do consumo do cigarro, antes visto como algo elegante e, hoje, rejeitado por grande parte das pessoas, o carro tende a ter o mesmo destino.                                            

 Ao analisar a mudança nos hábitos da sociedade ao longo do tempo, portanto, é possível observar que a postura da população frente à utilização de automóveis e à prática de fumar se assemelham. As autoridades e a sociedade têm tornado atitudes de modo a reduzir o uso dos carros na intenção de melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. Assim, ao imaginarmos alguém fumando um cigarro ou dirigindo um carro, no futuro, a mesma imagem negativa preencheria nossa mente.

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INTERPRETAÇÃO. O sentido literal