PESADELO NAS CIDADES-DORMITÓRIOS
Sempre
distantes do centro, cidades-dormitórios são aquelas habitadas por
trabalhadores devido a questões econômicas. Urbanisticamente não-planejadas, costumam apresentar serviços públicos precários que comprometem a qualidade de vida de seus cidadãos.
Situados
em morros, encostas, à margem de rios e outras zonas acidentadas
(muitas vezes, ilegalmente ocupadas), tais aglomerados urbanos
expandiram-se desvinculados do poder público. Periféricos,
assistiram à explosão demográfica das últimas décadas do Brasil,
o que contribuiu para uma série de problemas estruturais:
saneamento inexistente ou precário, trânsito caótico, transporte
ineficiente. O resultado foi a degradação social
e insegurança geradora de violência nessas zonas.
Escolas
públicas de baixa qualidade (com arquitetura prisional) e poucas
áreas para lazer e/ou sociabilização, além de equipamentos
públicos degradados, são expressão da ausência de políticas
sociais. Se o descaso é visto com naturalidade pelo cidadão, o
vandalismo do patrimônio público passa a refletir o baixo apreço do cidadão
pelo lugar onde vive. O achatamento da percepção dos direitos leva à descrença e faz, portanto, com que poucos reinvidiquem por mudanças e soluções.
Mauá,
cidade do ABC Paulista, é um exemplo de cidade dormitório. Embora
jovem (63 anos), ela apresenta uma série de problemas que
comprometem a qualidade de vida de seus habitantes. As oportunidades
de emprego são escassas, o que obriga muitos a buscar trabalho em
regiões distantes. A ausência dos adultos resulta em jovens
desorientados, mais ociosos e sem grandes perspectivas. A cidade,
portanto, barra, segrega e limita as chances de futuro de seus
moradores.
As
cidades-dormitórios precisam de uma reestruturação que vise a
melhorias para o bem-estar do cidadão. Revitalizá-las, contudo,
exige uma participação ativa da comunidade, no sentido de pressionar vereadores e prefeitos para investirem efetivamente na cidade.
Reorganizar urbanisticamente seu território, estimular o
desenvolvimento local do comércio e da indústria, além da criação
de espaços de lazer são, portanto, medidas a serem tomadas a fim de
que deixem de ser simplesmente um local de repouso.
[Redação produzida no Maximize Mauá, turma noite. Revisto pelo professore Eduardo em 7.07.2017].
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