domingo, 5 de novembro de 2017

REDAÇÃO. TEMA: "Novas Configurações Familiares"

Laços de família e alguns nós

As novas configurações familiares têm gerado complexas discussões no país, devido ao fato de envolver questões religiosas, morais e de direito.
O Brasil é – em teoria - um país laico, já que a religiosidade, principalmente a cristã/evangélica, norteia grande parte das relações e comportamentos. Atualmente, políticos mais conservadores apregoam a necessidade de preservação da família tradicional brasileira, como se ela não se fundamentasse na união de afetos. Para muitos, questões como união homoafetivas, defesa de gênero e militância pró-aborto a ameaçam, como se o respeito à diversidade e direitos legais das minorias LGBT's atacassem, de algum modo, a instituição familiar.
O moralismo burguês e retrógrado, pilar de uma sociedade patriarcal, machista e excludente, insiste em valorizar velhos estereótipos de família. O marido provedor, no controle racional da casa; a mãe amorosa, abnegada e grande cozinheira, ambos rodeados de filhos dóceis e submissos, tornaram-se figuras raras, quase estereótipos televisivos. Isso não significa que casar-se tenha “saído de moda”, mas que as uniões tornaram-se parcerias sem exigência uma definição padrão; já que não se baseiem tão somente no controle, dominação, submissão, mas em trocas.
O casamento é uma instituição legal e, portanto, um contrato sujeito a normas, direito e deveres. Garantias jurídicas como divórcio, divisão de bens, pensões e herança não podem ser restritas a uniões heteronormativas. Hoje, casais gays, por meio da união estável (recentemente legalizada no Brasil), gozam, em teoria, dos mesmos direitos dos demais; enfrentaram, contudo, na prática, enormes dificuldades em casos de adoção de crianças.
As discussões em torno dos novos modelos de família precisam resultar em medidas mais democráticas, proteção e garantias legais às minorias e respeito à diversidade sexual, já que fundamentadas na liberdade individual. Acreditamos que uma sociedade mais justa só se fará, portanto, a partir da superação de preconceitos, justificativas psedorreligiosas ou moralistas. É preciso exigir do Estado a criação, aplicação e fiscalização de leis que garantam a segurança de todas as formas de união, afinal, apesar de embaraços e nós, são os laços de amor que mantém vivas todas as famílias.



[Redação feita coletivamente, em setembro de 2015, pela turma do Extensivo, MAXIMIZE/Noturno. Enviada por Larissa Miranda. Ela foi reeditada e revisada pelo professor Eduardo, em setembro de 2015 e revisto em 22/10/2015. Tema: “Novas configurações familiares”. Relaborada em 5.11.2017]

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