Por razão do ENEM, e a pedido de alguns alunos, comecei a fazer redações coletivas (em sala de aula) de todos os temas para ENEM e FUVEST possíveis para "cair" em 2017. O primeiro que posto é este, sobre o tema A CRIMINALIZAÇÃO DA HOMOFOBIA NO BRASIL. Foi feito com a turma da tarde, do MAXIMIZE MAUÁ (extensivo tarde), enviado pela Larissa Lopes Santana.
PELO
DIREITO DE EXISTIR
O fato de a criminalização da
homofobia não ter sido homologada pelo Senado brasileiro revela o
quanto o país precisa avançar em relação aos direitos de “gays”,
lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT´s). Pretensos
inimigos da “família tradicional brasileira”, muitos têm seus
direitos ignorados e a frequente violência que sofrem é minimizada
pela sociedade.
LGBT's nascem no seio de uma
família, portanto, julgá-los excluídos desta instituição e da
sociedade é um contrassenso. Embora o Brasil seja um país
“pretensamente” laico, valores judaico-cristãos determinam, em
grande parte, não apenas normas, comportamentos e condutas (julgadas
socialmente aceitáveis), mas também leis vigentes no país. Isso
faz com que, aqui, a cada 25 horas, um deles seja assassinado por
homofóbicos, devido à certeza da impunidade pela ausência de uma
legislação específica.
O crime de ódio é definido por
uma violência cometida por preconceito de raça, credo, gênero e
orientação sexual. Se a heteronormatividade é considerada uma
virtude numa sociedade machista/patriarcal, às minorias cabem o
silenciamento e a segregação. A diversidade sexual, portanto, não
é respeitada como direito individual, ainda mais por que discursos
contra a identidade de gênero - e defesa de reversão sexual por
“psicólogos” - são apoiadas e defendidas por religiosos e
políticos.
Há, no Brasil de hoje,
“bullying” nas escolas, ofensas nas redes, agressões em espaços
públicos e censura de exposições. Os LGBT's são com frequência
atacados e impossibilitados de expressar livremente seus desejos e
afetos. A Parada LGBT de São Paulo é um sucesso de popularidade e
atualmente movimenta a economia da metrópole; entretanto, esta
tolerância “gay friendly” escamoteia agressões contínuas –
ainda mais nas periferias – à comunidade “gay” e afins.
Minimizar crimes de ódio contra
LGBT's, negando-lhes uma lei que os acolha e defenda, explicita o
desprezo e o descaso do próprio Estado em relação à perseguição
que muitos sofrem. Devemos, portanto, exigir de nossos representantes
políticos sua implementação imediata, além de outras leis que
lhes garantam igualdade de direitos (inclusive matrimoniais) e acesso
ao nome social, no caso do cidadão trans. O respeito tanto à
identidade de gênero quanto ao de orientação sexual deve ser um
valor aprendido e estimulado nas famílias, templos e instituições
de ensino, já que a luta LGBT não se restringe à visibilidade, mas
ao direito de existir plenamente, como de todo cidadão.
[Redação
coletiva do Maximize Mauá – Extensivo tarde – enviado por
Larissa Lopes Santana.]
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