sexta-feira, 7 de julho de 2017

REDAÇÃO. Tema: as cidades-dormitórios

PESADELO NAS CIDADES-DORMITÓRIOS

     Sempre distantes do centro, cidades-dormitórios são aquelas habitadas por trabalhadores devido a questões econômicas. Urbanisticamente não-planejadas, costumam apresentar serviços públicos precários que comprometem a qualidade de vida de seus cidadãos.
     Situados em morros, encostas, à margem de rios e outras zonas acidentadas (muitas vezes, ilegalmente ocupadas), tais aglomerados urbanos expandiram-se desvinculados do poder público. Periféricos, assistiram à explosão demográfica das últimas décadas do Brasil, o que contribuiu para uma série de problemas estruturais: saneamento inexistente ou precário, trânsito caótico, transporte ineficiente. O resultado foi a degradação social e insegurança geradora de violência nessas zonas.
     Escolas públicas de baixa qualidade (com arquitetura prisional) e poucas áreas para lazer e/ou sociabilização, além de equipamentos públicos degradados, são expressão da ausência de políticas sociais. Se o descaso é visto com naturalidade pelo cidadão, o vandalismo do patrimônio público passa a refletir o baixo apreço do cidadão pelo lugar onde vive. O achatamento da percepção dos direitos leva à descrença e faz, portanto, com que poucos reinvidiquem por mudanças e soluções.
     Mauá, cidade do ABC Paulista, é um exemplo de cidade dormitório. Embora jovem (63 anos), ela apresenta uma série de problemas que comprometem a qualidade de vida de seus habitantes. As oportunidades de emprego são escassas, o que obriga muitos a buscar trabalho em regiões distantes. A ausência dos adultos resulta em jovens desorientados, mais ociosos e sem grandes perspectivas. A cidade, portanto, barra, segrega e limita as chances de futuro de seus moradores.

   As cidades-dormitórios precisam de uma reestruturação que vise a melhorias para o bem-estar do cidadão. Revitalizá-las, contudo, exige uma participação ativa da comunidade, no sentido de pressionar vereadores e prefeitos para investirem efetivamente na cidade. Reorganizar urbanisticamente seu território, estimular o desenvolvimento local do comércio e da indústria, além da criação de espaços de lazer são, portanto, medidas a serem tomadas a fim de que deixem de ser simplesmente um local de repouso. 

[Redação produzida no Maximize Mauá, turma noite. Revisto pelo professore Eduardo em 7.07.2017].

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