quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

REDAÇÃO. Tema: O crescente fenômeno dos "youtubers"

Youtubers”: libertários ou oportunistas?

O fenômeno dos "youtubers" (celebridades digitais produtoras de vídeos para o YouTube) está diretamente ligado à ascensão da internet. A fixação do público em alguns canais, a restrição do foco a determinados conteúdos e a influência em hábitos comportamentais e de consumo são pontos a serem considerados.
A televisão tradicional se consagrou no século XX como a principal propagadora de entretenimento, informação, cultura e educação, no mundo. Dominada por empresas, políticos e igrejas, ela se tornou, não só um instrumento de manipulação e controle mas também de doutrinação consumista, já que sustentada por anúncios publicitários. Sua decadência, entretanto, tem como ponto de partida o surgimento da internet. A popularização dos aparatos virtuais e da banda larga possibilitou ao usuário tanto interagir como produzir seu próprio conteúdo. "Tablets", "Smart-tvs" e celulares, não importa a tela, "youtubers" se tornaram porta-vozes e agentes dessa mudança, devido também ao barateamento do sistema de gravação e veiculação de vídeos.
Embora diversidade e multiplicidade sejam características da rede, não raramente a atenção do usuário é capturada por celebridades narcisistas e superficiais. Se "youtubers" são guias e modelos para jovens num mundo hiperconectado, hoje muitos optam por propagar conteúdos banais, de humor fácil ou vulgar, quando não se reduzem a comentaristas tolos de vídeos ("reaction") ou a “abridores” de caixas ("unboxers"). Consagrados na "web", vários destes formadores de opinião só estão à cata de visualizações, já que monetizam/lucram com “curtidas” na plataforma de vídeos, logo sendo cooptados pela publicidade ou pela mídia convencional.
Linguagem direta, espontânea e pessoal permite aos "youtubers" uma conexão com o usuário por meio da identificação. A experiência comum, cotidiana e prosaica confere a eles credibilidade, entretanto, oculta interesses mercadológicos, nada distinto, portanto, do feito pelos antigos veículos de massa. A propagação do ódio, a alienação, a polarização e o consumismo não são raras entre "youtubers", devido à grande influência exercida em jovens em formação sem  olhar crítico para tais conteúdos.
O crescimento da rede é incontornável, um espaço propício para aflorar guias libertários e mercenários oportunistas. Fundamental é, portanto, estimular um consumo mais comedido e responsável da rede. O barateamento da produção de conteúdo, em que muitos produzem para muitos, entretanto, é um aspecto positivo a ser defendido contra censores e manipuladores da informação. Devemos, portanto, estimular o conteúdo de qualidade, a fim de garantir que a influência e repercussão de produtores responsáveis contribuam para a democratização e aprimoramento da sociedade para além da rede.



[Produzida com os alunos na terça (26/12/20170, em sala de aula (no MAXIMIZE Paulista Noturno), esta redação tem como tema "O fenômeno dos Youtubers" e foi enviada pelo Alison Silva. Fica desde já meu agradecimento a ele. Revisei o texto e dei "um tapa" para ficar mais preciso.]

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