quinta-feira, 29 de outubro de 2015

IDEIAS. Charge de Laerte sobre padronização do conceito de família


Laerte costuma ser genial. A família é uma forma, um padrão, um clichê, e a pessoas, por mais diferente e díspares, precisam se "moldar" nessa "forma", importa por um grupo austero, sem colorido, diferente do estado natural das pessoas. Um comentário ao estatuto da família que estabeleceu a normatividade heterossexual, burguesa e cristã, como forma de expressão única da configuração familiar no país. E embora isto não seja real, pois há várias formas possíveis de família, tal imposição implica em perda de direitos para uma grande parcela da população do Brasil. 

IDEIAS. Dados estatísticos sobre estupro no Brasil


De modo estatístico, bastante objetivo e denotativo, os dados levam a uma conclusão: "A Educação precisa abordar o machismo e as questões de gênero".

IDEIAS. Charge Motoristas vs. Ciclistas


As contradições do sujeito que veste-se com a camisa do Brasil e convoca outros cidadãos com megafone para ir à rua, mas que "proprietário" de carro, acredita que a rua só a ele pertença e impõe seu privilégio diante dos ciclistas. A ironia surge da contradição de ações do sujeito, também pontua a hipocrisia de quem defende aquilo que lhe apraz, mas não entende o sentido de rua (espaço coletivo) como direito a todos. Aliás, a palavra "rua" adquire sentidos diferentes nos dois quadrinhos, uma como sentido de "exercício de manifestar-se no espaço público" e o outro, literal, a rua onde veículos e carros são - antagonista - já que a implantação de ciclovias no Brasil está atiçando a intolerância entre motoristas e ciclistas. 

IDEIAS. Charge sobre a escola


O mundo interno - em preto e branco - da sala de aula, onde crianças se encontram subjugadas, presas à cadeira, impedis de olhar para os lados, e com um aparato que insere ideias/teses determinadas e padronizadas (todos possuem o mesmo aparato) está em confronto com o mundo externo, indicado pela janela sem grade, em que o mundo é colorido, amplo e natural, aberto às possibilidades. Os balões de diálogo tratam de reforçar a mensagem, mas num viés de engajamento político, contrastando a ideia de que não há neutralidade no processo educacional, já que a escola é por si um processo de doutrinação. A garota na janela seria subversiva, já que não afeita ao comportamento padrão e aspiraria a uma liberdade que está além do espaço escolar e dos paradigmas dados/impostos. Mas interessante entender que o próprio quadrinho apresenta também um engajamento, um viés ideológico que não havia no texto original.



- Afaste-se da janela! Você não quer ser uma criança atrasada (em relação ao aprendizado dos amigos), quer?
- Soa bem para mim!

LINGUAGEM. Usando o linguagem para desarmar discursos hipócritas


O texto é predominantemente denotativo, e focaliza o sentido e a precisão dos termos empregados por aqueles que a usam contra a "despenalização do aborto" (observe-se que no próprio texto não usa mais o termo "legalização"). Há algo de ironia (ainda que sutil) no texto, já que aponta um comportamento hipócrita daqueles que são "Pró-nascimento" (ou seja, contra práticas abortivas), mas que não são pró-vida, visto que esta se estende para além do momento da concepção e do parto. 

IDEIAS. Foto, mensagem e ironia em torno da ação repressora da polícia/Estado


O discurso irônico é produto do contraste entre o texto que afirma "Enquanto muitos ofendem a PM, ela está ajudando esse jovem com um cisco no olho" e a imagem, de vários policiais segurando com violência um homem e aplicando gás de pimenta em seus olhos. A contundência da imagem (sua violência) é reforçada pela ironia que mostra a brutal repressão policial aplicada à manifestantes. 

IDEIAS. Charge sobre gays


O humor consiste em talheres (O garfo e A faca), palavras que possuem gêneros bem marcados pelo artigo, questionarem um par de hashi (utilitários de alimentação na cultura japonesa/chinesa, pauzinhos idênticos) à maneira que casais heterossexuais fazem a casais gays, de quem ocupa o papel de "homem" da relação. 

IDEIAS. Quadro sinóptico sobre questão de gênero


IDEIAS. Artigo sobre Feminismo no ENEM


O ódio que o feminismo provoca em muitas pessoas é impressionante. E diz muito sobre a sociedade em que vivemos. Neste fim de semana, as provas do Enem voltaram a causar chiadeira de quem acha que o MEC usa a educação para doutrinar alunos. Tinha duplamente a ver com o feminismo.

Primeiro, uma das questões de Ciências Humanas usava um trecho de “O segundo sexo”, de Simone de Beauvoir. Citava-se o trecho inicial clássico em que a filósofa diz que ninguém “nasce mulher”. A discussão é fascinante: ela defende que as mulheres são o que são na sociedade não por questões biológicas inerentes, mas sim porque o mundo as trata de determinada maneira.

Já seria tolice infinita dizer que usar um clássico na prova era doutrinação. Mas é pior: a pergunta não pedia para que se concordasse sobre o texto, nem para que se discorresse sobre ele, nem nada. Queria apenas que o sujeito fosse capaz de identificar o texto com uma corrente de pensamento. Com o feminismo. A questão era só isso.

Era como colocar um texto de Adam Smith e pedir que se identificasse aquilo com o capitalismo. Ou de Marx e exigir que se soubesse que aquilo tem a ver com comunismo. Ou falar de Martin Luther King e perguntar se aquilo tinha ou não relação com os direitos dos negros. Não se pode fazer isso?

O tema da redação, que pedia um texto sobre “a persistência da violência contra a mulher” no Brasil fez de novo, no domingo, muita gente se exaltar. Como se a violência contra a mulher não fosse um fato, ou como se pedir que os alunos raciocinem sobre isso significasse que a prova é “de esquerda” (como alguém disse por aí, a direita deveria ficar envergonhada de se afastar de um tema como esse, entregando-o de bandeja para seus oponentes).

Mas por que o ódio contra o feminismo? Pode ser que muita gente considere algumas feministas estridentes e exageradas. Não se negue: todo movimento social pode ter exageros e estridências. Mas nesse caso podia haver um questionamento pontual contra certos argumentos, talvez. Não. Há ódio, inclusive de mulheres, às feministas em geral. Ao feminismo em si.

Tempos atrás entrevistei vereadoras e deputadas do Paraná. Só duas se disseram feministas. As outras queriam distância. Dia desses, li um comentário de uma senhora que se dizia revoltada com o feminismo porque, graças às feministas, ela era obrigada a trabalhar fora e não podia ficar em casa com os filhos. Um blogueiro chegou a escrever um texto dizendo que talvez não fosse interessante para as mulheres ganhar o mesmo que os homens no trabalho…

O ódio ao feminismo pode ter origem em certos exageros, mas parece mais que tem a ver com duas outras coisas. Um conservadorismo inerente à nossa sociedade e uma falta de compreensão do que é o feminismo.

O conservadorismo quer que as coisas mudem pouco não só em relação ao que são mas ao que eram. Isso se mudarem. Há conservadores sérios, que querem apenas evitar mudanças bruscas e revolucionárias, e há base para isso. Mas há os que usem isso como pretexto para imobilismo ou até para regressão social.

Um “conservador-fenômeno-de-Facebook” comemorava dez mil assinantes neste fim de semana dizendo que os neófitos não esperassem muito dele como conservador: ele até lavava a louça enquanto a mulher descansava. O que imagina alguém assim que é o conservadorismo? Uma regressão ao século dezoito? Isso, na verdade, já é outra coisa: reacionarismo.

Mas parece que o outro problema é igualmente grave: o desconhecimento do que é o feminismo. Pensam talvez que seja algo de outro mundo, que as mulheres querem odiar aos homens, que querem ser superiores, que querem mais direitos do que os outros. Pode até haver algum exagero do gênero, claro. Sempre há.

Mas feminismo, se for resumir em uma linha, poderia ser o seguinte. Que as mulheres não sejam obrigadas a ter limitações extra simplesmente por serem mulheres.

Quem odeia o feminismo normalmente odeia, de fato, é a liberdade das mulheres.

É pedir demais? É doutrinação falar disso?

IDEIA. Charge sobre a questão do aborto


Copiei do Facebook. o quadrinho e o comentário de grupo com militância em causa da mulher e pró-aborto. 

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

MENSAGENS PARA OS ALUNOS DO CURSINHO



Estou aqui, torcendo por esses alunos maravilhosos com quem tenho convivido desde o começo do ano no cursinho Henfil/Maximize. Meninos e meninas, moços e moças, senhores e senhoras, a maioria provenientes de escola pública, - ou cujos os pais se empenharam em pagar os estudos. Estão lá, desde sempre, diariamente, empenhando-se em estudar nas horas pós trabalho/escola, dormindo pouco e alimentando o sonho de obter uma vaga na faculdade para fazer de suas vidas uma vida melhor-maior. Para eles, mando agora essa mensagem e meu desejo de que tudo transcorra bem no ENEM (maldita rima!!!), e que todo esse esforço seja recompensado. Torço por vocês. O Brasil me decepciona sempre, mas vocês representam aquilo que posso fazer para construir um país melhor. E isto, de certo modo, está na crença de que a ascensão de vocês, via estudo, fará toda diferença para reduzir esse abismo social extremo que vivemos, essa intolerância reinante, esse horror às classes mais pobres e periféricas. Sei que farão o melhor e quero que considerem-se desde sempre vitoriosos. REZO para que sejam bem sucedidos na prova, mas que saibam que a realização e o sucesso não dependem de questões alternativas, está naquilo que se tornarão, e no que fizerem de melhor nas suas vidas. Amo vocês. 

Beijos mil. 

Do professor Eduardo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

REDAÇÃO. TEMA: A predominância do video-game como entretenimento nas periferias

A vida para além do "game over".

A presença quase maciça de videogames na maior parte dos lares brasileiros, principalmente nas periferias, demarcam a importância deste eletrônico como forma de entretenimento. A razão disso é o baixo custo, a segurança que propícia e a variedade de títulos que dispõe.
Consoles como Playstation, Xbox 360, Wii, e PSP, graças à recente ascensão da classe média, tornaram-se mais acessíveis aos jovens, ainda quando contrabandeados e destravados. Compactos e de fácil manejo, já que garantem uma maior interação (até via internet), passaram a ser sonho de consumo de toda uma geração. A indústria de jogos, com seu marketing agressivo, seduziu o terceiro mundo com sua promessa de autorrealização virtual.
Se por um lado, jogos domésticos são uma forma de manter a criança no lar e, portanto, mais segura, eles terminam por torna-las mais sedentárias, quando não alienadas/viciadas em games. Da diversão à distração, da disputa coletiva ao comportamento antissocial, da aquisição de habilidades motoras ao baixo rendimento escolar, videogames são sempre uma mão dupla: benéficos e nocivos simultaneamente.
Há uma predominância no mercado de títulos voltados ao sexo masculino, visto que esse é seu principal consumidor. Os gêneros de esporte, luta, ação, batalha/estratégia e corrida, sempre os mais vendidos, estão centrados num universo mais agressivo, violento, competitivo, bastante ancorados numa masculinidade brutal. Uma contradição reside, entretanto, nesse apelo à violência, posto que, jogadores "nerds", muitas vezes tímidos, tem nesse lazer uma realidade paralela, onde podem ser guerreiros e heróis. “The Sims”, “Marios Bross”, “Just Dance” são os mais populares entre as mulheres, talvez por que mais delicados?
Entretenimento das massas periféricas, com pouco acesso a viagens, teatro e shows, o videogame é, portanto, um lazer útil, desde que não condicione o sujeito à dependência e isolamento. Centros culturais, parques, pistas esportivas devem cobradas das autoridades, principalmente nas periferias, a fim de que a vida não seja segregada às casas e não se resuma em um banal "game over".

[Redação feita coletivamente, em setembro de 2015, pela turma do Semi, cursinho MAXIMIZE Paulista/Noturno. Enviada por Mayara Ribeiro Galdeano. Ela foi reeditada e revisada pelo professor Eduardo, em 22/10/15. Tema: “A predominância do video-game como entretenimento nas periferias”]


REDAÇÃO. TEMA: A mudança do papel do “homem” nas últimas décadas

Um novo conceito de virilidade


O conceito de masculinidade sofreu radicais mudanças nas últimas décadas. Com a ascensão da mulher em diversos campos, houve declínio da autoridade do homem, o que alterou o modo como esse expressa suas emoções e lida com sua própria vaidade.
A família tradicional tinha o homem como o elemento central. Ele era o provedor econômico e garantia sua segurança. Coragem, autossuficiência e confiança em si faziam dele o “senhor da razão”. O acesso ao mercado de trabalho (portanto, à renda), entretanto, era o que garantia de fato o seu domínio. Embora subordinadas, as mulheres conquistaram, paulatinamente, diversos direitos que “destronaram” a figura masculina, tais como voto, divórcio e outras garantias legais. A entrada no mercado de trabalho, contudo, foi a mais marcante.
As novas gerações de homem (pós-divórcio), com mães provedoras e/ou escolarizadas, estabeleceram outras relações com o sexo feminino. Hoje, homens não temem expressar suas emoções mais abertamente, seja pela esposa, pelos filhos e/ou amigos. Se a heteronormatividade ainda é lei para definir-se “homem” na sociedade conservadora brasileira, homens podem, ainda assim, serem mais livre para se expressar, agir sentir.
Metrossexuais como Beckham, Cristiano Ronaldo, Neymar e Brad Pitt, tornaram-se referência de estilo para o homem atual. A vaidade, antes condenada/vetada a ele, é hoje exercida por todos, desde "motoboys" a cantores sertanejos. As academias e quadras de esporte nunca estiveram tão cheias, para “malhar” o corpo e expô-lo às mulheres. Barbas, tatuagens, “piercing” e alargadores, compõem um estilo ousado e agressivo, entretanto nem sempre em concordância com a personalidade amena do sujeito.

As significativas mudanças da masculinidade, fazem do homem hoje, um ser melhor. O machismo, entretanto, permanece em algumas regiões do país, já que latente na sociedade brasileira. Acreditamos que minimizar a desigualdade entre homens e mulheres (salarial, legal, etc.), e combater e punir a violência de gênero será, portanto, o passo fundamental para construção de um homem melhor, a um só tempo viril e íntegro, que estabeleça com a mulher uma relação de igualdade e parceria.

[Redação feita coletivamente, em setembro de 2015, pela turma do Cursinho MAXIMIZE Mauá/Extensivo Fuja do Trânsito. Enviada por Vicky, foi reeditada em revisada pelo professor Eduardo, em 22/10/15. Tema: “A mudança do papel do “homem” nas últimas décadas ”]



REDAÇÃO. TEMA: A telenovela brasileira e sua relação com o público

Olhos abertos às telenovelas

No Brasil, a tevê é a principal fonte de entretenimento da população, e a telenovela, seu “carro-chefe”. Os diferentes temas abordados em suas narrativas frequentemente conduzem os personagens para uma generalização e estereotipação de classes, para fins comerciais.
O cidadão brasileiro, trabalhador das classes “B e C”, dificilmente dispõe de recursos e principalmente de tempo para seu lazer. Desta maneira, utiliza-se demasiadamente da televisão, fonte de entretenimento passivo, acessível dentro de seu lar. Embora apresente-se como um passatempo inofensivo, ela veicula o que lhe convém, minimizando a formação crítica e pensamento individual. Há, portanto, a transmissão de informações seletivas, que atendem aos interesses da mídia e não dos espectadores.
A mensagem veiculada pelas popularmente conhecidas “novelas”, por vezes, define perfis preconceituosos para potencializar sua audiência. Percebe-se a criação de um abismo entre o real (contextualizado) e a ficção dogmatizadora. Perpetua-se pensamentos como: “todo pobre é ladrão', “para ser feliz é necessário ter bens materiais específicos”, “o bem sempre vence no final”, dentre outros.
O ser humano tende a aprender através da contemplação. Explora-se o consumismo dos telespectadores em prol dos patrocinadores e seus produtos. Até que ponto é válido travestir o real, para validar o que nos é apresentado? Somos conduzidos à alienação, cujo objetivo é alimentar determinado nicho econômico, tornando-nos passivos em nossos poderes de escolha.
As telenovelas sempre seguirão o caminho do lucro, visto que são ferramentas da mídia para seu sustento e automanutenção. Cabe a nós, espectadores críticos, cobrar por entretenimentos que promovam o pensamento ativo, reflexivo, diminuindo a mercantilização excessiva dos programas televisionados. Poderemos, assim, usufruir de entretenimentos mais proveitosos, com narrativas mais contextualizadas e dispostas a apresentar discussões saudáveis para os diferentes temas que permeiam a sociedade brasileira.

Vinícius S. Panuci

[Redação feita em outubro de 2015, pelo vestibulando Vinícius S. Panuci,  turma do Cursinho MAXIMIZE Paulista (semi de Agosto/vespertino). Enviada por ele, foi reeditada (fiz pequenos ajustes, como o título - o original era "Telenovelas" - e outras pequenas mudanças. 22/10/15. Tema: “A obsessão do Brasil por telenovelas”]

REDAÇÃO. TEMA: Crise hídrica em São Paulo

A última gota d’água

A grave crise hídrica paulista não pode ser exclusivamente atribuída a um fenômeno natural. Descaso político, falta de planejamento em infraestrutura, bem como o uso irracional da água são as principais causas.
Os alertas de especialistas sobre constantes estiagens a reduzir drasticamente o volume de represas e rios foram criminosamente negligenciados pela nossa administração pública. Geraldo Alckmin, então candidato à reeleição para governador, omitiu tal informação, já que isto implicaria perda de popularidade/rejeição do eleitorado. Sua irresponsabilidade produziu um colapso do Sistema Cantareira, Alto do Tietê e Guarapiranga.
Embora a SABESP seja uma estatal, ela conta com participação do capital privado. Camada de “Terra da Garoa”, a questão da falta de chuva nunca foi um problema para São Paulo; contudo, duas décadas de gestão catastrófica levaram represas até o volume morto. Politicas equivocadas que privilegiavam grandes consumidores (shopping, indústria e agronegócio), por visar ao lucro de acionistas em detrimento da população, agravaram ainda mais o problema.
Se a administração pública não só incompetente como gananciosa submeteu-se ao mercado, o uso nada racional do usuário doméstico não pode ser minimizado. A hiper-urbanização em áreas de mananciais, o desmatamento generalizado da Mata Atlântica, a poluição com esgoto e o desperdício inconsequente conduziram São Paulo à maior crise já vista no país. Há, entretanto, um aspecto positivo neste cenário: nunca fomos tão conscientes da necessidade de mudança de comportamento diante da questão da água.

A grave escassez de água em São Paulo se deve, logo, mais ao fator humano do que à natureza. É imprescindível, portanto, identificar e punir os responsáveis por prejudicar grande parcela da população, já que assim comprometeram a saúde e a economia do maior estado do Brasil. A preservação dos recursos hídricos deve ser feita estimulando nos consumidores um uso mais consciente da água. Reparos para conter perdas, punição para gastadores e mais transparência na administração impedirá que cheguemos à ultima gota.

[Redação feita coletivamente, em outubro de 2015, pela turma do Cursinho MAXIMIZE Paulista - noturno. Enviada por Pedro Passos, foi reeditada em revisada pelo professor Eduardo, em 22/10/15. Tema: “Redução da maioridade penal”]

terça-feira, 20 de outubro de 2015

REDAÇÃO. TEMA: Redução da maioridade penal

Encarcerando o futuro


A redução da maioridade penal está em pauta no país e tem gerado bastante polêmica. Seu objetivo seria reduzir a criminalidade, já que puniria de forma mais efetiva aos menores infratores; contudo, opositores alegam que isso resultará em mais injustiça.
A grande desigualdade social brasileira que segrega a população pobre às áreas mais periféricas e desassistidas (e, portanto, politicamente negligenciadas) tem resultado no aumento da criminalidade juvenil. Ainda que a associação ao crime e ao tráfico (que usam menores por sua aparente "imunidade" processual) seja de uma parcela mínima destes, isso tem servido de argumento para diminuição da maioridade. Assim, oprimidos pelo Estado, via repressão policial, crianças e adolescentes são vistos de antemão, por sua condição social ou cor da pele, como potenciais delinquentes.
Embora a diminuição da maioridade venha a resultar em aumento da população carcerária, vários políticos mais conservadores a “vendem” ao povo como solução para o problema. Aliada a eles, uma mídia sensacionalista que veicula o espetáculo diário da violência e alimenta na sociedade o ódio contra jovens carentes omite que, muitas vezes, esses são vítimas de abuso e exploração de toda ordem. Já a ineficiência na reabilitação em reformatórios, como Fundação Casa, reflete a incapacidade do governo de realizar a reinserção dos jovens à sociedade.
A resposta do Estado para o combate à violência e à criminalidade do país sempre foi com mais violência e isto é perceptível na existência de uma polícia militarizada. Os jovens negros e pobres sempre são os primeiros a serem abordados em “blitze” e batidas policiais de forma truculentas e, costumeiramente, tratados como não-cidadãos. Linchamentos de "trombadinhas", espancamento de garotos de rua e até mesmo proibição de "rolezinhos" a "shoppings" e bailes funk são vistos como naturais e aceitáveis pela sociedade.
A diminuição da maioridade penal é mais uma forma de violência, repressão e segregação contra a juventude brasileira. Acreditamos que o investimento em educação, cursos técnicos, ampliação de espaços de convivência e lazer, além de instituições comprometidas com a reabilitação de jovens infratores, são ações mais producentes para a redução de crimes praticados. É, portanto, hipocrisia e irresponsabilidade a postura daqueles que “por medida de segurança” pregam, estigmatizam e culpam aqueles que deveriam proteger e muito terão a contribuir para construção de um brasil mais justo e menos desigual.


[Redação feita coletivamente, em outubro de 2015, pela turma do Cursinho MAXIMIZE Paulista. Enviada por Cristiano Junior e Jamily Soufia Caprino, foi reeditada em revisada pelo professor Eduardo, em 20/10/15. Tema: “Redução da maioridade penal”]

Cristiano Junioor

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