quinta-feira, 28 de outubro de 2021

REDAÇÃO. Tema: O DIREITO DO ARTISTA DE ENVELHECER

    Envelhecer no século XXI é bastante "difícil", ainda mais para os artistas de cinema e TV, cuja imagem se fundamenta num ideal de beleza, juventude e potência. Isso se deve, em grande parte ao fato de que, numa sociedade que cultua o novo e julga o velho obsoleto e descartável, envelhecer "soa" para muitos como uma traição.

   Recentemente, o ator Tom Cruise chocou a audiência ao apresentar em público com o rosto inchado por procedimentos estéticos. Aos 60 anos, ele depende de sua imagem para continuar protagonizando filmes de ação. Se para astros, há tal julgamento e cobrança por parte do público, para atrizes o fardo é ainda maior; já que as oportunidades de bons papéis diminuem ou somem a partir dos 40.

   Embora o envelhecimento seja inerente da existência, numa sociedade narcisista, competitiva, superficial, de mudanças frenéticas e extremamente consumista, envelhecer é visto como uma falha. Muitos julgam como descuido com a aparência o surgimento de rugas, cabelos brancos, flacidez etc., mas, contraditoriamente, condenam igualmente uso de botox, plásticas e harmonizações faciais quando evidentes.

O desprestígio da maturidade é uma marca da contemporaneidade. O talento jovem é rapidamente reconhecido quando acompanhado da beleza juvenil, entretanto amadurecer e tornar-se experiente não é valorizado do mesmo modo. A neurose pela "eterna juventude" não se restringe às celebridades, visto que nas redes sociais, a maior parte dos usuários (mesmo novos!) usam filtros rejuvenescedores.

   No século XXI, envelhecer sem retoques, reafirmando a maturidade, é um ato de coragem não só para artistas. Deve-se, portanto, ressignificar a passagem do tempo como ganho de experiência, por meio da divulgação em campanhas de rostos de diversas idades. A Secretaria da Cultura deve promover editais voltados para produção de e para artistas de terceira idade,  a fim de permitir que esses não sejam preteridos em seleções, mas revalorizados e postos em evidência, para naturalizar o envelhecer e servir de exemplo às novas gerações. 

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

REDAÇÃO. Carta argumentativa. Tema: Solicitação de cancelamento de mudança de EaD para aulas presenciais

São Paulo/SP, 25 de outubro de 2021.

Vossa Senhoria Diretora Ivani Guedes

Eu, Fulano de Tal, representante dos alunos do 3B-noturno, venho por meio desta solicitar o cancelamento da obrigatoriedade do retorno às aulas presenciais, cujo início foi determinado por V.Sa. para 03/11/2021, conforme e-mail recém enviado pela secretaria.

Durante o período da pandemia da Covid-19, houve a necessidade -- pelo risco de contágio -- da implementação do sistema de aulas remotas. Embora a adaptação tenha sido inicialmente conturbada, já que muitos de nós não possuíamos recursos financeiros, tecnológicos e/ou capacitação operacional, posteriormente, todos nos adaptamos à nova realidade do isolamento social. 

Com o avanço da vacinação no país, uma boa parcela da população já se encontra imunizada (inclusive os estudantes), contudo apenas parcialmente, ou seja, com a primeira dose. Uma nova variante, entretanto, ameaça a nós brasileiros e mantém alto o índice diário de mortos (400), ceifando, principalmente, os não imunizados. Isso faz com que nós estudantes não nos sintamos seguros para retornar às aulas presenciais. 

Se o Governo Federal tem pressionado as escolas para tal retorno, precisa garantir maior segurança aos cidadãos e não impor autoritariamente uma medida equivocada àqueles que sofreram perdas de entes queridos e precisam proteger os seus, enquando se encontram emocionalmente abalados. Portanto, julgamos precipitado, além de um grande erro, expor nossas vidas e de nossos familiares a risco desnecessário; pois: “um ano letivo pode ser recuperado: vidas, não!”

Assim é consenso de pais e alunos o desejo de manutenção do EAD, a fim de não interromper o nosso atual processo - eficiente e seguro - de ensino e aprendizagem. 

Sem mais, agradeçamos desde já a atenção e permanecemos na expectativa de um parecer positivo para a nossa solicitação.


Atenciosamente

 Fulano de tal, representante do 3B


(Redação elaborada coletivamente na Turma do Maximize Extensivo - Segunda/Tarde - 25/10/2021)

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

REDAÇÃO. TEMA: O valor da arte urbana

URBANIDADE E ARTE

A arte urbana, tantas vezes desvalorizada -- quando não marginalizada -- cumpre uma importante função social: difundir a cultura em espaços públicos não hegemônicos. 

Na fábula de Esopo, uma cigarra que cantava durante o verão é rechaçada no inverno ao pedir abrigo às formigas que distraia durante seu processo de trabalho. Trata-se de uma crítica não aos imprevidentes (como muitos pensam), mas àqueles que desprezam a importância da arte para "iluminar e ressignificar a vida." A cigarra seria, logo, um símbolo do artista de rua que faz da cidade seu palco, já que muitas vezes esse lhe é negado ou restrito à ambientes privados/particulares. "Estátuas vivas", acrobatas, malabaristas de semáforo, grafiteiros, "street dancers", desenhistas/caricaturistas, atores-performers, cantores e instrumentistas, todos, tantas vezes anônimos, tornam a arte acessível e fazem a cidade mais viva.

No contexto da pandemia da covid-19, devido ao fechamento dos espaços "oficiais", desempregados, muitos artistas tiveram que recorrer às ruas. Se a priori, o artista urbano visaria a um contato mais direto com a plateia (que o gratificaria de forma espontânea), agora ele necessitaria desse valor - como muitos - para sobreviver. Contudo, nem todos são receptivos: recentemente, na cidade de Santos/SP, um violoncelista foi atacado com ovos ao se apresentar numa calçada.

A função da arte excede o utilitarismo vulgar, visto que ela expressa o modo como o homem se relaciona com o mundo e, no caso da arte urbana, com o espaço social presente. Deve-se, portanto, valorizar os artistas que "vão onde o povo está". Cabe a Secretaria da Cultura promover editais que financiem tais manifestações em espaços abertos, a fim de tornar acessível à população essas produções; e no momento atual, garantir-lhes auxílio emergencial que lhes garanta a sobrevivência. Ao Ministério da Educação, cumpre promover discussões nas escolas (via palestras e com apresentações), para que jovens não só compreendam a relevância da arte urbana, mas se sintam estimuladas a produzirem; já que a arte é um direito humano.

(Elaborado com a turma Fit do Aeon - Quinta-feira. Revisada pelo professor Eduardo em 20.10.2021.)

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

REDAÇÃO. TEMA: A cobrança do posicionamento político de artistas na atualidade

O papel do artista em tempos de polarização
 

O posicionamento dos artistas em relação a políticas implementadas pelo atual governo tem sido cobrado por fãs e outros artistas, nas redes sociais. Para alguns, mais do que entreter, caberia ao artista fazer uso da sua influência para questionar, denunciar e conscientizar sua audiência dos problemas do país.

Recentemente, a atriz Juliana Paes desentendeu-se, no Twitter, com a colega Samantha Schmütz por discordância em relação à posição do governo sobre vacinação. Tanto uma quanto a outra foram “canceladas” ou “louvadas” -- e atacadas por "haters", -- devido à extrema polarização do cenário político brasileiro. Isso nos leva a um questionamento: é obrigação/dever do artista se posicionar frente a assuntos polêmicos? 

A priori, caberia ao artista apenas entreter plateias, contudo, num país desigual e de baixa escolaridade como o Brasil, eles são expressão da cultura e do pensamento. Durante a ditadura militar, cantores como Geraldo Vandré e Chico Buarque denunciaram abusos e violência praticados no país, e foram, portanto, fundamentais para conscientizar a população sobre a luta pela democracia. Mesmo sob ameaça de morte, exilados e reprimidos, corajosos, nunca abriram mão de suas convicções.  

Há pouca consciência do poder da política por parte da população. Artistas engajados em causas feministas, antifascistas, pró igualdade de gênero etc. terminam como referência perante uma onda de outros artistas alienados ou apenas comprometidos com seus patrocinadores. Se as redes sociais permitiram um diálogo mais aberto artista-público, muitos os usam mais como autopromoção (e lucro!) do que para conscientiza-lo.

Embora a cobrança política de artistas seja lícita, seus posicionamentos devem ser autênticos, ou seja, refletir honestamente o que pensam, indiferente do seu viés ideológico; sem medo de sofrer represálias. Portanto, é preciso respeitar democraticamente o artista, apesar das contradições que possa ter, já que a liberdade de expressão é um direito a ser garantido a todos.


[Redação efetuada no Maximize Manhã - segunda - Extensivo - 18.10.2021.]

domingo, 17 de outubro de 2021

Sobre machismo estrutural

1- Ela deve ser tímida

2- Pai amoroso e forte

3- Gosta de cozinhar

4- Cor de cabelo natural

5- Pés bonitos e limpos

6- Não "se dá" com vários homens, não é cercada por vários homens

7- Não fala palavrão

8- Não bebe álcool para se divertir

9- Se veste de forma modesta

10- Quer filhos

11- Não está numa competição com o namorado

12- Usa vestidos

13- É submissa

14- Deixa você tomar as decisões

15- Sempre se preocupa em ouvir tudo que você tem a dizer

16- Não é ciumenta

17- Tem poucos ex namorados

18- Não quer "fazer coisas de homem", não quer frequentar ambientes masculinos

19- Não faz drama

20- Fala calmamente

21- Sorri sempre

22- Reconhece os erros

23- Ela dá o primeiro passo para ficarem bem quando existe briga

24- Não ouve música degenerada

25- Deve ser feminina

26- Quando você diz algo, ela não vai pedir para outra pessoa avaliar se o que você disse é certo

27- Ela confia em você

28- Não é impertinente

29- Não desautoriza você na frente dos outros

30- Não fala fora de hora.

terça-feira, 12 de outubro de 2021

REDAÇÃO: Tema: Homofobia e transfobia no Brasil

Muitos cidadãos são discriminados em decorrência de seu gênero e/ou sexualidade no Brasil. O artigo 5° da Constituição Federal, de 1988, afirma: "Todo cidadão é igual perante a lei", entretanto, a homofobia e a transfobia são práticas cotidianas no país. Embora, no decorrer dos anos, diversos direitos tenham sido conquistados pelos LGBTQ+, esses seguem vitimados por crimes de ódio. O fato de o Brasil ser o país que mais os mata, comprova que há muito a se fazer.

Em primeira análise, nota-se que o preconceito contra os homossexuais relaciona-se à "mixofobia". Bauman a define como "medo de se envolver com o desconhecido." Pode-se perceber isso, na exclusão, indiferença e agressividade com que muitos LGBTQ+ são tratados em sociedades conservadoras, cristãs e machistas, como a brasileira. Muitos casais de homossexuais evitam transitar nas ruas de mãos dadas (ou explicitar seus afetos em público); já que,  não raramente, são submetidos a piadas e agressões várias. Há casos extremos em que muitos são assassinados por essa simples atitude. Deve-se levar em consideração também o preconceito sofrido por esses no mercado de trabalho, já que poucas empresas empregam, promovem ou permitem a ascensão, principalmente de transexuais, no trabalho. Com isso, tais cidadãos ou investem em um negócio próprio, quando possível, ou vão para o subemprego. Desamparados pela família e pelo Estado, há os que terminam por se submeter à prostituição e ao crime como estratégia de sobrevivência.

De acordo com dados divulgados pelo jornal O Globo, em 2019, a cada três dias uma pessoa trans foi assassinada no país. Isso deveria mobilizar o Estado, redefinir políticas de proteção a eles e combate à tal crime, mas num país intolerante e excludente, tal morticídio é naturalizado. Contraditoriamente, duas das transexuais mais requisitadas do mundo da moda - Valentina Sampaio e Lea T - são brasileiras. Se a representatividade do grupo LGBTQ+ vêm crescendo na mídia brasileira, - através de novelas, filmes, programas e artistas como Paulo Gustavo, Manu People, Pabllo Vittar, Liniker e Lynn da Quebrada, isso não têm diminuído a violência contra trans e demais LGBTQ+'s.

Portanto, há grande urgência de combate a esse grave problema social. A criminalização da homofobia foi importante instrumento para combater a violência. Os órgãos públicos legislativos devem, contudo, ampliar o combate e impor a lei  contra os que cometem crimes de ódio contra LGBTQ+. Faz-se necessário também, uma maior orientação educacional (via palestras) com projetos a serem desenvolvidos em escolas públicas pelo respeito à esse grupo; com o objetivo de formar cidadãos mais livres, empáticos e menos preconceituosos. Políticas públicas de integração social e no trabalho são fundamentais, além de campanhas na mídia que promovam o direito à liberdade humana. A tolerância e respeito à diversidade é um primeiro passo para uma sociedade mais civilizada, justa e igualitária.

terça-feira, 5 de outubro de 2021

LISTA DE OBRAS LITERÁRIAS - FUVEST 2022

 1 – Poemas Escolhidos, de Gregório de Matos

2 – Quincas Borba, de Machado de Assis

3 – Alguma Poesia, de Carlos Drummond de Andrade

4 – Angústia, de Graciliano Ramos

5 – Mensagem, de Fernando Pessoa

6 – Terra Sonâmbula, de Mia Couto

7 – Campo Geral, de Guimarães Rosa

8 – Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles

9 – Nove Noites, de Bernardo Carvalho 


Lista de sonetos de Camões para UNICAMP

 A ordem em que os sonetos aparecem é alfabética



A fermosura desta fresca serra (1668 - soneto 136)

Ah! Minha Dinamene! Assi deixaste (1685-1668 - soneto 101)

Alma minha gentil, que te partiste (1595 - soneto 080)

Amor éum fogo que arde sem se ver (soneto 005)

Busque Amor novas artes, novo engenho (l595 - soneto 003)

Cá nesta Babilônia? donde mana (1616 - soneto 120)

Como quando do mar tempestuoso (1598 - soneto 043)

De vos me aparto, ó vida! Em tal mudança (1595 - soneto 057)

Enquanto quis Fortuna que tivesse (1595 - soneto 001)

Esta lascivo e doce passarinho (1595 - soneto 014)

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades (1595 - soneto 092)

Na ribeira do Eufrates assentado (soneto 129)

O Céu, a terra, o vento sossegado (1616 - soneto 106)

O dia em que eu nasci, moura e pereça (1860 - v)

O tempo acaba o ano, o mês e a hora (1668 - soneto 133)

Pede o desejo, Dama, que vos veja (1595 - soneto 008)

Quando de minhas mágoas a comprida (soneto 100)

Sete anos de pastor Jacob servia (1595 - soneto 030)

Transforma-se o amador na cousa amada (1595 - soneto 020)

Vencido estáde amor meu pensamento (1685-1668 - soneto 145)

1 Os sonetos foram dispostos segundo a ordem alfabética e consideran

LISTA DE OBRAS LITERÁRIAS - UNICAMP 2022

 

A Comvest está divulgando a lista de títulos de leitura obrigatória para o Vestibular Unicamp 2022, com a redução das originalmente 12 obras para 10 obras, conservando o maior número possível de gêneros literários e a diversidade estética e histórica. Serão substituídas quatro obras da lista do Vestibular 2021 para a lista que será exigida no Vestibular 2022.

Serão incluídas as obras: Carta de Achamento do Brasil, de Pero Vaz de Caminha; Niketche – uma História de Poligamia, de Paulina Chiziane; Tarde, de Olavo Bilac e Bons dias, de Machado de Assis. As obras inseridas substituem os seguintes textos literários originalmente divulgados para o Vestibular Unicamp 2021: Sermões, de Antonio Vieira; História do Cerco de Lisboa, de José Saramago; A teus pés, de Ana Cristina César, e O Espelho, de Machado de Assis. Já as obras Cabra vadia, de Nelson Rodrigues, e Quarto de despejo, de Carolina Marina de Jesus, serão excluídas da lista de livros do Vestibular em 2022, reduzindo dessa forma a lista de doze títulos para dez títulos.

Os critérios gerais utilizados para a substituição das obras foram a representatividade dessas manifestações literárias nas práticas letradas e nas tradições culturais de língua portuguesa, o padrão de elaboração estética e a presença de núcleos temáticos adequados à formação pedagógica do aluno no ensino médio, na medida em que tais núcleos permitem abordagens interdisciplinares na área de humanidades.

Com a substituição de quatro obras e a exclusão de dois títulos, a lista para o Vestibular Unicamp 2022 fica com seis gêneros literários (Poesia, Conto, Teatro, Romance, Crônica e Carta/Relato de Viagem) e dez autores (Camões, Racionais, Olavo Bilac, Ligia F. Telles, F. Pessoa, Paulina Chiziane, Júlia Lopes de Almeida, Machado de Assis e Pero Vaz de Caminha).


Unicamp obras literárias 2022
Lista das obras Unicamp 2022

Obras que entram:

Obras que continuam sendo cobradas:

INT

  Ambiente/Cenário/Contexto: máquina automática de reposição automática de profissionais coisificados Foco: personagem: profissionais à vend...