sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Morador de rua, deixado na calçada em cadeira de rodas, morre em frente à Emergência

Por Chico Alencar

Paulo Roberto de Sousa, 53 anos, gari comunitário. Jovelilia Maria Zuza, 83 anos, dona de casa. Morador de rua, baiano, usuário de drogas, vivia perto da comunidade da Mangueira. De tão marginalizado e invisibilizado pela sociedade, nem seu nome foi descoberto. Indigente, afundado e esquecido na “ninguendade”.

O que essas três pessoas têm em comum? Todas morreram implorando por atendimento médico durante a crise na Saúde do Rio. Estado criminoso e assassino. O caso mais recente é o do senhor em situação de rua e vulnerabilidade social, que foi abandonado no meio da calçada por seguranças de uma emergência no Centro do Rio. Um dos homens chega a vomitar. Desumano.

O elitismo, o ultraliberalismo aniquilador de direitos sociais e o capitalismo selvagem, que fomentam valores nefastos como individualismo e racismo, elegem os corpos que serão esvaziados de humanidade e cidadania. Marginalizados. Invisibilizados. Descartáveis. Enquanto essas pessoas forem vistas como problema, elas não serão acolhidas. Elas serão eliminadas pelo sistema. Combater a desigualdade social no Brasil é URGENTE. Não tem a ver com esquerda nem direita. Requer apenas HUMANIDADE como válvula motriz para criação de políticas públicas que promovam justiça social.

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