sexta-feira, 28 de agosto de 2015

REDAÇÃO. Tema: "Mobilidade urbana"

Imobilidade política e movimentação nas ruas

     O transporte coletivo jamais foi uma prioridade no Brasil. O carro, fetiche herdado dos estadunidenses, suplantou a política para locomoção das massas nas grandes cidades e, hoje, a democratização dos espaços e das vias gera grande polêmica.
  O caos em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, com lentidão, enormes congestionamentos e “rush” estressante é resultado da ausência de planejamento governamental, já que houve um crescimento desordenado das metrópoles. A superlotação de ônibus, trens e metrôs contrasta com carros ocupados somente pelo condutor. A poluição, os acidentes, os crimes e roubos nas vias, nenhum desses problemas, entretanto, é forte o bastante para persuadir o cidadão de adquirir carros.
     Embora a maior parte da classe trabalhadora dependa do transporte coletivo, as políticas não atendem às suas necessidades. As manifestações de 2013 contra o reajuste das tarifas explicitaram um enorme descontentamento da população, não apenas referente à mobilidade, mas também com a má gestão do erário. Tais protestos, contudo, não resultaram em mudanças efetivas até o momento.
     O atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, enfrenta graves críticas da elite, visto que decidiu investir na ampliação de ciclovias. Há uma reação agressiva da mídia, com ataques constantes às suas políticas para redução de velocidade, implementação de corredores exclusivos para ônibus e pedágios urbanos, posto que refletem os interesses de uma elite conservadora, reacionária e prepotente. Quando pedestres e ciclistas adquirem o direito de transitarem pela cidade, isto parece, de algum modo, agredir aos mais privilegiados.
     É impossível pensar o desenvolvimento das cidades brasileiras sem garantir a eficiência da mobilidade urbana. Acreditamos que apenas teremos uma cidade mais democrática, com uma circulação mais eficaz para motoristas, pedestres e ciclistas quando superarmos os jogos de interesses das classes. Devemos, portanto, usar como combustível para essa mudança não apenas o bom senso, mas a noção de que ir e vir é o direito de todos.



[Redação elaborada coletivamente em agosto de 2015, pela turma de Maio/Sábado do Cursinho Henfil da Paulista. Enviada por Raúla Yasmin, foi revisada e reeditada pelo professor Eduardo, em 28/8. Tema:  "Mobilidade urbana"] 

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