quarta-feira, 1 de novembro de 2017

REDAÇÃO. Tema: Os desafios do envelhecimento da população brasileira

ENVELHECIMENTO, CIDADE, SAÚDE E DIREITOS

O envelhecimento da população brasileira (segundo o IBGE, em 2030 haverá uma maioria acima dos 60 anos) implicará grandes desafios à sociedade. Questões como acessibilidade, direito à saúde e garantia previdenciária são os mais urgentes.
Uma metrópole como São Paulo, embora considerada moderna, não apresenta uma infraestrutura que permite aos idosos transitarem com segurança. O descaso a eles não se restringe, entretanto, às calçadas irregulares e semáforos mal cronometrados, mas também ao desrespeito do cidadão comum às suas preferencialidades em bancos, filas e vagas em estacionamentos. Não por acaso, são eles as principais vítimas de atropelamento no afluxo de pessoas e no trânsito.
A longevidade da população é resultado do avanço socioeconômico no Brasil das últimas décadas, bem como programas de garantias mínimas que propiciaram o acesso das classes menos abastadas à alimentação e à saúde. Apesar de deficitário, o Sistema Único de Saúde (com acesso a remédios gratuitos e/ou subsidiados) é para muitos a única garantia de consulta, exame e tratamento, já que o sistema privado tem planos com valores proibitivos (ou “criminosos”) para população mais pobre.
Embora muitos idosos estejam aposentados, raros são os que não exercem atividades remuneradas, ainda que sem novas garantias ou benefícios trabalhistas. Numa sociedade que hiper-valoriza a juventude, o declínio físico - advindo da idade – expulsá-os do mercado de trabalho. Se antes experiência e sabedoria eram vistas como atributos da idade, hoje os mais velhos são tratados como cidadãos de segunda classe, tidos como mera estatística, obstáculos ao desenvolvimento macroeconômico do país. O atual governo de Michel Temer, com suas propostas de reforma trabalhista e previdenciária, pretende impor um aumento injusto do tempo de contribuição, sem comprovar o deficit real do sistema. Ameaça, assim, o futuro da terceira idade no Brasil e, por consequência, a sociedade como um todo, já que a pensão de muitos idosos é responsável por sustentar famílias inteiras, principalmente, rurais.
O desafio de garantir uma vida digna aos nossos anciões exige que todos lutemos, não apenas para que não lhes subtraiam os direitos, mas sua garantia governamental. Benefícios, transferências de renda aos mais carentes, e um sistema de acolhimento aos desamparados, são, portanto, medidas a serem exigidas dos nossos governantes. Tão importante quanto respeitar locais destinados aos idosos e que as cidades sejam adaptadas às suas necessidades, é também zelar por sua empregabilidade, denunciando preconceitos no mercado de trabalho e assegurando-lhes proteção e direitos. Cabe a todos cidadãos, entretanto, terem a sabedoria de que envelhecer é o destino humano. Tratá-los com respeito e propiciar-lhes espaço de laser, convívio, participação social plena é, portanto, pouco para os que muito contribuíram para o nosso presente.


[Redação coletiva realizada com alunos do Maximize Paulista, 2017]

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