Suicídio:
porquês e soluções
O aumento do suicídio de
jovens, na ultima década, envolve questões bastante complexas. A
sobrevivência física, social e afetiva do indivíduo encontra-se em
risco justamente numa sociedade que o elegeu como paradigma.
O seriado americano Os 13
Porquês, veiculado recentemente pela Netflix, tem por protagonista
uma adolescente suicida. Vítima de “bullying”, assédio,
segregação do grupo social e até mesmo estupro, ela expõe,
angustiada, seus motivos por meio de fitas a serem divulgadas
postumamente. Polêmica, já que muitos a veem como possível
apologia e/ou estímulo à romantização do suicídio, a série
tornou se um dos assuntos mais discutidos na rede, em 2017.
O suicídio é um
fenômeno relacionado a diversos distúrbios, que vão dos
transtornos mentais (ansiedade, depressão, pânico, etc.) aos
desencadeados por fatores externos. A cobrança pelo sucesso, o
fracasso profissional, ainda mais quando em tempos de instabilidade
econômica, podem servir de estopim dessa atitude extrema. Apesar dos
altos índices, há poucas campanhas de prevenção ao suicídio,
menos ainda em escolas, onde a agressividade e a intolerância aos
diferentes tornam os jovens mais emocionalmente vulneráveis.
Se traumas, perdas,
decepções e até rompimentos afetivos geram em muitos um desencanto
com a vida, também desiquilíbrios medicamentosos ou bioquímicos -
como os hormonais, causadores da depressão pós-parto, - ameaçam a
vida. Por afetar o cérebro, a dependência química, é também um
dos fatores mais ligados ao suicídio. Um sistema de saúde precário,
falho em diagnosticar e assistir aos necessitados, corrobora para o
agravamento da situação.
Falência radical da
esperança, o suicídio é expressão de uma sociedade desumanizada.
Precisamos, portanto, não apenas reforçar valores como respeito às
diferenças, empatia, solidariedade, fraternidade e compaixão entre
os jovens, mas exigir campanhas de prevenção e maiores
investimentos em saúde pública dos nossos governantes.Trazer o suicídio e os elementos que o motivam como pauta de discussão nas escolas é também uma importante ação para combater este inimigo íntimo, oculto e letal.
[Texto elaborado em sala de aula com a turma "Fuja do trânsito", Maximize, unidade de Mauá. Digitada e enviada pela aluna Giovanna Felippe (em 28.08.17), revisada pelo professor Eduardo e publicada em 1.09.2017, 18h16]
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