sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Do FACEBOOK

O PARADOXO DO POVO

por Leandro Fortes

Foi o povo - não a mídia, nem os setores reacionários da burguesia nacional - que derrotou as candidaturas de esquerda que conseguiram, aos trancos e barrancos, chegar ao segundo turno das eleições municipais. 

O povo, o povão, a plebe, as classes  oprimidas das periferias dos grandes centros urbanos: Rio, São Paulo, Recife, Porto Alegre. Sem falar em praças menores, mas não menos importantes, como São Gonçalo, no Rio de Janeiro; e Feira de Santana e Vitória da Conquista, na Bahia. 

Qualquer tentativa de romantizar essas derrotas como sementes de vitórias que virão cairá, inevitavelmente, naquele vão da História onde vivem o inútil e o ridículo. 

A derrota é um aprendizado duro, a ser vivido em todo o seu amargor. A derrota exige vingança, não poesia. 

Nem frente ampla, nem gabinete do amor: as esquerdas precisam sair urgentemente dessa armadilha do bem-querer e ocupar os grotões de miséria - nas cidades, nos campos, nos quartéis - com organização e doutrina revolucionárias.

Onde houver uma igreja neopentecostal, tem que haver um núcleo de ação política dos partidos e dos sindicatos. Para cada aleluia, um zap de consciência, um brado de trabalhador. Na saída de cada culto, uma bandeira de luta.

É preciso superar o mito do diálogo com um lumpesinato manipulado pelo capital e pela religião. Essa multidão de esquecidos que, eleição após eleição, é convencida a votar no opressor, bovinamente.

A teoria da prosperidade, essa ratoeira mental montada por pastores de direita, não vai ser desarmada com conversa mole e memes engraçadinhos nas redes sociais.

Vai ser desarmada nas favelas, nos presídios, nas escolas e nas ruas com planejamento e luta organizada.

O resto é lacração.

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

REDAÇÃO. Modelo Vunesp. Tema: Educação sexual

 A série "Sex Education" narra a vida de Ottis, filho de uma psicóloga sexual. Durante a narrativa, nota-se como a mãe trata o sexo como um assunto do cotidiano. O protagonista, acostumado com a naturalidade com que o assunto é discutido em sua casa, aproveita-se desse conhecimento para auxiliar colegas da escola, em troca de dinheiro. O sucesso de público do seriado da plataforma Netflix explica-se, dentre outros motivos, pelo desejo que os jovens têm de falar sobre sexo, o que nem sempre vem acompanhado da cautela necessária para vivenciar a sexualidade de modo seguro, sendo capaz de evitar a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis. Tal fato se explica pelos tabus construídos socialmente em torno do sexo e pela ausência de projetos educacionais voltados para a educação sexual dos jovens.


Fundamentalmente, os brasileiros, como tantas outros povos influenciados pelos valores cristão, têm enorme dificuldade em falar sobre sexo com naturalidade. A formação cultural brasileira, fortemente marcada pelo catolicismo e mais recentemente pelo protestantismo neopetencostal, apresenta-se como uma enorme barreira para o debate sobre sexo entre pais e filhos, em face das muitas proibições e restrições acerca da sexualidade que são impostas por dogmas religiosos (como a condenação da homossexualidade ou sobre a virgindade antes do casamento). Sem abertura para estabelecer um debate em suas casas, muitos jovens acabam iniciando suas vidas sexuais sem estarem munidos de informações fundamentais sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids, e acabam se contaminando.


Um importante contraponto à falta de um debate franco, estabelecido em casa, a escola deve cumprir o seu papel de informar os jovens, mas isso não vem acontecendo no Brasil. O fato de não ser previsto na base curricular o ensino de educação sexual torna o debate sobre esse assunto uma iniciativa isolada de alguns docentes. Muitos deles, inclusive, sofrem pressão da sociedade e de representantes do poder público para abandonar essas pautas, sob a alegação de que a sexualidade dos jovens não diz respeito à escola, mas à família. Iniciativas com a da ministra Damares Alves, que propôs a abstinência sexual aos jovens como política educacional da área, ignoram os riscos de se negligenciar essa pauta, especialmente no que diz respeito à contaminação por doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS, que vitima milhões de jovens pelo mundo.


É observável que a educação deficiente no que diz respeito à sexualidade leva os jovens a contraírem doenças sexualmente transmissíveis, em especial o HIV. Os tabus sociais, fortemente influenciados pelos valores religiosos, acentuam essa problemática. 


[Redação nota máxima (28 pontos) na Vunesp 2020]



-



EMBORA TENHA OBTIDO NOTA MÁXIMA, A REDAÇÃO APRESENTA UMA SÉRIE DE PROBLEMAS, PRINCIPALMENTE SINTÁTICOS (FRASES LONGAS DEMAIS E COM ERRO DE COERÊNCIA/COESÃO PELO EMPREGO ERRÔNEO DOS GERÚNDIOS). ALGUNS DESSES "PROBLEMAS", DESTAQUEI EM NEGRITO. ABAIXO, APRESENTO O TEXTO REVISADO E COM OUTRAS MUDANÇAS PARA TORNÁ-LO MAIS "FLUIDO".






 A série "Sex Education" narra a vida de Ottis, filho de uma psicóloga sexual. Durante a narrativa, nota-se como a mãe trata o sexo como um assunto do cotidiano. O protagonista, acostumado com a naturalidade com que o assunto é discutido em sua casa, aproveita-se desse conhecimento para auxiliar colegas da escola, em troca de dinheiro. O sucesso de público do seriado da plataforma Netflix explica-se, dentre outros motivos, pelo desejo que os jovens têm de falar sobre sexo, o que nem sempre vem acompanhado da cautela necessária para vivenciar a sexualidade de modo seguro. Isso incapacita muitos jovens de evitar a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis. Tal fato se explica pelos tabus construídos socialmente em torno do sexo, o que resulta na ausência de projetos educacionais voltados à educação sexual dos jovens.


Fundamentalmente, os brasileiros, como tantas outros povos influenciados pelos valores cristão, têm enorme dificuldade em falar sobre sexo com naturalidade. A formação cultural brasileira, fortemente marcada pelo catolicismo -- e mais recentemente pelo protestantismo neopetencostal, -- apresenta-se como uma enorme barreira para o debate sobre sexo entre pais e filhos. Isso se deve em face das muitas proibições e restrições acerca da sexualidade que são impostas por dogmas religiosos (como a condenação da homossexualidade ou sobre a virgindade antes do casamento). Sem abertura para estabelecer um debate em suas casas, muitos jovens iniciam suas vidas sexuais sem estarem munidos de informações fundamentais sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids, e acabam por se contaminarem.


Um importante contraponto à falta de um debate franco estabelecido em casa, a escola deve cumprir seu papel de informar os jovens, mas isso não tem acontecido no Brasil. O fato de não ser previsto na base curricular o ensino de educação sexual torna o debate sobre esse assunto uma iniciativa isolada de alguns docentes. Muitos deles, inclusive, sofrem "pressão" da sociedade e de representantes do poder público para abandonar tais pautas, sob a alegação de que a sexualidade dos jovens não diz respeito à escola, mas à família. Iniciativas com a da ministra Damares Alves, que propôs a abstinência sexual aos jovens como política educacional da área, ignoram os riscos de se negligenciar essa pauta, especialmente no que diz respeito à contaminação por doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS, que vitima milhões de jovens pelo mundo.


Observa-se, portanto, que a educação deficiente no que diz respeito à sexualidade leva os jovens a contraírem doenças sexualmente transmissíveis, em especial o HIV. Os tabus sociais, fortemente influenciados pelos valores religiosos, acentuam essa problemática. 


[Redação nota máxima (28 pontos) na Vunesp 2020]


REDAÇÃO.

 


REDAÇÃO. Redação nota máxima na Unesp. (28 pontos de 100 total da prova)

 



Alguém dirigindo um carro 

                                                                               
Ao imaginarmos alguém fumando um cigarro, muito provavelmente uma imagem negativa iria preencher nossa mente. Essa experiência imaginativa seria interessante se pudesse ser realizada, hoje, com pessoas que viveram há algumas décadas; afinal, agora a consciência acerca dos males do fumo são inquestionáveis; no entanto, o hábito de fumar já foi bastante encorajado. Mas, e se fôssemos além? Alguns vícios contemporâneos poderão nos causar, no futuro  sensações semelhantes àquelas causadas pelo cigarro hoje. Sob esse raciocínio, voltemos à época das Vanguardas Europeias, mais precisamente para o Futurismo: velocidade, movimento, máquinas. O carro reúne essa dinâmica valorizada por esse movimento artístico do século XX e tem sido até agora, um importante objeto de desejo. Apesar disso, a Postura do Poder Público e da sociedade progride no caminho contrário: mais cedo ou mais tarde o carro será o novo cigarro -- antes tão valorizado, agora cada vez mais recusado e substituído.

Nesse contexto o Poder Público é um grande interessado em dar aos carros o "status" do cigarro. Oe cigarro. O trânsito ocasionado pelo excesso desse meio de transporte e a quantidade preocupante de gases estufa que ele libera são fatores determinantes para que os automóveis sejam vistos de uma forma negativa. Dessa maneira, medidas como a extensão de ciclovias e faixas de ônibus foram implementadas como tentativa de melhorar a mobilidade urbana e reduzir os impactos causados pelo uso do carro. Desse modo, é possível observar o esforço das autoridades para conter o uso desses veículos por meio de ações públicas que podem ser comparadas àquelas realizadas para redução do consumo de cigarro, como por exemplo a proibição do fumo em locais fechados. Assim, do ponto de vista das autoridades governamentais, o uso do carro se reduzirá bem como o do cigarro.

Além disso, a sociedade também tem tomado posições de modo a diminuir a utilização dos automóveis. Essa situação ficou  evidente, por exemplo, na compra de  apartamentos  em diversas localidades da cidade de São Paulo. Os apartamentos que não possuíam vagas de garagem foram os primeiros a serem vendidos e os compradores foram categóricos: as despesas geradas pelos veículos, o tempo perdido no trânsito e os fatores ambientais fazem dos carros um mal desnecessário. Tal raciocínio comprova que, assim como no caso do consumo do cigarro, antes visto como algo elegante e, hoje, rejeitado por grande parte das pessoas, o carro tende a ter o mesmo destino.                                            

 Ao analisar a mudança nos hábitos da sociedade ao longo do tempo, portanto, é possível observar que a postura da população frente à utilização de automóveis e à prática de fumar se assemelham. As autoridades e a sociedade têm tornado atitudes de modo a reduzir o uso dos carros na intenção de melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. Assim, ao imaginarmos alguém fumando um cigarro ou dirigindo um carro, no futuro, a mesma imagem negativa preencheria nossa mente.

TEMA. Texto Motivador Unesp/Vunesp 2020

TEXTO 1

O mundo enriqueceu-se com uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado de grossos tubos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo… um automóvel rugindo é mais belo do que a Vitória da Samotrácia1.

(Filippo Tommaso Marinetti. “Manifesto do Futurismo”. Le Figaro, 20.02.1909. Adaptado.)

1Vitória da Samotrácia: famosa escultura grega, considerada uma obra-prima do período helenístico e datada, aproximadamente, do ano de 190 a.C. Integra o acervo do Museu do Louvre.

TEXTO 2

Cota Zero
Stop.
A vida parou
ou foi o automóvel?

(Carlos Drummond de Andrade. Alguma poesia, 1930.)

TEXTO 3

TEXTO 4

Jaime Lerner, arquiteto e ex-prefeito de Curitiba que priorizou o transporte coletivo na capital paranaense, chamou o carro de “cigarro do futuro”: “Você poderá continuar a usar, mas as pessoas se irritarão por isso.” Depois de décadas em que o modelo curitibano, que privilegia corredores de ônibus, vem sendo copiado no exterior, é ainda lentamente que ganha adeptos no Brasil, com a adoção de corredores e ciclovias e a discussão de limitar, no Plano Diretor de São Paulo, a oferta de vagas de garagem.

O escritor e empresário australiano Ross Dawson tem opinião parecida à de Lerner: “Um dia as pessoas vão olhar para trás e se perguntar como era aceitável poluir tanto, da mesma forma como hoje pensamos sobre o tempo em que cigarro era aceito em restaurantes, aviões e lugares fechados.”

Nos EUA, o carro perde espaço não apenas como meio de locomoção, mas também como objeto de desejo e expressão de um certo modo de vida. Demografia e economia, além da questão ambiental, fazem com que menos jovens tirem carteira de motorista e cidades invistam em sustentabilidade para atrair moradores. 20% dos jovens americanos entre 20 e 24 anos de idade não têm hoje habilitação — e o mesmo vale para 40% dos americanos de 18 anos. Em ambos os casos, o número de jovens que não dirigem dobrou entre 1983 e 2013, segundo estudo da Universidade de Michigan.

(Raul Juste Lores. “O declínio de uma paixão”. Folha de S.Paulo, 29.06.2014. Adaptado.) 


O tema da redação

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

O carro será o novo cigarro?

REDAÇÃO. O tema da redação da Vunesp/Unesp 2020: “O carro será o novo cigarro?”.

Há algum tempo, a revista “Esquire” publicou um artigo no qual o autor, que nunca havia fumado, descreve as experiências decorrentes de se propor a fumar um maço de cigarro ao dia, durante um mês. Ao longo da trajetória do desafio, o homem reflete sobre o tabagismo e suas consequências enquanto fenômeno social, na medida em que tenta reproduzir o ato de fumar como se já estivesse há muito habituado a ele. Nessa tentativa o “novo fumante” busca ocupar os mesmos espaços utilizados por tabagistas de longa data e nota que, na atualidade, fumar é fazer parte de um clube restrito composto por praticantes de um vício que estão constantemente sob olhares de desprezo e de desaprovação lançados por não-fumantes. Essa situação, inerentemente adaptada, se repetirá em um futuro um pouco distante com aqueles que continuarem a usar carros para se locomoverem.


Para a corrente filosófica positivista, a humanidade tende ao progresso. De fato, observa-se que, pelo menos no que se refere às tecnologias, a evolução humana foi vigorosa. A invenção do automóvel representa um marco desse progresso ao possibilitar uma locomoção mais rápida. Entretanto, o progresso e evolução estão fortemente ligados ao contexto no qual se manifestam e, nesse sentido, a popularização do carro se deu em meio a um cenário de pouco conhecimento acerca das consequências ambientais causadas por esse meio de transporte como, por exemplo, a intensificação do efeito estufa oriunda da emissão de gases poluentes pela queima de combustível. Assim, tal como o cigarro, outrora representante de um estilo de vida “descolado” e hoje visto como maléfico, o carro caminha no sentido de ser, em breve, o vilão.


Todavia, não são apenas as consequências ambientais que estão diminuindo o apreço pelos carros. As grandes cidades têm enfrentado cada vez mais problemas de mobilidade e esses automóveis se destacam no agravamento dessa situação. Isso porque, tal meio de transporte é utilizado em larga escala nos grandes centros urbanos e, apesar de um carro poder transportar, em geral, cinco pessoas, ele é muitas vezes utilizado individualmente. Logo, o número de veículos em circulação é elevado, o que aumenta os congestionamentos e torna o trânsito caótico e lento. Os indivíduos, então, começaram a preferir modalidades alternativas que cumpram a mesma função de deslocamento, porém de forma mais eficiente. E, assim, as consequências advindas da utilização, ao causarem desprezo e desaprovação, aproximam novamente o carro do cigarro.


Em suma, depreende-se que em um futuro pouco distante a revista “Esquire” poderá publicar um artigo que narre a experiência de possuir e dirigir um carro, meio de transporte que se tornará símbolo ultrapassado de progresso e que, seguindo essa perspectiva, será o novo cigarro: utilizado por alguns e desprezado por muitos. Essa situação decorrerá do entendimento da grandeza dos malefícios causados ao meio ambiente pela poluição gerada pelos carros e pelo desejo de uma locomoção mais eficiente em cidades cada vez mais sobrecarregadas. Faz-se necessário, então, pensar quais serão os meios de transportes a serem utilizados, os quais devem ser preferencialmente coletivos (ônibus, metrô) e, em um futuro um pouco mais distante, será preciso discutir “qual será o novo carro”.


Pedro Silveira, aluno da Medicina da UEMG. 

domingo, 13 de novembro de 2022

TEMA E TEXTOS MOTIVADORES DE 2022

 


REDAÇÃO FEITA COLETIVAMENTE EM SALA EM AGOSTO/2022

Tema: Como combater o genocídio indígena no Brasil (modelo FUVEST)

Todos nós, brasileiros, temos uma dívida histórica com os povos originários pela diversidade étnica, linguística e cultural que nos legaram. De certo modo, “nós” também somos “eles”. Entretanto, nosso afastamento cultural faz com que não só desvalorizemos nossas raízes indígenas, mas também sejamos omissos em relação ao seu genocídio, capitaneado pelo desmatamento, pela ameaça do narcotráfico e pela negligência governamental.

A colonização portuguesa foi extremamente selvagem e sanguinária, visto que impôs sua religião sobre os povos indígenas, escravizou-os para extração do pau-brasil, promoveu seu escorraçamento do litoral e exterminou (até com epidemias) nações inteiras. Passados mais de cinco séculos, tal etnocídio permanece em curso. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), hoje os indígenas representam 0,47% da população brasileira e usufruem apenas de 13% do território nacional.

Tanto o escritor romântico José de Alencar, autor de “Iracema” e de “O Guarani”, como autores modernistas apropriaram-se da imagem do índio não só para efetuar a refundação mítica do Brasil, mas para definir o caráter nacional brasileiro. Apesar de obras impactantes como “Macunaíma” e “Cobra Norato” - e do conceito de antropofagia - os modernistas, mesmo que mais críticos, assim como seus predecessores, ignoraram - ou melhor: omitiram - o genocídio dos povos originários, optando por apagar sua imagem real/original e favorecendo uma visão idealizada, distorcida e irreal.

Se em 19 de abril comemora-se o Dia do Índio, pouco há a se celebrar. Além do desmatamento da Amazônia, indigenistas, ONGs e ativistas ecológicos apoiadores da causa indígena estão igualmente sendo “caçados” e mortos por narcotraficantes, madeireiros, grileiros e garimpeiros ilegais. Mais que negligente, o governo atual estimula tais crimes já que a própria sociedade alienada não se solidariza com a causa.





JORNAL. NOTÍCIA. Prova de redação do Enem 2022 usa texto e gráfico de reportagens do g1 sobre os povos tradicionais

"Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil" foi o tema da redação. Reportagem que foi citada na prova esteve entra as finalistas do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos de 2020.

Por g1

13/11/2022 17h43

A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 teve como tema "Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil". Para desenvolver um texto dissertativo-argumentativo, os candidatos tiveram materiais de apoio para consulta e leitura sobre o tema.

Dos quatro itens que constavam como referência para os candidatos na prova, dois foram extraídos do g1. O primeiro era um trecho da reportagem "Gente do campo: descubra quais são os 28 povos e comunidades tradicionais do Brasil", da repórter Vivian Souza, e o segundo era uma adaptação de infográfico de outra reportagem sobre o mesmo assunto. Veja abaixo:

A reportagem da qual o gráfico foi extraído tem o título: "650 mil famílias se declaram 'povos tradicionais' no Brasil; conheça os kalungas, do maior quilombo do país". O texto teve autoria da repórter Paula Paiva Paulo, com captação de imagens de Fábio Tito e gráficos elaborados por Rodrigo Sanches.


O texto de Paula Paiva foi um dos finalistas do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos em 2020. No g1, ele integrou uma série batizada de "Desafio Natureza", que foi publicada ao longo de um ano e teve 12 capítulos, cada um deles dedicado a um dos problemas ambientais enfrentados pelo Brasil dentro das prioridades de ação definidas pela Organização das Nações Unidas (ONU). A série de reportagens foi idealizada e coordenada pelo jornalista Ardilhes Moreira, editor da área de Meio Ambiente no g1.

Já a reportagem de Vivian Souza integra uma série de textos batizada de "Gente do Campo", que trata da realidade e da trajetória de pessoas que "fazem o agro do Brasil". O projeto tem a coordenação da jornalista Luciana Oliveira, responsável pela cobertura de Agronegócios no g1.



Kalunga, maior território quilombola do país, preserva o cerrado em Goiás


Professores avaliam tema como relevante e dão dicas

Professores de cursinho ouvidos pelo g1 consideraram "relevante" e "a cara do Enem". Lembrando que a prova de redação do Enem exige a produção de uma dissertação, em que o candidato precisa defender um ponto de vista, os docentes deram dicas de como abordar o tema.


"O problema é o desafio de valorizar. É importante que o aluno, então, pense sobre causas da dificuldade desta valorização destes povos tradicionais e comunidades tão importantes para a cultura do país. E é possível, também, que ele pense em consequências da desvalorização ou da dificuldade de valorizar estas comunidades e povos", diz Fabiula Neubern, coordenadora de Redação do Poliedro.

Redação feita em saula de aula em 2022 sobre o tema do Enem

Tema: Genocídio/Valorização da contribuição indigena no Brasil

A diversidade étnica e cultural do brasileiro está intrinsecamente ligada aos povos ameríndios; entretanto, tal contribuição não é devidamente valorizada. O predomínio de uma visão eurocêntrica de cultura e desenvolvimento, o pouco contato e informação sobre esses povos e a dificuldade de acesso à sua cosmovisão são os principais fatores.

A colonização portuguesa foi extremamente brutal e selvagem na América. Escravizaram os indígenas, apropriaram-se de seu território, impuseram sua religião e suas leis, dizimaram nações inteiras (até por epidemias) e promoveram seu escorraçamento para o centro do país. Se o Romantismo e o Modernismo os resgataram como símbolo da fundação do Brasil e definidor do caráter nacional (Macunaíma, de Mário de Andrade, e o conceito oswaldiano de Antropofagia), na prática, produziram uma visão fantasiosa/idealizada que mais os distanciou da nação real, sempre mais orgulhosa de suas "raízes" ibéricas e europeias.

Hoje, o genocídio indígena está em pauta, já que o aumento do desmatamento da Amazônia, por madeireiras ilegais, do garimpo e da mineração, da expansão do agronegócio e até do narcotráfico os têm ameaçado. Em vez de ampará-los, o Estado tornou-se inimigo, visto que desmontou a rede de proteção e órgãos como a FUNAI. Tal ofensiva tem mobilizado bem mais o exterior do que o cidadão brasileiro que não reconhece a contribuição indígena para o idioma que fala, sua gastronomia, hábitos de higiene, brincadeiras e jogos tradicionais, mitos e uso de ervas e chás medicinais.

Os indígenas não só garantem a proteção da floresta, mas também são responsáveis por sua manutenção. São adaptados a ela e apresentam uma cosmovisão indissociável da natureza. Embora grupos missionários busquem evangelizá-los -- nova "roupagem" para a velha prática da nefasta catequização -- seguem resistindo, cultuando seus ancestrais míticos, exercendo rituais xamânicos que os conectam com a fauna, a flora e o próprio espaço geográfico. Há, em muitos brasileiros (mesmo cristãos) a crença em espíritos ancestrais, sejam seus pais ou avós, que os protegem; contudo ignoram que isso seja herança indígena.

FALTA PARÁGRAFO FINAL [feito em aula com a turma]

(Aeon Santos, turma Med manhã - feita em Agosto de 2022)


ENEM 2022

sábado, 12 de novembro de 2022

REDAÇÃO. Tema: Aumento da população de rua no Brasil

População em situação de rua no Brasil

Na clássica canção "Saudosa Maloca", de Adonirã Barbosa, um morador de rua lamenta a perda do casarão abandonado que compartilhava com outros amigos desvalidos. Para além da canção popular, o problema do aumento da população em situação de rua no Brasil tem se agravado continuamente, ainda mais em decorrência da pandemia da Covid-19. Compreender as raízes do problema, assim como seu impacto na sociedade, é necessário para combatê-lo.

O Brasil é o sétimo país mais desigual do mundo, embora seja economicamente rico. A desigualdade social extrema, com alta concentração de renda nas mãos de poucos, reflete-se no enorme contingente de pessoas ocupando as ruas, principalmente nas metrópoles do país. Se a ausência de políticas de moradia e assistência/inclusão desse grupo social foi uma prática intencional do atual governo, as medidas de isolamento social agravaram ainda mais o problema.

Conforme dados divulgados no jornal da Unesp, de 2019 a 2021, houve um aumento de 31% de pessoas lançadas às ruas. A solidariedade foi fundamental, já que igrejas, ONGs, sociedades privadas e particulares se mobilizaram para fornecer alimentos, roupas e remédios a eles. Isso, contudo, não foi suficiente, visto que casos como o da "Cracolândia" (enorme grupo de dependentes químicos em circulação em São Paulo) representam um desafio crônico para múltiplos governos. Vistos como párias sociais por boa parte do Brasil, ou seja, encontram-se marginalizados como não-cidadãos destituídos de sua humanidade, jogados à mendicância, à coleta de lixo, tendo quase sempre cães por companhia (sendo o latrocínio o último recurso).

O grave aumento de pessoas em situação de rua, portanto, é um problema social que precisa ser combatido por meio de políticas públicas. Cabe ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos estabelecer programas emergenciais de apoio socioeconômico a esses cidadãos, com abrigos que forneçam acesso a alimentação e saúde, a fim de garantir sua sobrevivência. Urge, contudo, reintegrá-los à sociedade por meio de programas de desintoxicação e profissionalização. Reduzir a desigualdade no país será a grande ação pós-pandemia para que a canção de Adonirã fique definitivamente no passado.



REVISADO E REESCRITO EM NOVA VERSÃO

A canção "Saudosa Maloca", de Adonirã Barbosa, retrata a dor de um morador de rua pela perda do casarão abandonado onde vivia com outros amigos em situação de rua. Infelizmente, a realidade da população em situação de rua no Brasil só tem se agravado, especialmente em decorrência da pandemia da Covid-19. Para enfrentar essa questão, é crucial entender as suas raízes e o seu impacto na sociedade.

O Brasil é o sétimo país mais desigual do mundo, mesmo sendo economicamente rico. Essa desigualdade extrema se manifesta no grande número de pessoas que vivem nas ruas, principalmente nas grandes cidades. A falta de políticas públicas de moradia e assistência/inclusão social para esse grupo é uma prática que tem sido agravada pelo atual governo, e a pandemia tornou a situação ainda mais crítica. De acordo com dados do jornal da Unesp, entre 2019 e 2021, houve um aumento de 31% de pessoas em situação de rua no Brasil. 

Atualmente, igrejas, ONGs e mesmo empresas privadas têm mobilizado esforços para fornecer alimentos, roupas e remédios às pessoas em vulnerabilidade socioeconômica. No entanto, tais iniciativas ainda são insuficientes para lidar com casos como o da "Cracolândia" em São Paulo, - que por entrelaçar pobreza e dependência química, - representa um desafio crônico para o governo paulista. Infelizmente, a maioria das pessoas em situação de rua é vista como uma vergonha social. Marginalizados, não apenas são vistos como "cidadãos de segunda classe", mas destituídos de sua humanidade. Assim, muitos terminam por mendigar, coletar lixo para obter algum dinheiro; e em casos extremos, cometer roubos para sobreviver ou sustentar o vício em drogas. Muitas vezes, seus únicos companheiros são animais de rua.

O aumento do número de pessoas em situação de rua é um problema social grave que exige ações urgentes do governo. O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos deve estabelecer programas de apoio socioeconômico emergenciais, incluindo abrigos com acesso à alimentação e saúde para garantir a sobrevivência dessas pessoas. Além disso, é fundamental reintegrá-las à sociedade por meio de programas de desintoxicação e qualificação profissional. Reduzir a desigualdade social no Brasil é a ação mais importante a ser tomada após a pandemia para que a canção de Adonirã fique definitivamente no passado. Ainda há muito a ser feito, mas é essencial agir agora para mudar essa realidade.

REDAÇÃO. Tema: O aumento da população em situação de rua no Brasil: formas de combate

O aumento da população de rua no Brasil/Como combater 
Na clássica canção “Saudosa Maloca”, de Adonirã Barbosa, um morador de rua lamenta a perda do casarão abandonado, invasão que compartilhara com outros amigos desvalidos. Para além da fixação, o problema do aumento da população 
em situação de rua no Brasil tem se agravado continuamente, ainda mais em decorrência da pandemia da Covid 19. Compreender as raízes do problema, assim como seu impacto na sociedade, faz-se necessário para combater o problema. 

O Brasil é sétimo país mais desigual do mundo, embora economicamente seja bastante rico. A desigualdade social extrema, com alta concentração de renda na mão de poucos encontra-se refletida no enorme contingente de pessoas ocupando as ruas principalmente nas metrópoles do país. Se a ausência de políticas de moradia e assistência/inclusão desse grupo social foi uma prática intencional do atual governo, as medidas de isolamento social agravaram ainda mais o problema.

Conforme os dados divulgados no jornal da Unesp, de 2019 à 2021, houve um aumento de 31% de pessoas lançadas à ruas. A solidariedade foi fundamental, já que igrejas, Ongs, sociedade privadas e particulares se mobilizaram a fim de fornecer alimentos, roupas e remédios a eles. Isso contudo não foi suficiente, visto que casos como o da “Cracolândia” (enorme grupo de dependentes químicos em circulação em São Paulo) é um desafio crônico de múltiplos governos. Vistos como párias sociais por boa parcela do Brasil; ou seja, encontram-se marginalizados como não-cidadãos destituídos de sua humanidade, jogados à mendicância, à coleta de lixo, tendo quase sempre cães por companhia. (último recurso o latrocínio).

O grave aumento de pessoas em situação de rua, portanto é um problema social que precisa ser combatido por meio de políticas públicas, cabe ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos estabelecer programas emergenciais de apoio socioeconômico a esses cidadãos com abrigos com acesso à alimentação e saúde a fim de garantir sua sobrevivência. Urge contudo reintegra-los à sociedade via programas de desintoxicação e profissionalizantes. Reduzir a desigualdade no país, no entanto será a grande ação pós pandemia para que a canção de Adonirã fique definitivamente no passado.

REDAÇÃO. Tema: O aumento da Violência contra crianças e adolescentes no contexto da pandemia

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

REDAÇÃO. Tema: Censo Demográfico

Na canção "Carcará" interpretada de modo visceral por Maria Betânia no espetáculo "Opinião", a ave de rapina, análoga ao povo nordestino, resiste à seca e a carências extremas. Isso ganha contundência com os dados estatísticos declamados pela cantora sobre o auto índice de migrações do nordeste para o Sul do País. O conhecimento de dados oficiais, portanto permite não só melhor conhecer a realidade socioeconômica do Brasil, mas também transformá-la por meio de políticas governamentais. Estranhamente, muitos cidadãos resistem a atender os recenseadores em 2022, fenômeno que precisa ser compreendido, bem como impacto disso para sociedade.

Embora seja obrigatório responder ao censo Demográfico do IBGE, muitos brasileiros têm se recusado a fazê-lo. A desconfiança histórica da população em relação aos governos; -já que esses só se apresentam em períodos eleitorais e de cobrança de impostos-, soma-se a profundidade desinformação sobre sua relevância, o resultado disso disso é a recepção hostil dos dos pesquisadores, muitos deles vítimas de violência verbal e física, assédio e roubos.

O censo é fundamental para a elaboração de políticas públicas, visto que permite conhecer a contagem de habitantes seu crescimento distribuição geográfica e, o que permite projetar seu crescimento e decréscimo. Se a pluralidade étnica, racial e religiosa caracterizam a nação, cabe ao IBGE, a partir da análise dos dados compor um retrato do país. Tal coleta de dados dos 5570 municípios (conforme o IBGE) deveria terá sido efetuado em 2020, contudo a pandemia da covid-19 obrigou o adiamento. Entretanto a negligência do governo, empenhado não só em encobrir dados, mas desacreditar em estatísticas desfavoráveis ao governo, contribuíram para à aversão a pesquisa.

Censos demográficos são ferramentas objetivas de mensurar a evolução quantitativa e a qualidade de vida de um país, portanto, não pode ser rechaçada pelos seus habitantes. Logo Cabe, ao Estado informar  aos seus cidadãos sobre a relevância do censo para desenvolvimento social via políticas públicas. Campanhas na mídia, orientação em escolas e em associações diversas são ações fundamentais, afim de conscientizá-los. O ministério do planejamento tem o dever assegurar a realização plena do censo e com apoio da Justiça garantir a segurança dos recenseadores.

REDAÇÃO. Tema: Gordofobia

A cantora de funk Jojo Toddynho sofreu uma série de agressões pela Internet ao postar fotos de seu casamento com um jovem militar, o motivo: ser uma mulher gorda. Essa forma de discriminação aos corpos que não correspondem a determinados padrões propagados na grande mídia é definido hoje pelo termo gordofobia. Compreender o porquê de tal preconceito e seu impacto no mundo atual se faz fundamental.

A sociedade contemporânea se caracteriza por mudanças galopantes, extrema competitividade e individualismo exacerbado; sem esquecer o narcisismo que foi amplificado pelo advento das redes sociais. Se no passado de grande escassez, os corpos avantajados eram sinônimos de beleza e sensualidade, como vistos nos quadros de Renoir. Hoje o excesso de mercadorias inverteu tal valor, já que entroniza mulheres esguias ou esquálidas, como visto nas passarelas de moda. Isso evidencia como o conceito de belo não está condicionado a uma sensibilidade individual, mas a determinados padrões ideológicos que determinam gostos, olhares e desejos.  

Embora as diversas formas de preconceito (como racismo, LGBTfobia e xenofobia) estejam sendo criminalizadas, o mesmo não ocorre em relação às pessoas obesas. As mulheres são as principais vítimas de piadas/chacotas e se sentem impelidas a aderir a dietas radicais, muitas vezes danosas à sua saúde. O discurso da autoaceitação dos corpos está na moda, entretanto, a maior parte das marcas tradicionais não contempla modelos “plus size”. Há 57,25% de pessoas “acima do peso” no país, contudo, seguem mal representadas nas mídias, vistas sempre como desajeitadas, preguiçosas, ridículas ou como alívio cômico, nunca como mulheres atraentes e dignas de admiração.

A gordofobia não se restringe a um índice de massa corpórea que põe em risco a saúde do sujeito, mas uma espécie de induto para que ele seja discriminado. Portanto, é necessário que a diversidade dos corpos seja pautada em nossa sociedade, já que gera dor, sofrimento e impacta a saúde mental dos divergentes. Campanhas nacionais promovidas pelos ministérios da Saúde e da Educação por meio de palestras em escolas ministradas por psicopedagogas (visando enfrentar o "bullying" infantil) fazem-se imprescindíveis para combater a gordofobia. A tipificação como injúria e assédio moral para lojas, comércios, consultórios e espaço de trabalho, são ações para efetivamente punir seus algozes.



REDAÇÃO. Tema: o Os riscos da automedicação no Brasil

Num romance clássico de Machado de Assis, o protagonista Brás Cubas é um neurastênico tão obcecado por automedicação que, ele próprio, almeja a criação de um emplastro capaz de curar todas as doenças. Analogamente ao comportamento do personagem da ficção, muitos brasileiros adquiriram o hábito de se automedicarem. Entender o porquê de tal prática, assim como o impacto negativo disso para a sociedade é fundamental para a resolução do problema.

De acordo com o filósofo coreano, Byung-Chul Han, vivemos numa sociedade caracterizada pelo cansaço para qual o uso de medicamentos se tornou imprescindível ao exercício de funções sociais básicas impulsionado pela competitividade sempre ciosa do máximo desempenho. Aspirina, Advil, Dramin, Rivotril e Viagra: não há quem não reconheça pelo menos uma dessas marcas, já que a maioria os "consome" sem critério. Se os fármacos são hoje anunciados em pacotes promocionais é porque o homem banalizou suas dores e doenças, desconsiderando  possíveis riscos.

Embora, muitas drogas sejam controladas e exijam receitas médicas, não é raro seu acesso ilegal até mesmo em farmácias. A automedicação é tão corriqueira que até balconistas recomendam/prescrevem remédios indiscriminadamente. Apesar do Sistema Único de Saúde possibilitar consultas e exames oficiais, a morosidade para o atendimento impulsiona pessoas à automedicação. O resultado, contudo, é por vezes intoxicações, reações alérgicas, mascaramento de sintomas e/ou agravamento da doença; em casos extremos: dependência e morte. O pior é quando líderes políticos, por irresponsabilidade e charlatanismo, induzem seu próprio povo a consumir remédios, não só contraindicados para o diagnóstico, mas letais a longo prazo.

O risco de se medicar sem passar por uma avaliação/consulta de um profissional especializado tornou-se, no Brasil, um caso de saúde pública. É preciso, portanto, que o Ministério da Saúde promova campanhas de conscientização - a ser difundida nas diversas mídias - a fim não só de alertar, mas de reeducar o cidadão quanto aos perigos da ação. Urge fiscalizar e coibir práticas criminosas de venda ao consumidor de fármacos sem receituário; além de regulamentar propagandas que instiguem e banalizem o consumo. Diferente do que sonhou Brás Cubas, não há paliativos (nem emplasto) para a existência.

terça-feira, 8 de novembro de 2022

REDAÇÃO: Tema: o bullying nas escolas brasileiras

Em “ O ateneu”, romance realista de Raul Pompeia, um garoto, vítima de humilhações e violências de toda ordem dos colegas, vinga-se jogando cacos de vidro na piscina do colégio, que no final do livro, incendiará Apesar da obra se passar em 1888, comprova que a prática do “bullying” perdura até a atualidade. Portanto, é fundamental compreendermos o que o motiva, assim como o seu impacto na sociedade.

O mundo contemporâneo se caracteriza por mudanças galopantes, extrema competitividade e individualismo exacerbado. Nesse contexto, a família é profundamente impactada, já que crises econômicas condicionaram - tanto pais quanto mães - a longas horas de trabalho, o que faz com que negligenciem, consequentemente, o estar com os filhos. O resultado disso quase sempre são pessoas inaptas para o trato social, posto que não foram educadas/preparadas para o convívio coletivo. Portanto, o “bullying”, um ato de violência física ou psicológica, intencional e reiterado, cometido por um indivíduo ou grupo a outrem, nada mais é do que um reflexo desse processo.

Há centenas de filmes e séries que abordam o “ bullying” entre jovens, entretanto, por que o problema é tão pouco combatido na prática?. De acordo com o IBGE, 40% dos alunos brasileiros já sofreram bullying (dados de 2019). Tal ato covarde movido geralmente por preconceitos contra minorias (negros, pobres, deficientes, obesos, LGBT's) corrói a autoestima da vítima, muitas vezes para toda a vida. Medo, angústia, ansiedade, estresse, depressão, pânico, distúrbios alimentares e até tendências suicidas advém, em grande parte do “bullying”; sem mencionar os surtos homicidas que resultam em  chacinas em escolas.

A prática da intimidação violenta contra os mais vulneráveis trata-se, portanto, de um problema social que deve ser combatido via políticas públicas. Cabe ao ministério da educação promover campanhas nacionais - através das mídias e internet - a fim de conscientizar a sociedade sobre as consequências nefastas do “bullying”. Além de estimular o maior convívio entre filhos e responsáveis, é preciso garantir capacitação dos docentes para lidar com o problema com o emprego de dinâmicas em grupo orientadas por psicopedagogos nas escolas. Assim, o que lemos na obra de Raul Pompeia ficará, definitivamente, apenas no campo da ficção.

(Maximize Paulista Manhã, novembro de 2022)

REDAÇÃO. Tema: violência sexual no Brasil


​No filme estadunidense “Preciosa” (2009), uma adolescente sofre continuamente estupros do próprio pai, sob o olhar conivente da mãe. Grávida do segundo filho, ela tentará superar seu histórico de violência através do apoio de profissionais do Estado. Fora da ficção, as vítimas brasileiras raramente contam com o suporte governamental não apenas para denunciar tais agressões, como também de espaços de apoio concretos para superá-los. Compreender o porquê de tamanha violência e seu impacto na sociedade faz-se, portanto, imprescindível.

​Vivemos em uma sociedade patriarcal, violenta, extremamente machista onde, em decorrência principalmente da pobreza, crianças e jovens são continuamente explorados, até mesmo por aqueles que deviam protege-los. O conservadorismo cristão contribui para o silenciamento das vítimas de violência sexual de nosso país, comprovado pela recusa da disciplina de educação sexual nas escolas. Embora o argumento seja de que essa estimularia a sexualização infantil na prática inibe a detecção dos casos.

​Há um profundo descaso governamental para o combate do assédio, do abuso sexual e do feminicídio – e infanticídio – nas mais diversas regiões do país. O resultado são índices absurdos de pedofilia, cárcere parental, tortura, abortos forçados e tráfico de mulheres. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ocorre 1 estupro a cada 10 minutos, 36% das vítimas tem entre 0 e 11 anos. O resultado de tal barbárie não implica, contudo, em amplas políticas públicas, apesar da Lei Maria da Penha e outras ações, a violação dos corpos pouco comove uma sociedade “pseudoconservadora”, que nega o problema alegando vergonha.

​A violência sexual é um crime que condena suas vítimas a carregar por toda a vida o trauma físico e psicológico da violação sofrida. É preciso, portanto, fazer reparação a elas. Cabe ao Ministério da Justiça garantir mecanismos de denúncia, punição aos criminosos e amparo social às vítimas, por meio de programas de acolhimento/abrigo com acesso a tratamento psicológico e econômico-jurídico. É preciso, contudo, ampliar a discussão sobre tal violência. Logo, campanhas nacionais, instituição da educação sexual nas escolas, com fortalecimento dos Conselhos Tutelares, são ações imprescindíveis a fim de que o horror visto em “Preciosa” não seja visto nos lares brasileiros.

Maximize noite, Novembro, 2022.

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

TEMA: Empatia e Civilização

Primeiro sinal de civilização

Anos atrás, a antropóloga Margaret Mead foi perguntada por uma estudante o que ela considerava ser o primeiro sinal de civilização em uma cultura. A aluna esperava que Mead falasse sobre anzóis, panelas de barro ou pedras de amolar. Mas não. Mead disse que o primeiro sinal de civilização em uma cultura antiga era um fêmur (osso da coxa) que havia sido quebrado e depois curado.
Mead explicou que no reino animal, se você quebrar sua perna, você morre. Você não pode correr do perigo, chegar ao rio para beber ou caçar comida. Você é carne para animais rondando. Nenhum animal sobrevive a uma perna quebrada por tempo suficiente para o osso curar. Um fêmur quebrado que curou é evidência de que alguém teve tempo para ficar com aquele que caiu, amarrou a ferida, levou a pessoa à segurança e cuidou da pessoa através da recuperação. Ajudar alguém através da dificuldade é onde a civilização começa, disse Mead:
" Estamos no nosso melhor quando servimos aos outros."

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

REVISAR

Em 2022,é comemorado cem anos da semana da Arte Moderna da cidade de São Paulo.Tal evento,representou não sou uma ruptura,como uma estética datada,mas também a instauração de um conceito renovador artístico do país,em sintonia com as vanguardas europeias.Além disso o evento ressignificou a contribuição negra e indígena para a identidade cultural nacional.A escola parnasiana,se voltava mas para a perfeição formal do que para a realidade brasileira, nacionalismo ufanista,conteúdo moralizante e pseudo-filosófica, seu artificialismo retórico,além do seu estremo descritivismo ocultava sua adesão alienada aos valores á República Velha.
Portanto o modernismo,com a sua verve combatida e anárquica escancarou sua autoritária e excludente;e viabilizou o espaço para um Brasil real.
Há…

REVISAR

A copa do mundo e a autoestima do brasileiro

    A autoestima do brasileiro médio está profundamente relacionada com o futebol. A Copa do Mundo de 2022, no Catar, promete ser, não só um momento de catarse (já que passamos por uma pandemia), mas também de superação do traumático fiasco de 2014 - caso vençamos -, além da possibilidade de resgate dos símbolos nacionais "sequestrados" por grupos políticos.
    A origem do futebol moderno remonta à Inglaterra do século XIX, entretanto, práticas semelhantes já eram praticadas nos impérios Aztecas e Chinês, cada um tendo um significado cultural distinto. No Brasil contemporâneo, açoitado por crises, doenças e escândalos, o futebol tornou-se um "porto seguro" para os brasileiros. Nos 90 minutos de uma partida, há um momento de dispersão, no qual o torcedor pode esquecer de seus problemas fora do estádio e torcer pela vitória do seu time. 
    Após a conquista do pentacampeonato em 2002, o brasileiro tem anseio pelo sexto troféu, que foi esperado nas últimas quatro Copas do Mundo (e é almejado para a edição de 2022). Contudo, após a derrota para a Alemanha, no Rio de Janeiro, o sentimento de felicidade e esperança na vitória foi extinto, bem como sua autoestima. Nunca antes na história, o Brasil havia sido humilhado e posto em um patamar tão inferior em sua história futebolística.
    Segundo o sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, o brasileiro, como povo cordial, não suporta viver na individualidade, necessitando estar no coletivo para se sentir completo. Com a pandemia do novo coronavírus e as medidas de contenção, o isolamento social deixou a população angustiada pelo momento do retorno à vida pré-pandêmica; e esse momento está chegando. Festas, bares lotados e comemorações, é dessa maneira que o brasileiro irá vibrar com os jogos e restaurar os sentimentos da última vitória.
    Percebe-se, então, que mesmo o Brasil sofrendo ano após ano por crises, o brasileiro encontra espaço para desestressar, e torcer para que sua seleção seja campeã e faça reacender a chama de orgulho nacional que foi dada pelo futebol ao Brasil, além de reunir e transformar uma sociedade apagada pela pandemia.













    O futebol em novos campos
A autoestima do brasileiro médio está profundamente relacionada com o futebol. A Copa do Mundo de 2022, no Catar, promete ser, não só um momento de catarse (já que passamos por uma pandemia), mas também de superação do traumático fiasco de 2014 - caso vençamos -, além da possibilidade de resgate dos símbolos nacionais "sequestrados" por grupos políticos.
   Em 2020, um novo vírus (Sars CoV 2) se disseminou globalmente, causando uma doença respiratória letal aos idosos e indivíduos com comorbidades. A pandemia da Covid-19 exigiu medidas de contenção e um radical isolamento social, que alterou profundamente as relações interpessoais. Embora a Copa do Mundo seja um evento competitivo, representará um encontro de diversas etnias, credos, culturas e ideologias. Tal congraçamento, em meio a um conflito na Europa, é uma oportunidade de expurgar o trauma da pandemia em uma catarse coletiva de celebração à vida.
    Há oito anos, quando sediava a Copa do Mundo, o Brasil foi humilhado internacionalmente pela Alemanha pelo 7x1. Se, o Brasil sempre se orgulhou da sua excelência futebolística, tal derrota levou o país à uma espécie de "depressão cívica". O fato de sermos um país de terceiro mundo, portanto pobre, profundamente desigual, assolado por uma corrupção estrutural e cristianismo fatalista, faz com que o título ganhe maior significação; portanto, uma suplência simbólica para carências extremas. 
    O hino, a bandeira e suas cores são símbolos nacionais que ganham as ruas, as roupas e os estádios em um espírito patriótico em jogos da seleção brasileira, que por um momento apaga as diferenças (ricos e pobres, negros e brancos, cristãos e umbandistas). Entretanto, desde 2018, tais símbolos foram apropriados por grupos políticos extremistas. Devido à polarização política, muitos passaram a associar o espírito antidemocrático desses radicais a esses símbolos, já que eram por eles usados em diversas manifestações político-partidárias. Portanto, resgatá-los em 2022 permitirá a desassociá-los de tais grupos.
    O futebol não é um mero esporte no Brasil, visto que ele está profundamente enraizado no caráter nacional brasileiro. A copa do Catar, portanto, tem seu sentido amplificado: descontando sua natureza de negócio e competição, se presta a promover a união de povos diversos. Para o Brasil, pode ser um momento de dupla redenção, a autoestima reconquistada - se vitoriosos -, e a reintegração da nação para além do campo político-ideológico.

POR REVISAR

Redação 
No filme “minha mãe é uma peça 3”, Juliano, filho de da protagonista, oficializa sua união com seu companheiro. Como no filme, apesar do profundo preconceito sofrido ainda hoje pela comunidade LGBTQIA+, novas configurações familiares se aprenderam em sintonia com os novos tempos; embora muitos vejam nisso uma degradação moral e tentem reverter diversas avanços legacia, a tolerância tem diminuindo com as novas gerações. 
Em primeiro lugar, o modelo tradicional de família é composto por um pai provedor, uma mãe abnegada e filhos subservientes se choca com a realidade socioeconômica do Brasil no século XXI. Se nos comerciais de margarina esse modelo “ideal” ainda vige, é por que em meios tradicionais há uma necessidade de evitar polêmicas com o público religioso e conservador. O Brasil com tudo é um país de mães solos, mais mátria do que pátria, com índice em decréscimo de natalidade e casamento formais. 
Em segundo lugar, o conceito de família precisou de expandir, a fim de corresponder a uma realidade que em que pessoas não desejam mais se enquadrar em normas impostas pela lei, pela igreja, pela moralidade alheia. Casais sem filhos, pais solos, casais homoafetivos e trans, tutores, irmãos e avós tutores, além de famílias interpoladas, precisam por tanto usufruir dos mesmos direitos/garantias das demais. Combater a descriminação e o preconceito de grupos reacionários cuja intento é invalidar suas conquistas tem se tornado indispensável. 
As novas configurações famílias não refletem perda de valores, ao contrário revelam uma sociedade menos intolerante à diversidade que legitima laços afetivos mais autênticos, não restrito aos consanguíneos. Por tanto, cabe ao ministério da justiça garantir a aplicação de leis a todas as famílias, a fim de que a equidade esteja presente em todos os “lares”. É importante que o cidadão eleja representares que impeçam ações preconceituosas que visem à retirada sobre o pretexto moral, para que assim como no filme todos possam expressar a sua atividade sem interdição.

POR REVISAR

Redação
O futebol tem grande influência na autoestima do brasileiro, já que esse é, por excelência, o esporte nacional. A copa mundial, de 2022, no Catar, representará uma grande celebração após o dramático período de pandemia. Para o Brasil, ela possibilitará não só um momento de desforra (se vitorioso), mas também uma forma para se resgatar os símbolos nacionais “sequestrados” por uma extrema direita radical. 
Em 2020, o vírus sars cov 2 proliferou-se causando uma doença que matou e afetou física e psicologicamente milhões de pessoas. Embora a copa seja um evento comercial e competitivo, também é uma festa; visto que é um congraçamento por reunir fraternalmente povos, com raças e etnias, crenças, costumes e culturas diversas. Há um anseio global, portanto, por expurgar os traumas de um longo isolamento social, que tal encontro promete suprir.
Se o Brasil orgulha-se de seu legado por ser o único pentacampeão mundial, sua humilhante derrota 7x1 para a Alemanha, á 8 anos, resultou numa espécie de “depressão cívica” no país. A excelência dos jogadores brasileiros, faz com que haja um favoritismo explícito que gera uma expectativa incerta, devido ao histórico de derrotas gramáticas da seleção. 
A atual polarização polícia tem se agravado, o que se observa tem numerosos atos de violência, principalmente partidos grupos conservadores que “flertam” com o fascismo. Esses passaram a usar, tanto a bandeira e cores como o hino em suas manifestações, que fez com que tais emblemas fossem associados aos seus valores: nacionalismo histérico, intolerância religiosa (e de todos os tipos de minorias), negacionismo científicos e ameaça antidemocrática. O futebol -desvinculado de ideologias políticas- permitirá a retomada por todos brasileiros que desejarem das cores que expressam o seu orgulho nacional representado em campo pelo time brasileiro.
A grande influência do futebol, no ânimo da nação, é positivo quando livre de ilusões e fanatismo, serve como elemento propositivo. Portanto confraternizar, neste momento de necessidade de união estreitará nossos laços e fraternidade como nação.

REDAÇÃO DIALETICA. Tema: Obrigatoriedade do uso de uniformes nas escolas públicas e privadas

A obrigatoriedade do uso de uniformes nas escolas públicas e privadas de São Paulo é um assunto polêmico. Muitos argumentam que a roupa é um elemento identitário e cultural que não pode ser imposto de forma autoritária; entretanto, ele pode representar uma solução para diversos problemas no ambiente escolar. Comprovaremos que tais aspectos negativos são inferiores aos benefícios da uniformização da rede escolar, não só por questões socioeconômicas, como também psicológicas.

Embora alguns defendam a padronização da vestimenta estudantil como forma de reduzir diferenças financeiras (ostentação de grifes, marcas, produtos caros, etc.), eles tiram a individualidade do aluno mas falseiam a sociedade excludente com que esse deve estar preparado para lidar. Além disso, os gastos desse sistema seriam arcados por pessoas que não poderiam fazê-lo, já que a disparidade econômica no estado varia de acordo com a região.

Se os detratores do projeto questionam ser um ataque à individualidade do sujeito, sua “despersonalização” é por desconhecimento dos casos de bullying escolar. Segundo o SIPAC (…) 48% dos jovens entre 8 e 16 anos são discriminados por suas vestimentas pobres, o que seria atenuado com o fornecimento de 3 conjuntos de uniformes pelo governo (ou instituição responsável) para cada estudante. Além da segurança na identificação dos discentes - mesmo no ambiente externo à escola - uniformes tornariam mais coesas as turmas, permitindo uma maior integração sem comprometer a diversidade.

Em conclusão, a obrigatoriedade do uso de uniformes nas escolas públicas e privadas pode trazer muitos benefícios para os alunos e para o ambiente escolar. Ela pode ajudar a reduzir casos de bullying e discriminação, promover a integração entre os alunos e aumentar a segurança. É importante que essa medida seja implementada de forma justa e equitativa, garantindo que todos os alunos tenham acesso aos uniformes sem comprometer sua situação financeira.



---



O modelo dialético é uma estrutura argumentativa que apresenta uma tese, uma antítese e uma síntese. A tese é a afirmação inicial que é defendida no texto. A antítese é a oposição à tese, apresentando argumentos contrários. A síntese é a conclusão que busca conciliar os pontos de vista da tese e da antítese.

No texto, a tese é a obrigatoriedade do uso de uniformes nas escolas públicas e privadas. A antítese são os argumentos contrários ao uso de uniformes, como a perda da individualidade e os custos para as famílias. A síntese é a conclusão de que o uso de uniformes pode trazer benefícios para os alunos e para o ambiente escolar se implementado de forma justa e equitativa.

POR REVISAR

TEMA: A PRIVACIDADE CORROMPIDA EM TEMPOS DE ONIPRESENÇA DAS REDES SOCIAIS 

   A popularização das redes sociais facilitou a obtenção de dados de diversos usuários, o que resultou numa perda de privacidade sem precedentes. A superexposição do internauta, seu desconhecimento dos perigos cibernéticos e, principalmente o uso indevido de informações pelas grandes empresas de 'bigdatas' corroboram tal problema. 
   A partir do advento da internet, houve uma expansão de usuários entusiastas pouco, ou nada, previdentes; já que desconheciam os riscos da exposição de dados pessoais na 'web'. Embora hoje haja muitos relatos de crimes 'online' (assédio virtual, 'cyberbullying', sequestro de dados, chantagem e golpes), alguns seguem de modo tolo ou intencional a se mostrar ostensivamente nas plataformas. 
   Os aparatos digitais móveis viabilizaram/amplificaram o uso das redes sociais. De telespectadores passivos, os homens passaram a produzir e replicar imagens, vídeos, textos etc; não só pessoais, como íntimos. Por desconhecimento da ineficácia do descontrole das empresas muitos viram seus dados vasados e/ou se tornaram vítimas de fraudes. Se as telas são essenciais na contemporaneidade não há garantia de que os dados não sejam violados, até mesmo intencionalmente, conforme apresentado no documentário ''Dilema das Redes'' (Netflix, 2020). 
   ''Se você não está pagando por nada, então você é o produto'', diz uma máxima que circula na internet e que explicita a relação de mercantilização do indivíduo no século XXI. O resultado dos algoritmos que mapeiam incessantemente as atividades online é o lucro, maximizado pela dependência que os aplicativos geram. Mesmo ciente de ser rastreado, manipulado, monitorado e negociado, quem é capaz contudo, de abdicar do seu eletrônico?
   O fim da privacidade nas redes sociais não deve ser um dado irreversível, visto que é fundamental a criação de leis que regulamentem os limites das grandes empresas 'bigdatas'. Portanto cabe aos internautas exigirem de seus governos que tomem ação sobre o problema relatado, visando um ambiente virtual mais seguro e menos nocivo.

domingo, 30 de outubro de 2022

TEMA: A contribuição da Semana de Arte Modena de 1922 a cultura brasileira?

Em 2022, é comemorado cem anos da Semana da Arte Moderna de São Paulo. Tal evento representou, não só uma ruptura com uma estética datada, mas também a instauração de uma visão renovadora da arte no Brasil, em sintonia com as vanguardas europeias. Além disso, o evento ressignificou a contribuição negra e indígena para a identidade sociocultural brasileira.

O movimento parnasiano se voltava mais para a forma do que para o conteúdo. Nacionalismo ufanista, temática moral e pseudo-filosófica, artificialismo retórico e extremo descritivismo ocultavam sua adesão alienada ao Positivismo e demais valores da República Velha. Portanto, o Modernismo, com sua verve combativa e anárquica, escancarou sua face autoritária e excludente e viabilizou um espaço para revelar um Brasil real.

Há que se destacar que a Semana de Arte Moderna de 1922 foi um marco na história da arte brasileira. Ela representou uma ruptura com os padrões estéticos vigentes e abriu caminho para novas formas de expressão artística. Os artistas modernistas buscavam retratar a realidade brasileira de forma autêntica e original, valorizando as raízes culturais do país.

A influência do Modernismo pode ser vista até hoje na arte brasileira. Ele abriu caminho para novos movimentos artísticos e permitiu que artistas brasileiros explorassem novas formas de expressão. A Semana de Arte Moderna de 1922 foi um evento fundamental para a construção da identidade cultural brasileira e sua influência perdura até os dias atuais.

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

INSTRUÇÕES DE COMO MONTAR UMA CARTA ARGUMENTATIVA

 A carta argumentativa é um tipo de texto dissertativo. E, ao contrário do que pensam muitos vestibulandos e concurseiros, não há segredo algum em sua elaboração. Aliás, ela é, segundo alguns, bem mais simples que a dissertação tradicional, haja vista que é um tipo de texto bem próximo à realidade dos alunos/candidatos, dos quais a maioria certamente já escreveu uma carta a alguém.


Vejamos, então, as principais características da carta:


Argumentação e Estrutura dissertativa

Costuma-se enquadrar a carta na tipologia dissertativa, uma vez que, como a dissertação tradicional, apresenta a tríade introdução / desenvolvimento / conclusão. Logo, no primeiro parágrafo, você apresentará ao leitor o ponto de vista a ser defendido; nos dois ou três subsequentes (considerando-se uma carta de 20 a 30 linhas), encadear-se-ão os argumentos que o sustentarão; e, no último, reforçar-se-á a tese (ponto de vista) e/ou apresentar-se-á uma ou mais propostas.


Como a carta não deixa de ser uma espécie de dissertação argumentativa, você deverá selecionar com bastante cuidado e capricho os argumentos que sustentarão a sua tese. É importante convencer o leitor do seu ponto de vista.


Apesar das semelhanças com a dissertação, que você já conhece, é claro que há diferenças importantes entre esses dois tipos de redação. Vamos ver as mais importantes:


1) Cabeçalho

Na primeira linha da carta, na margem do parágrafo (recuo de, mais ou menos, 2cm), aparecem o nome da cidade e a data na qual se escreve. Exemplo: Salvador, 4 de junho de 2018.


2) Vocativo

Na linha de baixo, também na margem do parágrafo, há o termo por meio do qual você se dirige ao leitor (geralmente marcado por vírgula). A escolha desse vocativo dependerá muito do leitor e da relação social com ele estabelecida. Exemplos: Prezado senhor Fulano, Excelentíssima senhor presidente Beltrano, Caro deputado Sicrano etc.


3) Interlocutor definido

Essa é, indubitavelmente, a principal diferença entre a dissertação tradicional e a carta. Quando alguém pede a você que produza um texto dissertativo, geralmente não lhe indica aquele que o lerá. Você simplesmente tem que escrever um texto para alguém indefinido. Na carta, isso muda: estabelece- se uma comunicação particular entre um eu definido e um você definido. Logo, você terá que ser bastante habilidoso(a) para adaptar a linguagem e a argumentação à realidade desse leitor e ao grau de intimidade estabelecido entre vocês dois. Imagine, por exemplo, uma carta dirigida a um presidente de uma associação de moradores de um bairro carente de determinada cidade. Esse senhor, do qual você não é íntimo, não tem o Ensino Médio completo. Então, a sua linguagem, escritor(a), deverá ser mais simples do que a utilizada numa carta para um juiz, por exemplo (as palavras podem ser mais simples, mas a Gramática sempre deve ser respeitada). Os argumentos e informações deverão ser compreensíveis ao leitor, próximos da realidade dele. Mas, da mesma maneira que a competência do interlocutor não pode ser superestimada, não pode, é claro, ser menosprezada. Você deve ter bom senso e equilíbrio para selecionar os argumentos e/ou informações que não sejam óbvios ou incompreensíveis àquele que lerá a carta.


4) Necessidade de dirigir-se ao leitor

Na dissertação tradicional, recomenda-se que você evite dirigir-se diretamente ao leitor por meio de verbos no imperativo (“pense”, “veja”, “imagine” etc.). Ao escrever uma carta, essa prescrição cai por terra. Você até passa a ter a necessidade de fazer o leitor “aparecer” nas linhas. Se a carta é para ele, é claro que ele deve ser evocado no decorrer do texto. Então, verbos no imperativo – que fazem o leitor perceber que é ele o interlocutor – e vocativos são bem-vindos. Observação: é falha comum entre os alunos-escritores “disfarçar” uma dissertação tradicional de carta argumentativa. Alguns escrevem o cabeçalho, o vocativo inicial, um texto que não evoca em momento algum o leitor e, ao final, a assinatura. Tome cuidado! Na carta, vale reforçar, o leitor “aparece”.


5) Expressão que introduz a assinatura (Cumprimentos Finais)

Terminada a carta, é de praxe produzir, na linha de baixo (margem do parágrafo), uma expressão que precede a assinatura do autor. A mais comum é “Atenciosamente”, mas, dependendo da sua criatividade e das suas intenções para com o interlocutor, será possível gerar várias outras expressões, como “De um amigo”, “De um cidadão que votou no senhor”, “De alguém que deseja ser atendido” etc.


6) Assinatura

Um texto pessoal, como é a carta, deve ser “assinado” pelo autor. Nas provas de concursos e vestibulares, a banca costuma deixar expressa a maneira como o(a) candidato(a) deve assinar o texto. Em hipótese alguma escreva o seu nome ou utilize as iniciais dele. Aliás, as iniciais devem ser completamente evitadas, porque podem ser interpretadas como identificação. Logo, se a banca não indicar a assinatura, busque termos gerais que tenham coerência com o que foi escrito anteriormente. Ex.: Cidadão brasileiro; Aluno de escola pública; Seu eleitor etc.


Exemplo da Estrutura



Salvador, 9 de novembro de 2018


Vocativo,


Este é o primeiro parágrafo da sua carta. O ideal é que você exponha ao seu interlocutor o assunto sobre o qual deseja tratar. Lembre-se de utilizar, por toda a carta, a linguagem adequada ao seu destinatário.


Este é o segundo parágrafo da sua carta. Aqui você começa a argumentar sobre o seu ponto de vista. Como você já deve saber, a extensão (tamanho) dos parágrafos de uma carta argumentativa é mais livre que a do texto dissertativo-argumentativo. Mas utilize o bom senso. Você não vai escrever um parágrafo com 2 linhas e outro com 15, certo?


Este é o terceiro parágrafo da sua carta. Ele pode ou não existir. Mas pense que um texto bem estruturado, com cada ideia defendida em seu devido parágrafo, possivelmente pedirá mais do que dois parágrafos somente. Logo, utilize os seus conhecimentos e o seu bom senso. No último parágrafo da sua carta, direcione-se para uma despedida.


Cumprimentos,


Assinatura

REDAÇÃO. Modelo de carta argumentativa

Londrina, 10 de setembro de 2002


Prezado editor,


O senhor e eu podemos afirmar com segurança que a violência em Londrina atingiu proporções caóticas. Para chegar a tal conclusão, não é necessário recorrer a estatísticas. Basta sairmos às ruas (a pé ou de carro) num dia de “sorte” a fim de constatarmos pessoalmente a gravidade da situação. Mas não acredito que esse quadro seja irremediável. Se as nossas autoridades seguirem alguns exemplos nacionais e internacionais, tenho a certeza de que poderemos ter mais tranquilidade na terceira cidade mais importante do Sul do país.


Um bom modelo de ação a ser considerado é o adotado em Vigário Geral, no Rio de Janeiro, onde foi criado, no início de 1993, o Grupo cultural Afro Reggae. A iniciativa, cujos principais alvos são o tráfico de drogas e o subemprego, tem beneficiado cerca de 750 jovens. Além de Vigário Geral, são atendidas pelo grupo as comunidades de Cidade de Deus, Cantagalo e Parada de Lucas.


Entretanto, combater somente o narcotráfico e o problema do desemprego não basta, como nos demonstra um paradigma do exterior. Foi muito divulgado pela mídia – inclusive pelo seu jornal, a Folha de Londrina – o projeto de Tolerância Zero, adotado pela prefeitura nova-iorquina cerca de dez anos.


Por meio desse plano, foi descoberto que, além de reprimir os homicídios relacionados ao narcotráfico (intenção inicial), seria mister combater outros crimes, não tão graves, mas que também tinham relação direta com a incidência de assassinatos. A diminuição do número de casos de furtos de veículos, por exemplo, teve repercussão positiva na redução de homicídios.


Convenhamos, senhor editor: faltam vontade e ação políticas. Já não é tempo de as nossas autoridades se espelharem em bons modelos? As iniciativas mencionadas foram somente duas de várias outras, em nosso e em outros países, que poderiam sanar ou, pelo menos, mitigar o problema da violência em Londrina, que tem assustado a todos.


Espero, portanto, que o senhor publique esta carta como forma de exteriorizar o protesto e as propostas deste leitor, que, como todos os londrinenses, deseja viver tranquilamente em nossa cidade.


Atenciosamente,


Cidadão londrinense




------------------------------------------



OBSERVAÇÃO:  No primeiro parágrafo – releia e confira – é apresentada a tese a ser defendida (a de que a situação da violência é grave, mas não irremediável); nos dois parágrafos subsequentes (o desenvolvimento), são apresentadas, obedecendo ao que se pediu no enunciado, propostas para combater a violência na cidade de Londrina; e no último parágrafo, a conclusão, propõe-se que as autoridades sigam exemplos como os citados no desenvolvimento.

O leitor (o editor do jornal) “apareceu” no texto, o que é muito positivo em se tratando de uma carta. E, como não poderia deixar de ser, foram respeitados os elementos pré-textuais (cabeçalho e vocativo) e pós-textuais (cumprimentos e assinatura).

* Este artigo foi adaptado de outros textos que podem ser encontrados pela internet. A autoria, pois, não é  nossa.



FONTE: AQUI

INT

  Ambiente/Cenário/Contexto: máquina automática de reposição automática de profissionais coisificados Foco: personagem: profissionais à vend...