terça-feira, 31 de março de 2020

Temas de Redação na FUVEST (Sintetizados)


Fuvest 1990 – Ter opinião
Fuvest 1991 – Cesta Básica
Fuvest 1992 – Vestibular justo/injusto
Fuvest 1993 – Regras sociais
Fuvest 1994 – Democratização dos meios de comunicação
Fuvest 1995 – Cultura de massa
Fuvest 1996 – Ciência e mito
Fuvest 1997 – Escrita (as dificuldades da escrita)
Fuvest 1998 – O inferno são os outros
Fuvest 1999 – Julgamento da própria geração
Fuvest 2000 – Estrangeirismo na Língua Portuguesa
Fuvest 2001 – Neonazismo
Fuvest 2002 – Julgamento da geração passada
Fuvest 2003 – Autoestima do brasileiro
Fuvest 2004 – Passado, presente, futuro
Fuvest 2005 – Controles sociais
Fuvest 2006 – Trabalho
Fuvest 2007 – Amizade
Fuvest 2008 – Vigilância epistêmica
Fuvest 2009 – Fronteiras
Fuvest 2010 – Mundo por imagens
Fuvest 2011 – Altruísmo
Fuvest 2012 – Participação política
Fuvest 2013 – Consumismo
Fuvest 2014 – Idosos
Fuvest 2015 – Camarotização
Fuvest 2016 – Utopia
Fuvest 2017 – Menoridade do homem
Fuvest 2018 – Limites para a arte
Fuvest 2019 – Passado/ presente

Uma conclusão para o tema A importância da História.

 Que futuro terá um povo que abdica às referências, tradições, cânones e experiências de gerações passadas? O passado é memória ativa e, portanto, base que sustenta nossas tomadas de decisão e ações sobre o mundo. Urge, assim, valorizar as ciências humanas, cobrando dos nossos governantes maior investimento em universidades, museus, memoriais, arquivos e patrimônios históricos. Difundir a História com exposições e livros entre os jovens são formas de resistência ao utilitarismo vulgar dos poderosos que desejam deturpá-la ou apagá-la em benefício próprio. A História não é descartável, perdê-la é esquecer quem somos. Por isso devemos mantê-la viva, combater revisionismos mentirosos que a deturpam e resgatar do esquecimento relíquias soterradas em escombros, verdades ocultadas de nós: a memória de povos silenciados pelo vitória dos poderosos.

segunda-feira, 30 de março de 2020

12 ÚLTIMOS TEMAS DA FUVEST

Observe que os temas solicitam uma reflexão crítica e não a solução de um problema objetivo. Por conta disso, a conclusão não carece de intervenção prática (como no Enem), deve trazer um posicionamento claro do candidato em relação ao tema. Esse deve apontar saídas para conflitos, impasses e contradições de natureza social, política e/ou ontológica. A sugestão de resolução mais ou menos pragmática visa a  identificar o candidato consciente de si, de sua responsabilidade como indivíduo e ator social diante do mundo contemporâneo em crise.   


2019 – A importância do passado para a compreensão do presente
2018 – Devem existir limites para a arte?
2017 – O homem saiu de sua menoridade?
2016 – As utopias: indispensáveis, inúteis ou nocivas?
2015 – “Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia
2014 – Envelhecimento da população
2013 – Consumismo
2012 – Participação política: indispensável ou superada?
2011 – O altruísmo e o pensamento a longo prazo ainda têm lugar no mundo contemporâneo?
2010 – Imagem e realidade
2009 – Fronteiras
2008 – Mundo digital

sábado, 28 de março de 2020

Internet e brincadeira de criança

O advento da internet, no século XX, alterou profundamente o modo como as sociedades interagem; e já impacta o homem desde a infância. Se por um lado representou um acesso ímpar à informação, - com reflexos nas formas de entretenimento, comunicação e aprendizagem, - por outro, o uso indiscriminado das tecnologias digitais pelas crianças precisa ser combatido pelos malefícios que lhes acarreta.
          As tecnologias digitais de informação se tornaram instrumentos cotidianos. Celulares compactos, com telas “touch”, logo se converteram em objetos do desejo também das crianças. Assim, pais lhes presentearam com um aparelho que também lhes servia para comunicar, monitorar e controlar os filhos a distancia. O uso desenfreado para jogos, vídeos, fotos e diversão, além de acesso às redes sociais, por longas horas e sem qualquer mediação, aumentou. Muitos pais inventaram, posteriormente, novo uso para o aparelho: o de “babás eletrônicas” para distração das “crias elétricas’, ávidas por brincar, correr e interagir, ou seja, serem crianças. Por isso, o aumento da insônia, da desatenção às atividades e interações presenciais – além da miopia - caracterizam a geração “polegarzinha”, aquela de dedos frenéticos no teclado e olhar mesmerizado no visor eletrônico.

           Segundo o filósofo canadense Marshall McLuhan: “Os homens criam as ferramentas. As ferramentas recriam os homens.” Tal efeito se comprova no aumento da obesidade entre crianças, já que o sedentarismo e distúrbios do sono (o brilho da tela interfere no hormônio indutor) são alguns danos resultantes do vício em eletrônicos. Embora conectados, alguns se isolam concretamente dos pais enquanto muito se expõem nas redes. Ademais, não raro, crianças são assediadas na rede por desconhecidos, sofrem e praticam “cyberbullying”, têm acesso livre à pornografia e a discursos de ódio que tornam alguns mais agressivos, indiferentes e alienados. Apesar de tamanhos riscos, poucos pais se atentam a isso, visto que a presença na casa mascara distanciamento e crescente desconexão com os pais. 

•Estudos recentes da Academia Americana de Pediatria (AAP) tratam do impacto positivo das tecnologias digitais na educação. De acordo com a AAP, elas não só “auxiliariam na fixação de conteúdo, lembranças e sentimentos não vivenciadas presencialmente”, como também nas trocas culturais e interações humanas. O rico acervo científico, cultural e artístico da internet, e a possibilidade de aulas “online” (e cursos de Educação a distância) fazem dela uma ferramenta pedagógica única. Entretanto, na mesma proporção que espelha o melhor no mundo, sem mediação de adultos responsáveis, deixa tanto expostas quanto vulneráveis as crianças a males com os quais não podem, nem devem, lidar.

       Em suma, as mudanças impulsionadas pelas tecnologias digitais são irreversíveis. Embora não seja possível medir todo seu impacto no comportamento humano, não há como discordar de MacLuhan: ela recria o homem. Por isso, é imprescindível o combate ao seu uso irrestrito pelas crianças, já que são explícitos, hoje, os danos que lhes causa. Urge, portanto, que o Ministério da Educação promova campanhas nas escolas e na mídia voltadas principalmente aos pais, a fim de alertá-los sobre os malefícios para saúde física e psicológica de crianças hiperconectadas. Uma estratégia é promover palestras com psicopedagogos para conscientizá-los da importância de limitar as horas de “navegação” dos filhos e atenção às suas interações: ao que assistem, com quem falam, como se mostram.. Cabe, igualmente, ao Ministério das Telecomunicações, fiscalizar e exigir a observância de empresas - como Facebook e Twitter - às normas do Marco Civil da Internet que garante a proteção contra práticas abusivas do comércio, publicidade infantil e crimes virtuais. Mas é de fato das famílias a responsabilidade de manter seguras as crianças de perigos na internet (como “cyberbullying”, sites de propagação de ódio, pornografia, pedofilia e abusadores) e educa-las criticamente para que cresçam sabendo usa-la de modo responsável e cidadão, não como brinquedo. 

terça-feira, 24 de março de 2020

TEMA: Desigualdade social no Brasil (precisa de revisão)

     A exclusão social é uma das marcas da sociedade brasileira, já que essa é caracterizada pela extrema concentração de renda, baixa mobilidade social e uma predatória exploração dos ricos sobre os mais pobres.

     Desde o modelo de Capitanias Hereditárias e sesmarias concedidas no período da colonização portuguesa, até os grandes latifúndios concedidos pelo Estado atualmente ao agronegócio, o modelo exploratório brasileiro sempre concentrou terras e concentrou, consequentemente, o poder nas mãos de poucos. Embora a escravidão tenha sido abolida, as relações entre senhores e servos se atualizaram no século XXI, visto que a classe trabalhadora, carente de garantias fundamentais, encontra-se cada vez mais submetida à vontade de umas poucas empresas/patrões.

     Há uma reduzida transição entre as classes econômicas no país, posto que o capital se concentra (é conservado) por uma elite dominante que não "abre mão" de seus privilégios. A exorbitante disparidade salarial entre profissões, mesmo com nível superior, é vista como natural. Um médico e uma enfermeira mesmo que atuantes numa mesma áreas (a Saúde), jamais residiriam num mesmo edifício ou bairro, posto que o desnível de renda é prestígio é absoluto.

     A subalternidade e a pobreza não só andam juntas, mas também são complementares já que compõem o círculo de miséria e violação de direitos. Sendo assim, o instinto de sobrevivência faz com que os mais pobres se submetam às condições mais degradantes de vida.  Isso , portanto, leva-os a aceitarem com resignação, a diversas formas de controle e exploração social impostas pelos donos do poder e da propriedade.

     Estigma social brasileiro, a desigualdade e a concentração de renda dos mais ricos são, portanto, responsáveis pelo subdesenvolvimento da nação. É preciso que o Estado crie políticas de combate à pobreza ou que aprimore as existentes (Bolsa Família, Gás para todos etc). A taxação das grandes fortunas e o combate à desvios/corrupção permitiram uma repartição e aplicação mais justa dos recursos. Mas urge uma nova regulamentação do trabalho que recupere direitos e impeça sua "uberização.“ Essas são, portanto. medidas governamentais que garantirão um pais mais democrático e menos desigual para todos.



sábado, 7 de março de 2020

LINGUAGEM. Classificação doa advérbios

Classificação dos Advérbios

De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio pode ser de:
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, , detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, embaixo, externamente, a distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.
Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, dantes, depoisainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamaisagorasempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Modo: bemmalassim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em "-mente": calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente, generosamente.
Afirmação: simcertamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Negação: nãonem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçátalvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, extremamenteintensamentegrandemente, bem (quando aplicado a propriedades graduáveis).
Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente.
Por exemplo: Brando, o vento apenas move a copa das árvores.
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a adolescência.
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente.
Por exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus amigos por comparecerem à festa.
Saiba que:
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se ao advérbio o mais ou o menos.
Por exemplo:
Ficarei o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos tarde possível.
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, em geral sufixamos apenas o último:
Por exemplo:
O aluno respondeu calma e respeitosamente.
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido
Há palavras como muito, bastante, etc. que podem aparecer como advérbio e como pronome indefinido.
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro advérbio e não sofre flexões. Por exemplo:
Eu corri muito.
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e sofre flexões. Por exemplo:
Eu corri muitos quilômetros.

Advérbios Interrogativos

São as palavras: ondeaondedondequandocomopor que? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja:
Interrogação DiretaInterrogação Indireta
Como aprendeu?Perguntei como aprendeu.
Onde mora?Indaguei onde morava.
Por que choras?Não sei por que choras.
Aonde vai?Perguntei aonde ia.
Donde vens?Pergunto donde vens.
Quando voltas?Pergunto quando voltas.

LINGUAGEM. Concordância nominal

Normas Gramaticais

Concordância nominal

A regra geral de concordância nominal estabelece que os determinantes (adjetivo, pronome adjetivo, artigo, numeral) concordam em número e gênero com o determinado (substantivo ou pronome) a que se referem.
A seguir, estão elencados alguns casos especiais. Para explicações completas, consulte gramáticas.

Alerta
  • Quando a palavra alerta é empregada como advérbio (no sentido de em estado de prontidãoatentamente), permanece invariável.
Exemplos:
Os guardas vigiavam alerta o portão principal.
A menina esperava alerta pela chegada dos pais.
As pessoas aguardavam alerta o resultado das eleições.
  • Quando a palavra alerta é empregada como adjetivo (no sentido de atentovigilante), concorda com o termo ao qual se refere.
Exemplos:
Eram guardas alertas.
As pessoas alertas não deixam passar boas oportunidades.

Anexo / Apenso / Leso / Incluso / Mesmo / Obrigado / Próprio / Quite
São palavras adjetivas; concordam, portanto, em gênero e número, com os nomes a que se referem.
Exemplos:
Segue anexo livro.
Seguem anexas as provas dos alunos.

procuração está apensa aos autos.
Os atestados estão apensos ao processo.

Cometeu um crime de lesa-pátria.
Perpetuou atos de lesos-sentimentos.

O novo parágrafo foi incluso no texto.
As provas estão inclusas na pasta.

Ela mesma falou.
Eles mesmos falaram.

Muito obrigada, disse ela.
Muito obrigados, disseram eles.

própria pesquisadora cancelou o experimento.
Eles próprios chegaram atrasados ao evento.

Estou quite com os meus credores.
Eles estão quites com o serviço militar.

Barato / Caro
  • Quando empregadas como advérbios, as palavras barato caro são invariáveis.
Exemplos:
Vendeu barato as duas casas.
As joias custam caro.
  • Quando empregadas como adjetivo, as palavras barato caro concordam, em gênero e número, com o nome a que se referem.
Exemplos:
Comprou roupas baratas.
As joias estão caras.

Bastante / Bastantes
  • Quando é advérbio, ou seja, modifica adjetivo, verbo ou outro advérbio, a palavra bastante é invariável. Nesse caso, tem o sentido de muitosuficientemente.
Exemplos:
Suas opiniões são bastante discutíveis.
Falaram bastante do assunto.
Ele escrevia bastante bem.
  • Quando é adjetivo (tem o sentido de suficiente), a palavra bastante é variável. Nesse caso, concorda em número com o nome a que se refere (pronome ou substantivo).
Exemplos:
Havia provas bastantes (= suficientes) do crime.
Eles eram bastantes (= suficientes) para terminar a empreitada.

É necessário / É preciso / É proibido / É bom / É permitido
Para locuções do tipo é necessário, é precisoé proibidoé bomé permitido, há duas construções possíveis:
  • A expressão se mantém invariável se o sujeito não estiver precedido de artigo ou qualquer outro modificador.
Exemplos:
É necessário organização.
É preciso cautela.
É proibido entrada de estranhos ao serviço.
É bom comida caseira.
É permitido proteína no café da manhã.
  • A expressão varia, concordando com o artigo ou com qualquer outro modificador a que se refira.
Exemplos:
É necessária muita água para regar aquelas plantas.
Eram precisos cinco homens para erguer a escada.
É proibida entrada de cães.
Eram boas aquelas cervejas vendidas no bar da esquina.
Não são permitidas várias conexões a um servidor.

Menos
A palavra menos é sempre invariável. Portanto, jamais será flexionada em gênero ou número.
Exemplos:
Há menos pessoas do que o previsto. (CERTO)
Há menas pessoas do que o previsto. (ERRADO)

Como são pessoas menos educadas, é melhor instruí-las bem. (CERTO)
Como são pessoas menas educadas, é melhor instruí-las bem. (ERRADO)

Milhar, milhão, bilhão, etc.
  • Milhar milhão, assim como bilhãotrilhão e assim por diante, são substantivos masculinos. Portanto, seus modificadores (artigos, pronomes, adjetivos e numerais) devem concordar, em gênero e número, com os substantivos milhãobilhão, etc.
Exemplos:
Uns 3 milhões de produtores esperam as novas medidas do governo.
Os milhares de brasileiras torcem pelos atletas nas competições mundiais.
O país, cujos milhões de pessoas desabrigadas esperam por ajuda, está em crise.
Entre os 15 milhões de crianças brasileiras, apenas 2 milhões receberam educação adequada.
Observação: Números menores do que dois exigem as palavras milhãobilhãotrilhão no singular.
Exemplos:
A presença de 1,1 milhão de pessoas animou os organizadores do evento.
A dívida chegou a de 1,4 bilhão de dólares.
O PIB semestral de 1,9 trilhão de reais revelou o crescimento econômico do país.
Para concordância verbal nesses casos, veja aba Concordância Verbal.
Para uso de numerais, veja aba Numeral.

  • Mil é numeral. Pode, portanto, funcionar como um modificador de um substantivo. Nesse caso, o numeral mil pode ser acompanhado de outros modificadores (por exemplo, outros numerais, artigos e pronomes), que devem concordar em gênero e número com o substantivo que está sendo modificado.
Exemplos:
Dois mil candidatos compareceram às urnas.
Duas mil pessoas estavam no local do acidente.
As mil e uma noites vividas no castelo foram inesquecíveis.
Os mil e cinco dias vividos na prisão foram terríveis.

Possível
A palavra possível, nas expressões o mais possívelo menos possívelo melhor possívelo pior possível, tanto no singular quanto no plural, concorda com o artigo.
Exemplos:
Olhos mais belos possível.
Olhos os mais belos possíveis.

Quanto possível
A expressão quanto possível é invariável.
Exemplo:
Reunirei tantos alunos quanto possível.

Só / Sós
  • Só (no sentido de sozinho) é um adjetivo e concorda, em número, com o nome a que se refere.
Exemplos:
Não deixe seu filho só (= sozinho).
Essas qualidades por si sós justificam a sua contratação.
Sós, os deputados não mudam as leis.
• Só (no sentido de somente) é um advérbio; portanto não varia.
Exemplo:
Só (= somente) eles não concordam.

Adjetivos compostos com hífen

Como regra geral, nos adjetivos compostos, somente o último elemento varia, tanto em gênero quanto em número.
Exemplos:
Ontem, se apresentaram cantores norte-americanos.
As questões econômico-financeiras foram abordadas pelo palestrante.
A publicação abordou os fatores histórico-culturais.
Ao fim do evento, foram assinados acordos luso-franco-brasileiros.
Visitei clínicas médico-cirúrgicas.
O governo está tentando fechar acordos político-econômicos.
Observação: Flexionam-se os dois componentes de surdo-mudo.
Exemplos:
Os meninos surdos-mudos foram recebidos pela professora.
A situação das crianças surdas-mudas é preocupante.

Adjetivos compostos designativos de cor
  • Flexiona-se o segundo elemento quando os dois termos são adjetivos.
Exemplos:
Ela tem cabelos castanho-escuros.
Comprei dois vestidos azul-claros.
Os torcedores usavam blusas verde-amarelas.
A casca do fruto tem tonalidade vermelho-roxa.
Navegamos nas águas verde-azuladas do rio.
O entardecer pintou o céu de tons amarelo-alaranjados.
  • Mantém-se invariável o composto quando um dos elementos é uma cor derivada de um substantivo (por exemplo: laranja, cinza, rosa, violeta, chumbo, gelo, oliva, areia, ouro, musgo, creme, vinho, etc.).
Exemplos:
As camisas verde-musgo combinam com aquele casaco.
Ela cria canários amarelo-ouro.
Os ternos cinza-chumbo dos meninos chamaram a atenção na cerimônia.
As clientes preferem blusas violeta-escuro.
Os tons rosa-claro da decoração chamaram a atenção do público.
Foram confeccionados uniformes verde-oliva.
Os campeões de venda são sapatos marrom-café.
cor cinza-escuro é sóbria.
Observação 1: As cores azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis.
Exemplos:
Os ternos azul-marinho foram vendidos rapidamente.
A capa do livro tinha tons azul-celeste.
Observação 2: Ficam invariáveis as locuções adjetivas formadas por cor + de + substantivo.
Exemplos:
Os vestidos cor-de-rosa estão em liquidação.
Ela tem olhos cor de safira.
Comprei sapatos cor de café.
Observação 3: O plural de infravermelho é infravermelhos. Já ultravioleta é invariável.
Exemplo:
Os raios ultravioleta infravermelhos são necessários à vida.
Observação 4: Quando os adjetivos (simples ou compostos) designativos de cor são empregados como substantivos, assumem o gênero masculino e seguem a regra de plural dos substantivos compostos.
Exemplos:
O azul-turquesa é minha cor favorita.
Não me agrada o vermelho-claro.
Os verdes-escuros e os azuis mesclavam-se com tons mais claros.
Os amarelos-canários (ou amarelos-canário) de todos os vestidos se sobrepunham às demais tonalidades ali presentes.
Observação 5: Quando há uma sequência de adjetivo composto + adjetivo simples, o adjetivo composto varia ou não (de acordo com as regras já descritas anteriormente), e o adjetivo simples sempre concorda (em gênero e em número) com o substantivo ao qual se refere.
Exemplos:
Devemos separar as garrafas azul-claras transparentes.
As mais belas são as garrafas rosa-escuro transparentes.
Prefiro móveis castanho-escuros foscos.
Coloque na vitrine os móveis marrom-café foscos.
As amostras foram armazenadas nas latas verde-claras metálicas.
As blusas laranja-claro metálicas estão na moda.
Para uso de hífen em adjetivos compostos de cor, ver aba Hífen.

LINGUAGEM. Concordância verbal

Normas Gramaticais

Concordância verbal

A regra geral de concordância verbal estabelece que o verbo concorda com o sujeito da oração em número e pessoa. No entanto, algumas situações merecem comentários específicos.
A seguir, estão elencadas algumas delas. Para explicações completas, consulte gramáticas.

Acontecer / Bastar / Caber / Existir / Faltar / Ocorrer / Restar / Sobrar
Esses verbos geralmente aparecem antepostos ao sujeito e concordam com ele em número e pessoa. Nas locuções verbais, o verbo principal transmite a pessoalidade ao verbo auxiliar, isto é, o verbo auxiliar é o que flexiona em número e pessoa.
Exemplos:
Aconteceram fatos incríveis.
Bastam poucas coisas às pessoas não ambiciosas.
Já não cabem roupas na mala.
Existe vida em Marte.
Haverão de existir respostas a essas questões.
Faltam recursos ao governo.
Estão faltando duas semanas para as férias.
Ocorreram fatos novos.
Podem ocorrer chuvas e trovoadas.
Só me restam as recordações.
Sobraram poucas moedas.
Observação sobre os verbos bastar / caber/ faltar / restar: Em alguns casos, o sujeito do verbo é uma oração infinitiva, e não um substantivo no plural. Por isso, nesses casos, o verbo fica no singular.
Exemplos:
Basta os problemas serem identificados.
Cabe apurar tais fatos.
Só falta essas estátuas falarem.
Resta apurar dezenas de urnas.

Fazer
O verbo fazer é impessoal no sentido de haver, quando dá ideia de tempo transcorrido ou de fenômeno meteorológico. Deve, portanto, ficar na 3ª pessoa do singular.
Exemplos:
Faz 10 anos que ele chegou a Brasília.
Ontem fez sol o dia inteiro.
Fazia um luar lindo.
Nas locuções, o verbo fazer transmite sua impessoalidade ao auxiliar. Ou seja, se o verbo fazer for impessoal, seu auxiliar ficará na 3ª pessoa do singular.
Exemplo:
Vai fazer 20 anos que ele partiu. (CERTO)
Vão fazer 20 anos que ele partiu. (ERRADO)

Haver (como verbo principal)
O verbo haver nos sentidos de existirsucederocorrer e fazer (algum tempo) é impessoal, ou seja, não tem sujeito. O verbo deve, portanto, ficar na 3ª pessoa do singular.
Exemplos:  
Houve muitas reprovações.
Haverá exceções.
E se houver empecilhos a sua promoção?
Havia 2 meses que não o via.
Observação 1: Nesse sentido, o verbo haver é sempre impessoal. Por isso, é inaceitável, na linguagem culta formal, a pluralização do verbo, em concordância com o substantivo, que, por análise malfeita, seria considerado sujeito. Nesse caso, o substantivo acompanhante é objeto direto, e não sujeito.
Exemplos:  
Houve acidentes. (CERTO)
Houveram acidentes. (ERRADO)

Se houvesse problemas, o projeto seria interrompido. (CERTO)
Se houvessem problemas, o projeto seria interrompido. (ERRADO)
Observação 2: Nas locuções verbais, o verbo haver transmite sua impessoalidade ao auxiliar, ou seja, o verbo auxiliar fica na 3ª pessoa do singular.
Exemplos:  
Vai haver reclamações dos usuários. (CERTO)
Vão haver reclamações dos usuários. (ERRADO)

Deve haver exceções. (CERTO)
Devem haver exceções. (ERRADO)
Observação 3: Na linguagem culta formal, não é correto utilizar o verbo ter no lugar do verbo haver com o sentido impessoal.
Exemplo:  
Ontem não houve reunião. (CERTO)
Ontem não teve reunião. (ERRADO)

Haver (como verbo auxiliar)
O verbo haver pode exercer função de verbo auxiliar. Nesse caso, concorda com o sujeito se o verbo principal for pessoal e pode ser substituído pelo verbo ter.
Exemplos:  
Eles haviam (ou tinham) se mudado para São Paulo.
A estudante havia (ou tinha) lido o material.    
Mas, se o verbo principal for impessoal, o verbo haver auxiliar ficará na 3ª pessoa do singular.
Exemplo:  
Dez anos havia feito da sua mudança para São Paulo.

Concordância com o infinitivo

Infinitivo flexionado

Flexiona-se o verbo no infinitivo nas seguintes situações:
1) Quando o sujeito da oração infinitiva estiver claramente expresso.
Exemplos:  
É melhor nós irmos embora já.
Convém os idosos saírem em primeiro lugar.
Está na hora de eles entrarem em cena.

2) Quando o verbo se referir a um agente não expresso, que se quer dar a conhecer pela desinência verbal.
Exemplos:  
Acho melhor não fazeres questão.
Convém estudarmos geografia.

3) Quando o sujeito for indeterminado. Neste caso, o verbo deve estar na 3ª pessoa do plural.
Exemplos:  
Vi executarem os criminosos.
Faço isso para não me acharem inútil.

4) Quando o verbo for pronominal ou reflexivo.
Exemplos
O pai ensinou os filhos a se orgulharem da sua origem.
O juiz obrigou os litigantes a se cumprimentarem.

5) Quando o verbo no infinitivo vier regido de preposição e preceder a oração principal.
Exemplos:  
Ao perceberem que estavam sendo filmados, os assaltantes fugiram.
Antes de chegarmos à resposta correta, consultamos muitos especialistas.

 

Infinitivo não flexionado

Não se flexiona o verbo no infinitivo nas seguintes situações:
1) Quando o verbo for impessoal, ou seja, quando não se referir a nenhum sujeito.
Exemplos:  
É proibido colar cartazes.
Estudar é importante.
Vale a pena ter fé e esperança sempre.

2) Quando o verbo fizer parte de uma locução verbal (mesmo que, entre o verbo auxiliar e o principal, haja elementos intercalados).
Exemplos:  
Os magistrados não podem fazer sozinhos o trabalho de administrar a Justiça.
Senhores, queiram, por gentileza, permanecer em seus lugares.
Os chefes devem, no exercício de suas funções, ser justos e corretos.

3) Quando o verbo vier imediatamente depois de verbos causativos/sensitivos (deixarmandarfazerverouvirsentir, etc.) ou apenas separado deles por seu sujeito quando expresso por um pronome oblíquo.
Exemplos:  
Mandei entrar os alunos.
Mandei-os entrar.

Deixem dormir as crianças.
Deixem-nas dormir.

Viu entrar as meninas na igreja.
Viu-as entrar na igreja.

Ouviu cantar os pássaros.
Ouviu-os cantar.
Observação 1: Quando o sujeito localiza-se entre o verbo causativo/sensitivo e o  infinitivo, costuma ocorrer também a forma flexionada.
Exemplo:  
Ouvimos as cigarras cantar (ou cantarem) todos os dias.
Observação 2: Quando o infinitivo é um verbo pronominal (isto é, verbo que se conjuga com pronomes oblíquos metesenosvos), a preferência é pela flexão.
Exemplos:  
Viu seus familiares afundarem-se cada vez mais em dívidas.
Eles nos viram afundarmo-nos em dívidas.

 

Infinitivo com preposição

Quando o infinitivo vem antecedido de preposição e funciona como complemento de substantivo, adjetivo ou do próprio verbo principal, dá-se preferência à forma não flexionada do infinitivo.
Exemplos:  
Não estamos em situação de arriscar tanto.
As emissoras conquistaram o direito de transmitir os jogos.

Eram pontuais em cumprir seus deveres.
Estavam todos ávidos por conhecer o laboratório.
Esses remédios são ruins de tomar.

Os pais convenceram os filhos a ficar em casa.
O bom líder deve ensinar seus colaboradores a executar as tarefas.

Observação 1: Quando o infinitivo é empregado na voz passiva e funciona como complemento de certos adjetivos (fácilsimplescapazdigno, entre outros), prefere-se a forma não flexionada do verbo ser.
Exemplos
Há decisões difíceis de ser tomadas.
São obras dignas de ser imitadas.
Os alimentos industrializados são ruins de ser consumidos.

Observação 2: Quando o infinitivo com preposição aparece depois de um verbo na voz passiva, não deve ser flexionado.
Exemplos:
Os jornalistas foram forçados a sair da sala. (CERTO)
Os jornalistas foram forçados a saírem da sala. (ERRADO)

As pessoas eram obrigadas a esperar na fila. (CERTO)
As pessoas eram obrigadas a esperarem na fila. (ERRADO)

 

Verbo "Parecer" + infinitivo

Quando o verbo parecer vem seguido de outro verbo no infinitivo, são possíveis duas formas de concordância verbal:
1) O verbo parecer, como verbo auxiliar, concorda com o sujeito, e o infinitivo não se flexiona, formando, assim, uma locução verbal.
Exemplos:  
Os alunos pareciam ouvir a professora.
Helena e Paulo parecem gostar um do outro.

2) O verbo parecer, quando for verbo intransitivo, fica na 3ª pessoa do singular, e o infinitivo se flexiona.
Exemplos:  
Os alunos parecia ouvirem a professora.
Helena e Paulo parece gostarem um do outro.

Observação: É, portanto, incorreta a flexão conjunta do verbo parecer e do infinitivo na mesma oração.
Exemplos:  
Os alunos pareciam ouvirem a professora. (ERRADO)
Helena e Paulo parecem gostarem um do outro. (ERRADO)


Verbo “Ser” em construções com voz passiva

Quando em situação de voz passiva (verbo ser + verbo no particípio):
1) Flexione o verbo ser quando forem diferentes os sujeitos da oração principal e da oração subordinada.
Exemplos:  
A lei não obriga os jornais a serem entregues.
A noiva pegou o desenho dos vestidos a serem usados no casamento.
Devemos antes completar o relatório técnico para os projetos serem aprovados.
O autor devolveu logo os textos a serem publicados.
2) Não flexione o verbo ser quando o sujeito da oração principal está no plural e é o mesmo sujeito da oração com infinitivo.
Exemplos
As leis foram feitas para ser obedecidas.
Os artistas saíram da exposição sem ser perturbados pela imprensa.
As jovens gostaram de ser filmadas.

Ser
Assim como se dá com qualquer verbo, o normal é que o sujeito e o verbo ser concordem em número e pessoa.
Exemplos:
José era um aluno aplicado.
Os dias de inverno são menores que os de verão.

Todavia, em alguns casos, o verbo ser se acomoda à flexão do predicativo:
1) Quando o sujeito do verbo ser for um dos pronomes istoissoaquilotudoninguémnenhum ou expressão de valor coletivo ou partitivo (do tipo o restoo maisa maior partea maioria), o verbo ser concorda normalmente com o predicativo (é rara a concordância com o sujeito).
Exemplos:
Tudo são (ou é) flores.
O resto eram (ou era) favas contadas.
A maioria eram (ou era) famílias pobres.
2) Quando antecedido dos pronomes interrogativos quem e que, o verbo ser concorda com o predicativo.
Exemplos:
O que são comédias?
Quem eram os convidados?
3) No caso de referência a uma pessoa (expressa num substantivo próprio ou num pronome pessoal reto), o verbo normalmente concorda em número com a pessoa, esteja ela em posição de sujeito ou de predicativo.
Exemplos:
Ovídio é muitos poetas ao mesmo tempo.
Ela era as preocupações do pai.
O autor do livro sou eu.
O chefe és tu.
O Estado sou eu.
Eu sou a lei.
4) Entre um elemento no plural e outro no singular, o verbo ser concorda com aquele (sujeito ou predicativo) que estiver no plural, ressalvados os casos mencionados anteriormente.
Exemplos:
Os livros são o meu encanto.
Os tijolos seriam um material barato?
Meu destino eram as estradas que tinha de palmilhar.
Nossa força são as florestas.
Meu problema são os dentes.

Casos especiais do verbo "Ser"

1) Nas designações de horas, datas, distâncias, o verbo ser é impessoal (isto é, sem sujeito) e, por isso, concorda com a expressão numérica.
Exemplos:  
São 5 horas.
Hoje são 4 de maio.
Do colégio à cidade são 6 km.

Observação: Caso a construção inclua a palavra dia, a concordância deve ser com essa palavra.
Exemplo:  
Hoje é dia 4 de maio.
2) Quando o verbo ser aparece nas expressões é muitoé poucoé demaisé suficienteé bastanteé mais que (ou do que), é menos que (ou do que) e o sujeito representado por termo no plural exprime quantidadepreçomedida, etc., o verbo serfica no singular.
Exemplos:  
Dois mil reais é bastante.
Seis anos era muito.
Seis quilos de carne foi mais do que precisávamos.


Construções com a partícula "se"

se é partícula apassivadora em orações na voz passiva sintética com verbos transitivos diretos. Nesse caso, o verbo concorda com o sujeito.
Exemplos:  
Vende-se casa.
Vendem-se casas.

se é índice de indeterminação do sujeito quando ocorre com verbo transitivo indireto ou verbo intransitivo. Nesse caso, o verbo sempre fica na 3ª pessoa do singular.
Exemplos:
Precisa-se de operários especializados. (CERTO)
Precisam-se de operários especializados. (ERRADO)

Vive-se em paz aqui. (CERTO)
Vivem-se em paz aqui. (ERRADO)
Para outras observações sobre esta partícula, consulte Usos da Partícula Se.


Sujeito composto com "ou"

1) Usa-se o verbo no singular:
  • Se o fato expresso pelo verbo só pode ser atribuído a um dos sujeitos, isto é, se há ideia de exclusão.
Exemplos:  
pai ou o filho será eleito presidente.
Fui devagar, mas o pé ou o espelho traiu-me.
  • Se há identidade ou equivalência entre os elementos ligados por ou.
Exemplo:  
O professor ou o nosso segundo pai merece o respeito da pátria.

2) Usa-se o verbo no plural se o fato expresso pelo verbo pode ser atribuído a todos os sujeitos.
Exemplos:  
O mal ou o bem teriam de vir dali.
Apresentou o documento cuja prorrogação ou cancelamento deveriam ter sido solicitados.
Mesmo que o tempo ou a paisagem se repetissem, essa teimosia apenas a aproximava da harmonia caprichosa da paisagem da sua infância.

Núcleos do sujeito ligados por "com", "como", "bem como", "assim como", "além de", "ao lado de" e similares

1) Usa-se o verbo no plural quando se pretender atribuir a mesma importância aos elementos do sujeito.
Exemplos:  
O candidato com seu assessor político compareceram à audiência.
O pai assim como o filho sofrem de diabetes.
A mãe bem como a filha foram salvas do incêndio.

2) Usa-se o verbo no singular quando se quer realçar o primeiro elemento.
Exemplos:  
presidente, com sua comitiva, desembarcou hoje em Lisboa.
bispo, com dois sacerdotes, iniciou solenemente a missa.
Empresa, além de entidades parceiras externas, realizou ações de transferência de tecnologia.
Observação: Nesse caso, o segundo termo (introduzido por com e similares) deve ser isolado por vírgulas.

Elementos ligados por expressões como "ligado a", "aliado a", "acrescido de" e similares

Embora essas expressões tenham valor de adição, são desconsideradas para a concordância com o verbo. O verbo deve, portanto, concordar com o núcleo do sujeito, que antecede o trecho introduzido por ligado a e similares (que deve estar isolado entre vírgulas).
Exemplos:  
faturamento, acrescido das dívidas, foi lançado no livro.
presidente, aliado a seus assessores e conselheiros, tomou a decisão na hora exata.

Sujeito oracional ou constituído de verbos no infinitivo

Quando o sujeito é constituído de orações ou composto por dois ou mais infinitivos, o verbo fica no singular.
Exemplos:  
Fumar e beber não traz benefícios ao organismo.
Errar e assumir é um ato de honestidade.
Nascer, crescer e morrer faz parte da condição de qualquer ser vivo.

Observação: Se os infinitivos estiverem substantivados ou indicarem contraste, o verbo vai para o plural.
Exemplos:  
O viver e o sonhar bastam a uma vida feliz.
Dormir e acordar são dedicações diárias da vida do ser humano.
Rir e chorar fazem parte da vida.

Números fracionários

Se o sujeito for expresso por números fracionários, a concordância se faz com o valor expresso pelo numerador.
Exemplos:  
Um quarto dos alunos elogiou a professora.
Dois quintos dos alunos elogiaram a professora.

Expressões partitivas

Em orações com expressões partitivas (a maioria dea minoria degrande parte dea maior parte deboa parte departe dea menor parte deuma porção demais da metade demenos da metade de, etc.), que denotam quantidade imprecisa, pode-se utilizar o verbo no singular ou no plural, dependendo da ênfase pretendida.
Geralmente, utiliza-se o verbo no singular para dar ênfase ao agrupamento ou ao conjunto, de modo que a ação é atribuída à totalidade. Nesse caso, o verbo concorda com a expressão partitiva, ou seja, fica no singular.
Exemplos:  
A maioria das pessoas foi ao evento.
A minoria dos eleitores não compareceu no dia das eleições.
Grande parte dos insetos não foi analisada no experimento.
A maior parte dos motoristas aderiu à greve.
Boa parte dos colaboradores saiu mais cedo da manifestação.
Parte do material ainda não foi comprada.
Mais da metade dos colaboradores saiu mais cedo da manifestação.

Utiliza-se o verbo no plural para dar ênfase aos elementos (substantivos no plural) que formam o agrupamento. Nesse caso, a concordância é feita com o termo especificador da expressão partitiva, ou seja, a concordância é atrativa.
Exemplos:  
A maioria dos homens são altos.
A maior parte dos alunos chegaram atrasados no dia da prova.
Boa parte das sementes não germinaram.
Metade dos críticos elogiaram o espetáculo.
Mais da metade dos turistas vieram no verão.
Menos da metade dos microscópios foram consertados.
Uma porção dos alunos chegaram atrasados no dia da prova.

 

Expressões de quantidade aproximada

1) Mais de um – Após a expressão mais de um, o verbo geralmente é empregado no singular, com base no numeral um da expressão.
Exemplos
O leitor percebeu que mais de um poeta escreveu sobre o tema.
Ao fim do experimento, mais de um resultado foi contraditório.

No entanto, pode-se utilizar o plural quando se tratar de ação recíproca, ou a expressão vier repetida ou, ainda, o sujeito for um coletivo acompanhado de um complemento no plural.
Exemplos
Mais de um aluno se xingaram.
Mais de um senador, mais de um deputado, mais de um prefeito votaram contra a emenda.
Anunciaram que mais de um grupo de pessoas saíram às ruas.

2) Menos de dois – Após a expressão menos de dois, emprega-se o verbo no plural, com base no numeral dois da expressão.
Exemplos:  
Menos de dois plantios foram avaliados na última safra.
Menos de duas toneladas de grãos bastariam para alimentar o rebanho.

Sujeito com porcentagem

O numeral que indica porcentagem costuma estar acompanhado de um substantivo especificador, que pode estar no singular (por exemplo, 30% do rebanho leiteiro) ou no plural (por exemplo, 30% das vacas leiteiras).
Normalmente, é com esse especificador que o verbo concorda em número.
Exemplos:  
Conforme apurado pelos peritos, 90% da superfície sofreu desgaste.
Na capital, 10% dos votantes tumultuaram as eleições.
No entanto, há casos em que a concordância deve ser feita com o numeral:
1) Se o numeral for 1% ou menos. Nesse caso, a concordância é no singular (independentemente do número do elemento especificador).
Exemplos:  
Apenas 1% dos alunos faltou ao exame.
No total, 0,80% das alunas aderiu ao projeto.
2) Se o verbo estiver antes do numeral da porcentagem.
Exemplos:  
Está perdido 1% da colheita.
Estão perdidos 10% da colheita.
Estão perdidos 10% das plantações.
Foram considerados 10% das respostas.
Perderam-se 30% da produção vinícola.

3) Se o especificador da porcentagem estiver antes do numeral.
Exemplos:  
Das indústrias50% estão obsoletos.
Dos alunos10% faltaram às aulas.
Dos alunos1% faltou às aulas.

4) Se o numeral estiver precedido de um determinante que o particulariza (com expressões como essesoutrosos restantes, etc.).
Exemplos:  
Esses 20% da população morreram.
Os restantes 30% de aumento serão pagos.
Uns 8% da população ganham acima de R$ 10 mil.
Este 1% dos alunos estudou pouco o tema da palestra.
Para averiguar o uso das palavras porcentagem/percentagem (ver aba Emprego Correto de Expressões).


Concordância com "milhão", "bilhão", "trilhão"

Quando o sujeito for uma expressão com milhãobilhão, etc., o verbo poderá concordar com o núcleo do sintagma ou com o numeral (mesmo quando o numeral que acompanha milhãobilhão, etc. for menor do que dois).
Exemplos:
No ano passado, 1,1 milhão de pessoas voltaram ao País.
OU
No ano passado, 1,1 milhão de pessoas voltou ao País.

Depois do julgamento, 1,4 bilhão de dólares foram devolvidos aos cofres públicos.
OU
Depois do julgamento, 1,4 bilhão de dólares foi devolvido aos cofres públicos.

Observação 1: Se o verbo for de ligação, a concordância deve ser feita, de preferência, com o especificador.
Exemplo:  
Um milhão de pessoas estão alojadas em centros comunitários.

Observação 2: Quando o verbo estiver antes do numeral, recomenda-se fazer a concordância com o numeral.
Exemplos:  
No ano passado, sobrou 1,53 milhão de dólares.
No ano passado, 1,53 milhão de dólares sobraram.
Para concordância nominal nesses casos de milhãobilhão, etc., ver aba Concordância Nominal.
Para uso de numerais, ver aba Numeral.

INT

  Ambiente/Cenário/Contexto: máquina automática de reposição automática de profissionais coisificados Foco: personagem: profissionais à vend...