ATIVISMO NA REDE
O ativismo nas redes sociais (ou
ciberativismo) é uma prática que só se fez possível a partir do
surgimento de um sistema globalizado de informação: a internet. Um
ciberativista se apropria dos recursos da rede não apenas para
buscar apoio em determinadas causas (nem sempre democráticas), mas
trocar informações e mobilizar “seguidores”.
Redes sociais como Facebook e
Whattsapp permitem a criação de comunidades temáticas. Veinculadas
em canais do Youtube e no Twitter, tais grupos converteram-se num
eficaz sistema de propagação de ideias e discussões. Movimentos
populares como Primavera Árabe; Ocupa WallStreet, nos EUA; e Passe
Livre, no Brasil, emergiram nas redes e ganharam as ruas na forma de
manifestações contrárias a sistemas mais autoritários, nem sempre
de forma pacífica. A política, até então restrita a debates em
época de eleições, ganhou o cotidiano e voz entre os jovens.
Embora compartilhar e difundir
interesses comuns sejam práticas usuais de militância, a
popularização de computadores e celulares expandiu de forma radical
seu poder. Há, atualmente, grupos organizados em atividades voltados
desde a caridade à propagação do ódio racial. Se a busca da
coletividade muito contrasta com o individualismo e narcisismo da
“geração selfie” (do curtir, comentar, compartilhar), nunca
houve uma juventude com capacidade de mobilização como a do século
XXI.
No Brasil atual, a polarização
– Esquerda X Direita – é resultado do empobrecimento do debate,
já que redes como Facebook, ao criar “bolhas de interesse” com
seus algoritmos, restringem as perspectivas e criam a ilusão de um
pensamento unilateral. O debate político-ideológico na rede,
entretanto, nem sempre é honesto. “Fake news” (factóides)
tornaram-se armas de ataque a exposições, peças, minorias,
artistas e políticos. O Movimento Brasil Livre, financiado por
partidos conservadores e corporações estadunidenses, é exemplo da
prática do “ciberbullying” político aos opositores de sua
ideologia neoliberal.
O ciberativismo é uma prática
irreversível. Infelizmente, as mídias digitais tanto podem permitir
a visibilidade de minorias marginalizadas quanto dar voz a fanáticos
religiosos, falsos moralistas, extremistas conservadores e odiadores
contumazes. Identificar, punir e coibir discursos radicas nas redes,
garantindo a civilidade e legitimidade do diálogo, é portanto,
necessário. Tais abusos devem ser combatidos com implementação de
leis específicas e investigações que permitam identificar tais
criminosos, função a ser exigida ao Ministério da Comunicação.
Nas escolas, conscientizar os jovens dos perigos da rede e estimular
a busca de fontes confiáveis (e éticas) de informação deve ser
uma prática diária. O direito à liberdade de expressão e à
mobilização “responsáveis” são indissociáveis de uma prática
democrática e cidadã, ainda mais em tempos obtusos de “pós
verdade”.
[Redação coletiva. Maximize Paulista.]
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