quinta-feira, 28 de abril de 2022

REDAÇÃO. TEMA: O impacto do isolamento social, em decorrência da pandemia da Covid-19, no desenvolvimento cognitivo das crianças brasileiras.

 Na Torre com Rapunzel 

O isolamento social, em decorrência da pandemia da Covid-19, impactou profundamente o desenvolvimento cognitivo das crianças brasileiras. Segregadas ao espaço da casa, muitas se tornaram dependentes dos aparelhos eletrônicos e, em muitos casos, desenvolveram problemas mentais e físicos.

Crianças entre 5 e 8 anos foram as mais afetadas, já que as atividades físicas sensório-espaciais sofreram interrupção e, no caso das mais velhas, houve um abrupto rompimento nas interações coletivas. O homem, como um ser social, evolui com o convívio; portanto, um dos efeitos deletérios da Covid foram: dificuldade de concentração, problemas de sono e alterações comportamentais. Se por um lado elas tiveram a constante presença dos pais, nem sempre essa foi uma convivência harmônica e acolhedora.

O “home office” tornou-se uma prática usual devido à imposição do distanciamento social não só para os adultos - a internet se fez assim imprescindível - mas também para as crianças, visto que o ensino passou a ser “online”. Contudo, os aparatos tecnológicos foram usados como “babás eletrônicas”, ou seja, mecanismos de distração para crianças limitadas a espaços exíguos. Permissíveis com vídeos e jogos, os “responsáveis” viciaram seus rebentos tornando-os cada vez mais desatentos/dispersos.

Como no filme Enrolados (adaptação de Rapunzel), muitas crianças tiveram seu desenvolvimento sensório-motor e intelectual afetado porque pouco estimulados à fala e ações. Na “bolha protetora” do lar, se alguns tiveram pais atentos que ensinaram novas habilidades (costurar, ler, desenhar etc.), muitos foram como bruxas: negligentes, autoritários, intolerantes e abusivos - em alguns casos sexualmente. Isso desencadeou crises de ansiedade, pânico, depressão, automutilação, anorexia, obesidade e compulsões alimentares.

O impacto na formação cognitiva infantil em razão do isolamento social se mostra danoso a toda uma geração. As consequências só serão conhecidas ao longo do tempo.

terça-feira, 26 de abril de 2022

Redação. Maximize Paulista - segunda/tarde

O advento da Internet (principalmente das redes sociais) impactou profundamente as relações interpessoais no mundo contemporâneo. Amizade, relações amorosas e até envolvimentos meramentes sexuais são mediados, hoje, por plataformas digitais. 

Vivemos em uma sociedade de mudanças frenéticas, extrema competitividade e individualismo exacerbado; o que faz com o que as relações de amizade sejam cada vez mais frágeis. Contraditoriamente a Internet permitiu uma maior aproximação entre pessoas ou a manutenção de amizades que sem ela teriam se desfeito, tais como, as de colégio, trabalho e casuais. Embora distantes fisicamente, há casos em que os diálogos se tornaram mais íntimos e francos no modo privado ("inboxing/DM"), estreitando, assim, o afeto e a cumplicidade entre usuários.

Diversas relações amorosas tiveram seu início através de redes sociais e evoluíram para namoros e casamentos. Isso se fez tão recorrente que mesmo flertes "off-line" inevitavelmente migram para Internet; já que os pares sentem a necessidade de investigar - às vezes, "estalquear" - seus "contatinhos e/ou ficantes". Pode parecer positivo, mas nem sempre é, conforme a série "You" (Netflix, 2020) nos mostra. Nela, um rapaz persegue obsessivamente suas pretendentes, tanto nas redes quanto no dia a dia, motivado por ciúmes e uma possesividade doentia com resultados fatais. 

Tinder, Badoo e Grinder são aplicativos populares voltados para encontros; entretanto, muitos usuários os utilizam apenas para sexo casual. Se a "web" liberou a pornografia para toda uma geração - e alterou a forma como ela lida/exerce sua sexualidade - natural que essa se sinta mais propensa a se expor. Isso fez com que, levados pela insegurança ou timidez, usuários se iludissem por perfis falsos e mantivessem longos relacionamentos (sem qualquer contato físico). 

As relações interpessoais foram alteradas definitivamente pelas interações virtuais

Reflexão sobre "cancelamento" de artistas

O mundo complexo e as são complexas. Nenhum lado é exemplar: um caso típico de neuroses que se encontram. Nenhum dos dois precisa ser cancelado, pois como artistas desempenham com qualidade seus ofícios. Essa ideia de "cancelamento" é uma absoluta estupidez: no passado eram "cancelados" (linchados moralmente, execrados publicamente, silenciados e excluídos do mercado de trabalho e perseguidos) muitos artista pelo simples fato de serem comunistas, ou participarem do movimento feminista, ou se engajaram nos direitos civis, ou movimento negro (panteras negras), ou por se divorciarem para amar outra pessoa ou pelo simples fato de serem "gays". Entenderam? Essa geração quer impor sua "moral sobre artistas" assim como as demais. A relação de Deep e a bonita só interessa a ambos. Melhor guardar o moralismo e focar em problemas reais.

Sobre alienação das massas

Foi em 1956 que o filósofo judeu alemão Günther Anders escreveu esta reflexão:
′′Para sufocar antecipadamente qualquer revolta, não deve ser feito de forma violenta. Métodos arcaicos como os de Hitler estão claramente ultrapassados. Basta criar um condicionamento coletivo tão poderoso que a própria ideia de revolta já nem virá à mente dos homens. O ideal seria formatar os indivíduos desde o nascimento limitando suas habilidades biológicas inatas...
Em seguida, o acondicionamento continuará reduzindo drasticamente o nível e a qualidade da educação, reduzindo-a para uma forma de inserção profissional. Um indivíduo inculto tem apenas um horizonte de pensamento limitado e quanto mais seu pensamento está limitado a preocupações materiais, medíocres, menos ele pode se revoltar. É necessário que o acesso ao conhecimento se torne cada vez mais difícil e elitista... que o fosso se cave entre o povo e a ciência, que a informação dirigida ao público em geral seja anestesiada de conteúdo subversivo.
Especialmente sem filosofia. Mais uma vez, há que usar persuasão e não violência direta: transmitir-se-á maciçamente, através da televisão, entretenimento imbecil, bajulando sempre o emocional, o instintivo. Vamos ocupar as mentes com o que é fútil e lúdico. É bom com conversa fiada e música incessante, evitar que a mente se interrogue, pense, reflita.
Vamos colocar a sexualidade na primeira fila dos interesses humanos. Como anestesia social, não há nada melhor. Geralmente, vamos banir a seriedade da existência, virar escárnio tudo o que tem um valor elevado, manter uma constante apologia à leveza; de modo que a euforia da publicidade, do consumo se tornem o padrão da felicidade humana e o modelo da liberdade.
Assim, o condicionamento produzirá tal integração, que o único medo (que será necessário manter) será o de ser excluído do sistema e, portanto, de não poder mais acessar as condições materiais necessárias para a felicidade. O homem em massa, assim produzido, deve ser tratado como o que é: um produto, um bezerro, e deve ser vigiado como deve ser um rebanho. Tudo o que permite adormecer sua lucidez, sua mente crítica é socialmente boa, o que arriscaria despertá-la deve ser combatido, ridicularizado, sufocado...
Qualquer doutrina que ponha em causa o sistema deve ser designada como subversiva e terrorista e, em seguida, aqueles que a apoiam devem ser tratados como tal.′′
- Günther Anders, "A obsolescência do homem′′, 1956

terça-feira, 12 de abril de 2022

REDAÇÃO. TEMA: Gravidez na adolescência

 PELO EXERCÍCIO PLENO DA SEXUALIDADE


Muitas adolescentes engravidam todos os anos no Brasil. Isso ocorre não só por ausência de diálogo na família, mas também por falta de informação e imaturidade de muitos jovens. 

O sexo é um assunto tabu na sociedade brasileira; visto que envolve questões morais, éticas e religiosas. Embora faça parte do desenvolvimento natural do indivíduo, raramente pais e filhos têm um diálogo franco sobre o assunto. Isso faz com que vários jovens descubram/aprendam sobre sexualidade através da pornografia (via Internet), quando não, com pessoas tão ou mais inexperientes do que eles. 

A escola é um espaço privilegiado para aquisição de conhecimento; entretanto, poucas são aquelas que apresentam a disciplina de Educação Sexual, já que muitos pais a consideram forma de corromper a inocência infantil e estímulo precoce à sexualidade. Desse modo, o sexo é frequentemente abordado num prisma biológico e/ou quase sempre nocivo (propagador de IST's), nunca na perspectiva dos afetos. Se houve maior investimento em educação nas últimas décadas, isso não resultou – pelo menos nas políticas públicas – em campanhas preventivas amplas e eficientes para além do carnaval e outras datas comemorativas. 

Os adolescentes são por natureza mais ousados e impulsivos. A libido não é a única causadora da imprudência, já que muitas vezes a iniciação sexual precoce se faz por pressão do grupo social. Por imaturidade, jovens dispensam o preservativo, engravidam para “prender” o parceiro num relacionamento ou para se emanciparem do controle dos pais. A falta de oportunidades de trabalho e/ou estudo também leva a ações inconsequentes. Não podemos esquecer que, provenientes de famílias desestruturadas, para muitas jovens, engravidar é uma estratégia de sobrevivência para carências extremas. 

A gravidez na adolescência não é, portanto, uma questão individual, mas um problema social no Brasil. Assim, ela precisa ser combatida com ações efetivas por meio de medidas político-sociais, Estimular o diálogo familiar com campanhas nacionais preventivas que visem a atrair e envolver os pais nos debates escolares é uma medida estratégica para sanar o problema. Fornecer em postos assistência e métodos contraceptivos é fundamental. Por fim, cabe ao Estado expandir as perspectivas de vida dos jovens (com lazer, educação e trabalho), a fim de que, com maturidade, estejam aptos – no tempo certo e com segurança, seja qual for sua crença – a exercerem plenamente sua sexualidade. 


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  Ambiente/Cenário/Contexto: máquina automática de reposição automática de profissionais coisificados Foco: personagem: profissionais à vend...