Na rede dos “youtubers”
O fenômeno dos “youtubers” (celebridades digitais) é produto da popularização e do aperfeiçoamento tecnológico da internet. A facilidade de produção, sua diversidade potencial e a necessidade de “guias” num mundo hiperconectado são os principais fatores.
A televisão, com seus recursos audiovisuais, foi a principal influenciadora da moda, comportamento, cultura e política no século XX. Tais concessões públicas, entretanto, sempre estiveram sob o controle de uma elite econômica, já que programas exigiam um alto investimento de produção. Hoje, as emissoras de televisão estão decadentes, justamente por que o usuário, de telespectador passivo, passou a produtor de conteúdo; não apenas monetizando, mas fazendo da sua fama e influência um negócio.
Pesquisa recente nos EUA revelou que a população entre 18 e 34 anos consome mais programação “online” do que quaisquer outras mídias. Isto decorre da multiplicidade de assuntos e estilos com que a informação e o entretenimento são disseminados na “web”. Se artistas renomados/consagrados foram idolatrados - seja pela beleza, talento ou originalidade – por fãs apaixonados na indústria cultural, - atualmente, o sujeito comum, de linguagem espontânea, mais do que uma celebridade, mostrou-se um amigo virtual acessível para contatos e respostas.
Embora a internet tenha expandido e democratizado o acesso à informação, nunca foi tão necessária a presença de guias e modelos para “geração net”. Hoje, há canais de vídeo de todo tipo: culinária, maquiagem, jogos, crítica de artes e política, opinativos etc. “YouTubers”, contudo, que produzem conteúdo fútil, como “pegadinhas” ofensivas, abertura de caixas e/ou que reagem de maneiro idiota a vídeos são campeões em visualizações, compartilhamento e “engajamento” do seu público.
A velocidade da rede e a sua proliferação em telas diversas – celulares, “tablets”, “SmartTvs” – deu fama repentina a muitos para muitos, já que o compartilhamento de experiências comuns se tornou a chave do sucesso. Apesar de os “youtubers” terem um ciclo efêmero, acreditamos que os mais versáteis e consistentes quanto ao conteúdo se consolidarão; o que limitará ainda mais o controle de grupos hegemônicos de mídia com interesses para além daqueles realmente úteis aos internautas. A seleção realizada pelo público deve vir, entretanto, de uma visão crítica a ser estimulada nos lares, escolas e associações, só assim permitirá, portanto a depuração do conteúdo da rede, tornando-a ainda mais democrática e plural.
ótima proposta! Escrevi uma redação sobre esse tema em meu blog
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