sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Morador de rua, deixado na calçada em cadeira de rodas, morre em frente à Emergência

Por Chico Alencar

Paulo Roberto de Sousa, 53 anos, gari comunitário. Jovelilia Maria Zuza, 83 anos, dona de casa. Morador de rua, baiano, usuário de drogas, vivia perto da comunidade da Mangueira. De tão marginalizado e invisibilizado pela sociedade, nem seu nome foi descoberto. Indigente, afundado e esquecido na “ninguendade”.

O que essas três pessoas têm em comum? Todas morreram implorando por atendimento médico durante a crise na Saúde do Rio. Estado criminoso e assassino. O caso mais recente é o do senhor em situação de rua e vulnerabilidade social, que foi abandonado no meio da calçada por seguranças de uma emergência no Centro do Rio. Um dos homens chega a vomitar. Desumano.

O elitismo, o ultraliberalismo aniquilador de direitos sociais e o capitalismo selvagem, que fomentam valores nefastos como individualismo e racismo, elegem os corpos que serão esvaziados de humanidade e cidadania. Marginalizados. Invisibilizados. Descartáveis. Enquanto essas pessoas forem vistas como problema, elas não serão acolhidas. Elas serão eliminadas pelo sistema. Combater a desigualdade social no Brasil é URGENTE. Não tem a ver com esquerda nem direita. Requer apenas HUMANIDADE como válvula motriz para criação de políticas públicas que promovam justiça social.

sábado, 23 de novembro de 2019

Um depoimento do Facebook no Dia da Consciência Negra

Este é o meu pai, Carlos Pereira da Silva, nasceu em 10/04/1914, faleceu em 1981 aos 67 anos, na 4ª série primária, e isso porque cursou o Mobral e a escola após os 40 anos, se estivesse vivo, hoje estaria com 105 anos.
Ainda não descobri de onde vieram esses sobrenomes. Da África não foi.

A abolição se deu em 1888. Ouvi meu pai dizer que a mãe dele (minha avó) nasceu livre, mas que a mãe dela (minha bisavó) tinha sido escravizada. Portanto, sou a terceira geração nascida em liberdade.

Eu nunca ouvi ele falar sobre indenizações do governo ou de algum sinhozinho ou sinhazinha (brancos) pelo trabalho escravo realizado pelos meus ancestrais raptados da África.

Estudando um pouco, entendi porque as minhas avós não sabiam ler e do meu pai aprender a ler depois de adulto.
E de não possuir propriedade.

Havia uma lei que proibia os negros de frequentar escolas, porque eram escravos ou porque essa lei afirmava que os negros eram portadores de moléstias contagiosas.
Outras que proibiam de dar emprego, alugar ou vender imóveis.
E ainda tinha a lei que proibia cultuar religiões diferente da Católica.
Havia lei que proibia falar o idioma africano de origem ou de usar o nome da família ancestral africana, e que só poderiam usar o nome "cristão" e português.

Dessa forma, é praticamente impossível um africano nascido no Brasil, como eu, identificar o país africano de origem, bem como requerer uma dupla cidadania como ocorrem com as pessoas europeias nascidas no Brasil.

Ademais, falando em catolicismo, foi o Papa Nicolau IV, que editou o 1º documento legitimando a captura de negros africanos pra reduzí-los a ESCRAVIDÃO PERPÉTUA, com o edito e promulgação da BULA DUM DIVERSAS.

Diante de tanta desqualificação forçada, fizeram a Lei da Vadiagem para prender os desempregados, lógico que eram os negros.

E nesse mesmo tempo, o Brasil trazia imigrantes brancos da Europa, com tudo pago, trabalho garantido, terras e insumo, escolas para os filhos e com mesada para se estabelecerem da forma mais confortável e privilegiadas que pudessem
Nos termos do Decreto 528/1890.

Entende agora porque nos mais altos salários, cargos políticos e públicos dos diversos órgãos do estado e do empresariado só tem pessoas com sobrenomes esquisitos, de pronúncias complicadas de sobrenomes estrangeiros, não português, que quase ninguém tem igual?

Por exemplo: pesquise os sobrenomes dos juízes, dos membros do Ministério Público, dos membros das Defensoria Públicas.
Busque também os sobrenomes dos maiores banqueiros e empresários do Brasil.

O objetivo do governo brasileiro era de branquear (Eugenia) o Brasil e em 100 anos eliminar os negros pela fome, pela doença, pelo encarceramento e pela morte por intervenção policial.

Dessa forma legitimaram a exclusão dos negros ao acesso a educação, qualificação, empregabilidade e habitação.

O Brasil chegou a ter até uma Constituição Eugênica.

Não fosse o grande poder de sobrevivência e de resistência de nós, os negros, o Brasil seria hoje como a Argentina, que não se vê negros naquele lugar! Na Argentina só há pessoas brancas, e é um país que praticou a escravização de pessoa negras africanas.

Pra quem quiser saber mais um pouco sobre a consciência negra despertada e desenvolvida em mim.

Porquê estou digitando no celular enquanto as palavras vão surgindo em minha mente. Lá vai a síntese copiada de um texto que tirei da página Quebrando o Tabu, mas cuja a confiabilidade posso confirmar em razão de combinarem com as minhas antigas fontes de pesquisas.

"1837 - Primeira lei de educação: negros não podem ir à escola

1850 - Lei das terras: negros não podem ser proprietários

1871 - Lei do Ventre Livre - quem nascia livre?

1885 - Lei do Sexagenário - quem sobrevivia para ficar livre?

1888 - Abolição (atentem, foram 388 anos de escravidão)

1890 - Lei dos vadios e capoeiras - os que perambulavam pelas ruas, sem trabalho ou residência comprovada, iriam pra cadeia. Eram mesmo "livres"? Dá para imaginar qual era a cor da população carcerária daquela época? Vc sabe a cor predominante nos presídios hoje?

1968 - Lei do Boi: 1a lei de cotas! Não, não foi pra negros, foi para filhos de donos de terras, que conseguiram vaga nas escolas técnicas e nas universidades (volte e releia sobre a lei de 1850!!!)

1988 - Nasce nossa ATUAL CONSTITUIÇÃO. Foram necessários 488 anos para ter uma constituição que dissesse que racismo é crime! Na maioria das ocorrências se minimiza o racismo enquanto injúria racial e nada acontece.

2001 - Conferência de Durban, o Estado reconhece que terá que fazer políticas de reparação e ações afirmativas. Mas, não foi porque acordaram bonzinhos! Não foi sem luta. Foram décadas de lutas para que houvesse esse reconhecimento! E olha que até hoje tem gente que ignora, hein!

2003 - Lei 10639 - estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira". Que convenhamos não é cumprida, né?

2009 - 1ª Política de Saúde da População Negra. Que prossegue sendo negligenciada e violentada (quem são as maiores vítimas da violência obstétrica?) no sistema de saúde.

2010 - Lei 12288 - Estatuto da Igualdade Racial. Em um país que se nega a reconhecer a existência do racismo.

2012 - Lei 12711 - Cotas nas universidades. A revolta da casa grande sob um falso pretexto meritocrata.

Nossa sociedade é racista e ainda escravocrata e essa linha do tempo tá aí pra evidenciar.
Por Leandro Ribeiro"

Neste sentido, Consciência Negra é não esquecer o que fizeram contra a minha família africana e a de todos os meus semelhantes africanos no passado e na atualidade!

Nunca esquecerei e não deixarei a minha descendência esquecer tão grande mal!


Melque Silva

domingo, 3 de novembro de 2019

Questão dentro da questão

André Okuma: "De que cinema estamos falando? Não tem sala de cinema mas tem internet , quantos da população assistiram vingadores? Qtos tem acesso ao netflix por senha compartilhada, dvd pirata e os caralho? Acesso a qual cinema? Eh desse? Ou dos de 30 pau pra ver que filme no cinemark?
Cinema é filme em tela grande? O suporte? A distribuição? O selo da ancine? Cinema é só isso???
E Ainda, cinema como produto cultural ou bem cultural ? Globochanchada é cinema?"

TEMA da Redação do ENEM 2019 - "Democratização do acesso ao cinema no Brasil"


sábado, 2 de novembro de 2019

REDAÇÃO. TEMA: Abandono paterno.

Abandono paterno


O abandono paterno é resultado da dificuldade do homem de assumir as responsabilidades de um adulto. Mais do que mera falha de caráter, questões financeiras e medo de perder sua autonomia determinam tal decisão 

Fruto de uma sociedade machista que impõe à mulher um amadurecimento precoce, ao homem é dada uma maior liberdade não apenas do exercício da sexualidade, mas também de reprimir suas emoções. Se a menstruação demarca o ingresso da mulher no mundo adulto, a adolescência masculina, no século XXI, parece prolongar-se indefinidamente; já que ser imaturo não é socialmente a ele condenável.

Há sempre uma questão financeira implicada no abandono paterno, já que cabe - se pensarmos no contexto conservador - ao homem a função de provedor da família. Embora o impacto na carreira masculina seja menor (senão positivo), implica, inevitavelmente, um compromisso duradouro e permanente com sustento da criança. Pensão, custeio universitário, herança serão direitos inalienáveis da criança, por isso, tão temidos por eles. 

Ter sua liberdade cerceada, entretanto, é um dos maiores temores masculinos. O egoísmo colabora para negligência de muitos indivíduos, para os quais a paternidade representa uma prisão, mesmo dentro do casamento. O desamparo das parceiras, uma violência moral, não os afeta diretamente, já que o ônus da criação é sempre imposto àquela que foi abandonada: a mãe solo

Reflexo de uma sociedade que tanto resguarda quanto isenta os homens de suas responsabilidades, o abandono paterno precisa, portanto, ser pautado desde cedo entre os jovens, a fim de ser combatido. Ao MEC caberá fornecer material elaborado a ser distribuido às escolas com discussão e debates sobre práticas machistas como assédio, violência, relações abusivas e abandono paterno. Discutir a responsabilidade de homens e mulheres diante de uma gravidez não planejada ajudaria na prevenção de tais casos. Por fim, a Justiça deve assegurar os direitos da mulher e da criança em caso de abandono, com garantia de apoio financeiro, registro paterno, amparo legal e toda segurança que garanta o desenvolvimento pleno da criança.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

REDAÇÃO. Tema. A manipulação do processo eleitoral por "bots" em 2018

A DEMOCRACIA FRATURADA

  A manipulação do processo eleitoral tem comprometido a integridade da democracia no séc. XXI. No Brasil, a disparidade econômica a “privilegiar” alguns candidatos, o emprego de "fake news " para o direcionamento das massas e a judicialização da política são seus principais instrumentos.

   A democracia pressupõe um equilíbrio de forças e poderes, já que se trata de um sistema de governo constituído para proteger todo o cidadão, independente de classe, credo ou cor. Interesses econômicos, contudo, sempre determinaram "eleitos", visto que campanhas exigem altos custos, principalmente em propaganda. Se corresponder à administração honesta, justa e eficiente do erário em benefício dos anseios/necessidades do país é função do representante público, contraditoriamente, muitos terminam por servir a interesses “nada republicanos” de uma casta hegemônica.

   Com o surgimento da Internet (e a popularização dos "smart phones" ), houve uma redução do poder das mídias tradicionais de "favorecer" candidatos da elite. O uso criminoso de “disparos” (grande fluxo de mensagens) de factoides difamatórios e desonestos - no Whatts app, - foi largamente usados nas recentes eleições brasileiras. "Bots" (algoritmos multiplicadores) produziram um estelionato eleitoral, já que, - pagos ilegalmente por facções inescrupulosas, com mentiras e desinformação, - operadores de “robôs” definiram os resultados das urnas.

 Embora ao Judiciário cumpra resguardar a Constituição, em muitos países tem servido como instrumento para obstruir candidaturas. A demonização da política pela mídia, a construção de pretensos "salvadores da Pátria " e o terrorismo sobre crises e ameaças “comunistas” resultaram na polarização política do eleitorado. Ao Supremo cabia mediar conflitos, contudo, contribuiu para o agravamento da crise, visto que se omitiu - e ate mesmo com arbitrariedades “ditas” legais, - agiu de forma militante contra partidos e movimentos sociais.
[FALTA A CONCLUSÃO]

[Enviado por Danielle – Redação Tatuapé Manhã, revisado e alterado pelo Prof. Eduardo]

REDAÇÃO. TEMA. Falência do ensino público

FALÊNCIA ESCOLAR
  
  A falência do ensino público se deve a diversos fatores. Falta de investimentos, grade curricular obsoleta e autoritarismo nas relações interpessoais são alguns desses que colaboram para tal crise.

  Embora o discurso de educação como "panaceia"  para todos os males da sociedade prepondere entre os políticos, raramente tal fala se reverte em verbas para as escolas públicas. Estrutura física precária, escassez de recursos materiais, superlotação de salas e baixos salários dos educadores são realidades recorrentes mesmo nas grandes cidades. Vandalismo e depredação patrimonial, contudo, não só confirmam como refletem o profundo descontentamento com a instituição.

  Quanto ao ensino, há hoje uma disparidade entre as disciplinas exigidas e a vida prática. Se cabe à escola formar o indivíduo não só para o mercado de trabalho, mas também para o exercício pleno da cidadania, ela comumente fracassa. Talentos são diversas vezes desperdiçados, já que o Estado tenta padronizar/nivelar o conhecimento dos jovens em áreas irrelevantes que os desmotiva e aliena.

   A escola deveria ser um espaço de sociabilização e intercâmbio de experiências, entretanto, sua natureza conservadora e autoritária cerceia a autonomia dos alunos. Reflexo do período ditatorial, mesmo seu sistema de avaliação é punitivo, visto que (nada democrático) valoriza mais a nota do que o aprendizado. A violência, o “bullying” e o desrespeito aos professores configuram tal ambiente de hostil segregação que deveria ser de diálogo, respeito e tolerância à diversidade e aos afetos.

   A decadência das instituições de ensino público aponta para uma urgente necessidade de renovação de seu modelo. Isso exige, portanto, a atuação de um Ministério da Educação comprometido com a ampliação do investimento nas escolas, atualização de um currículo mais flexível às necessidades atuais de uma sociedade plural. Conselhos, associações e comunidade mais atuantes nas decisões escolares serão também imprescindíveis para uma escola cidadã: espaço de encontro, trocas, aquisição de conhecimento e emancipação.

REDAÇÃO. Tema: "Violência vende"

A fetichização da violência na mídia


A exploração da violência na mídia tem impactado profundamente a sociedade. Dos danos psicológicos, passando pela banalização (e fascínio) pela criminalidade, o espetáculo da violência altera a percepção do espectador sobre a realidade.

O sensacionalismo na cobertura de casos policiais é uma prática recorrente na mídia atual, - ois implica aumento de audiência, - já que a violência é extremamente atraente aos seres humanos. Se nosso instinto de preservação é ativado por cenas brutais, não é raro o desenvolvimento de medos patológicos. Ansiedade, depressão e síndrome do pânico são frequentes em muitos espectadores. Outros, contudo, tornam-se indiferentes, insensíveis à dor do outro, mais agressivos, quando não, reativos à violência. 

O mito da democracia racial (e pacífica) brasileira não se sustenta caso nos atentemos, de modo crítico, para um só dia na grade televisiva no país. Programas como Cidade Alerta, Polícia 24h e Brasil Urgente banalizam a criminalidade, com dramatizações grotescas e bordões sarcásticos que desumanizam as vítimas. Há sempre uma matéria - um recorte da realidade - exibida de forma fragmentada (num fluxo de adiamentos) com o objetivo tanto de instigar quanto prender a atenção do espectador. O sentido informativo, portanto, perde-se de todo, a sobressair o aspecto farsesco de “divertimento” ficcional.

A exposição à hiper violência tanto gera horror e indignação quanto aliena a ponto de conduzir ao conformismo. O preconceito, entretanto, é o produto mais cruel da exaltação da perversidade; posto que as periferias são sempre depreciadas em rede nacional. Muitos jovens, principalmente negros e pobres, são estigmatizados diariamente em programas sensacionalistas, sua singularidade extirpada. Tornam-se “alvos” da polícia e são, socialmente, vistos como bandidos potenciais. Perseguições, linchamentos e chacinas sucedem em profusão do mundo real às telas, uma profusão de corpos anônimos destituídos de humanidade e significado, logo, não comovem e já nem “dão mídia”. 

O impacto da exploração da violência é produto de uma sociedade doente, que lucra com a desgraça dos desvalidos. Sendo assim, ela corrompe a dignidade dos retratados e, por conseguinte,  de sua própria audiência. A regularização da mídia pelo Ministério da Comunicação se faz, portanto, imprescindível, necessária para romper com a fetichização do crime, da dor e da morte. Cabe igualmente ao MEC, fornecer material didático às escolas para desenvolver o senso crítico dos jovens, com promoção de debates para ressensibilizá-los, “despertá-los” para o horror que é a exposição e replicação de atos atrozes como divertimento: uma outra forma de crime.

REDAÇÃO. O empoderamento feminino e sua representação na mídia

Entre heroínas e divas: a força do “sexo frágil”

O modo como a mulher é representada nas mídias e nas artes no século XXI revela não só sua mudança comportamental, mas também seu novo posicionamento social.

O corpo da mulher sempre foi objetificado nas propagandas, já que “erotizado”, atraia o olhar do homem induzindo-o ao consumo. As mulheres, entretanto, não ficaram imunes, uma vez que passaram a reproduzir padrões inalcançáveis impostos por anseios masculinos. O cinema também as padronizou, ao retratá-las de forma infantilizada: sempre mocinhas "casadoidas" ou solteironas histéricas. 

Com a revolução industrial, urbanização das cidades e popularização de cinema e televisão, ora a mulher foi mostrada como rainha do lar, ora como “femme fatale” (destruidora de homens e lares). Se hoje figura como protagonista em “blockbuster de super-heróis” (como Mulher Maravilha, Capitã Marvel etc.), deve-se a seu reposicionamento na sociedade, visto que empenharam-se para obter espaço no mercado de trabalho, igualdade de direitos e maior autonomia.

Embora o conservadorismo patriarcal, as religiões dogmáticas e o machismo retrógrado procurem sabotar tais avanços, elas se fortalecem em um novo feminismo, a fim de ocuparem áreas de poder e decisão. “Divas” como Madonna, Beyonce, Angelina Jolie e Gisele Bündchen correspondem a esse modelo. Mulheres poderosas e progressistas são também empreendedoras bem-sucedidas, que conciliam - apesar de tantas atividades - família, maternidade e militância/ativismo político-social. 

Das sufragistas inglesas às figuras destemidas como Malala, o reposicionamento feminino na sociedade contemporânea reflete, portanto, a conquista de gerações de mulheres.  Há, contudo, uma cultura misógina a se combater. Assédio, violência (estupro e feminicídio), exploração sexual e diversas opressões precisam da aplicação de leis e penas severas. Por isso é fundamental uma parceria ampla da Justiça com o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, para garantir amparo a vítimas, punição para os criminosos e programas de reintegração no mercado de trabalho. O estímulo à igualdade de gênero precisa tornar-se pauta do MEC, com fornecimento de material para debate e discussão dos jovens sobre esta questão em escolas de todo país. Além disso, ele deve fomentar campanhas nacionais de combate ao machismo (via mídia),ações necessárias para construção de uma sociedade mais justa e democrática que faça jus a todo potencial da mulher. 



144 Temas possíveis para redações/dissertações

TEMAS DE REDAÇÃO

1. A necessidade de combater os altos índices de jovens que nem estudam nem trabalham no Brasil
2. A importância da educação financeira na vida do cidadão.
3. Aleitamento materno em questão  no Brasil
4. Os perigos da alienação parental.
5. A legalização dos jogos de azar no Brasil
6. A judicialização da Saúde no Brasil.
7. A internação involuntária de dependentes químicos no Brasil.
8. O abuso de álcool na sociedade brasileira
9. A importância da participação política para a efetivação da cidadania no Brasil
10. Impactos do envelhecimento da população brasileira.
11. O lixo e a sociedade de consumo no Brasil
12. A tecnologia de combate à criminalidade
13. A população em situação de rua no Brasil.
14. Os perigos da indústria farmacêutica
15. Perspectivas e desafios da Educação a distância no Brasil
16. A importância do desenvolvimento sustentável no Brasil
17. A democratização do acesso à cultura no Brasil.
18. A internet facilitou a informação mas restringiu a capacidade de reflexão.
19. A importância dos quilombolas hoje.
20. A mulher brasileira no mercado de trabalho
21. Controle parental no uso da tecnologia: prevenção ou invasão de privacidade das crianças?
22. Desastre em Brumadinho e a gravidade da reincidência dos crimes ambientais.
23. Cibercondria - a doença da era digital
24. Intolerância e discurso de ódio contra minorias
25. Violência urbana no Brasil
26. Preservação do patrimônio histórico cultural brasileiro
27. A participação política do jovem no Brasil contemporâneo.
28. A questão indígena no Brasil contemporâneo.
29. Impasses no processo de adoção no Brasil
30. O aumento de DST´s entre os jovens brasileiros
31. Causas e consequências da violência no esporte brasileiro
32. Desafios para a educação da população indígena no Brasil
33. A alimentação na rede pública de ensino
34. As consequências da pirataria para a sociedade
35. 30 anos da Constituição: avanços e retrocessos
36. Eleições 2018: o papel das redes sociais nas discussões políticas
37. Impactos da escassez de água no século XXI
38. O aumento de incêndios nas matas brasileiras
39. Desafios para melhorar o precário saneamento básico brasileiro
40. Os limites entre o erro médico e a responsabilidade criminal
41. Questões relacionadas à prostituição no Brasil
42. Desafios para garantir a vacinação dos brasileiros
43. Aumento da taxa de mortalidade infantil no Brasil
44. O uso de agrotóxicos no Brasil e no mundo
45. Violência de gênero nas universidades brasileiras: como enfrentar esse problema?
46. Preconceitos enfrentados pelos homossexuais na doação de sangue.
47. Tabagismo no seculo XXI – Problemas e consequências
48. O casamento infantil no século XXI
49. As dificuldade dos jovens de ingressarem no mercado de trabalho
50. Desafios para a inclusão digital da terceira idade
51. As dificuldade das crianças com distúrbio de aprendizagem de se inserirem na escola.
52. Alternativas para combater o desaparecimento da Mata Atlântica
53. Desafios para o tratamento de dependentes químicos no Brasil.
54. A violência obstetrícia em debate no Brasil
55. Os desafios da inclusão de pessoas com autismo no Brasil
56. O reaparecimento de doenças erradicadas no Brasil
57. A importância da Educação a distancia no Brasil.
58. A promoção de saúde por meio do saneamento básico
59. Obstáculos no aumento dos índices de felicidade e bem-estar na sociedade atual
60. Os entraves na promoção da paternidade responsável no Brasil
61. Desafios e perspectivas para a juventude do século XXI
62. A questão do abandono de animais no Brasil
63. A tendência solitária mundial: problema de saúde pública ou necessidade humana?
64. Impactos do abrandamento da Lei da Cadeirinha no Brasil
65. As implicações das redes sociais nas relações interpessoais do indivíduo contemporâneo
66. A construção de mecanismos que permitam o surgimento de artistas engajados socialmente
67. Os efeitos da supervalorização do trabalho na atualidade
68. A importância da escolha de um método de alfabetização para a formação de leitores no Brasil
69. A reforma do ensino médio brasileiro e o papel da educação na sociedade contemporânea
70. O processo de prevenção e recuperação das ações de "bullying" no contexto escolar brasileiro
71. Linchamento virtual: violência coletiva como forma de sanar a injustiça
72. As perspectivas ambientais e sociais da catástrofe de Brumadinho
73. Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet
74. Efeitos da intolerância ao multiculturalismo brasileiro
75. Poluição do ar: problemática da saúde e do desenvolvimento sustentável
76. Mortalidade entre os jovens brasileiros
77. A desvalorização do pensamento científico no Brasil
78. Efeitos da disseminação das "Fake News" nas mídias sociais
79. Como lidar com a questão do vandalismo e depredação do patrimônio público brasileiro?
80. Limites no humor: censura ou bom senso?
81. Ilicitude e implicações do tráfico de drogas no Brasil
82. A relação entre urbanismo e direito à cidade
83. O dilema da doação de órgãos no Brasil
84. Conteúdos virtuais: seleção ou indução?
85. A perspectiva social da violência urbana no Brasil
86. Educação alimentar e seus desafios na sociedade brasileira
87. O aumento das ISTs entre os jovens no Brasil
88. Desafios para se promover o consumo consciente no Brasil
89. Discurso de ódio e anonimato nas redes sociais no Brasil
90. Caminhos para combater o abuso sexual de crianças e adolescentes
91. Preconceito linguístico na sociedade brasileira
92. Desafios da população refugiada no Brasil
93. Precariedade do sistema educacional brasileiro
94. Intolerância à população LGBT brasileira
95. Aborto clandestino no contexto brasileiro
96. Apropriação cultural no Brasil
97. Desafios da inclusão digital no Brasil
98. Doação de sangue no Brasil: obstáculos e soluções
99. Meio ambiente e poluição no Brasil
100. Intolerância à diversidade de organização familiar no Brasil
101. Precarização do trabalho no Brasil
102. Ocupação urbana desordenada no Brasil
103. Depressão e suicídio na população brasileira
104. Corrupção no contexto político brasileiro
105. Crise no sistema prisional brasileiro
106. População em situação de rua no Brasil
107. Caminhos para combater o racismo no Brasil
108. Evasão escolar no Brasil
109. A invisibilidade da questão indígena no Brasil
110. Mortalidade infantil no contexto brasileiro
111. Homofobia no contexto escolar brasileiro
112. Cultura do estupro no Brasil
113. Déficit habitacional no contexto brasileiro
114. A falta de acesso à cultura na sociedade brasileira
115. Os impactos do agronegócio no Brasil
116. A quem é reservado o acesso ao esporte no Brasil?
117. Questão hídrica no contexto brasileiro
118. O aumento no índice de sobrepeso no Brasil
119. "Bullying" na sociedade brasileira
120. Desemprego no contexto brasileiro
121. Zika vírus no contexto brasileiro
122. Racismo na sociedade brasileira
123. Transfobia
124. Os desafios da saúde pública no Brasil
125. Automedicação na sociedade brasileira
126. A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira
127. Pornografia de vingança: como lidar com a questão?
128. Acessibilidade no Brasil
129. Analfabetismo funcional no Brasil
130. Segurança alimentar no Brasil
131. Mobilidade Urbana no Brasil
132. Gestão de resíduos no Brasil
133. PEC das domésticas: benefícios para as empregadas ou risco ao emprego?
134. Via de nascimento: escolha da gestante ou questão de saúde pública?
135. A redução da maioridade penal ajudará a combater a violência no Brasil?
136. Publicidade de bebidas alcoólicas: proibir é a solução?
137. Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em conflito?
138. O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?
139. A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo?
140. Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação?
141. O trabalho infantil na realidade brasileira
142. O poder de transformação da leitura
143. O desafio de se conviver com a diferença
144. A máquina de chuva da Amazônia

REDAÇÃO. Tema: Preconceito linguistico

A fala discriminada

O preconceito linguístico consiste em depreciar alguém baseado em seu modo de se expressar. Tal ato está revestido do desejo não apenas de se diferenciar do outro, mas de se mostrar superior às minorias pobres, periféricas e/ou racial ou sexualmente divergentes. 

O Brasil é um país continental, nacionalmente miscigenado, culturalmente diverso, - além de profundamente desigual do ponto de vista socioeconômico. Sendo assim, a língua portuguesa, -  herança colonial, - sofreu profundas modificações, ainda mais pelo histórico descaso com a Educação de diversos governos do país. Neste contexto,  o analfabetismo resultou num "falar" ao mesmo tempo rico e inculto, ou, como salientou o modernista Oswald de Andrade: "contribuição de todos os erros." Passadas décadas, o preconceito linguístico tem foco nas gírias dos jovens de periferia, nos dialetos jocosos dos LGBT´s nos guetos, nas expressões negras/afrodescendentes nos arrabaldes quilombolas,  nos dizeres dos caiçaras litorâneos, no falar interiorano dos caipiras e matutos.  

Um idioma está em permanente transformação. A norma padrão - na qual a escrita se ampara - nada mais é do que uma de suas expressões. A elite letrada, contudo, não só a denominou "forma culta", apropriou-se dela e passou a usá-la pra ditar as regras de um pretenso "falar correto". Com o discurso de salvaguardar sua "pureza" (definida por gramáticos de casaca), o Português se tornou uma série de regras a serem "decoradas" acriticamente. Restrito seu domínio àqueles com acesso a escolas de qualidade, tornou-se instrumento de exclusão em provas, concursos e entrevistas; portanto, uma "arma" de manutenção do "status quo" de um grupo sobre os demais.

O desprezo aos sotaques das regiões menos desenvolvidas do pais reflete as diferenças entre centro e periferia brasileiras (Sul/Nordeste, capital/interior, planície/morro, centro/subúrbios). As migrações de retirantes nordestinos e nortistas para o Sul e capitais por décadas, puseram em contato o Brasil letrado e o oral. Em posição subalternas de trabalho, "baianos" e "paraíbas" viraram termos pejorativos, discriminados por suas variantes idiomáticas e suas expressões locais, taxados de gente simples e ignorante. Esse desprezo foi retratado por Clarice Lispector em seu romance "A hora da estrela" através de Macabeia, datilógrafa alagoana constantemente humilhada por seu sotaque.

A discriminação linguística é mais uma forma de manifestação do preconceito contra minorias, portanto, prática inaceitável num pais plural e democrático. Ela não só revela ignorância sobre a formação do Brasil, como se configura em crime, já que implica reprovação, repulsa e desrespeito a outrem. Sendo assim, cabe ao MEC promover campanhas nacionais (a serem veiculadas na mídia) de valorização dos diversos modos de expressão. Deve, igualmente, fornecer material de debates nas escolas, para que professores garantam uma visão crítica (e menos preconceituosa) sobre a língua, a fim de combater a ignorância, o desrespeito e a intolerância às formas idiomáticas variantes e seus falantes. 

REDAÇÃO. Tema: doença mental

Mentes em perigo

Os casos de transtornos mentais têm se ampliado de modo alarmante - principalmente entre os jovens - no séc. XXI. Isso é produto de uma sociedade estressante, que em sua crise de valores impõe padrões inalcançáveis, na qual a violência é um fato banal. 

Se o avanço tecnológico permitiu através da mecanização industrial "libertar" o homem dos ofícios extenuantes, o Capitalismo impôs novas formas de servidão. O mundo tornou-se mais complexo, competitivo, instável e de mudanças vertiginosas. Em decorrência disso, ansiedade, vícios, depressão e síndrome de pânico emergiram na atualidade; já que o contexto socioeconômico martiriza o cidadão. 

A rejeição e o "bullying", num mundo pouco empático, conduz muitos ao isolamento, à insanidade e até ao suicídio. Embora vivamos na Era da Informação, as psicopatologias (principalmente as socialmente adquiridas) são raramente abordadas/discutidas; visto que há um preconceito arraigado às suas vitimas (tidas como "fracas", "covardes" ou sem "fé"). Na contramão desse "silêncio", o filme "Coringa" abordou recentemente, na degradação do seu protagonista, os distúrbios psicóticos. 

Numa sociedade violenta, os traumas podem resultar em problemas emocionais que evoluam para doenças. Relações tóxicas são vetores bastante comuns, entretanto agressões mais violentas (rapto, assaltos, estupro, pedofilia) traumatizam de modo permanente suas vítimas. O silêncio e o bloqueio emocional convertem-se num casulo protetor ante a indiferença e o desamor do mundo atual.

A ampliação dos casos de doenças mentais é, portanto, resultado, não só de uma sociedade em crise, mas de valores humanos degradados. O Ministério da Saúde deve promover campanhas  nacionais de conscientização sobre psicopatologias através do SUS/CAPES, além de fornecimento de profissionais e recursos para tratar os doentes. Vítimas de violência devem ser priorizadas pelo sistema. Sensibilizar a população, através da mídia, da seriedade do problema - com difusão de palestras debates, discussões e encontros em escolas e espaços coletivos (via MEC) - é fundamental; meio de minimizar e garantir a qualidade de vida, externa e psíquica, de seus cidadãos.

domingo, 27 de outubro de 2019

REDAÇÃO. TEMA: Gavidez na adolescência


PELO EXERCÍCIO PLENO DA SEXUALIDADE

Muitas adolescentes engravidam todos os anos no Brasil. Isso ocorre não só por ausência de diálogo na família, mas também por falta de informação e imaturidade de muitos jovens.
O sexo é um assunto tabu na sociedade brasileira; visto que envolve questões morais, éticas e religiosas. Embora faça parte do desenvolvimento natural do indivíduo, raramente pais e filhos têm um diálogo franco sobre o assunto. Isso faz com que vários jovens descubram/aprendam sobre sexualidade com pessoas tão ou mais inexperientes do que eles.
A escola é um espaço privilegiado para aquisição de conhecimento; entretanto, poucas são aquelas que apresentam a disciplina de Educação Sexual, já que muitos pais a consideram forma de corromper a inocência infantil e estímulo precoce à sexualidade. Desse modo, o sexo é frequentemente abordado num prisma biológico e/ou quase sempre nocivo (propagador de HPV, Sífilis, HPV e outras DSTs), nunca na perspectiva dos afetos. Se houve maior investimento em educação nas últimas décadas, isso não resultou – pelo menos nas políticas públicas – em campanhas preventivas amplas e eficientes para além do carnaval e outras datas comemorativas. Some-se a isso tudo, a erotização do corpo juvenil - explorado desde sempre pela mídia – e a internet que, se permitiu livre acesso à informação, “liberou” a pornografia a bilhões de usuários.
Os jovens tendem a ser inconsequentes e impulsivos, por conseguinte, mais vulneráveis à ação da libido. O fácil acesso ao álcool e a outros tipos de drogas, no país, favorecem a imprudência. Ainda que muitos tenham à disposição métodos contraceptivos, a imaturidade pode levar à gravidez precoce. Nem sempre, contudo, essa é “indesejada”, já que parece aos mais ingênuos uma forma de “prender” um parceiro num relacionamento, de emancipar-se dos pais ou de ingressar na fase adulta. Em contextos de miserabilidade extrema, engravidar implica aliança parental, uma estratégia de sobrevivência para carências diversas.
A gravidez na adolescência não é, portanto, uma questão individual, mas problema social a ser combatido com ações efetivas. Cabe ao Ministério da Saúde promover campanhas nacionais preventivas e garantir orientação e atendimento em suas unidades a fim de diminuir os casos. Palestras e rodas de discussão que visem a atrair e a envolver os pais nos debates escolares (a serem definidas pelo MEC) são, portanto, medidas estratégicas para sanar o problema. Finalmente, é dever do Estado expandir as perspectivas de vida dos jovens – com lazer, educação e trabalho, o que contribuirá igualmente, para que, com maturidade, estejam aptos – no tempo certo e com segurança, seja qual for sua crença - a exercerem plenamente sua sexualidade.

[Como este se trata frequentemente meu texto-base, ponto de partida para explicar o que não deve faltar num texto dissertativo, remodelei-o conforme o que é solicitado nas provas do ENEM 2019. Originalmente, esta redação coletiva foi efetuada em sala de aula, cursinho Maximize Mauá – 2014, revisada agora 08/10/19].

REDAÇÃO: Tema: Demonização da Ciência

Título: Resgatando a ciência dos demônios da ignorância.

 A Ciência sofre um crescente desprestígio na contemporaneidade, já que - num mundo cada vez mais complexo, vertiginoso e de mudanças aceleradas, - o homem se sente tanto impotente quanto ameaçado por ela.  Sua negação - e/ou busca de respostas através de crenças místicas e religiões seculares - aponta para uma reação do homem contemporâneo à tecnologia e ao "racionalismo" moderno que teme.  

Se a princípio, os avanços tecnocientíficos se mostravam como resposta a todos os problemas humanos, contraditoriamente, criaram outros impensáveis. A ameaça nuclear, o degelo polar (devido ao aumento da emissão de gases e destruição da camada de ozônio) e o desmatamento/desertificação do planeta com extinção de animais são exemplos. O surgimento de megalópoles hiper-populosas e violentas, com fábricas poluidoras e rotina de trabalho estafante, também ampliaram as angústias do homem pelo declínio da qualidade de vida. O saudosismo de um passado,  - aparentemente mais simples e puro, com contato com a natureza, tratos humanos diretos e valores universais, - fortaleceu discursos conservadores de influenciadores digitais, políticos obscurantistas e gurus oportunistas.

A ignorância, a superstição e o fanatismo, contudo, alienou a muitos que, saudosos de uma divina providência mediadora das injustiças mundanas, de um deus protetor ou de um líder político messiânico, passaram a distorcer a realidade e perseguir a todos contrários a valores e dogmas. Terminaram por culpar, portanto, a Ciência, já que a essa cabia amparar e promover o bem-estar social, o que de fato ela não cumpriu não só por estar distante do homem comum, mas por ser dirigida/financiada por grandes grupos econômicos. Assim, ela se tornou a  "inimiga" a ser combatida, materializada na figura de pesquisadores, cientistas, professores, laboratórios e instituições universitárias; quando o correto seria garantir sua ampla democratização, a fim que não se tornasse mero mecanismo de obtenção de lucro para alguns privilegiados.  

A internet propiciou um acesso à informação jamais visto na História. A propagação de desinformação em larga escala (em "fake news" e teorias conspiratórias), contudo, foi amplificada justamente em redes virtuais, tomada por negacionistas de pesquisas, estatísticas e dados científicos até então incontestáveis. Hoje, a negação do Aquecimento global, os movimentos antivacinação e a crença na Terra plana revelam a desconfiança e a descrença da Ciência. Tal retrocesso, impede medidas objetivas de combates a problemas reais do planeta, da medicina, da sociedade.   

O desprestígio da Ciência e da Tecnologia, portanto, reflete o desconforto e as angústias geradas por mudanças radicais e abruptas da contemporaneidade, de um mundo cada vez mais violento onde todas as verdades parecem contestáveis. O Ministério da Educação deve fortalecer o sistema educacional para garantir a formação de um cidadão mais crítico com a realidade. Além disso, abrir espaços para visitação à museus e à universidade ao público geral, com palestras e divulgação (via mídia) do que se produz em ciência e tecnologia são medidas estratégicas para combater a "lavagem cerebral" das comunidades mistificadoras, guiadas por influenciadores digitais desqualificados, falsos "filósofos" e profetas apocalíticos. Há, mais do que nunca, a necessidade de se proteger o conhecimento obtido por séculos da ignorância e do anti-intelectualismo acéfalo que ameaça - com seu obscurantismo - o futuro da humanidade. 


Redação coletiva realizada com turma do Tatuapé - Tarde.

Frases compostas em sala de aula em torno do tema ESTADO LAICO

O Estado Laico é caracterizado por ser separado da religião, já que essa não influencia as decisões político-sociais do país; entretanto, isso não significa a ausência dela, visto que tanto a fé quanto o agnosticismo gozam de um mesmo valor. 

Se a submissão à fé leva ao fanatismo, é preciso valorizar a laicidade, a fim de garantir a democracia. 

Há uma crescente perseguição às religiões de matriz africana (como Candomblé, Umbanda), posto que, no contexto do Brasil atual, muitos líderes evangélicos tem propagado um discurso intolerante a elas. 

A entrada na política de padres, pastores e outros representantes religiosos não é algo negativo, visto que democraticamente "falam" em nome de seus grupos; contudo, se seus dogmas pautarem decisões governamentais que privilegiem tais instituições religiosas, estão corrompendo o princípio da isenção/parcialidade do Estado Laico.

O direito à liberdade religiosa assiste a todo cidadão, no entanto, querer impor práticas, normas e dogmas a outrem viola esse mesmo princípio.

A presença de emblemas e artefatos cristãos em órgãos públicos contradiz a noção de laicidade no Estado brasileiro, visto que, na maioria das vezes, evidencia-se o modo como privilegia o catolicismo em detrimento de outras instituições religiosas. 


sexta-feira, 25 de outubro de 2019

REDAÇÃO. TEMA: O aumento de suicídio entre os jovens

O suicídio como doença social

O suicídio entre jovens é um fenômeno crescente na sociedade contemporânea. Problemas psicológicos/emocionais, fatores externos (como fracasso e “bullying”) e desarranjos bioquímicos, podem influenciar no desejo de por fim à própria vida.

A sociedade capitalista é caracterizada por mudanças frenéticas, competitividade excessiva e individualismo exacerbado. Relações mais superficiais e efêmeras isolam o indivíduo e favorecem o surgimento de distúrbios/transtornos como estresse, ansiedade, depressão, bipolaridade e comportamentos psicóticos. Embora o suicídio de jovens entre 15 e 29 anos seja a segunda causa de morte no Brasil, as campanhas para prevenir este mal não são suficientemente divulgadas.

Desigualdade social e crises econômicas colaboram para o aumento dos casos, já que o desemprego e a falta de perspectivas afetam a autoestima das vítimas. As pressões sociais ocorrem, contudo, bem mais cedo. Nas escolas, o poder aquisitivo espelhado nos tipos de bens pertencentes aos estudantes acirram as diferenças geradoras de conflitos. Além disso, a prática do “bullying” – também por diferenças culturais, raciais, físicas e/ou estéticas, –  é recorrente.

Doenças psicossomáticas e outros desajustes bioquímicos, como aqueles desencadeados por alguns medicamentos – além da dependência química – são potenciais estopins para o suicídio. Falhas no sistema público de saúde, entretanto, contribuem para o aumento de casos, uma vez que raramente as vítimas são diagnosticadas e assistidas a tempo.

O fenômeno do suicídio na camada mais jovem da população é, portanto, sintoma de uma sociedade individualista e com uma alta crise de valores. Logo, é preciso exigir do Ministério da Saúde campanhas nacionais de prevenção a serem difundidas na mídia, bem como atendimento nos SUS/CAPES aos doentes. Ao MEC, cumpre fornecer diretrizes às escolas para promoção de debates a envolver pais, filhos e comunidade. Tais medidas são, portanto, fundamentais para prevenção e combate ao suicídio. Reforçar princípios como união fraternal, empatia, respeito e igualdade são a melhor estratégia de resgate para esses jovens que se sentem desamparados em tempos sombrios.

´[Revisada e reorganizada conforme modelo ENEM 2019.]

Corujão 2019 - Fiz aula de Redação às 3 da manhã


Comentário de um corretor sobre os elementos importantes de uma redação nota dez

[AVALIAÇÃO]


Percebe-se também, ao longo da redação, a presença de um projeto de texto estratégico, com informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, desenvolvidos de forma consistente e bem organizados em defesa do ponto de vista. No primeiro parágrafo, a participante apresenta a questão do controle de dados, que prejudica a construção da autonomia intelectual, causando dois principais impactos: a influência nos hábitos de consumo e nas convicções dos usuários. Nos parágrafos seguintes, ela desenvolve as duas diferentes formas de controle de dados que causam esses impactos: primeiramente o controle relacionado à divulgação de anúncios publicitários, que influenciam no consumo, e depois o controle que seleciona o que vai ou não ser lido, bem como a divulgação de notícias falsas, que moldam os interesses pessoais. Por fim, são apresentadas propostas de intervenção articuladas ao problema apontado pelo participante.



Em relação à coesão, encontra-se, nessa redação, um repertório diversificado de recursos coesivos, sem inadequações. Há articulação tanto entre os parágrafos (“Nesse contexto”, “Somado a isso” e “portanto”) quanto entre as ideias dentro de um mesmo parágrafo (1º parágrafo: “Entretanto”, “uma vez que”, “Embora”; 2º parágrafo: “Isso”, “já que”, “Nesse viés”, “Dessa forma”, “visto que”; 3º parágrafo: “a fim de”, “Nesse cenário”, “a qual”, “Desse modo”; 4º parágrafo: “Por conseguinte”, “as quais”, “Além disso”, “portanto” entre outros).



Por fim, a participante elabora excelente proposta de intervenção, concreta, detalhada e que respeita os direitos humanos: propõe que o Ministério da Educação invista em educação digital nas escolas, orientando os alunos sobre a divulgação de dados pessoais na internet, e que o Ministério da Justiça crie canais de denúncia de notícias falsas.

Redação (curta) que tirou nota dez no ENEM 2019

[07]Redação de LUISA SOUSA LIMA LEITE


A Revolução Técnico-científico-informacional, iniciada na segunda metade do século XX, inaugurou inúmeros avanços no setor de informática e telecomunicações. Embora esse movimento de modernização tecnológica tenha sido fundamental para democratizar o acesso a ferramentas digitais e a participação nas redes sociais, tal processo foi acompanhado pela invasão da privacidade de usuários, em virtude do controle de dados efetuado por empresas de tecnologia. Tendo em vista que o uso de informações privadas de internautas pode induzi-los a adotar comportamentos intolerantes ou a aderir a posições políticas, é imprescindível buscar alternativas que inibam essa manipulação comportamental no Brasil.

A princípio, é necessário avaliar como o uso de dados pessoais por servidores de tecnologia contribui para fomentar condutas intolerantes nas redes sociais. Em consonância com a filósofa Hannah Arendt, pode-se considerar a diversidade como inerente à condição humana, de modo que os indivíduos deveriam estar habituados à convivência com o diferente. 

Todavia, a filtragem de informações efetivada pelas redes digitais inibe o contato do usuário com conteúdos que divergem dos seus pontos de vista, uma vez que os algoritmos utilizados favorecem publicações compatíveis com o perfil do internauta. Observam-se, por consequência, restrições ao debate e à confrontação de opiniões, que, por sua vez, favorecem a segmentação da comunidade virtual. Esse cenário dificulta o exercício da convivência com a diferença, conforme defendido por Arendt, o que reforça condutas intransigentes como a discriminação. Em seguida, é relevante examinar como o controle sobre o conteúdo que é veiculado em sites favorece a adesão dos internautas a certo viés ideológico. Tendo em vista que os servidores de redes sociais como “Facebook“ e “Twitter” traçam o perfil de usuários com base nas páginas por eles visitadas, torna-se possível a identificação das tendências de posicionamento político do indivíduo. Em posse dessa informação, as empresas de tecnologia podem privilegiar a veiculação de notícias, inclusive daquelas de procedência não confirmada, com o fito de reforçar as posições políticas do usuário, ou, ainda, de modificá-las para que se adequem aos interesses da companhia. Constata-se, assim, a possibilidade de manipulação ideológica na rede.

Fica evidente, portanto, a necessidade de combater o uso de informações pessoais por empresas de tecnologia. Para tanto, é dever do Poder Legislativo aplicar medidas de caráter punitivo às companhias que utilizarem dados privados para a filtragem de conteúdos em suas redes. Isso seria efetivado por meio da criação de uma legislação específica e da formação de uma comissão parlamentar, que avaliará as situações do uso indevido de informações pessoais. Essa proposta tem por finalidade evitar a manipulação comportamental de usuários e, caso aprovada, certamente contribuirá para otimizar a experiência dos brasileiros na internet.


Proposta de redação com INTRODUÇÃO e CONCLUSÃO

[POSTEI ABAIXO o início/introdução e o parágrafo final/conclusão de seis redação que tiraram nota máxima no ENEM 2019. O propósito é observar como o início apresenta o tema e a conclusão retoma o início para concluir de maneira sintética e propor na sequência uma "solução" para o problema apresentado.]


PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativoargumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

[01] Em sua canção “Pela Internet”, o cantor brasileiro Gilberto Gil louva a quantidade de informações disponibilizadas pelas plataformas digitais para seus usuários. (...)
Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar essa problemática. Para tanto, as instituições escolares são responsáveis pela educação digital e emancipação de seus alunos, com o intuito de deixá-los cientes dos mecanismos utilizados pelas novas tecnologias de comunicação e informação e torná-los mais críticos. Isso pode ser feito pela abordagem da temática, desde o ensino fundamental – uma vez que as gerações estão, cada vez mais cedo, imersas na realidade das novas tecnologias – , de maneira lúdica e adaptada à faixa etária, contando com a capacitação prévia dos professores acerca dos novos meios comunicativos. Por meio, também, de palestras com profissionais das áreas da informática que expliquem como os alunos poderão ampliar seu meio de informações e demonstrem como lidar com tais seletividades, haverá um caminho traçado para uma sociedade emancipada.

[02]O advento da internet possibilitou um avanço das formas de comunicação e permitiu um maior acesso à informação. No entanto, a venda de dados particulares de usuários se mostra um grande problema. Apesar dos esforços para coibir essa prática, o combate à manipulação de usuários por meio de controle de dados representa um enorme desafio. Pode-se dizer, então, que a negligência por parte do governo e a forte mentalidade individualista dos empresários são os principais responsáveis pelo quadro.
(…)
Infere-se, portanto, que assegurar a privacidade e a liberdade de escolha na internet é um grande desafio no Brasil. Sendo assim, o Governo Federal, como instância máxima de administração executiva, deve atuar em favor da população, através da criação de leis que proíbam a venda de dados dos usuários, a fim de que empresas que utilizam essa prática sejam punidas e a privacidade dos usuários seja assegurada. Além disso, a sociedade, como conjunto de indivíduos que compartilham valores culturais e sociais, deve atuar em conjunto e combater a manipulação e o controle de informações, por meio de boicotes e campanhas de mobilização, para que os empresários sintam-se pressionados pela população e sejam obrigados a abandonar a prática.

[03]Sob a perspectiva de uma revolução Tecno-Científico-Informacional, vive-se o auge da evolução humana em sua relação com a tecnologia, em que se destaca a ascensão do papel da internet no cotidiano social. Entretanto, tal avanço não é apenas benéfico, de modo que a popularidade existente no uso das redes virtuais possibilitou seu aproveitamento malicioso para que ela atue como um meio influenciador de comportamentos.(...)
Torna-se evidente, portanto, a complexa situação que envolve a manipulação do indivíduo com a seleção de dados na rede virtual. Para amenizar o quadro, cabe ao Poder Legislativo reformular o Marco Civil, que é responsável por regularizar o uso do meio digital. Essa medida deverá ocorrer por intermédio da inclusão de uma cláusula a qual irá reforçar os limites no controle dos conteúdos expostos, de forma a ampliar o espectro de escolhas do usuário. Tal ação objetiva impedir que a internet seja utilizada para a moldagem de comportamentos.

[04] A utilização dos meios de comunicação para manipular comportamentos não é recente no Brasil: ainda em 1937, Getúlio Vargas apropriou-se da divulgação de uma falsa ameaça comunista para legitimar a implantação de um governo ditatorial. Entretanto(...)
 Evidencia-se, portanto, que a manipulação advinda do controle de dados na internet é um obstáculo para a consolidação de uma educação libertadora. Por conseguinte, cabe ao Ministério da Educação investir em educação digital nas escolas, por meio da inclusão de disciplinas facultativas, as quais orientarão aos alunos sobre as informações pessoais publicadas na internet, a fim de mitigar a influência exercida pelos algoritmos e, consequentemente, fomentar o uso mais consciente das plataformas digitais. Além disso, é necessário que o Ministério da Justiça, em parceria com empresas de tecnologia, crie canais de denúncia de “fake news”, mediante a implementação de indicadores de confiabilidade nas noticias veiculadas – como o projeto “The Trust Project” nos Estados Unidos – com o intuito de minimizar o compartilhamento de informações falsas e o impacto destas na sociedade. Feito isso, a sociedade brasileira poderá se proteger contra a manipulação e a desinformação.

[05]As primeiras duas décadas do século XXI, no Brasil e no mundo globalizado, foram marcadas por consideráveis avanços científicos, dentre os quais destacam-se as tecnologias de informação e comunicação (TICs).(...)
Em suma, a manipulação comportamental pelo uso de dados é um complexo desafio hodierno e precisa ser combatida. Dessarte, as instituições escolares – responsáveis por estimular o pensamento crítico na população – devem buscar fortalecer a capacidade de julgamento e posicionamento racional nos jovens. Isso pode ser feito por meio de palestras, aulas e distribuição de materiais didáticos sobre a filosofia criticista e sociologia, visando aprimorar o raciocínio autônomo livre de influências. Em paralelo, as grandes redes sociais, interessadas na plenitude de seus usuários, precisam restringir o uso indevido de dados privilegiados. Tal ação é viável por intermédio da restrição do acesso, por parte de entidades políticas, aos algoritmos e informações privadas de preferências pessoais, objetivando proteger a privacidade do indivíduo e o exercício da democracia plena. Desse modo, atenuarse-á, em médio e longo prazo, o impacto nocivo do controle comportamental moderno, e a sociedade alcançará o estágio da maioridade kantiana.

[06]No filme “Matrix“, clássico do gênero ficção científica, o protagonista Neo é confrontado pela descoberta de que o mundo em que vive é, na realidade, uma ilusão construída a fim de manipular o comportamento dos seres humanos, que, imersos em máquinas que mantêm seus corpos sob controle, são explorados por um sistema distópico dominado pela tecnologia. Embora seja uma obra ficcional, o filme apresenta características que se assemelham ao atual contexto brasileiro, pois, assim como na obra, os mecanismos tecnológicos têm contribuído para a alienação dos cidadãos, sujeitando-os aos filtros de informações impostos pela mídia, o que influencia negativamente seus padrões de consumo e sua autonomia intelectual.
(…)
Assim, faz-se necessária a atuação do Ministério da Educação, em parceria com a mídia, na educação da população — especialmente dos jovens, público mais atingido pela influência digital — acerca da necessidade do posicionamento crítico quanto ao conteúdo exposto e sugerido na internet. Isso deve ocorrer por meio da promoção de palestras, que, ao serem ministradas em escolas e universidades, orientem os brasileiros no sentido de buscar informação em fontes variadas, possibilitando a construção de senso crítico. Além disso, cabe às entidades em governamentais a elaboração de medidas que minimizem os efeitos das propagandas que visam incentivar o consumismo. Dessa forma, será possível tornar o meio virtual um ambiente mais seguro e democrático para a população brasileira.


domingo, 20 de outubro de 2019

IDEIAS. Fontes para conseguir ARGUMENTOS para tornar redação mais consistentes

É fundamental para se fazer uma boa redação não só estar atualizado com o que se passa no Brasil e no mundo, mas também ter uma base cultural consistente. Listei abaixo alguns programas/documentários em vídeos, que podem ser encontrados na plataforma Netflix, ou no Youtube. Eles possibilitam, pela qualidade de seu conteúdo e sua forma (são dinâmicos, com vídeos curtos e bem editados), a informar e fornecer uma base de conteúdo para o estudante construir um bom argumento para sua dissertação. Todos trazem temas e perspectivas variadas, ainda assim, procurei indicar diversos vieses: História, Ciências, Arte, Atualidades, Filosofia e Sociologia. 



EXPLICANDO é uma série da Netflix. Ela traz pequenos documentários com temas globais e universais que vão desde O funcionamento da mente, A inteligência dos animais, até uma reflexão sobre Bilionários que controlam o mundo. A estrutura lembra exatamente um texto dissertativo, apresenta tese, relaciona-se com sua origem histórica, seu desdobramento na sociedade, e como esta é vista/atua no mundo contemporâneo. 




Também veiculada na Netflix, GUERRAS DO BRASIL.DOC traz em 5 episódios dinâmicos cinco momentos históricos marcantes do país que definem nosso presente, que vai da questão racial, passando pelo autoritarismo (e as ditaduras), a desigualdade social gritante, o tráfico, as milícias e a criminalidade que marcam o país no seculo XXI. 




PROFISSÃO REPÓRTER - programa de jornalismo investigativo da Rede Globo, traz em cada um de seus progamas um tema da atualidade - Corrupção política, gravidez Precoce, o desastre de Mariana, atuação dos médicos cubanos etc. Jovens jornalistas vão a várias regiões/estados do país investigar o tema escolhidos para ter uma perspectiva de como é tal questão é vivida no cenário/perspectiva atual do país. Interessante pelo foco ser o Brasil e principalmente suas mazelas socioeconomicas, políticas e ambientais. 




VIVI EU VI é um canal do Youtube no qual a jornalista e estudante de artes Vivi Vilanova analisa quadros, fornece panoramas gerais sobres fases estéticas da artes (Surrealismo, Dadaísmo, Bubismo etc), analisa a vida, o contexto e a obra dos maiores artistas da humanidade (Michelangelo, Da Vinci etc), além de analisar esteticamente obras e performances, muitas vezes indicando também livros, documentários e exposições. Além de fornecer uma base cultural sobre Arte universal, a apresentadora tem uma atenção expressiva para a Arte Brasileira Moderna e Contemporânea, com foco especial também para a produção da mulheres e das minorias que merecem análises e reflexões atentas, muitas vezes excedendo a abordagem técnica e estética. Brilhante. Link AQUI





ENTREPLANOS é um canal do Youtube no qual o jornalista e crítico de cinema Max Valarezo traz ensaios sofisticados sobre Cinema, seus movimentos e principais diretores e roteiristas. Ele analisa não só obras, mas trabalha com temáticas em torno de filmes e outras obras audiovisuais (como séries). São aulas de interpretação do audiovisual que possibilita ampliar a perspectiva sobre arte cinematográfica e sua relação dom a sociedade contemporânea. Link AQUI





LITERATURA FUNDAMENTAL é um programa produzido e veiculado pela televisão da UNIFESP onde um apresentador entrevista um acadêmico que analisa um autor universal e sua principal obra. Isso permite conhecer as principais obras literárias da humanidade, entender sua importância, seu contexto histórico e como ela reflete não apenas a interioridade do autor, mas seu tempo. Link AQUI.





CORUJÃO PAULISTA 2019


Minha aula de Redação foi as 2 da manhã do sábado.

A REDAÇÃO NO ENEM 2019 - Cartilha do participante (para baixar)



Baixe clicando AQUI

LINK

http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2019/redacao_enem2019_cartilha_participante.pdf

terça-feira, 15 de outubro de 2019

No dia dos professores, uma reflexão sobre o Cursinho





Lembro até hoje desta turma de 2011. INFELIZMENTE, o cursinho vestibular de Mauá fechou em 2019. Naquele 2011, havia um outro pais. Nascia no governo petista a ampliação do acesso à universidade aos jovens de periferia, graças ao investimento em universidade públicas e federais e através dos programa ENEM/PROUNI. Assim, as turmas logo se ampliaram, pois os alunos descobriram a possibilidade de acesso, os pais tinham grana para investir no estudo dos filhos por causa dos preços populares, voltados para alunos do ensino público. Era outro o otimismo do país, sentido de pertencimento, e desejo de crescimento via estudo. Neste ano (2019), depois de 19 anso de existência, o cursinho fechou as portas (eu iniciei lá no ano 2000). Houve uma escassez de matrículas, pois os pais já não podiam pagar, a inadimplência se tornou altíssima, assim como os custos altos com prédio, professores, atendentes, etc. Mas o pior foi a desesperança com o futuro, já que o governo Bolsonaro - de Direita - começou o desinvestimento no ensino superior, cortou bolsas, reduziu a política de cotas, iniciou via Ministério da Educação, uma crescente perseguição à autonomia das universidades, a reitores, professores e cursos (principalmente de Humanas). Vivemos hoje uma fase de imensa consternação e desesperança, pois o acesso dos jovens a faculdade está ameaçado por um projeto persecutório do livre pensamento - camuflado de perseguição a uma pretensa ideologia de esquerda, de cunho marxista, na verdade, estratégia para futuras privatizações da universidade pública e domínio acachapante do ensino privado de baixa qualidade no modelo norte-americano não presencial, hoje Intitulado FUTURE-SE. 

Um desenho que ganhei durante aula de redação num longínquo 2005


INTERPRETAÇÃO: Ilustração


INTERPRETAÇÃO: Charge


As cores, as posturas e as vestimentas são fundamentais para compreensão desta engenhosa charge. Os jornalistas se põem diante do candidato ao entrevista-lo, este expele um vapor tóxico de sua boca. As roupas amarelas protetoras dos jornalistas, a distância que tomam, bem como suas máscaras,indicam o horror da contaminação radioativa e contaminante do político tóxico. Sua cor cinzenta, cadavérica e postura típica, com as mãos atadas por trás das costas, revela o grau de toxidade expelido por sua fala. 

INTERPRETAÇÃO: Charge


Há um uso engenhoso da estrutura convencional do quadrinho que se confunde com o uso dos balões. Sem um só diálogo, o homem insinua sua intensão de roubar um beijo da moça que imediatamente lhe comunica qual será sua reação. Portanto, seu alerta termina como uma bofetada, ainda que as duas ações paralelas insinuadas na narrativa em quadrinho podem ter sido executadas num outro plano (o real). 

Pleonasmo


domingo, 15 de setembro de 2019

EXERCÍCIO DE ESCRITA

Escolha e comente de modo breve uma das questões abaixo

1. Você julga incoerente um coletivo afro (voltado para música) composto só de artistas brancos?

2. Uma empresa empenhada em efetivar práticas na área de gestão da diversidade é democrática?

3. Limites podem ser impostos à arte e a artistas?

4. A possibilidade de uma imprensa menos parcial no Brasil é possível ou uma utopia?

5. A música que se produz e se divulga no Brasil representa um "empobrecimento" em relação à do passado?

6. O modelo tradicional de televisão está em declínio? Aponte causas.

7. O fenômeno dos "youtubers" (celebridades digitais de grande influência no séc. XX) é uma moda passageira ou uma mudança permanente?

8. A exposição à violência em filmes e jogos na mídia influencia o comportamento de jovens e adultos no mundo real?

9. Um relacionamento virtual diário e contínuo envolvendo pessoas casadas pode ser considerado traição?

10. Uma empresa têm o direito de exigir que as funcionárias sempre estejam maquiadas, bem penteadas e com vestidos. 

11. Empresas que não contratam funcionários com tatuagem. 

12. Pessoas com obesidade severa serem obrigadas a pagar dois assentos em viagens interestaduais.

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

TEXTO. Modelo nota dez de Carta Argumentativa/MANIFESTO



Caros pais, professores e diretória, nós, alunos desta escola, nos sentimos chocados com o recente episódio no qual alguns alunos gravaram uma aula de História e a criticaram com comentários públicos no Facebook, uma rede social na internet. Porém, fomos ainda mais surpreendidos quando a direção de nossa escola decidiu não apenas exigir que tal material fosse apagado e os responsáveis punidos, mas também criou um monitoramento do que é publicado na internet pelos alunos, para que assim qualquer material "danoso à imagem da escola" possa ser rastreado e apagado.

Repudiamos tal medida e exigimos que a escola não aja de maneira tão abusiva e arbitrária. A escola é uma instituição educacional e conscientizadora e, portanto, deve trabalhar para educar os seus alunos sobre seus limites fora e dentro do ambiente escolar e conscientizá-los sobre como emitir suas opiniões. É cobrado de tal instituição que fomente as discussões e os debates para ajudar os seus alunos a desenvolver um senso crítico e postura adequada no mundo moderno.

O monitoramento, na forma como foi instalado em nossa escola, não contribui para nenhum desses objetivos, pelo contrário, prejudica o trabalho de nossa escola. Com ele, a escola não só não contribui para alcançar alguns de seus objetivos mais importantes, mas também perde um grande espaço de discussões e aperfeiçoamento, o qual seria muito útil para ela mesma interagir com seus alunos: o espaço da internet.

E é por isso que nós defendemos que a medida do monitoramento seja revogada e convocamos pais, professores e outros alunos desta escola para que juntos trabalhemos para replantar esta medida com projetos realmente efetivos e que procurem instruir e conscientizar nossos alunos para formar cidadãos conscientes e preparados para ingressar nessa sociedade adulta com as capacidades que lhes são exigidas,

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