sexta-feira, 28 de agosto de 2015

REDAÇÃO. TEMA: "A ascensão da classe C"

Ascensão da classe C: C de consumidores ou de cidadãos?
A ascensão da classe C é o fenômeno recente que tem modificado profundamente o Brasil. Além da diminuição da desigualdade, ela é perceptível por maior acesso ao crédito e consumo, e por isso mesmo altera o modo como periferia é vista no país.
Atuais políticas governamentais voltadas para incluir (quotas) e minimizar pobrezas extremas (Bolsa Família) contribuíram, ao lado estímulos à indústria e ao crédito para alavancar mudanças socioeconômicas dos cidadãos mais pobres. Embora o governo petista tenha sido acusado de praticar politicas populistas/assistencialistas e ser se envolvido em esquemas de corrupção (Mensalão), é inegável que produziu melhorias significativas para a construção de ¨um novo¨ Brasil.
O apego ao consumo é a principal marca da classe C emergente. Hoje quase todos podem comprar desenfreadamente graças a financiamentos e empréstimos facilitados pelas grandes instituições financeiras. O que pareceria positivo endividou terrivelmente as famílias, já que os juros brasileiros são os mais altos no mundo. Ainda assim, muitos aproveitam para investir na educação/formação dos filhos e/ou assumem posturas empreendedoristas que visam a crescimento profissional e financeiro.
Novelas, minisséries, filmes e novos artistas ligados às periferias colocam no centro a cultura da classe C. Antes excluídos e vitimas de preconceitos, ela dita moda e com vigor e originalidade apresenta ao país e ao mundo a diversidade cultural e artística brasileira. Os megaeventos (Olimpíada, Copa) reforçam essa fase de oportunidades em que a imagem positiva do Brasil é vendida para o mundo. Carnaval, futebol, moda praia, música (samba, axé, MPB) e culinária (do pão de queijo à caipirinha) representam, mais que nunca, divisas de origem popular.

Há um otimismo talvez exagerado em torno da ascensão da classe C. A televisão tem se apropriado ideologicamente de sua imagem para seduzir e manipular este público; contudo, a maior parte dos problemas socioeconômicos prepondera. Acreditamos que apenas ao solucionar a péssima educação, saúde e com recuperação de garantias trabalhistas teremos realmente uma verdadeira classe média. Há, portanto, vários problemas a serem resolvidos pois, mais que consumidores endividados, merecemos ser cidadãos.


[Redação feita em 2013]

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