domingo, 5 de novembro de 2023

TEMA QUE FIZ PARA O SIMULADO MAXIMIZE: “Estratégias para combater a discriminação de gênero no espaço do trabalho.”

 INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO MODELO ENEM E/OU FUVEST


1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 linhas. 

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas. 

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”. 

4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. 

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto. 

4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto. 


TEXTOS MOTIVADORES


TEXTO-1: O enigma do acidente envolvendo pai e filho que ganhou a internet

A página da Revista Exame publicou um enigma que deixou muita gente confusa. “Pai e filho sofrem um acidente terrível de carro. Alguém chama a ambulância, mas o pai não resiste e morre no local. O filho é socorrido e levado ao hospital às pressas. Ao chegar no hospital, a pessoa mais competente do centro cirúrgico vê o menino e diz: ‘Não posso operar este menino! Ele é meu filho!”


A resposta era muito mais simples do que se imaginava. Afinal, com o pai morto, quem poderia ser essa pessoa? Muitos leitores cogitaram que o personagem seria o avô do garoto, um padrasto ou até um outro pai de uma relação homoafetiva. O que não se deram conta, no entanto, foi do mais óbvio: a pessoa mais competente do centro seria sua mãe. “Por que automaticamente pensamos que a pessoa mais competente do local seria um homem e não uma mulher, mãe do menino?”, questionou uma leitora.


Outra internauta deu sua versão para o fato de tantas pessoas terem dificuldades em resolver o problema. “A maioria das pessoas só consegue pensar que um homem seria o cirurgião, então não entendem como poderia ser se o pai do menino está morto”.


https://exame.com/tecnologia/o-enigma-do-acidente-envolvendo-pai-e-filho-que-ganhou-a-internet/ (6.09.23 - adaptado)



TEXTO-2: 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é dia de celebrar as grandes conquistas femininas, especialmente no aspecto profissional. Não há dúvida de que as mulheres avançaram na contramão da cultura machista e patriarcal e na conquista do merecido espaço no mercado de trabalho. Hoje elas exercem profissões que antes eram reservadas aos homens. A luta da mulher foi pioneira e serviu de inspiração para que outros trabalhadores, também discriminados em razão do sexo, conquistassem seu espaço.


Mas vale refletir também sobre o sexismo no trabalho, fenômeno ainda comum nos dias de hoje. O termo "sexismo" representa o conjunto de preconceitos e discriminações que se baseiam no sexo ou na orientação sexual. Geralmente, a pessoa discriminada é colocada em posição inferior, somente por causa da sua identidade sexual. A discriminação contra mulheres é definida como "machismo" ou "misoginia". (...) Ações ajuizadas na Justiça do Trabalho mineira revelam que a mulher moderna ainda enfrenta práticas patronais machistas. Recentemente, a juíza Jéssica Martins identificou um caso típico de gaslighting, termo em inglês, hoje apropriado pela psicologia para definir uma forma de abuso psicológico sutil em que informações são manipuladas, distorcidas ou omitidas pelo abusador, com o objetivo de causar a instabilidade emocional da vítima. 

https://portal.trt3.jus.br/internet/conheca-o-trt/comunicacao/noticias-juridicas/especial-dia-da-mulher-discriminacao-de-genero-ainda-e-realidade-no-ambiente-de-trabalho (6.09.23 - adaptado)



TEXTO-3:  Medicina – gênero e exercício professional

No artigo Discriminações, estímulos e obstáculos no campo profissional da medicina: um olhar de gênero e gerações, Tânia Steren dos Santos, diz que: O gênero continua sendo um fator de discriminação e preconceito no meio ambiente de trabalho, especialmente no que se refere ao acesso das mulheres aos postos mais valorizados e cargos de comando. Apesar desta dificuldade, a situação das mulheres tem apresentado transformações significativas nos últimos anos, observando-se maior equidade e valorização de algumas características femininas. ‘Deficiências’, que anteriormente eram vistas como empecilhos, passam a ser consideradas como 'vantagens comparativas' positivas no campo profissional. Na medida em que se identificam preconceitos e se valorizam as diferentes capacidades de homens e mulheres, independentemente de estigmas e rotulações, se ampliam as possibilidades de instituir relações sociais mais humanas e equitativas. (SANTOS, 2009)

https://www.scielo.br/j/tes/a/gY5yZfd4KDvNNxZSVpcSsMm/?format=pdf&lang=pt



TEXTO-4: De acordo com dados do IBGE divulgados em 2019, 65% da mão de obra geral do mercado ainda é masculina, em comparação com 45% feminina. As trabalhadoras brasileiras podem receber até 20% a menos que os homens, mesmo com ensino superior e exercem ano exercício da mesma função. Outro grande desafio ainda enfrentado por muitas mulheres é a jornada dupla de trabalho. Como os serviços domésticos ainda são atribuídos quase exclusivamente à elas, as mulheres precisam dividir o seu tempo entre o trabalho de dentro e fora de casa. São elas as responsáveis por limpar, cozinhar, fazer compras, administrar as contas e cuidar dos filhos. E ainda cumprir as jornadas externas do mercado de trabalho. O resultado são mulheres sobrecarregadas e sem tempo para si próprias.

https://www.florence.edu.br/blog/mulher-no-mercado-de-trabalho/ (6.09.23 - adaptado)


TEXTO-5:

 

O diabo veste prada (Dir. David Frankel, EUA, 2006). Sinopse: A recém-formada Andy tem grandes sonhos e vai trabalhar na conceituada revista de moda "Runway". Andy não se sente bem no ambiente tenso da redação e questiona sua habilidade em conciliar namoro, objetivo de ser jornalista e seu trabalho como assistente pessoal da tirana Miranda Priestly. 

https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Diabo_Veste_Prada_(filme)



PROPOSTA DE REDAÇÃO


A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa. Escolha um dos temas, de acordo com o modelo em que pretenda estruturar sua redação: “Estratégias para combater a discriminação de gênero no espaço do trabalho.” (modelo Enem) ou “A mulher no mercado de trabalho: avanços e desafios.” (modelo FUVEST). Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista. 


TEMA DO ENEM 2023: O trabalho doméstico invisível e a desigualdade de gênero no Brasil

 


Apesar de não ter sugerido este tema específico O trabalho doméstico invisível e a desigualdade de gênero no Brasil, o simulado que fiz para o último MAXIMIZE  foi um tema afim, que poderia se encaixar perfeitamente ao tema proposto e acrescentado o ítem do trabalho invisível. Nos textos motivadores eu citei a questão da dupla jornada, ou seja, do trabalho não remunerado. Mais especificamente o tema que fiz para o simulado foi: 

“Estratégias para combater a discriminação de gênero no espaço do trabalho.” (modelo Enem) 

ou 

“A mulher no mercado de trabalho: avanços e desafios.” (modelo FUVEST). 

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

TEMA. Aluno nota 980 cita Gil e Fafá, com análise da redação

 

Ele garantiu 980 na redação do Enem citando Gilberto Gil e Fafá de Belém

Além dos músicos, Lyncoln também citou como repertório a cidade-estado Esparta e a tragédia em Brumadinho para escrever um texto criativo, crítico e coeso

POR KARIN HUECK, LUCCAS DIAZ

ATUALIZADO EM 30 AUG 2023, 15H26 - PUBLICADO EM 30 AUG 2023, 15H18

Lyncoln posa em uma parede com os dois braços pintados com os nomes da universidade que passou: UFMG e FAMERP

Estudante foi aprovado no curso de Medicina da USP por meio do Enem-USP (Arquivo Pessoal/Reprodução)

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Lyncoln Reugys Santos Belo, 23 anos, é um ponto fora da curva. De origem simples, o estudante precisou de muita esforço e dedicação para conquistar uma vaga no curso de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Em entrevista ao GUIA DO ESTUDANTE, contou que durante os quatro anos de estudo para o vestibular passou por poucas e boas para pagar a mensalidade do cursinho – chegou a vender trufas no farol, trabalhar como atendente de telemarketing e dormir apenas 3 horas por noite. O esforço do rapaz trouxe resultados: além das aprovações, garantiu 980 na redação do Enem.


Somado ao seu excelente desempenho nas questões, a nota quase 1000 no texto garantiu ao jovem a tão sonhada aprovação na USP, por meio do sistema Enem-USP. O processo seletivo acontece de forma semelhante ao que era quando a universidade participava do Sisu, selecionando os alunos a partir do desempenho no Enem. Apesar de sua grande dedicação e preparo, Lyncoln, como muitos estudantes, sentia-se inseguro com a pressão dos vestibulares. “Na minha cabeça, eu pensava ‘eu nunca vou passar, eu não vou conseguir, eu sou muito burro'”, contou ao GUIA.


+ Estudante que tirou 980 na redação do Enem se preparava desde o 8º ano


Em seu texto, o futuro médico trouxe uma verdadeira variedade de argumentos e referências. Sobre o tema “Os desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”, iniciou a dissertação-argumentativa citando algumas características da sociedade de Esparta, na Grécia Antiga. Nos parágrafos de desenvolvimento referenciou a obra dos cantores Gilberto Gil e Fafá de Belém, além de citar a tragédia de Brumadinho.


Na vista pedagógica disponibilizada pelo Inep, Lyncoln mostra que a única das cinco competência que não gabaritou foi a primeira – ficando com 180 de 200 pontos. A Competência 1 avalia o domínio que o candidato tem da norma padrão da Língua Portuguesa.


Para analisar o texto do estudante, convidamos a professora de redação Cora Conte, do Poliedro Colégio Campinas. Ela falou a respeito das escolhas textuais do jovem em cada parágrafo do texto. Leia abaixo a redação na íntegra, e em seguida os comentários da professora.






Análise da redação

Introdução

Na antiga sociedade de Esparta, era comum que culturas distintas desta fossem desprezadas ou reprimidas. A partir disso, criou-se um consenso social por meio do qual somente povos dentro de um padrão espartano fossem legítimos e valorizados. Contemporaneamente, nos parâmetros da nação brasileira, essa questão ainda está presente: apesar de importantes, povos e comunidades tradicionais são vítimas da desvalorização e de desprezo externo. Isso, certamente, configura um desafio, cujas causas estão centradas tanto nos empreendimentos do mercado, quanto na baixa representatividade destinada a essas pessoas.


Comentário da professora:


Em uma redação modelo ENEM, apresentar repertório sociocultural é essencial para garantir uma boa avaliação na Competência II. Essa exigência é cumprida pelo texto logo na introdução, em que há um repertório sobre a sociedade de Esparta, informação legitimada por uma área do conhecimento, a História. Além de legitimado, o repertório é pertinente ao tema “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”, uma vez que o contexto histórico é mobilizado para estabelecer um paralelo com a sociedade brasileira ao demonstrar como ocorre, atualmente, a desvalorização de determinados povos, de modo similar ao que acontecia em Esparta. Destaca-se que esse repertório será novamente mencionado em outros parágrafos, o que evidencia sua pertinência para a discussão proposta pelo aluno e o planejamento de sua escrita. 


Outro destaque é a clareza do ponto de vista delimitado já no primeiro parágrafo, o que é importante em texto dissertativo-argumentativo. Nesse caso, de modo relacionado ao tema, o aluno assume uma tese e aponta duas causas da problemática: empreendimentos do mercado e baixa representatividade dos povos tradicionais. Essa delimitação organiza o projeto de texto e demonstra para o leitor qual caminho argumentativo será defendido no primeiro argumento (empreendimentos do mercado) e no segundo argumento (baixa representatividade dos povos tradicionais). 


Desenvolvimento 1

Primeiramente, é válido ressaltar algumas realizações do mercado como fatores que potencializam a supracitada discussão. Em uma sociedade marcada pelo protagonismo do lucro do setor primário, isto é, aquele a quem é atribuída a responsabilidade pelas exportações agrícola e mineral, é irrefutável que a lógica econômica ganha mais respaldo que a preservação das comunidades tradicionais. Por esse motivo, ao seguir esse raciocínio, o Brasil possui inúmeros casos em que a construção de rodovias e de barragens custa a vida e a conservação de moradores originários e ribeirinhos, como a recente destruição material e imaterial presenciadas por mineradoras, em Brumadinho. Assim, tem-se que a parcela tradicional é colocada em segundo plano, haja vista que suas moradias e os seus costumes são menos prezados em detrimento da razão econômica. Com isso, o empreendimento financeiro permeia uma das causas no que tange ao desafio em análise.

Ele garantiu 980 na redação do Enem citando Gilberto Gil e Fafá de Belém

Além dos músicos, Lyncoln também citou como repertório a cidade-estado Esparta e a tragédia em Brumadinho para escrever um texto criativo, crítico e coeso

POR KARIN HUECK, LUCCAS DIAZ

ATUALIZADO EM 30 AUG 2023, 15H26 - PUBLICADO EM 30 AUG 2023, 15H18

Lyncoln posa em uma parede com os dois braços pintados com os nomes da universidade que passou: UFMG e FAMERP

Estudante foi aprovado no curso de Medicina da USP por meio do Enem-USP (Arquivo Pessoal/Reprodução)

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Lyncoln Reugys Santos Belo, 23 anos, é um ponto fora da curva. De origem simples, o estudante precisou de muita esforço e dedicação para conquistar uma vaga no curso de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Em entrevista ao GUIA DO ESTUDANTE, contou que durante os quatro anos de estudo para o vestibular passou por poucas e boas para pagar a mensalidade do cursinho – chegou a vender trufas no farol, trabalhar como atendente de telemarketing e dormir apenas 3 horas por noite. O esforço do rapaz trouxe resultados: além das aprovações, garantiu 980 na redação do Enem.


Somado ao seu excelente desempenho nas questões, a nota quase 1000 no texto garantiu ao jovem a tão sonhada aprovação na USP, por meio do sistema Enem-USP. O processo seletivo acontece de forma semelhante ao que era quando a universidade participava do Sisu, selecionando os alunos a partir do desempenho no Enem. Apesar de sua grande dedicação e preparo, Lyncoln, como muitos estudantes, sentia-se inseguro com a pressão dos vestibulares. “Na minha cabeça, eu pensava ‘eu nunca vou passar, eu não vou conseguir, eu sou muito burro'”, contou ao GUIA.


+ Estudante que tirou 980 na redação do Enem se preparava desde o 8º ano


Em seu texto, o futuro médico trouxe uma verdadeira variedade de argumentos e referências. Sobre o tema “Os desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”, iniciou a dissertação-argumentativa citando algumas características da sociedade de Esparta, na Grécia Antiga. Nos parágrafos de desenvolvimento referenciou a obra dos cantores Gilberto Gil e Fafá de Belém, além de citar a tragédia de Brumadinho.


Na vista pedagógica disponibilizada pelo Inep, Lyncoln mostra que a única das cinco competência que não gabaritou foi a primeira – ficando com 180 de 200 pontos. A Competência 1 avalia o domínio que o candidato tem da norma padrão da Língua Portuguesa.


Para analisar o texto do estudante, convidamos a professora de redação Cora Conte, do Poliedro Colégio Campinas. Ela falou a respeito das escolhas textuais do jovem em cada parágrafo do texto. Leia abaixo a redação na íntegra, e em seguida os comentários da professora.

Comentário da professora:


No primeiro argumento, o texto sustenta o raciocínio anunciado na introdução, visto que desenvolve como a lógica do mercado, ao buscar o lucro, sobrepõe-se à preservação das comunidades tradicionais, ideia exemplificada com a menção à destruição ocorrida pelas mineradoras em Brumadinho. Assim, ainda que não apresente um repertório sociocultural legitimado, as informações são explicadas, bem articuladas e desenvolvidas sem lacunas, o que é importante para a avaliação na nota máxima da Competência III, na qual se avalia seleção, relação e organização das ideias bem como o projeto de texto. 


Desenvolvimento 2

Além disso, é cabível nortear a escassa representatividade dessas populações em torno dos espaços sociais. Embora a brasilidade das músicas de Gilberto Gil revele da diversidade cultural brasileira, ou os versos de canções como as de Fafá de Belém revigorem as pluralidades dos costumes e dos saberes tradicionais, vistos em sua música “Coração vermelho”, tamanha representação sócio-histórica, ainda assim, não é totalmente observada em outros constructos sociais. Em noticiários ou em situações que perpassam o cotidiano, por exemplo, quase não são vistos apresentadores televisivos de origem quilombola ou um porta-voz do ensino, em escolas, sendo atuado por indígenas. Dentre essas e outras pautas que exemplificam a sua baixa representatividade, o povo tradicional, então, ainda sofre do mesmo mal espartano.


Comentário da professora:


Em seguida, no terceiro parágrafo, há alusão a outro repertório sociocultural: as canções de Gilberto Gil e Fafá de Belém, personalidades da música brasileira, além da menção à música “Coração vermelho”. A referência a esses repertórios contribui para demonstrar uma contraposição entre tais obras culturais e a sociedade, pois diversidade brasileira presente nessas músicas não é notada outras esferas sociais em que não há representantes quilombolas ou indígenas, o que comprova os desafios para representatividade dos povos tradicionais. Um ponto interessante desse parágrafo é a retomada do repertório sociocultural sobre Esparta, referenciado na introdução da redação. Essa estratégia auxilia a fundamentação do argumento e, como já ressaltado, demonstra planejamento prévio do texto. 


Conclusão

À vista disso, portanto, medidas são necessárias para que se resolva o impasse. É preciso que o Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) intermedeie através de uma lei que puna os setores do Mercado quanto às violações acerca desses povos. Isso pode ser feito por meio de parcerias com o setor legislativo e, especificamente, com propagandas televisivas que elucidem a importância das comunidades tradicionais, a fim de que estas sejam valorizadas. Assim, a essas empresas, devem-se cobrar multas que serão doadas a essas pessoas como garantia aos danos a elas cometidos. Além disso, o Estado deve criar leis de inclusão, em escolas e em televisões, obrigando-os a contratarem pessoas tradicionais, por meio de ações jurídicas, a fim de que o desprezo espartano não mais prossiga.


Comentário da professora


Para concluir uma redação modelo ENEM, é imprescindível a apresentação da proposta de intervenção completa com os cinco elementos exigidos pela banca de correção: agente, ação, modo/meio, finalidade e detalhamento. Nesta redação, tais elementos são apresentados, porém, destaca-se que, devido ao uso do gerúndio, poderia haver divergência na avaliação da banca. A seguir, há análise da proposta mais completa: “o Estado [AGENTE] deve criar leis de inclusão, em escolas e em televisões, [AÇÃO] obrigando-os a contratarem pessoas tradicionais, [DETALHAMENTO] por meio de ações jurídicas, [MODO/MEIO] a fim de que o desprezo espartano não mais prossiga [FINALIDADE].”. Novamente, percebe-se a estratégica relação com o repertório cultural, referenciado no início do texto. 


Em relação à modalidade escrita, houve penalização por um dos corretores da banca que atribuiu 160 na Competência I, devido ao desvio de concordância (“a recente destruição material e imaterial presenciadas por mineradoras”), quebra de paralelismo sintático (“haja vista que suas moradias e os seus costumes”) e desvio de regência (“revele da diversidade cultural brasileira”). Ressalta-se que, para nota máxima, a redação deve ter, no máximo, dois desvios de modalidade escrita. 


Por fim, vale destacar também o adequado e expressivo uso dos elementos coesivos para estabelecer articulação tanto entre os períodos quanto entre os parágrafos, como: “a partir disso”, “apesar de”, “tanto…quanto”, “assim”, “com isso”, “além disso”, “portanto” e outros conectivos. A presença diversificada desses elementos, sem repetições, garante a nota máxima na Competência IV, critério que avalia a coesão na redação. 

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Redação: feita por aluno. TEMA: Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais (modelo ENEM)

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, são povos e comunidades tradicionais os grupos culturalmente distintos, os quais têm organização social própria e utilizam recursos naturais para expressar sua cultura, religião e tradição; por exemplo – como os povos indígenas e os quilombolas. Embora haja leis e projetos no Brasil que objetivam garantir a preservação desses indivíduos e de seus costumes, há desafios no que tange à valorização desses grupos. Desse modo, visando o reconhecimento dos povos e das comunidades tradicionais, é preciso discutir tanto a dificuldade no cadastro desses por parte do governo quanto pensar soluções para o conflito territorial existente.  

Sob esse viés, destaca-se que existe uma defasagem no cadastro e na classificação desses povos por parte das instituições federais. Tal fato ocorre pois não são consideradas todas as categorias existentes em virtude da ausência de (re)conhecimento sobre quem faz parte desse grupo, o que se dá devido ao pouco interesse do Brasil em reconhecer a sua importância. Comprova-se isso a partir de um levantamento do Ministério Público Federal (MPF) feito em 2019, no qual 650.234 famílias brasileiras se declararam como povo ou comunidade tradicional. Há, porém, nessa listagem a relação de apenas 7 das 29 categorias reconhecidas pela União, segundo o site G1 Notícias. Logo, entende-se que é preciso haver um devido reconhecimento para que se tenha uma efetiva valorização desses povos.

Ademais, a disputa territorial também se constitui como um obstáculo para a valorização desses grupos. Isso ocorre já que muitos povos tradicionais brasileiros, - como os Quilombolas, Ribeirinhos e Indígenas, - ocupam áreas cobiçadas por fazendeiros, madeireiras e mineradoras. Assim, já que não há o reconhecimento “oficial” da contribuição e da importância dessas pessoas para a biodiversidade brasileira, esses conflitos resultam em mortes e em apagamento dessas comunidades. Nesse raciocínio, tal fato pode ser comprovado pelo documentário “Areias que falam”, da diretora Arilene de Castro, que mostra o desaparecimento de duas comunidades Ribeirinhas após a construção de usinas hidrelétricas. Evidencia-se, assim, que o confronto territorial é um entrave que precisa ser solucionado. 

Portanto, tal cenário revela a necessidade de promover a valorização dos povos e das comunidades tradicionais. Logo, para resolução desse problema, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) – responsável pela promoção de políticas de assistência social – deve organizar projetos de cadastro e de reconhecimento para essas populações, com a ampliação de centrais de registro. Isso será colocado em prática por meio da mobilização de profissionais selecionados pelo MDS, a fim de identificar essas pessoas e de reforçar a sua importância. Além disso, o governo precisa, também, sanar os conflitos causados pela disputa de terras, garantindo o direito à permanência desses grupos nos locais onde vivem. Dessa forma, será possível intensificar a valorização dos povos e das comunidades tradicionais no Brasil.

[Excelente redação produzida pelo aluno Alexandre Junior Pereira Alcântara - Extensivo manhã do MAXIMIZE PAULISTA. Agradeço ter cedido para publicação.]

quinta-feira, 20 de julho de 2023

Redação. Tema: Cotas raciais

As cotas raciais de inclusão de pessoas negras na universidade brasileira são uma política pública que visa reduzir as desigualdades históricas e sociais entre brancos e negros no acesso à educação superior. Essa política é baseada no princípio da reparação histórica, que reconhece que os negros foram vítimas de escravidão, racismo e exclusão ao longo da história do Brasil, e que esses fatores ainda afetam suas condições de vida e oportunidades na sociedade atual. Por outro lado, as cotas raciais também são alvo de críticas e questionamentos, que apontam que elas podem gerar discriminação inversa, baixar o nível acadêmico das universidades, reforçar o estigma racial e violar o princípio da meritocracia. Neste texto, pretendo apresentar os principais argumentos a favor e contra as cotas raciais, bem como uma proposta de solução para o problema.

Um dos argumentos a favor das cotas raciais é que elas contribuem para a democratização do acesso à educação superior, que é um direito fundamental de todos os cidadãos. Segundo dados do IBGE, em 2019, apenas 18,3% dos negros com 25 anos ou mais tinham concluído o ensino superior, enquanto esse percentual era de 36,1% entre os brancos. Essa diferença reflete as desvantagens que os negros enfrentam desde a educação básica, como a falta de recursos, a baixa qualidade das escolas públicas, a violência e a evasão escolar. As cotas raciais buscam corrigir essa distorção, garantindo uma maior representatividade dos negros nas universidades e ampliando suas chances de ascensão social e econômica.

Outro argumento a favor das cotas raciais é que elas promovem a diversidade cultural e étnica nas universidades, que são espaços de produção e difusão do conhecimento. A presença de estudantes negros nas salas de aula e nos laboratórios enriquece o debate acadêmico, trazendo novas perspectivas, experiências e saberes para o campo científico. Além disso, as cotas raciais valorizam a identidade e a cultura afro-brasileira, que foram historicamente marginalizadas e invisibilizadas pela sociedade dominante. As cotas raciais também estimulam o combate ao racismo e à discriminação, que ainda são problemas graves no Brasil, gerando conscientização e respeito pela diversidade.

Por outro lado, um dos argumentos contra as cotas raciais é que elas podem gerar discriminação inversa, ou seja, prejudicar os estudantes brancos que disputam as vagas nas universidades. Esse argumento defende que as cotas raciais violam o princípio da igualdade formal perante a lei, que estabelece que todos devem ser tratados da mesma forma independente de sua cor, raça ou etnia. Além disso, esse argumento sustenta que as cotas raciais criam uma divisão artificial entre brancos e negros, ignorando a diversidade e a miscigenação da população brasileira. As cotas raciais também podem gerar um sentimento de injustiça e ressentimento entre os estudantes brancos que se sentem prejudicados pelo sistema.

Outro argumento contra as cotas raciais é que elas podem baixar o nível acadêmico das universidades, comprometendo a qualidade do ensino e da pesquisa. Esse argumento afirma que as cotas raciais violam o princípio da meritocracia, que determina que o ingresso na universidade deve ser baseado exclusivamente no mérito individual dos candidatos. Segundo esse argumento, as cotas raciais beneficiam estudantes negros menos preparados e menos qualificados do que os estudantes brancos, que teriam melhores notas e desempenho nos vestibulares. As cotas raciais também podem reforçar o estigma racial, fazendo com que os estudantes negros sejam vistos como inferiores ou incapazes pelos seus colegas e professores.

Diante desses argumentos, é possível perceber que as cotas raciais são uma questão complexa e polêmica, que envolve aspectos históricos, sociais, culturais e jurídicos. Uma possível solução para o problema seria a adoção de cotas sociais, que levariam em conta não apenas a cor ou a raça dos candidatos, mas também sua renda familiar, sua origem escolar e sua região de residência. Essa solução poderia beneficiar os estudantes negros que são pobres e que estudaram em escolas públicas, mas também os estudantes brancos que se encontram na mesma situação. Além disso, essa solução poderia reduzir a discriminação inversa, o estigma racial e a baixa do nível acadêmico, pois levaria em conta o mérito relativo dos candidatos, considerando as condições sociais em que eles se formaram. Por fim, essa solução poderia contribuir para a democratização do acesso à educação superior, a promoção da diversidade cultural e étnica e o combate ao racismo e à desigualdade no Brasil.

sexta-feira, 14 de julho de 2023

TODAS AS REGRAS DE PONTUAÇÃO - PARTE 2

TODAS AS REGRAS DE PONTUAÇÃO - PARTE 1

Video de como fazer redação progressiva do começo ao fim

O Primeiro sinal de civilização


Certa vez, um aluno perguntou à antropóloga Margaret Mead o que ela considerava ser o primeiro sinal de civilização em uma cultura. O aluno esperava que a antropóloga falasse a respeito de anzóis, panelas de barro ou pedras de amolar. Mas não. Mead disse que o primeiro sinal de civilização numa cultura antiga era a evidência de alguém com um fêmur (osso da coxa) quebrado e cicatrizado.⁣
Margaret Mead explicou que no reino animal, se você quebrar a perna, morre. Você não pode correr do perigo, ir até o rio para beber água ou caçar comida. Você é carne fresca para os predadores e nenhum animal sobrevive a uma perna quebrada por tempo suficiente para o osso sarar. Um fêmur quebrado que cicatrizou é evidência de que alguém empregou tempo para ficar com aquele que caiu, tratou da ferida, levou a pessoa à segurança e cuidou dela até que se recuperasse. “Ajudar alguém durante a dificuldade é onde a civilização começa”, disse Mead.⁣⁣




segunda-feira, 26 de junho de 2023

* REDAÇÃO MAXIMIZE MANHÃ SEGUNDA FEIRA:*

Representatividade negra no cinema de super heróis -

O aumento de protagonistas negros na indústria cinematográfica de super-heróis reflete uma mudança radical em como a sociedade contemporânea ressignifica a negritude. Isso tem impactado de forma profunda o mercado do entretenimento do ponto de vista econômico, social e cultural.

Há 10 anos, Dc Comics e Marvel “reinam”absolutamente nas bilheterias mundiais. Os filmes de super-heróis, embora pareçam superficiais, traduzem um tempo de crise em que a injustiça, a desigualdade social e a tirania corporativa reduz o homem a mero consumidor e/ou expectador passivo da existência. Alçado à categoria de salvador megapoderoso, o artista negro não só da visibilidade a um grupo historicamente reprimido, mas também o empodera. 

Se as cotas raciais serviram à reparação histórica nos Estados Unidos (o mesmo timidamente aplicado ao Brasil), contribuíram para a ascensão dos negros a cargos de prestígio social; o que resultou numa demanda de maior representatividade nas telas. Para além das fronteiras norte americanas, filmes como “Pantera Negra”, “Adão Negro” e “Aranhaverso” impactam a nova geração que já se vê representada e portanto, isso fortalece e normaliza a visão positiva dos afrodescendentes. 

O racismo é uma intolerância que resulta em atos de discriminação, exclusão e violência com base fenotípica; entretanto, ele constitui uma ideologia fundamentada na “supremacia branca”. Tal visão imperialista/eurocêntrica sempre dominou os quadrinhos, no entanto, as adaptações hodiernas privilegiam as identidades, já que garantem “lugar de fala” e, portanto credibilidade aos artistas e produtores negros. 

A ressignificação da negritude na indústria cinematográfica reafirmam, pois, a importância da representatividade como instrumento de combate ao racismo. Garantir o espaço desses artistas não só nos filmes de super-heróis, em séries, novelas, especiais faz se imprescindível, a fim de que o mundo se torne mais diverso e plural, visto que a inclusão não pode ficar restrita apenas à ficção.

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Redação dialética. Eitanasia

Eutanásia é um termo grego que significa "boa morte" ou "morte apropriada"; contudo, diferente da cultura helenistica, com sua visão estóica da existência, no Brasil, por suas raízes essencialmente cristãs essa prática torna-se condenada. O suicídio assistido, como instrumento de apagaziguamento final ao indivíduo em sofrimento não é legalizado no país; o que mostra necessidade de uma discussão mais aprofundada sobre a importância de sua implementação.
  Muitos indivíduos afirmam que o suicídio e, consequentemente, a eutanásia é um crime, já que nenhum ser humano tem o direito de tirar uma vida, ainda que ela lhe pertença. Nessa perspectiva religiosa, a alma sagrada sofreria após a morte, uma danação perpétua. Condenados, seriam igualmente os "facilitadores do assassinato", e portanto, caso o Estado  chancelasse esse ato estaria conspurcando a nação. Outros, contudo, destituídos de visão religiosa, são contrários, como no caso de profissionais da saúde, por questões éticas e morais.
  De acordo com a Constituição, o Brasil é  um estado laico, todavia, na prática – ainda mais com a ascensão do evangelismo no país –  há muitas decisões político-legislativas contraditoriamente fundamentadas pelo cristianismo. Não por acaso Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Suíça e Canadá, países de maioria ateia, sansicionou a eutanásia para casos de doenças crônicas, terminais, delibitantes e degenerativas. Se para alguns é uma violação dos direitos humanos abreviar vidas, justifica-se por garantir a dignidade do indivíduo respeitando seu direito individual.

Maximize segunda manhã. Falta fazer a conclusão e revisar.

sexta-feira, 28 de abril de 2023

TEMAS DE REDAÇÃO

 AQUI

TEMAS QUE JÁ CAÍRAM NO ENEM

2022:  Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil

2022 PPL: Medidas para o enfrentamento da recorrência da insegurança alimentar no Brasil.

2021: Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil.

2021 PPL: Contribuição das mulheres nas ciências

2020: O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira.

2019: Democratização do acesso ao cinema no Brasil.

2018: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet.

2017: PPL: Consequências da busca por padrões de beleza idealizados.

2017: (2ª Aplicação): Caminhos para combater o racismo no Brasil.

2017: Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil.

2016: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil.

2015: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira.

2014: Publicidade infantil em questão no Brasil.

2013: Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil.

2012: Movimento imigratório para o Brasil no século 21.

2011: Viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado.

2010: O trabalho na construção da dignidade humana.

2009: O indivíduo frente à ética nacional.

2008: Como preservar a floresta Amazônica: suspender imediatamente o desmatamento; dar incentivo financeiros a proprietários que deixarem de desmatar; ou aumentar a fiscalização e aplicar multas a quem desmatar.

2007: O desafio de se conviver com as diferenças.

2006: O poder de transformação da leitura.

2005: O trabalho infantil na sociedade brasileira.

2004: Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação.

2003: A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo.

2002: O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais que o Brasil necessita?

2001: Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em conflito?

2000: Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse desafio nacional.

1999: Cidadania e participação social.

1998: Viver e aprender.

quinta-feira, 20 de abril de 2023

As virtudes

 

  1. Prudência
  2. Justiça
  3. Fortaleza
  4. Temperança
  5. Esperança
  6. Caridade
  7. Humildade
  8. Paciência
  9. Gratidão
  10. Honestidade
  11. Lealdade
  12. Compaixão
  13. Generosidade
  14. Diligência
  15. Bondade
  16. Modéstia
  17. Tolerância
  18. Solidariedade
  19. Autodisciplina
  20. Benevolência
  21. Fidelidade
  22. Compreensão
  23. Misericórdia
  24. Discrição
  25. Cordialidade
  26. Discernimento
  27. Sinceridade
  28. Simpatia
  29. Empatia
  30. Sensatez
  31. Cortesia
  32. Perdão
  33. Respeito
  34. Amizade
  35. Gentileza
  36. Sobriedade
  37. Equidade
  38. Zelo
  39. Atenção
  40. Confiabilidade
  41. Pacifismo.

terça-feira, 11 de abril de 2023

TEXTO MOTIVADOR A PARTIR DO CHATGPT

 TEXTO MOTIVADOR SOBRE MASCULINIDADE TOXICA A PARTIR DO CHATGPT


A masculinidade tóxica é um tema que vem ganhando cada vez mais atenção nos últimos anos. Muitas vezes, associada a comportamentos agressivos e machistas, a masculinidade tóxica pode causar graves consequências tanto para os homens que a exercem quanto para aqueles que são alvo de suas ações.


No entanto, é importante lembrar que a masculinidade não precisa ser tóxica. Ser homem não significa ser violento, egoísta ou insensível. Ao contrário, a verdadeira masculinidade deve ser caracterizada por valores como respeito, empatia e solidariedade.


Ao questionarmos os padrões sociais que muitas vezes moldam a ideia de masculinidade, estamos dando um passo importante para construir uma sociedade mais justa e igualitária. Precisamos reconhecer que a masculinidade tóxica é um problema que afeta não só as mulheres, mas também os próprios homens, que muitas vezes se sentem pressionados a se encaixar em estereótipos de comportamento que não condizem com quem eles são de fato.


Portanto, é fundamental que todos nós, homens e mulheres, nos engajemos em uma reflexão constante sobre as nossas atitudes e comportamentos em relação à masculinidade. Ao combater a masculinidade tóxica, estamos lutando por uma sociedade mais justa e equilibrada, em que todos os indivíduos possam ser respeitados e valorizados independentemente do seu gênero.


Não tenha medo de questionar padrões e estereótipos que limitam a sua forma de ser e de se expressar como homem. Seja você mesmo e se orgulhe de quem você é, sem jamais desrespeitar os outros. Lembre-se: a verdadeira masculinidade é construída a partir do respeito, da empatia e da valorização do próximo.





Eduardo Araújo Teixeira

não foi o que pedi

Peço desculpas, vou elaborar um novo texto motivador no estilo prova ENEM com o tema "Masculinidade Tóxica".


A masculinidade tóxica é um fenômeno que afeta homens em todo o mundo. Ela se manifesta em comportamentos agressivos, destrutivos e prejudiciais para os outros e para si mesmo. A masculinidade tóxica é um problema social que precisa ser discutido e combatido.


Os homens são ensinados, desde a infância, a serem fortes, corajosos e dominantes. A sociedade impõe um modelo de masculinidade que muitas vezes é prejudicial e limitante. Os homens são pressionados a não demonstrar emoções, a não pedir ajuda e a não se mostrar vulneráveis. Essa ideia de que ser homem é ser invencível e indestrutível pode levar a comportamentos autodestrutivos, como a negação de doenças e a recusa de ajuda.


É importante ressaltar que a masculinidade tóxica não é uma característica inata do gênero masculino, mas sim uma construção social que precisa ser desconstruída. Os homens podem ser sensíveis, empáticos, carinhosos e solidários, sem que isso os torne menos homens. Na verdade, é justamente a desconstrução desses padrões tóxicos que permite aos homens serem mais humanos e mais completos.


Portanto, é essencial que homens e mulheres se unam para combater a masculinidade tóxica. É preciso incentivar a educação emocional, a empatia e a solidariedade entre os homens. É fundamental também criar espaços seguros de discussão e reflexão sobre masculinidade, para que os homens possam se expressar livremente, sem medo de serem julgados ou ridicularizados.


Não é fácil romper com padrões e comportamentos enraizados na cultura, mas a desconstrução da masculinidade tóxica é uma necessidade urgente para construirmos uma sociedade mais justa, igualitária e saudável. A verdadeira masculinidade não é um padrão fixo e limitado, mas sim uma construção contínua e plural.





Eduardo Araújo Teixeira

defina INCEL

INCEL é uma sigla em inglês que significa "involuntarily celibate" (celibato involuntário, em português). Refere-se a uma subcultura online de homens que se veem incapazes de encontrar parceiras sexuais ou românticas, e que atribuem isso a uma suposta discriminação das mulheres ou da sociedade em geral. Muitas vezes, os membros dessa comunidade expressam sentimentos de ressentimento, raiva e misoginia, além de crenças em teorias conspiratórias e em uma suposta hierarquia social que coloca os homens celibatários em uma posição inferior. É importante ressaltar que essa ideologia é altamente problemática e perigosa, uma vez que pode levar a comportamentos violentos e extremistas.





Eduardo Araújo Teixeira

INCELS estão ligados a abuso, feminicídio, atentados e crimes?

Infelizmente, sim. Há relatos de que alguns indivíduos que se identificam como incels perpetraram atentados e crimes violentos, incluindo feminicídios. Embora nem todos os incels sejam necessariamente violentos, muitos deles expressam ideias misóginas, preconceituosas e extremistas em fóruns e grupos online. Essas ideias podem levar alguns indivíduos a cometer atos violentos contra mulheres e outras pessoas. É importante ressaltar que esse tipo de comportamento é completamente inaceitável e criminoso, e que a promoção de ideologias extremistas e misóginas deve ser combatida firmemente em todos os níveis.





Eduardo Araújo Teixeira

pode me dar notícias reais desses casos

Sim, existem alguns casos notórios de indivíduos que se identificavam como incels e que cometeram crimes violentos. Algumas dessas notícias são:


Em 2014, um homem chamado Elliot Rodger matou seis pessoas e feriu outras 14 em um ataque na Universidade da Califórnia, em Santa Barbara. Antes do ataque, Rodger publicou um manifesto online em que expressava sua frustração por ser virgem e sua raiva contra as mulheres. Ele se identificava como um "incel" e defendia que o mundo era injusto com os homens que não conseguiam encontrar parceiras sexuais.


Em 2018, um homem chamado Alek Minassian atropelou e matou 10 pessoas em Toronto, no Canadá. Antes do ataque, Minassian postou uma mensagem no Facebook em que se declarava um "incel" e elogiava Elliot Rodger. Ele afirmou que seu objetivo era promover uma "rebelião incel" contra as mulheres que não se relacionavam com ele.


Em 2019, um homem chamado Brandon Andrew Clark matou a namorada Bianca Devins e publicou fotos do corpo dela na internet. Clark afirmou que cometeu o crime porque Devins havia se recusado a manter um relacionamento exclusivo com ele. Ele se identificava como um "incel" e publicava mensagens misóginas e violentas em redes sociais.


Esses são apenas alguns exemplos de casos envolvendo indivíduos que se identificavam como incels e cometeram crimes violentos. É importante ressaltar que a maioria dos incels não é violenta e que esses casos são extremamente raros. No entanto, a promoção de ideologias extremistas e misóginas pode levar a comportamentos perigosos e deve ser combatida firmemente.





Eduardo Araújo Teixeira

qual a origem dos incels

A origem do movimento incel remonta ao final dos anos 90 e início dos anos 2000, quando um grupo de homens que se autodenominavam "involuntariamente celibatários" começou a se reunir em fóruns online para discutir suas experiências e frustrações em relação ao sexo e ao amor. O termo "incel" foi cunhado em uma dessas comunidades em 1993 e se popularizou a partir de então.


Os primeiros incels se viam como vítimas de uma sociedade que valorizava excessivamente a aparência física e a masculinidade, e que discriminava os homens que não conseguiam se encaixar nesses padrões. Eles também acreditavam que as mulheres eram responsáveis por sua incapacidade de encontrar parceiras sexuais ou românticas, e que as mulheres só se interessavam por homens atraentes e bem-sucedidos.


Com o tempo, a comunidade incel se tornou cada vez mais tóxica e extremista, com muitos membros promovendo ideias misóginas, violentas e conspiratórias. Alguns incels passaram a culpar as mulheres e a sociedade em geral por seus problemas, e a promover teorias conspiratórias sobre a "feminização" da sociedade e a suposta opressão dos homens pelos "feminazis". Essas ideias podem ser extremamente perigosas e devem ser combatidas com firmeza.





Eduardo Araújo Teixeira

há conexões entre incel e masculinidade tóxica?

Sim, há uma conexão entre o movimento incel e a masculinidade tóxica. A ideologia incel é baseada em muitos dos mesmos valores e crenças que alimentam a masculinidade tóxica, incluindo a crença de que os homens devem ser dominantes e agressivos, a supervalorização da virilidade e da força física, e a desvalorização de comportamentos considerados "femininos", como a empatia e a vulnerabilidade.


Muitos membros da comunidade incel também expressam sentimentos de raiva e ressentimento em relação às mulheres, que eles veem como responsáveis por sua falta de sucesso no amor e no sexo. Essa atitude misógina é uma característica central da masculinidade tóxica, que vê as mulheres como objetos a serem conquistados e controlados.


Além disso, a cultura da masculinidade tóxica muitas vezes reforça a ideia de que os homens devem se basear em sua habilidade sexual e em seu desempenho para medir seu valor e sua masculinidade. Isso pode levar a uma pressão insalubre e a uma baixa autoestima para aqueles que sentem que não estão atendendo a essas expectativas, como muitos dos membros da comunidade incel.


Em suma, a ideologia incel é uma expressão da masculinidade tóxica, e as duas estão profundamente interligadas. É importante combater essas ideias prejudiciais e promover uma cultura de igualdade e respeito para todos os gêneros.





Eduardo Araújo Teixeira

defina em curtas palavras o termo "masculinidade tóxica"

"Masculinidade tóxica" é um termo que se refere a um conjunto de comportamentos e crenças negativas e prejudiciais associados à masculinidade, incluindo a supervalorização da agressividade, da força física, da dominação e da falta de emoção, bem como a desvalorização de traços considerados "femininos", como a empatia e a vulnerabilidade.





Eduardo Araújo Teixeira

defina em curtas palavra "bullying"

"Bullying" é um termo que se refere a um comportamento agressivo e repetitivo, verbal ou físico, praticado por um indivíduo ou grupo com a intenção de intimidar, humilhar ou ferir outra pessoa que se encontra em uma posição de vulnerabilidade ou desvantagem.





Eduardo Araújo Teixeira

defina em curtas palavras o termo "cancelamento"

"Cancelamento" é um termo que se refere ao ato de boicotar ou desassociar publicamente uma pessoa ou empresa que tenha agido de forma considerada inaceitável ou ofensiva pela opinião pública, geralmente nas redes sociais, como forma de repreensão ou punição.





Eduardo Araújo Teixeira

defina em curtas palavras o termo "empoderamento"

"Empoderamento" é um termo que se refere ao processo de fortalecimento e aumento de poder, autonomia e autoestima de indivíduos ou grupos que historicamente foram marginalizados ou oprimidos, a fim de alcançar uma posição de igualdade social, política ou econômica.





Eduardo Araújo Teixeira

defina em curtas palavras o termo "sororidade"

"Sororidade" é um termo que se refere ao sentimento de união, solidariedade e apoio entre mulheres, em que se valoriza a irmandade e a empatia para promover a igualdade de gênero e combater o machismo e a opressão patriarcal.





Eduardo Araújo Teixeira

defina o termo empatia

"Empatia" é a capacidade de compreender e compartilhar os sentimentos, pensamentos e perspectivas de outra pessoa, ou seja, é a habilidade de se colocar no lugar do outro e entender seus pontos de vista e emoções. É uma habilidade fundamental para a comunicação interpessoal saudável e para a construção de relacionamentos positivos e empáticos.





Eduardo Araújo Teixeira

defina o termo machismo

"Machismo" é um termo que se refere ao conjunto de atitudes, comportamentos e crenças que valorizam a superioridade do gênero masculino sobre o feminino, promovendo a discriminação, a desigualdade e a opressão das mulheres. O machismo se manifesta em diferentes esferas da sociedade, como na política, na economia, na cultura e nas relações pessoais, e pode ter consequências prejudiciais tanto para as mulheres quanto para os homens que não se encaixam nos padrões rígidos de masculinidade impostos pela sociedade patriarcal.





Eduardo Araújo Teixeira

defina o termo feminismo

"Feminismo" é um termo que se refere a um movimento social, político e cultural que busca a igualdade de gênero e o fim da opressão e discriminação das mulheres. O feminismo promove a ideia de que homens e mulheres devem ter os mesmos direitos, oportunidades e liberdades, independentemente de seu gênero, e luta contra a desigualdade salarial, a violência de gênero, o sexismo e outros problemas que afetam as mulheres de forma desproporcional. O feminismo também reconhece a diversidade das experiências das mulheres e busca dar voz e representação às mulheres de diferentes raças, orientações sexuais, classes sociais e culturas.





Eduardo Araújo Teixeira

defina o termo "estudos culturais" e sua origem

"Estudos Culturais" é uma disciplina acadêmica que busca compreender a cultura e as relações de poder na sociedade por meio de uma análise crítica de diferentes formas de expressão cultural, como literatura, cinema, televisão, música, arte, entre outras.


A origem dos Estudos Culturais remonta à década de 1950, na Inglaterra, quando intelectuais da Escola de Birmingham começaram a questionar as visões tradicionais da cultura, que eram vistas como formas elevadas de arte e literatura, e a valorizar as formas populares de cultura, como a música, o cinema e a televisão, que eram frequentemente ignoradas ou desprezadas pela elite cultural.


A partir daí, os Estudos Culturais se desenvolveram como um campo interdisciplinar, que envolve a contribuição de diferentes áreas do conhecimento, como a sociologia, a antropologia, a literatura, a comunicação e a filosofia, e que tem como objetivo compreender as relações entre cultura, poder e identidade na sociedade contemporânea.





Eduardo Araújo Teixeira

As coisas que perdemos no fogo, reunião de contos da jovem escritora argentina Mariana Enriquez é um livro de horror/terror/fantástico. Ela, em conjunto com uma série de autoras latino americas (BR incluso) está fazendo o que de melhor se produzem nesses tempos. À abordagem realista, - calcada no presente e na memória recente do ciclo de ditaduras, derrotas e  violências do lado de cá da America - soma-se o horror dos fantasmas, dos serial killers, dos demônios, dos feminicidas, dos suicidas, dos viciados, dos incels confinados, dos pobres que revidam. A cidade é já no presente pós apocaliptica, com bairros decadentes, favelas, entrefronteiras. As mulheres protagonizam, narram, comentam essa realidade perversa que as oprime e tantas vezes as massacra. Os homens são os brutos, canalhas inúteis, objetos do desejo, oponentes, vistos sem condescendência. Alguns contos de configuram como que alegorias, nem todos são brilhantes, mas sempre contundentes. A linguagem é brutalista, a trama dinâmica (coisas acontecem) e estão entranhadas na realidade social, o espaço do terceiro mundo que nao serve tão somente de cenário. Tudo só faz sentido nesse espaço onde o passado escravocrata, a brutalidade das ditaduras, a desigualdade social, a omissão do poder publico e injustiça de toda ordem permanece latente: ferida aberta a emanar sua purulência/pestilência. Se ela põe em pauta todo horror de ser mulher em terras onde o machismo estrutural vige, não abdica de fazer da denúncia matéria tensa mas adensada pela qualidade de sua linguagem, de excelente estratégias literárias como estranhas narrações em primeira pessoa do plural. Esse livro, que fez/faz grande sucesso no Brasil, mostra que a literatura, mesmo nesses tempos de morte do leitor, tem muito a iluminar a realidade com as sombras que projeta sobre a nossa América.




Tokenismo é a prática de fazer apenas um esforço superficial ou simbólico para ser inclusivo para membros de minorias, especialmente recrutando um pequeno número de pessoas de grupos sub-representados para dar a aparência de igualdade racial ou sexual dentro de uma força de trabalho.[1][2][3] O esforço de incluir um funcionário simbólico em uma força de trabalho geralmente visa criar a impressão de inclusão social e diversidade (racial, religiosa, sexual etc.) a fim de desviar acusações de discriminação.[4] O termo tokenismo surgiu nos anos 60 nos Estados Unidos, durante o período de forte luta pelos direitos civis dos afro-americanos. Martin Luther King foi o primeiro a utilizar o termo “tokenismo” em um artigo publicado em 1962: “A noção de que a integração por meio de tokens vai satisfazer as pessoas é uma ilusão. O negro de hoje tem uma noção nova de quem é” 1. O termo provém da palavra “token”, que significa “símbolo” em inglês. 


quinta-feira, 6 de abril de 2023

Redação. TEMA: o poder desestruturante da sexualidade feminina

Mulheres: famosas e difamadas ao longo da história

A sexualidade feminina ao longo da história, por seu poder “desestabilizador”, sempre foi regulada, restringida e controlada pelos homens. 

As mulheres sempre foram usadas como “moeda de troca” nas mais diversas culturas/sociedades. Objetos do desejo daqueles que detém o poder, destituídas de nomes, arbítrio e direitos, decoraram palácios e povoaram haréns, foram raptadas e violadas e, contraditoriamente, a elas foi atribuído os males do mundo (Eva, Lilith, Pandora, Circe etc.) Embora subjugadas, figuram nas páginas da história e na arte como instrumentos de destruição, principalmente por sua sexualidade. Se expõem o corpo, sao consideradas vulgares; se trocam de parceiros, promíscuas; se exprimem abertamente seu desejo, meretrizes. Portanto, são sempre julgadas por suas sexualidades a partir de regras/valores determinadas por sociedades patriarcais.

A virgindade feminina, ainda hoje, se constitui uma espécie de valor moral, como se o hímen conferisse virtude, quando não garantisse felicidade conjugal, já que a mulher pura materializaria a perfeição. As religiões abraâmicas, bem como de outras linhas, tinham a castidade como garantia da linhagem masculina. A gravidez, entendida como fardo fora do casamento, era uma transgressão punida com expulsão, execração pública e até com apedrejamento. Ou seja, muitas vezes a sexualidade da mulher foi (e talvez ainda seja) criminalizada.

Há uma exploração recorrente do corpo feminino nas mais diversas mídias; tal objetificação, contudo, não implicou uma maior liberdade sexual à mulher. Celebridades como Madonna, Beyoncé, Lady Gaga e, no Brasil, Ivete Sangalo ressignificam o ser mulher como transgressora, profissional bem-sucedida, “sexy”, independente e, tudo isso sem se opor — ou ser incompatível — por exemplo, à maternidade. Por isso, um artista como Anitta incomoda, até pela hipersexualidade, a sociedade falocêntrica.

O poder “desestabilizador” do corpo e da sexualidade feminina, na verdade, é uma projeção masculina dos próprios impulsos, desejos e inseguranças. Portanto, o machismo cultural que oprime as mulheres precisa ser combatido. A emancipação da mulher (seu empoderamento) deve ser fruto de seu próprio desejo e demandas. Mais que uma mulher “padrão”, deve se reconhecer sua multiplicidade: da recatada-do-lar à que desce-até-o-chão, todas devem ser respeitadas em sua dignidade.

sexta-feira, 31 de março de 2023

REDAÇÃO NOTA MIL. TEMA: “Invisibilidade e resgistro cilvil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”

[REDAÇÃO COM 4.184 TOQUES]


Para a filósofa estadunidense Nancy Fraser, o conceito de justiça social funde-se em duas frentes, sendo uma delas a do reconhecimento, referente à existência e à visibilidade de um determinado grupo ou indivíduo perante o poder público e a sociedade. Nesse viés, a fim do efetivo asseguramento da cidadania de seus indivíduos, o corpo estatal exige a materialização do existir de seus cidadãos mediante documentos oficiais, os quais proporcionam o acesso a prerrogativas e serviços que lhes cabem aos indivíduos registrados. No entanto, não raras são as ocasiões em que não há tais registros, o que levanta debates acerca da importância dos documentos civis e da devida regularização dos cidadãos à garantia de acesso à cidadania plena e, portanto, à visibilidade, no Brasil, embasados, sobretudo, na oportunidade de indivíduos alijados à sociedade ascenderem de condições de vida, somada à possibilidade de estes construírem ser verdadeiro “eu”. Tendo isso em vista, o Estado deve agir visando à facilitação e à democratização de tal processo civil.

De início, é notório o caráter indispensável do registro civil na promoção da cidadania, em especial, de indivíduos à margem da sociedade e da atuação do poder público, possibilitando sua ascensão social. Segundo o geógrafo Milton Santos, o Brasil vive um cenário de cidadanias mutiladas, em que, embora a Constituição preveja, de forma universal e indistinta, o acesso a prerrogativas, estas não são efetivamente consubstanciadas na prática, engendrando disparidades sociais baseadas, principalmente, no poder econômico dos membros da sociedade. Nesse contexto, pessoas em uma posição inferior de pirâmide social têm seus direitos renegados, em uma estrutura baseada no capital, restando ao Estado o dever de, ainda que parcialmente, complementar a iniciativa privada na oferta de serviços e de prerrogativas mercantilizadas, em busca de uma conjuntura de maior equidade social. Dessa forma, o registro civil, ao estabelecer a conexão indivíduo-poder público, permite que este atue de forma localizada e eficiente sobre comunidades ou cidadãos, com o fito de promover sua ascensão social, tendo o documento papel primordial nesse intermédio.

Além disso, já em um âmbito existencialista, a regularização do indivíduo, ao materializar sua existência, fornece um importante amparo na síntese de seu verdadeiro “eu”. Conforme o filósofo Jean-Paul Sartre, o homem é dotado de liberdade para construir sua essência, mediante tomadas de decisões, porém apenas quando sobre ela precede a existência humana. Nessa perspectiva, o fato de existir é imprescindível para que o cidadão, em seu íntimo, seja capaz de, ao longo de sua vivência, sintetizar quem ele realmente é, com toda a liberdade intrínseca a sua existência. Desse modo, o registro civil de uma família, por exemplo, permitirá que esta, sob um regime de supervisão e auxílio do Estado, seja atriz de sua própria história, definindo a essência de cada um de seus membros e sintetizando, de forma ativa, seu legado a gerações futuras, tornando-se mais visíveis a elas, ao corpo estatal e à sociedade como um todo, o que ressalta sua cidadania. 

Portanto, em vista dos benefícios inerentes ao registro civil e sua facilitação, no que se refere à cidadania, faz-se necessário que o Estado, através de parcerias entre as esferas federal, estadual e municipal, democratize a retirada de documentos cidadãos, por meio da construção de centros de registro e cartórios em zonas periféricas ou interioranas, os quais disponibilizem atendimento integral e direcionado a indivíduos de baixa renda que não tiveram a oportunidade de reivindicar seus documentos. A finalidade de tal ação é ampliar e garantir o acesso à cidadania plena no Brasil, já que esta só pode ser integralmente alcançada, na maioria dos casos, com, no mínimo, a certidão de nascimento, justamente por informar o poder público a respeito de sua existência como cidadão. Somente assim, poder-se-á construir um cenário de justiça social e de reconhecimento igualitário dos indivíduos perante o corpo social e estatal, universalizando prerrogativas e fazendo da sociedade uma instituição harmoniosa e, em seu conjunto, cidadã.


Redação nota mil de PEDRO HENRIQUE REZENDE MACHADO

REDAÇÃO. TEMA: Assédio à mulher no mercado de trabalho: causas e consequências

 O assédio sexual às mulheres no mercado de trabalho é um problema social grave que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. Infelizmente, as mulheres enfrentam diversos tipos de assédio sexual no ambiente profissional, desde comentários ofensivos e insinuações sexuais até toques indesejados e abuso sexual. Nesse contexto, é importante entender os motivos e causas que levam a esse tipo de comportamento, bem como suas consequências sociais negativas.

Em primeiro lugar, um dos principais motivos do assédio sexual no mercado de trabalho é a desigualdade de gênero. As mulheres são frequentemente vistas como menos capazes e menos competentes do que os homens, o que leva a uma cultura de desvalorização e desrespeito em relação às mulheres. Além disso, a falta de representação das mulheres em cargos de liderança e a ausência de políticas claras de prevenção e combate ao assédio sexual contribuem para o problema.

Outro fator que contribui para o assédio sexual é a cultura do patriarcado, que valoriza a masculinidade e a dominação sobre as mulheres. Essa cultura de poder desigual muitas vezes se manifesta no mercado de trabalho, com homens em posições de poder abusando de sua autoridade para obter favores sexuais ou para criar um ambiente de trabalho hostil para as mulheres.

As consequências sociais do assédio sexual no mercado de trabalho são diversas e afetam não apenas as vítimas, mas também a sociedade como um todo. O assédio sexual pode levar à desvalorização das mulheres, afetando sua autoestima e autoconfiança, bem como sua capacidade de se destacar em suas carreiras. Além disso, o comportamento inadequado pode levar a uma cultura de medo e silêncio, em que as mulheres têm medo de denunciar o abuso por medo de retaliação ou de serem estigmatizadas.

Diante desse cenário, é importante que sejam tomadas medidas concretas para combater o assédio sexual no mercado de trabalho. As empresas devem implementar políticas claras de prevenção e combate ao assédio sexual, bem como treinamento adequado para gerentes e funcionários sobre o que constitui o assédio sexual. Além disso, é fundamental que haja uma mudança na cultura do patriarcado, com uma valorização real da igualdade de gênero e do respeito às mulheres.

Como bem afirmou a filósofa Simone de Beauvoir: "Não se nasce mulher: torna-se mulher". Ou seja, a identidade de gênero não é algo que se nasce com ela, mas que é construída socialmente. Portanto, é preciso desconstruir os estereótipos de gênero que levam à desigualdade e à violência contra as mulheres.

A arte também tem um papel fundamental na luta contra o assédio sexual no mercado de trabalho. A escritora Chimamanda Ngozi Adichie, por exemplo, aborda essa questão em seus livros, como em "Americanah", em que a personagem Ifemelu enfrenta assédio sexual em seu trabalho. Adichie mostra como o assédio sexual é um problema real e grave que precisa ser enfrentado.

Em última análise, o assédio sexual às mulheres no mercado de trabalho é um problema complexo e multifacetado que exige ação e mudança por parte de toda a sociedade. É fundamental que as empresas e as autoridades tomem medidas concretas para prevenir e combater o assédio sexual, criando um ambiente de trabalho seguro e igualitário para as mulheres. Além disso, a luta contra o assédio sexual requer uma mudança cultural que valorize a igualdade de gênero e o respeito mútuo entre homens e mulheres. Como afirmou a escritora Maya Angelou, "Não é possível criar uma solução duradoura para qualquer problema social sem a participação de todas as pessoas afetadas". Portanto, é responsabilidade de todos nós, homens e mulheres, trabalharmos juntos para erradicar o assédio sexual e criar um mundo mais justo e igualitário para todos.

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  Ambiente/Cenário/Contexto: máquina automática de reposição automática de profissionais coisificados Foco: personagem: profissionais à vend...