terça-feira, 31 de outubro de 2017

Redação. Tema: Ativismo e propagação do ódio nas redes.

ATIVISMO NA REDE

O ativismo nas redes sociais (ou ciberativismo) é uma prática que só se fez possível a partir do surgimento de um sistema globalizado de informação: a internet. Um ciberativista se apropria dos recursos da rede não apenas para buscar apoio em determinadas causas (nem sempre democráticas), mas trocar informações e mobilizar “seguidores”.

Redes sociais como Facebook e Whattsapp permitem a criação de comunidades temáticas. Veinculadas em canais do Youtube e no Twitter, tais grupos converteram-se num eficaz sistema de propagação de ideias e discussões. Movimentos populares como Primavera Árabe; Ocupa WallStreet, nos EUA; e Passe Livre, no Brasil, emergiram nas redes e ganharam as ruas na forma de manifestações contrárias a sistemas mais autoritários, nem sempre de forma pacífica. A política, até então restrita a debates em época de eleições, ganhou o cotidiano e voz entre os jovens.

Embora compartilhar e difundir interesses comuns sejam práticas usuais de militância, a popularização de computadores e celulares expandiu de forma radical seu poder. Há, atualmente, grupos organizados em atividades voltados desde a caridade à propagação do ódio racial. Se a busca da coletividade muito contrasta com o individualismo e narcisismo da “geração selfie” (do curtir, comentar, compartilhar), nunca houve uma juventude com capacidade de mobilização como a do século XXI.

No Brasil atual, a polarização – Esquerda X Direita – é resultado do empobrecimento do debate, já que redes como Facebook, ao criar “bolhas de interesse” com seus algoritmos, restringem as perspectivas e criam a ilusão de um pensamento unilateral. O debate político-ideológico na rede, entretanto, nem sempre é honesto. “Fake news” (factóides) tornaram-se armas de ataque a exposições, peças, minorias, artistas e políticos. O Movimento Brasil Livre, financiado por partidos conservadores e corporações estadunidenses, é exemplo da prática do “ciberbullying” político aos opositores de sua ideologia neoliberal.


O ciberativismo é uma prática irreversível. Infelizmente, as mídias digitais tanto podem permitir a visibilidade de minorias marginalizadas quanto dar voz a fanáticos religiosos, falsos moralistas, extremistas conservadores e odiadores contumazes. Identificar, punir e coibir discursos radicas nas redes, garantindo a civilidade e legitimidade do diálogo, é portanto, necessário. Tais abusos devem ser combatidos com implementação de leis específicas e investigações que permitam identificar tais criminosos, função a ser exigida ao Ministério da Comunicação. Nas escolas, conscientizar os jovens dos perigos da rede e estimular a busca de fontes confiáveis (e éticas) de informação deve ser uma prática diária. O direito à liberdade de expressão e à mobilização “responsáveis” são indissociáveis de uma prática democrática e cidadã, ainda mais em tempos obtusos de “pós verdade”.


[Redação coletiva. Maximize Paulista.]

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