quinta-feira, 2 de novembro de 2017

REDAÇÃO. Tema: Drogas e o extermínio da juventude brasileira.

MURO, MORRO E MIDIA: A JUVENTUDE NA MIRA

Os jovens são as principais vítimas das drogas, não só no Brasil, mas também em todo o mundo. Movidos pela curiosidade ou influenciados pelo grupo, muitos fazem o uso de entorpecentes pela falta de perspectiva ou como estratégia de fuga de problemas pessoais e realidades extremas, sendo assim facilmente cooptados para o crime.
Embora todos tenham ciência do poder viciante, corrosivo e destrutivo das drogas, elas continuam sedutoras a muitos jovens. A mais popular delas é o álcool, entretanto, por ser lícito e facilmente acessível (como o cigarro/tabaco), não é considerado um perigo potencial. Além disso, adolescentes e, até mesmo crianças, estão expostos a pais tanto alcoolistas quanto fumantes, o que faz com que vejam com naturalidade seu consumo. Entre muitos jovens brasileiros, “sociabilizar” quase sempre envolve beber e compartilhar com amigos tais “aditivos inocentes”.
Por curiosidade ou influência do grupo, o uso de drogas é difundido; e o risco da dependência, ignorado em prol do prazer que propicia. Se as cracolândias (espaços abertos de venda e consumo coletivo do “crack”) são veiculadas na mídia sensacionalista e apavora as famílias brasileiras, pouco diálogo franco e honesto estimulam nos lares. As campanhas contra maconha, cocaína, “crack” e “doces” (metanfetaminas) voltadas ao público jovem, são ineficazes no combate e desestímulo ao consumo, já que adotam um discurso moral, histericamente de terror, quando não, punitivo.
Traumas, ausência de perspectivas e oportunidades, ainda mais em favelas e comunidades carentes, levam muitos jovens a ingressar no tráfico. A exploração de menores é frequente, devido à sua imunidade parcial, com menor tempo de internação em instituições socioeducativas e penas menos rígidas. Alguns, entretanto, não são bandidos, mas dependentes químicos; por isso, mais facilmente aliciados. O dinheiro e a fama marginal lhes conferem uma ostentação ilusória de poder, sempre efêmera, posto que vários terminam mortos precocemente. São, por isso, vitimas preferidas de uma polícia repressora que criminaliza a juventude pobre, cuja morte não deploram, já que a impunidade lhes é garantida pela “farda” e omissão do poder público.
O extermínio da juventude brasileira, tanto pelo vício quanto pela violência do narcotráfico e/ou da polícia, precisa acabar. São necessárias, portanto, ações mais efetivas do Estado. Campanhas claras e objetivas de conscientização sobre danos e malefícios das drogas e que envolvam pais, escola e comunidade; investimento em instituições de reabilitação e métodos terapêuticos mais eficazes e modernos; além de espaço de lazer, cultura, educação e trabalho que propiciem oportunidades de sociabilização e trocas para os jovens, devem ser implementados em todo país, para realmente livrá-los das drogas. Será imprescindível, contudo, rever as estratégias de combate ao narcotráfico, visto que a juventude pobre, negra e periférica – ainda que dependente química – não pode ser sempre mirada como inimiga.


[MAXIMIZE – Tuma de Novembro, ENEM da Paulista]. 

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