terça-feira, 23 de junho de 2020

TEMAS POSSÍVEIS PARA ENEM 2021

Solidariedade em tempos de pandemia

O ressentimento dos medíocres: analisando retrocessos impulsionados pelo estridente discurso dos idiotas no sec. XXI

Desigualdade Social x Meritocracia

Enlouquecendo o algoritmo: o impacto das mudanças tecnológicas no cotidiano e no comportamento do homem.

Doença mental / Suicídio 

Ensino a distância: vantagens e desvantagens

Automatização/Robotização do trabalho

Pós-verdade

Ciência x Religião

Redes sociais e mudanças comportamentais

quarta-feira, 17 de junho de 2020

E no Brasil, vidas negras importam? de José Luis Oliveira Lima e Camila Torres Cesar

OPINIÃO

E no Brasil, vidas negras importam?
A diferença, gritante, reside na forma como cada sociedade reage


José Luis Oliveira Lima Camila Torres Cesar


A morte de George Floyd, em Minneapolis (EUA), é uma catástrofe. Não apenas por conta do absurdo da ação policial, de sufocar um homem já imobilizado até a morte, mas também pela realidade que ela escancara: quão enraizado o racismo está na sociedade norte-americana, apesar dos esforços de figuras como Rosa Parks e Martin Luther King Jr., cujas lutas nas décadas de 1950 e 1960 resultaram na promulgação da Lei dos Direitos Civis, que encerrava, ao menos no papel, um vergonhoso histórico segregacionista.

Olhar para o que ocorre hoje nos Estados Unidos nos leva a traçar um paralelo com nossa realidade. Afinal, não faltam evidências de que, tanto lá como cá, o racismo estrutural vitima milhares de vidas por ano. A diferença, gritante, reside na forma como cada sociedade reage.

Há mais de duas semanas acompanhamos, através de veículos de comunicação brasileiros e internacionais, manifestações realizadas em diversas cidades nos EUA e no mundo. Apesar de o crime contra George Floyd ter ocorrido no estado de Minnesota, milhares de pessoas continuam a marchar diariamente na Califórnia, Colorado, Nova York, Illinois, Texas e outros. A indignação é generalizada.

Por aqui, no último dia 18 de maio, João Pedro, menino de 14 anos, negro, morador do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), foi morto em uma operação policial enquanto brincava. A casa onde estava foi alvejada por mais de 70 disparos. Passado quase um mês, sua inaceitável morte é notícia antiga, objeto de uma ou outra matéria sobre o andamento das investigações.

À exclusão de manifestações do movimento negro, de raras entidades e de comunidades cariocas, não há indignação alguma. Não há cobertura midiática minimamente satisfatória de qualquer jornal ou emissora de expressão. Não há nada remotamente parecido com marchas a exigir o fim de uma política ultrajante de ataques sistemáticos, avalizados pelo Estado, contra grupos marginalizados. A verdade é que, além da família e amigos da comunidade de João Pedro, do movimento negro e de raras entidades, o resto do Brasil optou por não se indignar. E não é a primeira vez.

Menino João Pedro, 14, é morto em operação policial no RJ

O fenômeno é curioso. Ao invés de os reiterados assassinatos de jovens negros causarem um sentimento de repulsa generalizada, o que se vê é uma sociedade acostumada, conformada, acomodada. Ágatha Felix, Kauê Ribeiro dos Santos, Kauã Rozário, Kauan Peixoto, Jenifer Cilene Gomes. Cada crime não passa de um acréscimo às estatísticas. E cada vez que ignoramos essas mortes, chancelamos a falência de nosso ideal de sociedade.

As razões para os diferentes posicionamentos entre americanos e brasileiros são múltiplas, perpassam diferentes processos de escravatura e abolição, a segregação legalizada aplicada nos Estados Unidos, o mito da democracia racial que, por muito tempo, invisibilizou o papel central da raça na construção e manutenção das desigualdades brasileiras e outros fatores que não nos compete tratar agora.

Mais importante do que esses comparativos é olhar para nosso próprio quintal. A história brasileira possui ótimos exemplos de resistência negra à violência imposta —Revolta dos Malês, Quilombo dos Palmares, balaiada— e, ainda nos dias atuais, o movimento negro reivindica equidade e justiça, apesar do silêncio da sociedade e da grande mídia.

A morte de Ágatha Félix

A indignação e comoção seletiva nada mais são do que o reflexo de quais corpos, rostos e vozes nossa sociedade escolhe ouvir ou silenciar. Sempre é bom lembrar que a cada 23 minutos um jovem negro é morto no Brasil.

O reconhecimento das estruturas que nos formam e que ainda hoje se refletem em privilégios e diferentes oportunidades, bem como na violência também seletiva e direcionada, deve partir de cada um e de todos nós.

A todos aqueles que reconhecem a humanidade em cada pessoa, é passada a hora de rever posturas e se colocar como responsável pela mudança: se posicione, leia, consuma e incentive profissionais negros.

A resposta à pergunta do título dependerá, para além de palavras, de nossas ações.


-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------



José Luis Oliveira Lima
Advogado criminalista, membro do Instituto dos Advogados de São Paulo e do Conselho do Innocence Project Brasil

Camila Torres Cesar
Advogada, membro da Comissão de Igualdade Racial da OAB-SP e mestranda em direito político e econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie

TENDÊNCIAS / DEBATES
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

[FOLHA DE SÃO PAULO - 15 de junho de 2020 - 14.jun.2020 às 23h15]

IDEIAS. Informações para aprofundar o tema das FAKE NEWS

sábado, 6 de junho de 2020

LEIA MEU TEXTO antes de ver o video de Dicas de redação de Felipe Araújo

ATENÇÃO!!! Leia antes de assistir a esse vídeo. 

Gosto bastante da iniciativa deste rapaz do Recife - FELIPE ARAÚJO, mas reconheço como problemático determinadas "dicas" que ele dá para o estudante tirar nota mil.

Sempre ensino que a redação (Enem e vestibular) se trata de um texto objetivo e técnico. Como texto técnico, um bom resultado é produto de treino e não de um "talento natural" para escrita. A dissertação tem uma natureza esquemática; contudo, o que Felipe propõe é uma armação fechada como uma moldura, ou melhor, mais parecido com aqueles modelos de "letra vazada": mantém tudo o mesmo em volta e as lacunas (ou espaços vazados) devem ser preenchidas com as palavras ou temas pedidos no respectivo ano. Algo absurdo.

Há bons apontamentos dados por ele, que se os alunos souberem se apropriar (e depois de compreendido até descartar), poderão contribuir para construção de um texto aceitável. Mas agora, vamos aos problemas.

Seu modelo resulta em uma gambiarra que não traz no final uma reflexão real sobre o tema, pois todo fundamentado em "clichês", lugares-comuns, frases feitas, observações genéricas, formuláicas.

Um corretor atento logo vai perceber a "falcatrua", já que o modelo final será produto de um estudante incapaz de escrever por si só um texto, elaborar e expressar sua visão crítica de mundo. Pior, se o corretor tiver assistido a esse vídeo, não me espantaria que ele zerasse a redação do candidato não só por plágio, mas por representar uma forma de burlar o processo legítimo de avaliar a capacidade de um estudante de compôr um texto. 

Então por que estou postando esse vídeo? Porque recebi redações feitas neste modelo (com as mesmas palavras e alusões). Ao pedir ao aluno que fizesse uma redação fora desse esquema, simplesmente ele foi incapaz de redigir um texto. É como alguém que sabe desenhar um rosto muito bem, mas só consegue desenhar o mesmo rosto, nenhum outro que se apresentar diante de si ou que vir numa foto ou revista.

Não adiante querer se autoenganar. Você precisa aprender a fazer redação pois durante todo o período na faculdade será obrigado a produzir textos dissertativos, mesmo que seu curso seja Matemática. Seu trabalho de conclusão de curso (TCC) ou tese terão que ser escritos em linguagem, forma e estrutura de texto dissertativo argumentativo. Portanto, acho perigoso um aluno apanhar uma "aula" do Felipe e achar que sabe fazer redação. Não adianta achar que de fato "está sendo esperto" enganando o corretor, quando na verdade neste "jeitinho brasileiro" está se autoiludindo. 

O mais interessante é que Felipe não precisa desse modelo. Ele próprio sabe fazer redações, tem boa leitura (de filosofia e literatura) e é capaz de fazer dezenas de variações deste modelo. Ele comete erros botando uma série de arcaísmos (expressões datadas, como "precipuamente", mister, etc) no texto (por achar "bonito"), mas definitivamente, ele não precisa mais deste modelo. Essa ideia de obrigatoriedade de citação é uma bobagem, por exemplo, pois várias redações tiraram notas mil sem citações ou dados estatísticos. Agora imagine que um corretor pegue várias redações com mesmas referências, palavras e esquemas? Resultado:  redações zeradas ou com notas baixíssimas na certa.

A didática dele é boa, o modo comoexplica as partes da redação podem ser úteis, e há várias coisas que diz são pertinentes e podem ajudar para um estudante que desconhece estrutura dissertativa, mas não vá cair na armadilha do recorta e cola e achar que vai se dar bem.




 

44 redações nota 1000 (Enem 2019) + novidades



Baixar cartilha em pdf  AQUI
Ver online AQUI

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Palavras que não podem faltar numa redação argumentativa


TEMA: Uma proposta de redação do Enem PPL (Pessoas Privadas de Liberdade)


[PROPOSTA DE REDAÇÃO] Combate ao uso indiscriminado dastecnologias digitais de informação por crianças.”

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1 - O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
2 - O Texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
3 - A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.
4 - Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”.
4.2. fugir ao tema ou quando não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.


TEXTO I
     Os impactos negativos do exagero da tecnologia não ficam restritos aos aspectos comportamentais e emocionais. Há também a ameaça do sedentarismo. Uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) avaliou os hábitos de 21 voluntários com idade entre 8 e 12 anos e constatou que 14 deles não praticavam nenhuma atividade física. Na sala de aula a história também desanda. “A luz emitida pelo visor reduz a produção de melatonina, hormônio indutor do sono”, observa uma das pesquisadoras responsáveis. Sem a substância, fica difícil adormecer e há maior risco de despertar na madrugada. “O sono de má qualidade interfere na concretização das memórias e do aprendizado do dia”, aponta uma neuropediatra. [Disponível em: https://saude.abril.com.br - Acesso em: 3 de jun. 2019. (adaptado).


TEXTO II
     Riscos e benefícios das novas tecnologias para crianças 

     Segundo a Academia Americana de Pediatria (AAP), há claras evidências de que as mídias digitais contribuem substancialmente para diferentes problemas de saúde, como a obesidade e comportamentos agressivos e/ou alienados. Por outro lado, a AAP reconhece os benefícios da tecnologia na aprendizagem e nos relacionamentos sociais, a partir da interatividade possibilitada pelos diferentes dispositivos de mídia digital.
     As novas tecnologias de comunicação alteraram a forma de acesso e armazenamento da memória, pois, através de imagens, sons e movimentos apresentados nos dispositivos eletrônicos de comunicação é possível fixar conteúdos, armazenar sentimentos, aprendizagens e lembranças que não necessariamente foram vivenciadas presencialmente pelos espectadores. As mídias digitais propiciam experiências culturais através de interações diversificadas, permitindo às crianças apropriarem-se do conteúdo e da comunicação baseados em suas necessidades, motivações e interesses.
(Disponível em: 
http://blog.smp.org.br - Acesso em: 3 jun. 2019 (adaptado)


PROPOSTA DE REDAÇÃO

     A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Combate ao uso indiscriminado das tecnologias digitais de informação por crianças”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.



REDAÇÃO FEITA COMPLETA CLIQUE AQUI. 





INT

  Ambiente/Cenário/Contexto: máquina automática de reposição automática de profissionais coisificados Foco: personagem: profissionais à vend...