sábado, 30 de dezembro de 2017

REDAÇÃO. Tema: O crescente fenômeno dos "youtubers" (Redação 3)

"Youtubers": liberdade e responsabilidade

O fenômeno dos Youtubers (celebridades digitais) está diretamente relacionado com o avanço da Internet. A autonomia na produção de conteúdo, a monetização dos vídeos/produto e a conversão de “youtubers” a guias num mundo hiperconectado explicam tamanha popularidade.

O barateamento dos aparatos digitais, assim como a ampliação do acesso à rede, aceleraram a decadência do modelo televisívo tradicional. Se antes o usuário era um mero telespectador passivo, hoje ele não apenas consome audiovisuais mas também interage e pode, com um simples aparelho celular, produzir conteúdo. Assim fizeram “youtubers” como o Whindersson Nunes, Kéfera Buchmann e Pedro Resende que com pouco recursos financeiros, consoliram-se como celebridades (e influenciadores). A estratégia principal: o uso de uma linguagem espontânea e direta, já que visaram estabelecer assim maior vínculo com seus seguidores.

O sucesso incontestável de “vlogs”, “gamer plays” (como “Minecraft”), tutoriais, videoclipes e canais de humor, resenhas e criticas (de filmes, séries, livros, jogos etc)  alterou a dinâmica do mercado publicitário. Embora tais influenciadores lucrem com visualizações na própria plataforma em que atuam (YouTube), muitos foram cooptados pelo mercado publicitário (assim como pela mídia tradicional), lucrando duplamente, acumulando, assim, fama e fortuna.

Há uma necessidade, - principalmente nas novas gerações, - diante da imensidão e complexidade da “web”, de modelos e guias. Compartilhar vidas e experiências cotidianas fizeram dos “youtubers” um “elogio ao homem comum”, já que por expor sua rotina, ironias, gracejos e revezes, revela-se um igual. Talvez por isso, evocar familiaridade e um contato mais direto com o fã (ao responder seus comentários e fazer “lives”) é determinante para sua popularidade. Demasiadamente humanos, não faltam também os que fazem fama virtual com banalidades, desrespeito vulgar, discursos de ódio, propagação de calúnias, factóides políticos, desinformação.

O avanço da Internet tirou a hegemonia e controle de uma elite econômica (empresarial, política e religiosa) na difusão de imagem; tornou, portanto, mais democrático propagar informação, cultura e entretenimento. Produzida agora de muitos para muitos, os criadores digitais precisam ter consciência e responsabilidade no que divulgam. Recorrentes são às ameaças de restrição ao acesso e/ou propagação via rede. Garantir, portanto, que o Marco Civil da Internet seja respeitado é compromisso de todos, inclusive dos “youtubers”, a fim de que a rede não seja controlada, censurada ou restringida e novos guias, com inteligencia e liberdade, apontem a melhor direção.




[Produzida com os alunos na terça (26/12/2017), em sala de aula (no MAXIMIZE Paulista Tarde). Esta redação tem como tema  "O fenômeno dos Youtubers" e foi enviada gentilmente por Michelle Vargas Dubas. Revisei o texto  para torná-lo também mais preciso.] 

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