segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

REDAÇÃO. TEMA: A propagação de mentiras e desinformação nas redes. (Modelo Fuvest/Unesp)

A ERA DA (DES)INFORMAÇÃO


A difusão de notícias falsas e de outros métodos de desinformação foram práticas recorrentes durante a pandemia da SARS-CoV-2. No Brasil, a baixa escolaridade e a descrença/desconfiança na Ciência contribuíram para adesão de muitos aos factoides, objetivo capitaneado por grupos políticos com interesses em manipular as massas.


O Brasil sempre foi um país de analfabetos, já que nunca houve interesse das elites patronais de promover uma educação emancipadora. Isso fez com que a leitura e a escrita (e, consequentemente, o senso crítico) se restringissem a uma parcela com acesso à escola, portanto, privilegiada. Tal fato torna possível compreender por que, ainda hoje, há uma adesão tão significativa de brasileiros a tratamentos precoces ineficazes (e perigosos!) e a "fake news" sobre vacinas, eficácia do isolamento social e uso de máscaras.


Se a propagação de mentiras e de teorias da conspiração revelam uma profunda crise da racionalidade, essa se deve à complexidade do mundo atual. O avanço tecnológico vertiginoso do século XXI implodiu as certezas, pois já não se é possível filtrar com exatidão todas as informações disponíveis num mundo globalizado. Nada disso, contudo, é novo: a Revolta da Vacina de 1904 foi um exemplo de como a má comunicação, a mentira e o negacionismo promovem o medo e potencializam a irracionalidade. O resultado, como no passado, é trágico: a morte de milhares de pessoas.


Hoje, grupos no Whatsapp e no Telegram servem de principais canais de desinformação no país. Embora haja um esforço para combatê-los juridicamente, eles têm uma enorme capilaridade entre os mais velhos e/ou outros pouco instruídos. A ausência de campanhas informativas sobre o novo coronavirus, por parte do governo, agravou a questão. Polarizado, o combate à pandemia só evidenciou que a desinformação, na verdade, atende a interesses de grupos políticos e ideológicos que a financiam, visto que "lucram" com a vulnerabilidade da população. Recentemente, o documentário "O dilema das redes" (Netflix, 2020) mostrou como os algoritmos -- definidos por corporações e governos -- atuam no controle das mentes dos usuários.


Desinformar toda uma nação durante uma crise sanitária sem precedentes não é um ato tolerável, mas um crime que não deve sair impune. É preciso, portanto, não só ampliar o investimento em Saúde e Educação (para reforço do senso crítico), também que seja elaborado - por amplas instâncias representativas, - uma regulamentação que impeça a fácil manipulação do povo brasileiro. Somente com investigação e punição dos "agentes do caos" (investidores e propagadores de mentiras), garantir-se-á um Brasil mais justos, democrático e seguro a todos seus cidadãos.


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