domingo, 28 de agosto de 2022

Tema: Valorização da contribuição indigena no Brasil (por revisar)

A diversidade étnica e cultural do brasileiro está intrinsecamente ligada aos povos ameríndios; entretanto, tal contribuição não é devidamente valorizada. O predomínio de uma visão eurocêntrica de cultura e desenvolvimento, o pouco contato e informação sobre esses povos e a dificuldade de acesso à sua cosmovisão são os principais fatores.
    A colonização portuguesa foi extremamente brutal e selvagem na América. Escravizaram os indígenas, apropriaram-se de seu território, impuseram sua religião e suas leis, dizimaram nações inteiras (até por epidemias) e promoveram seu escorraçamento para o centro do país. Se o Romantismo e o Modernismo os resgataram como símbolo da fundação do Brasil e definidor do caráter nacional (Macunaíma, de Mário de Andrade, e o conceito Wosvaldiano de Antropofagia), na prática, produziram uma visão fantasiosa/idealizada que mais os distanciou da nação real, que sempre teve mais orgulho de suas raízes ibéricas e europeias.
    Hoje, o genocídio indígena está em pauta, já que o aumento do desmatamento da Amazônia, por madeireiras ilegais, do garimpo e da mineiração, da expansão do agronegócio e até do narcotráfico os têm ameaçado. Em vez de ampara-los, o Estado tornou-se inimigo, visto que desmontou a rede de proteção e órgãos como a FUNAI. Tal ofensiva tem mobilizado bem mais o exterior do que o cidadão brasileiro que não reconhece a contribuição indígena para o idioma que fala, sua gastronomia, hábitos de higiene, brincadeiras e jogos tradicionais, mitos e uso de ervas e chás medicinais.
    Os indígenas não só garantem a proteção da floresta, mas também são responsáveis por sua manutenção. São adaptados à ela e apresentam uma cosmovisão indissociável da natureza. Embora grupos missionários busquem evangelizá-los - nova "roupagem" para a velha prática da catequização - seguem resistindo, cultuando seus ancestrais míticos, exercendo rituais xamânicos que os conectam com a fauna, a flora e o próprio espaço geográfico. Há, em muitos brasileiros (mesmo cristãos) a crença em espíritos ancestrais, sejam seus pais ou avós, que os protegem. Ignoram que isso seja herança indígena.

(Aeon turma Med manhã)

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

TEMA. Analfabetismo no Brasil

 


O analfabetismo é assunto de grande relevância na história do Brasil, já que expressa concretamente as injustiças e desigualdades que marcam profundamente a sociedade brasileira. O analfabetismo se torna uma “questão nacional” durante o Segundo Reinado, mas não porque dom Pedro II estivesse preocupado com esse assunto.


O debate sobre o analfabetismo ganhou destaque no Brasil como um problema político, justamente no período em que a monarquia começava a se esfacelar. A culpa pela corrupção do sistema parlamentar recaiu sobre os analfabetos e a solução apresentada para “moralizar” as eleições era retirar deles o direito de voto.



Assim se deram as discussões para a aprovação da Lei 3.029/1881 (Lei Saraiva), uma reforma eleitoral que exigia a capacidade de ler e escrever para votar. Se antes havia mais de um milhão de pessoas registradas para votar, esse número caiu para menos de 100 mil nas primeiras eleições legislativas após a reforma. Segundo José Murilo de Carvalho, o parlamento passou a representar uma pequena parcela da população. O rei ficou ainda mais distante de seus súditos e os analfabetos ficaram estigmatizados.




terça-feira, 23 de agosto de 2022

Adriana Varejão passeia na Pinacoteca dissertando sobre sua obra

Adriana Varejão: Suturas, fissuras, ruínas

REDAÇÃO. Tema: Como combater o genocídio índígena no Brasil (modelo FUVEST)

Todos nós brasileiros temos uma dívida histórica com os povos originários pela diversidade étnica, linguística e cultural que nos legaram; já que, de certo modo "nós" também somos "eles". O nosso afastamento cultural, entretanto, faz com que, não só desvalorizemos nossas raízes indígenas, mas também sejamos omissos em relação ao seu genocídio capitaneado pelo desmatamento, pela ameaça do narcotráfico e pela negligência governamental.

A colonização portuguesa foi extremamente selvagem e sanguinária, visto que impôs sua religião sobre os povos indígenas, escravizou-os para extração do pau-brasil, promoveu seu escorraçamento do litoral e exterminou (até com epidemias) nações inteiras. Passados mais de cinco séculos, tal etnocídio permanece em curso. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), hoje, os indígenas representam 0,47% da população brasileira e usufruem apenas de 13% do território nacional.

Tanto o escritor romântico José de Alencar, autor de "Iracema" e de "O guarani", como autores modernistas, apropriaram-se da imagem do índio não só para efetuar a refundação mítica do Brasil, mas para definir o caráter nacional brasileiro. Apesar de obras impactantes como "Macunaíma" e "Cobra Norato" - e do conceito de antropofagia, - os modernistas, mesmo que mais críticos, assim como seus predecessores, ignoraram - ou melhor: omitiram - o genocídio dos povos originários, optando por apagar sua imagem real/original, favorecendo uma visão idealizada, distorcida, irreal.

Se em 19 de abril comemora-se o Dia do Índio, pouco há a se celebrar. Além do desmatamento da Amazônia, indigenistas, Ongs e ativistas ecológicos apoiadores da causa indígenas, estão igualmente sendo "caçados" e mortos por narcotraficantes, madeireiros, grileiros e garimpeiros ilegais. Mais que negligente, o governo atual estimula tais crimes, já que a própria sociedade, alienada, não se solidariza de fato com os povos ancestrais e "compram" o discurso de políticos de que é preciso explorar as matas para que o país progrida.

Apesar da imensa contribuição dos indígenas para nossa diversidade, eles parecem fadados ao esquecimento, meros símbolos de uma era quando o homem estava realmente conectado à natureza. Cabe, portanto, a nós, ressignificar sua história, nos aproximarmos de sua cultura, valorizá-los e, consequentemente, impedir seu extermínio. Proteger e garantir seu direito à vida (e à terra) é um primeiro passo. Demarcação territorial, punição de invasores, integração desses povos com autonomia à sociedade são ações concretas que conferirão maior dignidade aos nossos povos originários. 

TEMA. A importância da leitura e da Literatura para aprimoramento do indivíduo.

 





REDAÇÃO. TEMA: “Youtubers”: libertários ou oportunistas?

O fenômeno dos "youtubers" (celebridades digitais produtoras de vídeos para o YouTube) está diretamente ligado à ascensão da internet. A fixação do público em alguns canais, a restrição do foco a determinados conteúdos e a influência em hábitos comportamentais e de consumos são pontos a serem considerados.

A televisão tradicional se consagrou no século XX como a principal propagadora de entretenimento, informação e cultura/educação no mundo. Dominada por empresas, políticos e igrejas, ela se tornou, não só um instrumento de manipulação e controle mas também de doutrinação consumista, já que sustentada por anúncios publicitários. Sua decadência, entretanto, tem como ponto de partida o surgimento da internet. A popularização dos aparatos virtuais e da banda larga possibilitou ao usuário tanto interagir como produzir seu próprio conteúdo. "Tablets", "Smart-tvs" e celulares, não importa a tela., "youtubers" tornaram-se porta-vozes e agentes dessa mudança, graça ao barateamento do sistema de gravação e veiculação de vídeos.

Embora diversidade e multiplicidade sejam características da rede, não raramente a atenção do usuário é capturada por celebridades narcisistas e  superficiais. Se "youtubers" são guias e modelos para jovens num mundo hiperconectado, hoje muitos optam por propagar conteúdos banais, de humor fácil ou vulgar, quando não se reduzem a comentaristas tolos de vídeos ("reaction") e a “abridores” de caixas ("unboxers"). Consagrados na web, vários destes formadores de opinião só estão à cata de visualizações, já que monetizam/lucram com “curtidas” na plataforma de vídeos, logo sendo cooptados pela publicidade ou pela mídia convencional.

Linguagem direta, espontânea e pessoal permite aos "youtubers" uma conexão com o usuário por meio da identificação. A experiência comum, cotidiana e prosaica conferem a eles credibilidade, entretanto, ocultam interesses mercadológicos, portanto, nada distinto dos antigos veículos de massa. A propagação do ódio, a alienação, a polarização e o consumismo não são raras entre "youtubers",  devido à grande influencia exercida em jovens em formação, sem o olhar crítico para tais conteúdos.

O crescimento da rede é incontornável, um espaço propício para aflorar guias libertários e mercenários oportunistas. Fundamental é, portanto, estimular um consumo mais comedido e responsável da rede. O barateamento da produção de conteúdo, em que muitos produzem para muitos, entretanto, é um aspecto positivo a ser defendido contra censores e manipuladores da informação. Devemos, portanto, estimular o conteúdo de qualidade, a fim de garantir que a influência e repercussão de produtores responsáveis contribuam para a democratização e aprimoramento da sociedade para além da rede.

terça-feira, 9 de agosto de 2022

REDAÇÃO. Redação nota máxima na UNESP 2021 (tema: Tempo é dinheiro)

A canção “Construção”, de Chico Buarque, retrata criticamente o cotidiano árduo de um pedreiro que é fadado, diariamente, a destinar a própria vida ao trabalho. Dessa maneira, o compositor conseguiu perfeitamente descrever a vida do homem contemporâneo, uma vez que esse, reduzido à mera engrenagem do sistema capitalista, vende o seu tempo aos meios de produção, esquecendo de si mesmo. Nesse sentido, construiu-se, na mentalidade humana, uma crença em que tempo é dinheiro, ou seja, é o que verdadeiramente importa. Entretanto, isso não passa de uma falácia que desumaniza o homem, tal como o aliena de sua própria vida.

Em primeiro lugar, o sistema hodierno reduz o ser humano à lógica do trabalho. Apesar de o dinheiro ser visto como ditador do tempo desde a Antiguidade ocidental, o neoliberalismo tem intensificado esse processo ao despersonalizar o homem, dado que o coisifica, reduzindo-o à sua força de trabalho - fenômeno postulado por Karl Marx. Tal processo é nítido ao refletir a respeito da lógica empresarial do século XXI: uma empresa contrata um “coach” para aplicar sobre os seus funcionários a idealização do sucesso, ao afirmar que, a partir do constante esforço, obterão o padrão de vida dos seus chefes e, assim, poderão viver de maneira luxuosa. Em virtude disso, as pessoas passam a enxergar o consumo supérfluo como a razão de sua existência. Logo, fica claro que o homem, desumanizado, vende o seu tempo, e passa a ser escravo do capital.

Além disso, o dinheiro como "ditador do tempo" torna o homem alienado de si mesmo. A lógica do provérbio popular “o trabalho dignifica o homem” ilude a humanidade a acreditar que, apenas com a produtividade do trabalho, conquista-se o direito de uma vida digna. Isso vai, negativamente, de encontro com o pensamento nietzcheniano a respeito da plenitude da alma, visto que essa só é conquistada a partir do ócio, da plena contemplação. Sob essa perspectiva, o homem deve destinar, então, parte do seu tempo ao descanso do trabalho, o que não tem sido possível, pois o capitalismo o força, psicologicamente, a crer que deve produzir exaustivamente para ser bem visto aos olhos da sociedade. Esse cruel processo foi claramente incentivado, por exemplo, às pessoas no início da pandemia da Covid-19, já que universidades e plataformas digitais disponibilizaram, logo nas primeiras semanas do isolamento, cursos profissionalizantes gratuitamente. Portanto, é nítido como o homem é afastado do ócio, essencial para uma vida saudável, pela lógica do trabalho como responsável pela dignidade.

Em suma, as engrenagens capitalistas acorrentam, portanto, os homens na lógica de que tempo é dinheiro, já que destina a vida humana ao trabalho, como esclarece Buarque em “Construção”, de modo a desumanizar o homem e aliená-lo de sua própria existência. No entanto, em prol da necessária paz da alma, o tempo, indiscutivelmente, nunca será dinheiro.


[Júlia Domingues de Macedo – Nota 28 de 28 pontos possíveis – REDAÇÃO NOTA MÁXIMA.]

 Redação UNESP 2021 “Tempo é dinheiro?”

REDAÇÃO NOTA MÁXIMA (50 PONTOS) FUVEST 2022

RISO: UMA FACA BEM AFIADA


De acordo com o filósofo grego Aristóteles, a arte consiste em uma forma exemplar da expressão humana por conta de sua função catártica, isto é, as obras têm a capacidade de expor os mais variados aspectos da vida social, de modo a sensibilizar o público e estimular reflexões acerca do tema abordado. Nesse contexto, a catarse aristotélica se faz presente no riso, uma vez que a comédia e as diversas formas da arte do rir são maneiras de evidenciar as inquietações da vida humana promovendo o debates sobre inúmeras instâncias sociais. Diante disso, o riso constitui tanto uma manifestação crítica da sociedade quanto uma forma de resistência às adversidades.


De início, é preciso entender o riso enquanto instrumento de denúncias às mazelas sociais. Nesse sentido, produções artísticas focadas no humor como o cinema mudo podem servir de meio à exposição de injustiças que correm o corpo social. Por exemplo, no início do século XX, auge do desenvolvimento industrial norte-americano, era frequente a exploração dos trabalhadores nas fábricas os quais eram submetidos a condições desumanas de trabalho recebiam salário irrisórios. Tal cenário não escapou aos olhos atentos do ator e cineasta Charles Chaplin que retratou em seu célebre filme "Tempos modernos", as atrocidades sofridas pelos operários imortalizadas pela cena em que o protagonista Carlitos é engolido pelas engrenagens da indústria. Dessa maneira, nota-se como Chaplin escancara de modo contundente os problemas sociais por meio do riso em que configura a função crítica dessa manifestação humana.


Além disso, o riso se mostra eficiente na luta contra as condições adversas que se impõem aos indivíduos. Nessa perspectiva, o ato de rir diante das dificuldades não significa ignorá-las, pelo contrário, o sujeito que ri dos obstáculos mostra plena consciência de que deve enfrentá-los de maneira decidida e alegre, mostrando-se mais forte do que aqueles que tentam prejudicá-lo. Essa noção de "superação" já era prevista pela mitologia grega nas narrativas da viagem de Ulisses, herói da guerra de Troia, que enfrenta a fúria dos mares e inúmeros percalços sem se deixar abalar, até que enfim chega à Ítaca, sua terra natal. Tal é o poder do riso enquanto ato de resistência: empoderar o sujeito para que ele possa transgredir às intempéries. 


Portanto, o riso demonstra sua função catártica e se consolida como componente fundamental da existência humana, na medida em que expõe os desvios da sociedade, incita à reflexão e ao combate a esses imbróglios. Assim, as diferentes faces de uma boa risada revelam-na como uma espécie de "faca bem afiada", que ao mesmo tempo causa cortes incisivos, - por sua crítica, - e protege seu usuário das adversidades que o cercam.


CATARSE: purificação do espírito do espectador através da purgação de suas paixões ou do sofrimento. Efeito dos sentimentos de terror ou de piedade vivenciados na contemplação do espetáculo trágico.

IMBRÓGLIO: estado de grande confusão; situação difícil; mal-entendido.


FONTE


https://anchor.fm/redacao-e-dialogia/episodes/Redao-NOTA-MXIMA-na-FUVEST-2022---Anlise-de-Anderson-Antonangelo-e-Fabrcio-Oliveira-e1l9deh





TEMA. Proposta de Redação da FUVEST 2022: As diferentes faces do Riso

FUVEST 2022 - AS DIFERENTES FACES DO RISO


Texto 1:

Por que rimos? Ninguém sabe. O riso tem uma qualidade universal: todas as culturas têm seus contadores de piadas. E, mesmo que a piada tenha graça só para uma cultura, as pessoas reagem sempre da mesma forma. Não importa se a língua é completamente diferente, se a pessoa é da Mongólia, um aborígene australiano ou um índio tupi, o riso é sempre muito parecido, uma reação física a um estímulo mental.

Marcelo Gleiser. Sobre o riso.

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/.



Texto 2:

Para compreender o riso, impõe-se colocá-lo no seu ambiente natural, que é a sociedade; impõe-se sobretudo determinar-lhe a função útil, que é uma função social (...). O riso deve corresponder a certas exigências da vida comum. O riso deve ter uma significação social.

Henri Bergson. O riso.



Texto 3:

Estudado com lupa há séculos, por todas as disciplinas, o riso esconde seu mistério. Alternadamente agressivo, sarcástico, escarnecedor, amigável, sardônico, angélico, tomando as formas da ironia, do humor, do burlesco, do grotesco, ele é multiforme, ambivalente, ambíguo. Pode expressar tanto a alegria pura quanto o triunfo maldoso, o orgulho ou a simpatia. É isso que faz sua riqueza e fascinação ou, às vezes, seu caráter inquietante.

Georges Minois. História do riso e do escárnio.



Texto 4:



Talvez o exemplo mais destacado de artista com um uso constante do sorriso ao longo de sua produção seja Yue Minjun, integrante do chamado Realismo Cínico chinês, que constantemente se autorretrata com sorrisos especialmente exagerados, quase maníacos. Influenciada pela história da arte oriental em sua representação de Buda e pela publicidade, o que sua risada oculta é, na verdade, uma profunda crítica política e social do país onde vive.

https://brasil.elpais.com/verne/2020-06-17/por-que-tao-pouca-gentesorri-nas-obras-de-arte.html


Texto 5:

Rir é um ato de resistência.

Paulo Gustavo, ator.


Considerando as ideias apresentadas nos textos e também outras informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: As diferentes faces do riso.

Poesia

Foto:  Rosa Gauditano.

Texto de reflexão. O fim das redes sociais

O fim das redes sociais

                                                                Pedro Doria

O Globo, 07/08/2022.

Elas vão mostrando cada vez mais o conteúdo que o algoritmo escolhe em detrimento das pessoas que nós escolhemos

Você lembra quando entrou no Facebook pela primeira vez? Ou no Instagram? No Twitter? Essas são experiências que nunca mais voltarão. Hoje, a vida com as redes sociais é francamente ruim. O Facebook é um grande vazio, o Twitter deixa de mau humor, e o Instagram é pura ansiedade. Mas não era assim. Aliás, era bem o contrário: eram ambientes realmente agradáveis. Ambientes que nos arrancavam sorrisos com facilidade. O veterano analista desse mundo digital Scott Rosenberg sugere que a Era das Redes Sociais tenha, com as últimas mudanças no Insta, acabado. Passou como a Era dos Blogs ou, antes, a Era dos Sites Pessoais. Rosenberg está possivelmente certo.

A grande surpresa sentida por todo mundo quando entrou pela primeira vez no Face foi o encontro de amigos das antigas. Gente da escola, da faculdade, talvez alguns casinhos que passaram. Rostos havia muito não vistos. Era o que fazia, da rede, social. Um jeito de acompanhar gente de quem gostamos, mas que o tempo ou a geografia afastou. Um lugar para encontros. A diferença essencial, naquele Facebook que não existe mais, é que tínhamos pleno controle sobre quem acompanhávamos. Não é à toa que a expressão usada naquela rede era “fazer amizade”. Cada visita era, de alguma forma, uma busca por contato.

O Twitter era outra coisa, completamente diferente. No Twitter, “seguíamos” as pessoas, e a palavra era precisa. Primeiro porque era unilateral, diferentemente do Face. Você seguir alguém não quer dizer que esse alguém o seguisse. Depois porque, no Twitter, o objetivo mesmo era acompanhar o fluxo de ideias ou informações que algumas pessoas traziam. Uma rede para se informar sobre o mundo centrada, evidentemente, em pessoas.

O Instagram, de certa forma, juntou os dois conceitos. Uma rede para seguir os outros, mas não para notícias. Uma rede para compartilhar os momentos da vida. Tinha, claro, um quê de revista de moda — um tom aspiracional. Aquela vida que gostaríamos de ter. Um lugar para sonhar acordado que, evidentemente, logo criou suas próprias celebridades. A ideia de influenciador nasce com o Insta. E aquilo tinha valor comercial nítido sem, no entanto, perder sua característica de ser uma rede lenta.

Nada dessas coisas existe mais. O Instagram, como o Facebook, está mergulhando no modelo TikTok, e é isso que fará com que deixem de ser redes, ora, sociais. No TikTok não adianta muito seguir pessoas, não se faz amizade, a experiência é passiva. O algoritmo, muito eficiente, descobre do que cada um gosta e começa a mostrar. O trabalho de quem entra é deslizar o dedo pela tela, um vídeo curto após o outro. O Insta está ficando assim. Aquela rede de fotografias quadradas de há muito, hoje, está virando TikTok.

A mudança é lenta. Quem trabalha para conquistar seguidores, no Insta, só consegue de um jeito: fazendo reels. Aqueles vídeos curtos com potencial de chiclete. É uma maneira de forçar quem mexe profissionalmente com as redes a se readequar. Basta clicar num vídeo desses e somos tirados daquela tela onde estão os que seguimos. Entramos num ambiente completamente distinto em que deslizamos o dedo passivamente.

O Instagram seguirá o Facebook para se tornar a mesma coisa. Aquelas redes vão mostrando cada vez mais o conteúdo que o algoritmo escolhe em detrimento das pessoas que nós escolhemos. A busca ativa se torna um assistir passivo. E, assim, vão morrendo as redes sociais. Sobrou o Twitter, claro. A experiência não é mais aquela, da descoberta. Mas, bem, não é só lá que o mundo está violento." (Pedro Dória)

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Redação. Tema: Genocídio indígena

A diversidade étnica e cultural dos brasileiros tem uma dívida histórica com os povos originários, já que, de certo modo “nós” também somos “eles”. O nosso afastamento cultural, entretanto, faz com que não só desvalorizemos nossas raízes indígenas, mas também sejamos omissos em relação ao seu genocídio capitaneado pelo desmatamento, pela negligência governamental e pela ameaça do narcotráfico.

A colonização portuguesa foi extremamente selvagem e sanguinária, visto que impôs sua religião sobre os povos indígenas, escravizou-os para extração do pau-brasil, promoveu seu escorraçamento do litoral e exterminou (até com epidemias) nações inteiras. Passados mais de cinco séculos, tal etnocídio permanece em curso. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), hoje os indígenas representam 0,47% da população brasileira e usufruem apenas de 13% do território nacional.

Tanto o escritor romântico José de Alencar, autor de “Iracema” e de “O Guarani”, como autores modernistas apropriaram-se da imagem do índio não só para efetuar a refundação mítica do Brasil, mas para definir o caráter nacional brasileiro. Apesar de obras impactantes como “Macunaíma” e “Cobra Norato” - e do conceito de antropofagia - os modernistas, mesmo que mais críticos, assim como seus predecessores, ignoraram - ou melhor: omitiram - o genocídio dos povos originários, optando por apagar sua imagem real/original e favorecendo uma visão idealizada, distorcida e irreal.

É importante ressaltar que a valorização da cultura indígena é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. É preciso reconhecer a contribuição dos povos originários para a formação da identidade brasileira e lutar contra o genocídio e a discriminação que ainda sofrem. Apenas assim poderemos construir um futuro melhor para todos os brasileiros.

Maximize manhã segunda

Como combater o genocídio indígena no Brasil 

  Muito da diversidade étnica e cultural do Brasil deve-se aos nossos antepassados indígenas; entretanto, apesar de estarmos no séc. XXI, os povos originários continuam sendo desvalorizados, perseguidos e dizimados.
  A colonização portuguesa foi extremamente brutal e selvagem; já que com o pretexto de catequisar os indígenas, eles impuseram sua fé, sua lei, sua visão de mundo, além de escravizá-los. A perseguição, o escorraçamento e o extermínio (até por meio de epidemias) reduziram drasticamente as populações primevas.

domingo, 7 de agosto de 2022

IDEIAS. Repertório cultura. Letra "Ideologia", de Cazuza



IDEOLOGIA

(Cazuza)

 

Meu partido

É um coração partido
E as ilusões estão todas perdidas
Os meus sonhos foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito
Eu nem acredito ah
Que aquele garoto que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Frequenta agora as festas do "Grand Monde"
Meus heróis morreram de overdose
Eh, meus inimigos estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Eu quero uma pra viver
O meu tesão
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar a conta do analista
Pra nunca mais ter que saber quem eu sou
Saber quem eu sou
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo em cima do muro, em cima do muro
(...)
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste à tudo em cima do muro, em cima do muro.








tema: IDEOLOGIA



O termo IDEOLOGIA possui diferentes significados, sendo que no senso comum é tido como algo ideal, que contém um conjunto de ideias, pensamentos, doutrinas ou visões de mundo de um indivíduo ou de determinado grupo, orientado para suas ações sociais e políticas.


Diversos autores utilizam o termo sob uma concepção crítica, considerando que ideologia pode ser um instrumento de dominação que age por meio de convencimento; persuasão, e não da força física, alienando a consciência humana.

O termo ideologia foi usado de forma marcante pelo filósofo Antoine Destutt de Tracy e o conceito foi muito trabalhado pelo filósofo alemão Karl Marx, que ligava a ideologia aos sistemas teóricos (políticos, morais e sociais) criados pela classe social dominante.

De acordo com Marx, a ideologia da classe dominante tinha como objetivo manter os mais ricos no controle da sociedade. No século XX, várias ideologias se destacaram:


- ideologia fascista implantada na Itália e Alemanha, tinha um caráter militar, expansionista e autoritário;

- ideologia comunista disseminada na Rússia e outros países, visando a implantação de um sistema de igualdade social;

- ideologia democrática, surgiu em Atenas, na Grécia Antiga, e têm como ideal a participação dos cidadãos na vida política;

- ideologia capitalista surgiu na Europa e era ligada ao desenvolvimento da burguesia, visava o lucro e o acúmulo de riqueza;

- ideologia conservadora são ideias ligadas à manutenção dos valores morais e sociais da sociedade;

- ideologia anarquista defende a liberdade e a eliminação do estado e das formas de controle de poder

- ideologia nacionalista é aquela que exalta e valoriza a cultura do próprio país.




Ideologia na Sociologia

A sociologia descreve uma ideologia como uma associação de representações e ideias que um determinado grupo social produz a respeito do seu meio envolvente e da sua função nesse meio.


Existem ideologias políticas, religiosas, econômicas e jurídicas. Uma ideologia se distingue de uma ciência porque não tem como fundamento uma metodologia exata capaz de comprovar essas ideias.


O grupo que defende uma ideologia frequentemente tenta convencer outras pessoas a seguirem essa mesma ideologia. Assim, existem confrontos ideológicos e consequentemente ideologias dominantes (hegemônicas) e dominadas (subordinadas).




A ideologia não é, portanto, uma aberração ou uma excrescência contingente da História: é uma estrutura essencial à vida histórica das sociedades. Tampouco pertence à região da consciência. Ela é profundamente inconsciente. A ideologia, para Althusser, é um sistema de representações, mas essas representações na maior parte das vezes imagens, às vezes conceitos, mas é antes de tudo como estruturas que elas se impõem aos homens sem passar para a sua "consciência". A ideologia refere-se, então, à relação "vivida" dos homens no seu mundo. Essa relação não parece consciente" a não ser na condição de ser inconsciente, parece, da mesma maneira, não ser simples a não ser na condição de ser complexa, de não ser uma relação simples, mas uma relação de relações, uma relação de segundo grau. Na ideologia "os homens expressam, com efeito, não as suas relações nas suas condições de existência: o que supõe, ao mesmo tempo, relação real e relação 'vivida', 'imaginária' A ideologia é, então, a expressão da relação dos homens com o seu 'mundo', isto é, a unidade (sobredeterminada) da sua relação real e da sua relação imaginária com as suas condições de existência reais. [...] É nessa sobredeterminação do real pelo imaginário e do imaginário pelo real que a ideologia é, em seu princípio, ativa, que ela reforça ou modifica a relação dos homens com as suas condições de existência, na sua própria relação imaginária" (idem,pp. 240-241).


TEMA: Questão Indígena no Brasil – Tema Redação do Enem

Atualmente, os povos indígenas do Brasil enfrentam diversos problemas, principalmente no contexto político moderno. Infelizmente, esses problemas vêm de longa data e incluem desde a discriminação cultural até a negação de direitos constitucionais.

Destacam-se também os casos de violência e a paralisação dos processos de demarcação de terras, que têm afetado o povo indígena, tornando sua luta por sobrevivência ainda maior na sociedade brasileira.

Tendo em vista essas questões, a temática desperta reflexões e discussões, podendo ser um forte candidato a tema de redação do Enem deste ano.


Situação atual do índio no Brasil

Tema de Redação: Questão indígena no Brasil

Propostas de intervenções e soluções

Situação atual do índio no Brasil


Os indígenas representam 0,47% da população brasileira e usufruem apenas 13% do território nacional. Apesar da Constituição de 1988 garantir os direitos dos índios no Brasil, a  atual situação desses povos é preocupante.


A população indígena enfrenta hoje conflitos agrários, preconceito étnico, além da marginalização, que leva a insegurança e à falta de acesso à educação dessa população. Sem contar os atentados contra sua cultura, já que, segundo dados do IBGE, seus costumes sofreram influências de outros países e até mesmo o idioma, que passou de 1,5 mil para apenas 274.


Mesmo a Constituição Federal de 1988 reconhecendo aos índios o direito de manter sua cultura, o que se nota é uma agressão generalizada por parte dos latifundiários, fazendeiros e ruralistas e também da sociedade que vive alheia a essas questões.


Um exemplo do descaso com a questão indígena no Brasil é o fato das crianças só conhecerem o índio no dia 19 de abril. Em vez de aprender sobre a importância desse povo na formação da identidade do país e na necessidade de integrá-los à sociedade, a questão é tratada apenas com rostos pintados e cocar feito de cartolina.



Questão Indígena no Brasil - Tema Redação do Enem


Ademais a isso, as mortes de indígenas os últimos seis anos somaram mais de 350. Isso se deve na maioria das vezes pelo conflito gerado pela demora na política de demarcação de território. Estima-se, inclusive, que existam atualmente 72 terras aguardando decreto presidencial e mais 116 demarcações em estudo pela Funai — Fundação Nacional do Índio.


Parece até contraditório o índio lutando pela terra quando eles foram os primeiros a ocupar este território. Infelizmente, essa situação vem dizimando diversas tribos, principalmente porque a bancada ruralista – principal representante dos latifundiários no congresso – vem tomando as terras indígenas para atividades comerciais.


Desse modo, com tanto conflito de interesses, fica difícil para o governo brasileiro e para as ONGs implementar ações a favor desses cidadãos. 


O que se percebe é um abandono político, além de descaso social com a questão indígena. As políticas públicas que deveriam garantir e criar direitos para dar o mínimo de dignidade a essas pessoas esbarram em outros interesses.



Tema de Redação: Questão indígena no Brasil

Para construir uma boa redação a respeito da questão indígena no Brasil é imprescindível abordar questões como:


invisibilidade indígena;

descaso social quanto à cultura indígena;

falta de políticas públicas de acesso à saúde e educação de qualidade aos índios;

genocídio indígena; e

o conflituoso processo de demarcação de novas reservas.

Este último ponto talvez seja o mais polêmico, já que se opõe aos interesses dos latifundiários representados em sua maioria pela bancada ruralista.


É importante ter conhecimento sobre dados, principalmente de órgãos como IBGE e Funai. Para ajudá-lo, trouxemos alguns exemplos:



Segundo o Censo do IBGE realizado em 2010, existem atualmente 305 etnias no Brasil, que falam 274 línguas indígenas; (Fonte)

Ainda segundo o IBGE, foi de 817,9 mil em 2011 para 896,9 mil em 2012;

42% dos índios brasileiros vivem fora de terras indígenas, sendo que 36% deles estão em áreas urbanas.

No Censo de 2010, apenas 0,4% da população brasileira se autodeclarou indígena.

Isso significa que que o tema deve ser desenvolvidos com fatos concretos, propondo uma reflexão sobre a situação atual, de modo a construir uma argumentação e conclusão coerentes.


Propostas de intervenções  e soluções

É verdade que reconhecimento das terras indígenas no Brasil é uma das principais políticas implementadas pelo governo. É preciso que essa questão da demarcação seja resolvida. No entanto, apenas isso não é suficiente para dar dignidade aos índios do nosso país.


É preciso promover uma discussão com a sociedade civil e integrá-la à causa indígena. Só assim surgirão ações de apoio e valorização à população indígena no que se refere à terra e à cultura e fazer cumprir  o que a constituição lhes assegurou.


Os índios precisam ser tratados como parte da população brasileira com direitos e deveres e não como uma categoria transitória, fadada ao desaparecimento.




MATÉRIA. O aprendizado das cotas, por Ricardo Henriques

 


Os intensos debates que culminaram com a sanção da Lei de Cotas em 2012 foram feitos, muitas vezes, com base em premissas que só poderiam ser comprovadas ou refutadas com a experiência na prática. Dez anos depois, justamente quando o Congresso Nacional faz um balanço do que ocorreu no período, as evidências apontam para um saldo positivo.

Mesmo assim, um em cada três brasileiros ainda se posiciona contrário à política, segundo pesquisa recente do Datafolha. Nesse sentido, temos um duplo desafio: aperfeiçoar a Lei de Cotas e fortalecer a agenda de equidade junto à sociedade brasileira.

É preciso primeiro reconhecer que as cotas foram resultado de lutas históricas do Movimento Negro. Alguns marcos importantes nessa trajetória foram a participação do Brasil na Conferência de Durban, de 2001, e o pioneirismo da Uerj em 2002, primeira universidade pública a ter cotas raciais.

Hoje, podemos dizer que elas foram bem-sucedidas em seus objetivos, ainda que persistam desafios significativos, como o acesso ainda muito desigual aos cursos de maior prestígio econômico e a necessidade de mais políticas de apoio aos cotistas.

Vários estudos recentes têm comprovado a eficácia da lei. Em artigo publicado em 2019, Adriano Senkevics e Ursula Melo mostram que a participação de ingressantes oriundos do ensino médio público aumentou de 55% para 64% entre 2012 e 2016, sendo que os grupos mais beneficiados foram os autodeclarados pretos, pardos e indígenas. Podemos dizer também que esse processo não resultou em piora na qualidade do ensino ou aumento da evasão.

Estudo de 2022 coordenado pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação Superior da UFRJ e pela Ação Educativa comprova também aumento de ingressantes por cotas no ensino superior entre 2010 e 2019, além de uma menor evasão nesse grupo. Mesmo numa das universidades que mais resistiu à política, um estudo de 2022 coordenado pela professora Marta Arretche (USP), aponta que a diferença entre as notas de cotistas e demais alunos na USP cai gradualmente ao longo do curso, tanto naqueles menos concorridos quanto nos mais.

Ou seja, a excelência da universidade pública não está apenas garantida, mas também mais diversa e, portanto, mais qualificada.

Grupos de pesquisas que têm se preocupado em analisar sistematicamente um conjunto de estudos também têm constatado sua eficácia. É o caso do Consórcio das Ações Afirmativas, com especialistas da UFBA, UnB, UFRJ, UFMG, UFSC, Uerj e Unicamp, coordenado pelo Afro-Cebrap e pelo Gemaa-Iesp, que, ao considerarem mais de 900 artigos científicos sobre o tema, identificam que 71% chegam a conclusões positivas, 18% citam problemas localizados e 11% apontam resultados negativos.

A despeito das evidências positivas, garantir a permanência dos estudantes segue sendo um desafio. As universidades devem dispor de um orçamento para a manutenção dos alunos em seus cursos através da oferta de bolsas de iniciação científica (CNPq e Capes) e de estágios remunerados na própria universidade.

No entanto, em 2021, 30 das 69 universidades federais sofreram cortes orçamentários, tornando cada vez mais difícil combater a evasão. Agora em 2022 17 delas correm o risco de interromper suas atividades em novembro, conforme mostrou reportagem de Bruno Alfano nesta semana, n’O Globo.

Temos muitos aprendizados com os dez anos de cotas no país. O principal destaque positivo é que, a partir da elevação das expectativas dos estudantes, do acesso, da permanência e da aprendizagem, fomos capazes de construir uma política eficaz na redução das desigualdades raciais no Brasil. O ponto de atenção é que, como sempre soubemos, problemas tão graves e com raízes históricas tão profundas não se resolvem apenas com mudanças na política de acesso ao ensino superior.

A educação, sozinha, não vai resolver graves problemas da desigualdade e do racismo. Mas ela tem uma importante contribuição a dar. Precisamos, para isso, não apenas renovar a Lei de Cotas, mas ampliar a pauta das ações afirmativas ao longo de todo ciclo educacional e reconhecer que as vulnerabilidades dos beneficiários são herdadas desde o berço, e muitas vezes agravadas ao longo da vida.

O esforço tampouco deve ficar restrito ao campo educacional. Em todas as áreas, sociais e econômicas, é preciso que esse seja um compromisso de todos. O momento é agora.

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