domingo, 30 de outubro de 2022

TEMA: A contribuição da Semana de Arte Modena de 1922 a cultura brasileira?

Em 2022, é comemorado cem anos da Semana da Arte Moderna de São Paulo. Tal evento representou, não só uma ruptura com uma estética datada, mas também a instauração de uma visão renovadora da arte no Brasil, em sintonia com as vanguardas europeias. Além disso, o evento ressignificou a contribuição negra e indígena para a identidade sociocultural brasileira.

O movimento parnasiano se voltava mais para a forma do que para o conteúdo. Nacionalismo ufanista, temática moral e pseudo-filosófica, artificialismo retórico e extremo descritivismo ocultavam sua adesão alienada ao Positivismo e demais valores da República Velha. Portanto, o Modernismo, com sua verve combativa e anárquica, escancarou sua face autoritária e excludente e viabilizou um espaço para revelar um Brasil real.

Há que se destacar que a Semana de Arte Moderna de 1922 foi um marco na história da arte brasileira. Ela representou uma ruptura com os padrões estéticos vigentes e abriu caminho para novas formas de expressão artística. Os artistas modernistas buscavam retratar a realidade brasileira de forma autêntica e original, valorizando as raízes culturais do país.

A influência do Modernismo pode ser vista até hoje na arte brasileira. Ele abriu caminho para novos movimentos artísticos e permitiu que artistas brasileiros explorassem novas formas de expressão. A Semana de Arte Moderna de 1922 foi um evento fundamental para a construção da identidade cultural brasileira e sua influência perdura até os dias atuais.

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

INSTRUÇÕES DE COMO MONTAR UMA CARTA ARGUMENTATIVA

 A carta argumentativa é um tipo de texto dissertativo. E, ao contrário do que pensam muitos vestibulandos e concurseiros, não há segredo algum em sua elaboração. Aliás, ela é, segundo alguns, bem mais simples que a dissertação tradicional, haja vista que é um tipo de texto bem próximo à realidade dos alunos/candidatos, dos quais a maioria certamente já escreveu uma carta a alguém.


Vejamos, então, as principais características da carta:


Argumentação e Estrutura dissertativa

Costuma-se enquadrar a carta na tipologia dissertativa, uma vez que, como a dissertação tradicional, apresenta a tríade introdução / desenvolvimento / conclusão. Logo, no primeiro parágrafo, você apresentará ao leitor o ponto de vista a ser defendido; nos dois ou três subsequentes (considerando-se uma carta de 20 a 30 linhas), encadear-se-ão os argumentos que o sustentarão; e, no último, reforçar-se-á a tese (ponto de vista) e/ou apresentar-se-á uma ou mais propostas.


Como a carta não deixa de ser uma espécie de dissertação argumentativa, você deverá selecionar com bastante cuidado e capricho os argumentos que sustentarão a sua tese. É importante convencer o leitor do seu ponto de vista.


Apesar das semelhanças com a dissertação, que você já conhece, é claro que há diferenças importantes entre esses dois tipos de redação. Vamos ver as mais importantes:


1) Cabeçalho

Na primeira linha da carta, na margem do parágrafo (recuo de, mais ou menos, 2cm), aparecem o nome da cidade e a data na qual se escreve. Exemplo: Salvador, 4 de junho de 2018.


2) Vocativo

Na linha de baixo, também na margem do parágrafo, há o termo por meio do qual você se dirige ao leitor (geralmente marcado por vírgula). A escolha desse vocativo dependerá muito do leitor e da relação social com ele estabelecida. Exemplos: Prezado senhor Fulano, Excelentíssima senhor presidente Beltrano, Caro deputado Sicrano etc.


3) Interlocutor definido

Essa é, indubitavelmente, a principal diferença entre a dissertação tradicional e a carta. Quando alguém pede a você que produza um texto dissertativo, geralmente não lhe indica aquele que o lerá. Você simplesmente tem que escrever um texto para alguém indefinido. Na carta, isso muda: estabelece- se uma comunicação particular entre um eu definido e um você definido. Logo, você terá que ser bastante habilidoso(a) para adaptar a linguagem e a argumentação à realidade desse leitor e ao grau de intimidade estabelecido entre vocês dois. Imagine, por exemplo, uma carta dirigida a um presidente de uma associação de moradores de um bairro carente de determinada cidade. Esse senhor, do qual você não é íntimo, não tem o Ensino Médio completo. Então, a sua linguagem, escritor(a), deverá ser mais simples do que a utilizada numa carta para um juiz, por exemplo (as palavras podem ser mais simples, mas a Gramática sempre deve ser respeitada). Os argumentos e informações deverão ser compreensíveis ao leitor, próximos da realidade dele. Mas, da mesma maneira que a competência do interlocutor não pode ser superestimada, não pode, é claro, ser menosprezada. Você deve ter bom senso e equilíbrio para selecionar os argumentos e/ou informações que não sejam óbvios ou incompreensíveis àquele que lerá a carta.


4) Necessidade de dirigir-se ao leitor

Na dissertação tradicional, recomenda-se que você evite dirigir-se diretamente ao leitor por meio de verbos no imperativo (“pense”, “veja”, “imagine” etc.). Ao escrever uma carta, essa prescrição cai por terra. Você até passa a ter a necessidade de fazer o leitor “aparecer” nas linhas. Se a carta é para ele, é claro que ele deve ser evocado no decorrer do texto. Então, verbos no imperativo – que fazem o leitor perceber que é ele o interlocutor – e vocativos são bem-vindos. Observação: é falha comum entre os alunos-escritores “disfarçar” uma dissertação tradicional de carta argumentativa. Alguns escrevem o cabeçalho, o vocativo inicial, um texto que não evoca em momento algum o leitor e, ao final, a assinatura. Tome cuidado! Na carta, vale reforçar, o leitor “aparece”.


5) Expressão que introduz a assinatura (Cumprimentos Finais)

Terminada a carta, é de praxe produzir, na linha de baixo (margem do parágrafo), uma expressão que precede a assinatura do autor. A mais comum é “Atenciosamente”, mas, dependendo da sua criatividade e das suas intenções para com o interlocutor, será possível gerar várias outras expressões, como “De um amigo”, “De um cidadão que votou no senhor”, “De alguém que deseja ser atendido” etc.


6) Assinatura

Um texto pessoal, como é a carta, deve ser “assinado” pelo autor. Nas provas de concursos e vestibulares, a banca costuma deixar expressa a maneira como o(a) candidato(a) deve assinar o texto. Em hipótese alguma escreva o seu nome ou utilize as iniciais dele. Aliás, as iniciais devem ser completamente evitadas, porque podem ser interpretadas como identificação. Logo, se a banca não indicar a assinatura, busque termos gerais que tenham coerência com o que foi escrito anteriormente. Ex.: Cidadão brasileiro; Aluno de escola pública; Seu eleitor etc.


Exemplo da Estrutura



Salvador, 9 de novembro de 2018


Vocativo,


Este é o primeiro parágrafo da sua carta. O ideal é que você exponha ao seu interlocutor o assunto sobre o qual deseja tratar. Lembre-se de utilizar, por toda a carta, a linguagem adequada ao seu destinatário.


Este é o segundo parágrafo da sua carta. Aqui você começa a argumentar sobre o seu ponto de vista. Como você já deve saber, a extensão (tamanho) dos parágrafos de uma carta argumentativa é mais livre que a do texto dissertativo-argumentativo. Mas utilize o bom senso. Você não vai escrever um parágrafo com 2 linhas e outro com 15, certo?


Este é o terceiro parágrafo da sua carta. Ele pode ou não existir. Mas pense que um texto bem estruturado, com cada ideia defendida em seu devido parágrafo, possivelmente pedirá mais do que dois parágrafos somente. Logo, utilize os seus conhecimentos e o seu bom senso. No último parágrafo da sua carta, direcione-se para uma despedida.


Cumprimentos,


Assinatura

REDAÇÃO. Modelo de carta argumentativa

Londrina, 10 de setembro de 2002


Prezado editor,


O senhor e eu podemos afirmar com segurança que a violência em Londrina atingiu proporções caóticas. Para chegar a tal conclusão, não é necessário recorrer a estatísticas. Basta sairmos às ruas (a pé ou de carro) num dia de “sorte” a fim de constatarmos pessoalmente a gravidade da situação. Mas não acredito que esse quadro seja irremediável. Se as nossas autoridades seguirem alguns exemplos nacionais e internacionais, tenho a certeza de que poderemos ter mais tranquilidade na terceira cidade mais importante do Sul do país.


Um bom modelo de ação a ser considerado é o adotado em Vigário Geral, no Rio de Janeiro, onde foi criado, no início de 1993, o Grupo cultural Afro Reggae. A iniciativa, cujos principais alvos são o tráfico de drogas e o subemprego, tem beneficiado cerca de 750 jovens. Além de Vigário Geral, são atendidas pelo grupo as comunidades de Cidade de Deus, Cantagalo e Parada de Lucas.


Entretanto, combater somente o narcotráfico e o problema do desemprego não basta, como nos demonstra um paradigma do exterior. Foi muito divulgado pela mídia – inclusive pelo seu jornal, a Folha de Londrina – o projeto de Tolerância Zero, adotado pela prefeitura nova-iorquina cerca de dez anos.


Por meio desse plano, foi descoberto que, além de reprimir os homicídios relacionados ao narcotráfico (intenção inicial), seria mister combater outros crimes, não tão graves, mas que também tinham relação direta com a incidência de assassinatos. A diminuição do número de casos de furtos de veículos, por exemplo, teve repercussão positiva na redução de homicídios.


Convenhamos, senhor editor: faltam vontade e ação políticas. Já não é tempo de as nossas autoridades se espelharem em bons modelos? As iniciativas mencionadas foram somente duas de várias outras, em nosso e em outros países, que poderiam sanar ou, pelo menos, mitigar o problema da violência em Londrina, que tem assustado a todos.


Espero, portanto, que o senhor publique esta carta como forma de exteriorizar o protesto e as propostas deste leitor, que, como todos os londrinenses, deseja viver tranquilamente em nossa cidade.


Atenciosamente,


Cidadão londrinense




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OBSERVAÇÃO:  No primeiro parágrafo – releia e confira – é apresentada a tese a ser defendida (a de que a situação da violência é grave, mas não irremediável); nos dois parágrafos subsequentes (o desenvolvimento), são apresentadas, obedecendo ao que se pediu no enunciado, propostas para combater a violência na cidade de Londrina; e no último parágrafo, a conclusão, propõe-se que as autoridades sigam exemplos como os citados no desenvolvimento.

O leitor (o editor do jornal) “apareceu” no texto, o que é muito positivo em se tratando de uma carta. E, como não poderia deixar de ser, foram respeitados os elementos pré-textuais (cabeçalho e vocativo) e pós-textuais (cumprimentos e assinatura).

* Este artigo foi adaptado de outros textos que podem ser encontrados pela internet. A autoria, pois, não é  nossa.



FONTE: AQUI

TEMA. Texto moditvador do ENEM 2021: Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil


 

TEMA: Texto motivador do ENEM PPL 2021: Reconhecimento da contribuição das mulheres nas ciências da saúde do Brasil

 


sexta-feira, 7 de outubro de 2022

REDAÇÃO. Modelo: Carta de solicitação

São Paulo, 3 de outubro de 2022.


Prezada diretora Alcina Freitas,


     Vimos, por meio desta carta, solicitar que seja reconsiderado o uso de aparelhos eletrônicos (celulares, “tablets”, livros eletrônicos, audiogravadores etc.) durante as aulas, já que tal prática foi vetada no último mês pela coordenação de nossa escola.

     No dia 20 de setembro, houve um incidente durante a aula de Literatura no 3o.B. Uma aluna fazia uso do celular enquanto a professora Tabatha Torres procurava explicar a matéria da aula; essa, por fim se irritou com tal comportamento e solicitou à estudante o desligamento do aparelho, o que lhe foi recusado. Desacatada pela aluna, -- cujo histórico de indisciplina é recorrente, -- a professora retirou-a da sala e, nervosa, exigiu que todos os celulares fossem recolhidos; comunicou, então, que a partir daquela data eles seriam entregues somente no término da aula

     Embora muitas instituições de ensino ainda proíbam o uso de eletrônicos, eles se tornaram fundamentais como ferramentas pedagógicas. Consultas no Google, à Wikipédia, dicionários, tradutores, tutoriais, calculadoras, dentre outros, são usos que os estudantes do 3B sempre fizeram em aula, fator que enriquecia o aprendizado. Se houve abuso de determinada aluna, não é justo todos do 3B sejamos punidos. O problema foi passado à coordenação que, paradoxalmente, não só o ignorou, mas também oficializou a proibição via e-mail, tudo realizado sem consulta ao conselho docente, de pais/responsáveis e alunos. 

     Portanto, solicitamos a Vossa Senhoria que reveja a proibição do uso de eletrônicos em aula, e que ao reavaliar, revogue tal decisão, visto que ela implica prejuízo pedagógico aos alunos. Lembremos que mães entre os alunos, outros, com pais idosos e que precisam ser comunicados em caso de emergência. Tal proibição, portanto, além de injusta, configura-se um ato autoritário/autocrático e também ilegal -- pelo "sequestro" de aparelhos, - o que não condiz com o ambiente formador e democrático que compete à escola ser.

     Sem mais, no aguardo da resposta, atenciosamente,


Aluno XXX,

Representante do 3B.


 [CARTA DISSERTATIVA ELABORADA COLETIVAMENTE - Aula de redação - 03/10]

REDAÇÃO. Modelo Fuvest. Tema: Copa de futebol e autoestima do brasileiro

Futebol e Esperança: A Copa do Mundo de 2022


A autoestima do brasileiro médio sempre esteve relacionada ao futebol. A Copa do Mundo de 2022, no Catar, promete gerar uma catarse coletiva, já que ocorrerá após um longo período sob uma dramática pandemia. No Brasil, representará (caso a seleção vença) a superação em relação às edições anteriores. Além disso, trará um possível resgate dos símbolos nacionais sequestrados por uma extrema direita conservadora e reacionária.

A partir de 2020, o mundo foi assolado por um coronavírus letal principalmente aos idosos ou àqueles com comorbidades. Sem medicamentos e vacinas, a Covid-19, após diversas mutações, matou milhões de pessoas até ser contida em 2022 por meio de vacinação global. A Copa do Mundo de futebol, portanto, promoverá um encontro de povos traumatizados pelo período pandêmico. Embora competitivo, tal evento será uma festa de culturas, etnias e crenças multifacetadas: uma apoteose para saudar a vida, o encontro e a fraternidade.

Na semifinal da Copa do Brasil em 2014, a seleção nacional foi derrotada por humilhantes 7 a 1 pela Alemanha. Se o Brasil sempre se orgulhou do seu talento para o futebol - já que por ser um país terceiro mundo (logo: desigual, pobre e pouco democrático) - tal esporte sempre garantiu uma suplência simbólica para carências extremas da nação. Isso fica evidente na declaração do jogador David Luiz após a derrota: “Só queria dar alegria ao meu povo, que muito sofre com problemas políticos e fome”. Portanto, a Copa atual será a oportunidade de resgatar o prestígio boleiro caso o time seja bem-sucedido.

Há poucas razões para o brasileiro se orgulhar de fato do país visto que mais de 670 mil mortes (em grande parte por negligência governamental), uma polarização política violenta, o ressurgimento da inflação, da fome e do desemprego são problemas que incapacitam ilusões. O futebol, contudo, com seu poder de unificar num mesmo sentimento de otimismo patriótico grupos bastante diversos promete trazer um pouco de alívio para os brasileiros.

terça-feira, 4 de outubro de 2022

TEMA: DEMOCRACIA E estado Laico


"As maiores atrocidades da história foram cometidas por nações que se consideram predominantemente cristãs, como a Inquisição, o colonialismo, a escravatura, o nazismo e as duas grandes guerras.
Ora, quantos que se dizem cristãos, seguidores de Jesus, enchem a boca com o nome de Deus, e inclusive o bolso graças a ele, e trazem o coração repleto de ira, ódio, vingança e preconceitos. Quantos exploram a boa fé do rebanho de fiéis para extorquir, corromper e multiplicar seus negócios, e ainda prometem o Inferno a quem os denuncia!".

Frei Betto.

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